FONTES DE CRESCIMENTO E MUDANÇA ESTRUTURAL NA ECONOMIA GAÚCHA: UMA ANALISE DO VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO E DO EMPREGO.

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Texto para dscussão nº 03/2010 FONTES DE CRESCIMENTO E MUDANÇA ESTRUTURAL NA ECONOMIA GAÚCHA: UMA ANALISE DO VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO E DO EMPREGO. Marco Antono Montoya Eduardo Belsáro Fnamore Cássa Aparecda Pasqual

FONTES DE CRESCIMENTO E MUDANÇA ESTRUTURAL NA ECONOMIA GAÚCHA: UMA ANALISE DO VALOR BRUTO DA PRODUÇÃO E DO EMPREGO. RESUMO Marco Antono Montoya 1 Eduardo Belsáro Fnamore 2 Cássa Aparecda Pasqual 3 Este artgo analsa as fontes de crescmento e a mudança estrutural da economa do Ro Grande do Sul no período de 1998 e 2003, que reflete a redução e retomada do seu crescmento econômco. Para tanto, utlzou-se um modelo nsumo-produto clássco de decomposção das fontes de crescmento e mudança estrutural do VBP e do emprego. Os mpactos exercdos pelos componentes da demanda agregada sobre os dversos setores sugerem que as polítcas econômcas da época contrbuíram com a modernzação da economa gaúcha, caracterzada pela mudança tecnológca dreconada ao aumento ntenso da efcênca e produtvdade. Partcularmente, a expansão da agrcultura de exportação, o aumento do comérco nterestadual dos setores de bens de produção, de consumo duráves e não duráves e o aumento da produtvdade do trabalho sugerem que o crescmento se deu em razão do ncremento das exportações, da mudança tecnológca e da substtução de mportações. Palavras-chave: crescmento; mudança estrutural; matrz de nsumo-produto. ABSTRACT Ths artcle analyzes the growth sources and the structural change of the economy of Ro Grande do Sul state n the perod of 1998 and 2003 that reflects reducton and retakng of ts economc growth. For so much, t was used a model classc nput-output of decomposton of the growth sources and structural change of VBP and of the job. The mpacts exercsed by the components of the demand joned on the several sectons suggest that the economc polces of the tme contrbuted wth the modernzaton of the economy gaucho, characterzed by the technologcal change addressed to the ntense ncrease of the effcency and productvty. Partcularly, the expanson of the export agrculture, the ncrease of the I trade nterstate of the sectons of ncome propertes, of durable consumpton and you ddn't last and, the ncrease of the productvty of labor suggests that the growth felt n functon of the ncrement of the exports, of the technologcal change and of the substtuton of mports. Key words: growth; structural change; nput-output matrx. 1. Introdução Nos prmeros anos da década de 90 a polítca econômca estava baseada em dos plares: a abertura comercal e a redução do tamanho do Estado. Esses dos componentes representaram pré-condções para a formulação, em 1994, do Plano Real, que ncorporou o tercero plar, não menos mportante: a âncora cambal. Em decorrênca dsso, os anos seguntes, até fnal de 1998, foram marcados pelo ncremento da concorrênca no mercado naconal, pelo processo acelerado de prvatzações e pela manutenção de uma taxa cambal 1 Doutor em economa aplcada pela ESALQ-USP. Professor da Faculdade de Cêncas Econômcas, Admnstratvas e Contábes da Unversdade de Passo Fundo. 2 Doutor em economa aplcada pela UFV. Professor da Faculdade de Cêncas Econômcas, Admnstratvas e Contábes da Unversdade de Passo Fundo. 3 Mestre em agronegócos pela UFRGS. Professora da Faculdade de Cêncas Econômcas, Admnstratvas e Contábes da Unversdade de Passo Fundo.

