19-mai-2014 Taxas de juros domésticas recuam com dados fracos de atividade doméstica; Dólar recua na semana com fluxo e operações de swap do Banco Central; Ibovespa subiu 1,7% na semana, e acumula alta de quase 5% em maio. A semana passada foi marcada pelo recuo nas taxas de juros no mercado futuro. O contrato do DI Jan15 recuou 2 pontos base (bps) na semana, cotado a 10,96% ao ano. O contrato do DI Jan21 caiu 5 bps no período, cotado a 12,33% ao ano. Os dados mais fracos de atividade econômica em março, especialmente o IBC-Br (ver comentário Por dentro do cenário) e de inflação (IGP-10 de abril), reforçaram a percepção do mercado de que o Banco Central manterá a taxa Selic no atual patamar de 11% ao ano na reunião de 28 de maio. Além disso, discurso do presidente do BC, Alexandre Tombini, não trouxe novidades em relação aos últimos comunicados da autoridade monetária na semana passada. O dólar norte-americano encerrou a semana com leve recuo (de 0,18%) frente ao real, cotado a R$ 2,213. No mês, o dólar acumula queda de quase 1% ante ao real. O fluxo de entrada de divisas e os leilões de swaps cambiais do Banco Central ajudaram na modesta apreciação do real. O Ibovespa encerrou a semana com alta de 1,7%, cotado a 53.976 pontos. A bolsa brasileira acumula alta de 4,6% no mês de maio. Com a divulgação de dados econômicos mais fracos na China, os preços do minério de ferro no mercado à vista na China recuaram, o que contribuiu para pressionar as ações das mineradoras e do setor de siderurgia. Além disso, a proximidade do vencimento de opções e os resultados de algumas empresas importantes nos índices de ações mantiveram o mercado em alta na semana. A divulgação de balanços de empresas (como Suzano, Sabesp e Eletrobrás) foi destaque na semana, cujos resultados do 1T14 acima do esperado pelo consenso do mercado ajudaram a impactar positivamente a cotação dessas ações.
Fonte: Bloomberg Elaboração: Itaú Asset Management
Por dentro do cenário As vendas do varejo e o indicador de atividade econômica (IBC-Br), calculados pelo Banco Central, apontaram para um nível de atividade econômica doméstica mais fraca em março.. A Pesquisa Mensal do Comércio (PMC) de março mostrou recuo das vendas do varejo de 0,5% na comparação com o mês anterior ajustado sazonalmente (MoM AS). O mercado esperava estabilidade nesta comparação. Em relação ao mesmo período de 2014 (YoY), houve retração de 1,1% nas vendas do varejo (a mediana do mercado esperava -0,3% YoY). As principais contribuições para o recuo nas vendas do varejo (no conceito restrito da pesquisa) foram nos setores de não duráveis (-0,3% de contribuição de um total de -0,5%), com destaque para o segmento de supermercados. A PMC ampliada, que considera também os setores de construção civil e de veículos, recuou 5,7% YoY (a mediana esperava 4,5% YoY). O indicador de atividade econômica (IBC-Br) caiu 0,11% em março (MoM AS), em linha com a mediana do mercado (-0,10%). O IBC-Br de fevereiro foi revisado para zero MoM AS, de +0,2% MoM AS anteriormente estimado. A indicação de maior fraqueza no varejo em março reforça a expectativa de estabilidade no PIB do 1T14 (trabalhamos com PIB de 0,0% QoQ AS), e acrescenta viés negativo para o desempenho da economia brasileira no 2T14 (estimamos PIB de +0,7% QoQ AS no período). Mantemos nossa projeção de alta do PIB de 1,5% para 2014 e 2,0% para 2015. O IGP-10 desacelerou fortemente de abril para maio, recuando de 1,19% para 0,13%. O resultado foi abaixo da nossa projeção de 0,25% e da mediana das estimativas do mercado, de 0,29%. O arrefecimento na alta dos preços no atacado dos componentes industriais, em especial do minério de ferro e do farelo de soja, explicaram o desvio em relação a nossa projeção. Em 12 meses, o IGP-10 subiu para 8,0% até maio, de 7,8% em abril. A alta do índice acumulado no ano reflete em grande parte a alta de preços dos produtos agropecuários no atacado (+11,9% em 12 meses), devido aos efeitos da estiagem do início do ano sobre os preços dos alimentos. Nos Estados Unidos, foram mistos os dados econômicos divulgados na semana passada sobre o desempenho da economia em abril. Aquém do esperado, a produção industrial e as vendas do varejo de abril podem refletir acomodação, em patamar mais alto, depois de dois meses de dados mais fortes. As vendas no varejo avançaram 0,1% (o mercado esperava 0,4% MoM AS) e a produção industrial recuou 0,6% MoM AS (o mercado esperada 0,0% MoM AS). A inflação acima das estimativas (o núcleo da inflação ao consumidor foi de 1,7% YoY em março para 1,8% em abril) confirma a percepção de prudência com sua dinâmica, embora ainda não represente motivo de preocupação para o Federal Reserve. Por fim, apesar da permissão para construção em abril ter melhorado (de -2,4% MoM AS em março para +8% em abril), o desempenho modesto do setor imobiliário nos últimos meses ainda representa motivo de preocupação com a real capacidade de crescimento do setor.