3 sobrevalorzada. Como resultado, por um lado, a nflação crônca fo controlada, aumentou a oferta nterna de bens e se craram com a abertura econômca condções para um longo processo de modernzação das atvdades produtvas. Por outro lado, as taxas de crescmento do produto foram pequenas, em partcular no Ro Grande do Sul, e o desemprego dobrou em algumas regões metropoltanas do país no período 1994-98 (SOUZA, 2002; ALONSO, 2003). Em janero de 1999, o Plano Real esgotou sua concepção orgnal; pos o câmbo sobrevalorzado representava uma das prncpas restrções ao crescmento, prncpalmente através das exportações. Assm, estabeleceram-se meddas de maxdesvalorzação cambal que craram um espaço para o crescmento econômco, em especal nos estados cujas economas dspunham de maor abertura para o exteror. A economa do Ro Grande do Sul, que sempre esteve ntegrada à economa braslera e hstorcamente artculada ao mercado nternaconal, por dspor de um dnâmco segmento exportador, fo benefcada pela nova stuação. De um lado, a partr de 1999, as exportações gaúchas cresceram com reflexos postvos sobre o crescmento do seu PIB, benefcada pelo câmbo mas favorável; de outro, possbltou-se a expansão do comérco nterestadual, em especal com o exo SP-RJ-MG, que também passou a operar sem as amarras da stuação anteror. Afnal, crou-se espaço para a substtução de mportações: uma taxa de câmbo mas realsta acabou sendo uma barrera para as mportações nternaconas de bens que podam ser produzdos nternamente, de forma compettva. Ver SOUZA (2002), ALONSO (2003), KUPPER E FREITAS (2004). Na verdade, as décadas de 1990 e de 2000 podem ser descrtas como períodos de ntensa modernzação da economa braslera e de seus estados, caracterzada pela mudança tecnológca dreconada ao aumento ntenso da efcênca e da produtvdade do trabalho. Nesse contexto, a fm de compreender melhor a evolução da estrutura produtva gaúcha, este artgo tem como objetvo, com base no Valor Bruto da Produção e o Emprego, dentfcar as fontes de crescmento e a mudança estrutural de sua economa entre os anos de 1998 e 2003, período que apresentou, segundo ALONSO (2002), num prmero momento, redução e, depos, retomada do seu crescmento econômco. Com esse fm pretende-se avalar de que manera a produção e o emprego dos setores produtvos gaúchos foram afetados pelos componentes de sua demanda, tas como demanda doméstca fnal (consumo das famílas, gastos do governo e nvestmento), exportações nterestaduas e nternaconas, mportações de bens fnas e ntermedáros e mudança na matrz de coefcentes técncos. Para sso, o artgo fo dvddo da segunte manera: a seção 2 apresenta a metodologa que permte a decomposção do crescmento de um sstema econômco tendo como base as matrzes de nsumo-produto de Leontef; a seção 3, com base no Valor Bruto da Produção, dentfca e analsa as fontes de crescmento e a mudança estrutural da economa gaúcha, em dversos níves de agregação setoral; a seção 4 complementa as análses anterores avalando os prncpas fatores que acarretaram a mudança estrutural na geração de emprego; e, fnalmente, as conclusões obtdas no decorrer das análses são apresentadas na últma seção. 2. Metodologa de Decomposção do Crescmento Econômco O nstrumento de análse adotado nesta pesqusa basea-se nas matrzes nsumoproduto de Leontef, que mostram, entre outros, os fluxos de bens e servços entre os dversos setores de uma economa, na ótca do Valor Bruto da produção. Com relação aos objetvos desta pesqusa, as matrzes nsumo-produto apresentam quatro vantagens no tocante à análse de mudança estrutural: a) os dados são compreensíves e consstentes, englobando toda a atvdade formal da economa de um país ou regão; b) a economa pode ser analsada como 3

4 um complexo de dferentes atvdades nter-relaconadas; c) os dados permtem que se faça uma decomposção da mudança estrutural de manera a dentfcar as fontes da mudança e a dreção de sua magntude; d) permte também mensurar os efetos dretos e ndretos dos componentes da demanda sobre determnado setor produtvo na geração de renda e emprego. Por conta dessas característcas, a lteratura tem consagrado as matrzes nsumoproduto como base de dados para dentfcar as fontes do crescmento de um sstema econômco. Com esses fns, para a decomposção do crescmento e da mudança estrutural da economa do Ro Grande do Sul utlzaram-se como referencas os modelos utlzados por CHENERY (1960), KUBO et al (1986), SCATOLIN (1993), CONTRI (1995), MORAES (1999 e 2003), FREITAS (2003) e KUPFER (2003). 2.1. Fontes do crescmento do valor bruto da produção Tradconalmente, a decomposção das fontes de crescmento e mudança estrutural apresenta cnco termos: o efeto da demanda doméstca fnal (DD), o efeto das exportações (EE), o efeto da substtução de mportações de bens fnas (SI df), o efeto da substtução de mportações de bens ntermedáros (SI c) e o efeto da mudança tecnológca (IO). Contudo, para esta pesqusa, dada a dsponbldade dos dados desagregados das exportações da economa gaúcha, o componente exportação fo decomposto em efetos das exportações nternaconas (EEI) e efetos das exportações nterestaduas (EEN). A varação do valor bruto da produção, decomposta por suas fontes de crescmento, pode ser expressa de forma smplfcada pela segunte equação matrcal: f f w w X = R2û2 D f + R2 EI + R2 EN + R2 û2 D + R2 û2 W + R2û2 AX (1) Onde: R2 - matrz nversa de Leontef doméstca do ano fnal ( 1 I Ad), sendo Ad û w. A = ; f û 2 - dagonalzação do vetor de coefcentes naconas da demanda doméstca fnal do ano fnal; D f - varação da demanda doméstca fnal; EI - varação das exportações nternaconas; EN f û 2 - varação das exportações nterestaduas; - varação da matrz de coefcentes naconas da demanda doméstca fnal; D - demanda doméstca fnal do ano ncal; w û 2 - varação da matrz de coefcentes naconas da demanda ntermedára; W - demanda ntermedára do ano ncal; w û 2 - dagonalzação do vetor de coefcentes naconas da demanda ntermedára do ano fnal; 4

5 A - varação da matrz de coefcentes técncos; X - valor bruto da produção do ano ncal. Os ses termos do lado dreto da equação (1) fornecem a decomposção das fontes de crescmento do valor bruto da produção no tempo: a) o prmero termo representa o efeto da demanda doméstca fnal (DD); b) o segundo termo, o efeto da expansão das exportações nternaconas (EEI); c) o tercero termo, o efeto da expansão das exportações nterestaduas (EEN); d) o quarto termo, o efeto da substtução de mportações de bens fnas (SI df); e) o qunto termo, o efeto da substtução de mportações de bens ntermedáros (SI c); f) o sexto termo, o efeto de modfcação da matrz de coefcentes técncos ou mudança tecnológca (IO). A modfcação na matrz de coefcentes técncos é comumente chamada de mudança tecnológca, pos está relaconada, em parte, a novos processos produtvos que promovem a redução do volume de nsumos por undade de produto ou a substtução por outros nsumos. Contudo, cabe salentar que essa modfcação pode ser resultado de alterações na estrutura de preços relatvos dos nsumos, nfluencada por alterações no custo da mão de obra, choques de oferta, na estrutura tarfára ou no ambente regulatóro. Em alguns casos, mudanças nsttuconas que aumentem a efcênca alocatva, como uma abertura comercal e uma desregulamentação, podem ser responsáves pela alteração na composção dos nsumos de uma ndústra. Por fm, o nível de agregação das atvdades ndustras pode nfluencar no comportamento da matrz de coefcentes técncos por causa do crescmento dferencado entre as subatvdades agregadas num mesmo grupo (MORAES, 2003). Apesar da dfculdade de se dentfcar a mudança tecnológca, ela não mpacta o escopo da presente análse, pos o efeto desse fator fo nterpretado com precaução. 2.2. Fontes da mudança estrutural ou desvo do crescmento proporconal A decomposção da mudança estrutural ou desvo do crescmento proporconal é dervado da equação de decomposção do crescmento: δx = X 2 λx (2.a) onde λ é o crescmento proporconal; ou δx f f w w = R2 û2 δd f + R2δEI + R2δEN + R2 û2 λd + R2 û2 λw + R2û2 AλX (2.b) onde λ = Y1/ Y 0 representa a taxa de crescmento da economa no período. A varável Y representa a renda ou o produto. Na equação (2.b), os desvos (δ ) substtuem as varações ( ), ao passo que os três últmos termos, medndo substtução de mportações e mudança tecnológca, são dêntcos aos da equação (1). Entretanto, conforme explctado por Kubo (op. ct.), modfcações na matrz de coefcentes técncos mplcam que as varações na renda naconal e no valor bruto da produção não serão proporconas. Para que o total dos desvos de X fosse gual a zero, o elemento λ fo obtdo pela varação proporconal de X entre dos anos. Os termos do lado dreto da equação (2.b) fornecem os componentes das fontes de 5