Agenda da semana 19/mai seg Brasil EUA Zona do Euro China e Japão 08:00 - IGP-M Inflation 2nd Preview (May) 20/mai ter 21/mai qua 22/mai qui 23/mai sex 09:00 - IBGE Inflation IPCA-15 (May) 09:00 - Unemployment Rate (Apr) 08:00 - FGV Consumer Confidence (May) 10:30 - Current Account Balance (Apr) 03:00 - GER: PPI (Apr) 05:30 - UK: CPI (Apr) 12:00 - Fed s Yellen to Speak 05:30 - UK: Retail Sales Ex Auto (Apr) 15:00 - Fed Releases Minutes 09:30 - Chicago Fed Nat Activity Index (Apr) 11:00 - Existing Home Sales (Apr) 11:00 - Euro-Zone: Consumer Confidence (May a) 03:45 - FR: Production Outlook Indicator (May) 04:00 - FR: Markit France Manufacturing PMI (May p) 04:00 - FR: Markit France Services PMI (May p) 04:30 - GER: Markit/BME Germany Manufacturing PMI (May p) 04:30 - GER: Markit Germany Services PMI (May p) 05:00 - Euro-Zone: Markit Eurozone Manufacturing PMI (May p) 05:00 - Euro-Zone: Markit Eurozone Services PMI (May p) 05:30 - UK: GDPQoQ (1Q p) 11:00 - New Home Sales (Apr) 03:00 - GER: GDPQoQ (1Q f) 05:00 - GER: IFO Expectations (May) 03:00 - JN: Machine Tool Orders (Apr f) 20:50 - JN: Trade Balance (Apr) 22:45 - CH: HSBC Manufacturing PMI Sem Def. 05/19-05/23 - Tax Collections (Apr) 05/20-05/21 - JN: BOJ 2014 Monetary Base Target (01/May) Fonte: Itaú Asset Management
Glossário Renda Fixa IRFM 1; IRFM 1+; IMA B5; IMA B5+; e IMA Ex-C são componentes do IMA. O IMA Índice de Mercado ANBIMA é uma família de índices que representa a evolução, a preços de mercado, da carteira de títulos públicos e serve como benchmark para o segmento. Com o objetivo de atender às necessidades dos diversos tipos de investidores e das suas respectivas carteiras, o IMA é atualmente subdividido em quatro subíndices, de acordo com os indexadores dos títulos prefixados (IRFM), indexados ao IPCA (IMA B), indexados ao IGP-M (IMA C) e pós-fixados (IMA S). Com exceção das carteiras teóricas de títulos indexados ao IGP-M e pós-fixados (IMA-S), para as demais carteiras, são calculados subíndices com base nos prazos dos seus componentes. Adicionalmente, em virtude da intenção explícita da STN de não mais emitir títulos indexados ao IGP-M (NTN-C) e, ainda, devido à baixa liquidez observada neste segmento, foi determinada a construção de um índice agregado aos mesmos moldes do IMA-Geral, mas sem a participação do IMA-C, denominado IMA-Geral Ex-C. IRFM 1 LTN e NTN-F com prazo < 1 ano IRFM 1+ LTN e NTN-F com prazo >/= 1 ano IMA B5 NTN-B com prazo < 5 anos IMA B5+ NTN-B com prazo >/= 5 anos Fonte: ANBIMA / Adaptação: Itaú Asset Management Prêmio de Risco Spread over treasury do CDS (Credit Default Swap) de 5 anos. Variação em bps. Commodities Índice de uma cesta de commodities em dólares. Ações - Brasil IDIV Índice Dividendos SMLL Índice Small Cap ISE Índice de Sustentabilidade Empresarial Fonte: BM&FBOVESPA / Elaboração: Itaú Asset Management Disclaimer A Conjuntura Semanal é uma publicação da Itaú Asset Management. A Itaú Asset Management é o segmento do Itaú Unibanco especializado em gestão de recursos de clientes. As informações contidas no informativo foram produzidas dentro das condições atuais de mercado e conjuntura. Todas as recomendações e estimativas aqui apresentadas derivam de nosso julgamento e podem ser alteradas a qualquer momento sem aviso prévio. O Banco Itaú não se responsabiliza por decisões de investimento tomadas com base nos dados aqui divulgados. Cotações às 17hs30min da 6ª feira.