6 mudança estrutural do valor bruto da produção no tempo. A denomnação desses componentes é semelhante à das fontes de crescmento do valor bruto da produção. O prmero, o segundo e o tercero termo referem-se a desvos na demanda fnal (DD) nas exportações nternaconas (EEI) e nterestaduas (EEN); o quarto e o qunto termos são a alteração da partcpação das mportações de produtos fnas (SI df) e ntermedáros (SI c) no mx do produto e o últmo termo traduz a alteração na matrz de coefcentes técncos (OI). 2.3. Fontes de crescmento no emprego Do ângulo da análse de decomposção, as mudanças na estrutura de emprego são bascamente devdas à combnação de dos fatores: mudanças em razão da produtvdade da mão de obra e mudanças em razão da expansão do produto. Como na decomposção das prncpas fontes de crescmento do produto (equação 1), é possível decompor as mudanças no emprego devdo à expansão do produto em seus ses prncpas componentes: expansão da exportação nternaconal e nterestaduas, expansão da demanda doméstca, substtução de mportação de bens ntermedáro e fnal e mudanças nos coefcentes de nsumo produto. Com a razão setoral de emprego-produto defnda como l, a segunte equação pode ser obtda para a varação de emprego em dos anos: L = L l l (3) 2 L1 = X + X 2 onde: l X = mudança no emprego devdo à expansão do produto lx = mudança no emprego devdo à produtvdade da mão de obra Assm, analogamente à equação (1), as fontes de crescmento do emprego podem ser descrtas como: f w L= l R 2 uˆ2 D f + l R2 EI + l R2 EN + l R u2 D + l R u2 W + l R 2 uˆ2 AX + lx (4) 2 ˆ Como X pode ser decomposto em ses efetos, o total de mudanças no emprego pode ser decomposto em sete efetos: expansão de demanda fnal (DD), expansão de exportações nternaconas (EEI), expansão de exportação nterestaduas (EEN), substtução de mportação de bens fnas (SI df), substtução de mportação de bens ntermedáros (SI c), mudanças nos coefcentes de nsumo-produto (IO), mudanças na razão de empregoproduto (crescmento na produtvdade do trabalho). 2.4. Fonte e natureza dos dados Como base de dados foram utlzadas as matrzes de nsumo-produto do Ro Grande do Sul construídas pela Fundação de Economa e Estatístca (FEE) para os anos de 1998 e 2003. Orgnalmente, a dmensão setoral das matrzes de 1998 e 2003 é de 27 x 27 e de 44 x 44 setores, respectvamente. Com o fm de compatblzar a comparação dassas chegou-se a uma agregação de 27 x 27 setores. A tecnologa adotada nas matrzes é setor x setor a preços báscos, com tecnologa baseada na ndústra, estando seus valores em mlhões de reas de 2009. As tabelas foram deflaconadas utlzando-se o deflator do PIB gaúcho a preços de f 2 ˆ w 6

7 mercado. Para a análse dos resultados da decomposção das fontes de crescmento e de mudança estrutural o nível setoral fo agrupado em sete setores, conforme Anexo A, dstrbuídos em: Setor Agrcultura (Agrc); Setor Bens de Produção (BensPr); Setor Bens de Consumo Durável (ConsDu); Setor Bens de Consumo Não Durável (CNDur); Setor de Servços Industras de Utldade Públca (Sup); Setor Construção Cvl (Constr); Setor Servços (Serv). Entretanto, nos Anexos B a F apresentam-se resultados da decomposção do crescmento para um nível de desagregação de 27 setores. Para a obtenção da taxa méda de crescmento anual do VBP e pessoal ocupado utlzouse a taxa logarítmca de crescmento: taxa de crescmento anual = (ln( X 2 / X1) /( n 1)) * 100, onde (n-1) é o número de anos analsado menos um. 3. O Comportamento do Valor Bruto da Produção da Economa Gaúcha Os anos 90 foram caracterzados pela abertura da economa braslera às mportações, pelo plano naconal de modernzação ndustral, pelo fm do processo nflaconáro, pelo aumento da oferta nterna de bens, com base da âncora cambal, e pelas taxas de câmbo favoráves pós-plano Real. Consderando que a economa do Ro Grande do Sul sempre esteve nserda nas polítcas macroeconômcas e setoras da economa braslera e hstorcamente artculada ao mercado nternaconal, por dspor de um dnâmco segmento exportador, pode-se afrmar que o Plano Real representou, nos anos 90, um dvsor de águas para o desempenho da economa do Ro Grande do Sul. Isso porque, segundo ALONSO (2003), as taxas de crescmento do produto estadual, quando comparadas com as do país, mostram a ocorrênca de duas nversões no comportamento das taxas relatvas ao país e ao estado em apenas uma década (Tabela 1). As nflexões ocorrem justamente no níco da mplantação do Plano de Establzação (1994) e no fnal de sua fase de concepção orgnal (1998). As condções adversas para a economa gaúcha somente começaram a mudar a partr da maxdesvalorzação de janero de 1999. Tabela 1: Taxas médas anuas de crescmento do PIB do Ro Grande do Sul. Período 1990 a 2001. Em percentuas. Período Brasl Ro Grande do Sul 1990-1993 1,78 5,48 1994-1998 2,56 0,17 1999-2001 2,88 3,77 Fonte: FEE, IBGE. Nesse contexto, embora a análse do crescmento econômco da economa gaúcha esteja focada no VBP, cabe salentar que, em termos de PIB, no período correspondente entre 1998 e 2003 a economa apresentou uma varação percentual de 20,18%, o que equvale a uma taxa méda de crescmento de 3,68% a.a. (Tabela 2). Essa expansão do produto não só corrobora o período de recuperação da economa do estado pós-plano Real, mas também mostra que o crescmento contnuou nos prmeros anos de 2000. Já, quando analsada a evolução do VBP, como esperado concetualmente, a varação percentual no período analsado fo de 69,04%, a uma taxa de crescmento de 10,50% a.a. 7

8 Tabela 2- Evolução do Valor Bruto da Produção (VBP) e do Produto Interno Bruto (PIB) na economa do Ro Grande do Sul entre 1998 e 2003. Em mlhões de reas de 2009. Matrz Insumo Produto Valor Bruto da Produção (VBP) Nomnal Real 1998 99.334,63 231.309,80 2003 277.018,82 391.005,18 Varação percentual 69,04 Taxa de crescmento anual 10,50 Matrz Insumo Produto Produto Interno Bruto (PIB) Nomnal Real 1998 60.319,71 140.459,98 2003 119.593,65 168.803,46 Varação percentual 20,18 Taxa de crescmento anual 3,68 Fonte: dados da pesqusa com base no MIP do Ro Grande do Sul dos anos de 1998 e 2003 A análse setoral, conforme a Tabela 3, evdenca que o crescmento dos setores BensPr (22,23% a.a), ConsDu (14,62% a.a), CNDur (13,23% a.a) e Agrc (11,02% a.a) fo acma da taxa de crescmento anual da economa gaúcha (10,50% a.a). Se consderarmos que a Constr é um setor-chave da economa por apresentar multplcador de renda elevado, chama a atenção que, dentre os três setores com crescmento abaxo da méda, sua taxa de crescmento tenha sdo negatva (-9,79% a.a). No tocante à varação total dos valores monetáros, verfca-se que o setor BensPr teve um acréscmo líqudo de 203,91%, consttundo-se como o mas dnâmco na evolução do VBP. Esse fato levou a que sua contrbução para a expansão total do período fosse de 34,78%. Tabela 3- Evolução setoral do Valor Bruto da Produção (VBP) na economa do Ro Grande do Sul entre 1998 e 2003. Em mlhões de reas de 2009. SETORES VBP 1998 VBP 2003 Varação setoral do VBP Valores Percentual Taxa de crescmento anual (%) Contrbução para varação total (%) Agrc 21837,86 37893,28 16055,42 73,52 11,02 10,05 BensPr 27235,24 82771,76 55536,52 203,91 22,23 34,78 ConsDu 17303,13 35943,23 18640,10 107,73 14,62 11,67 CNDur 33466,94 64842,27 31375,33 93,75 13,23 19,65 Sup 5727,20 7175,18 1447,98 25,28 4,51 0,91 Constr 17174,28 10528,74-6645,54-38,69-9,79-4,16 Serv 108565,15 151850,72 43285,56 39,87 6,71 27,11 TOTAL 231309,80 391005,18 159695,38 69,04 10,50 100,00 Fonte: dados da pesqusa Em termos de contrbução para a geração de VBP, em segundo lugar destaca-se o setor Serv; com 27,11%, embora tenha apresentado uma taxa de crescmento (6,71% a.a.) abaxo da méda. Na sequênca, os setores CNDur e ConsDu contrbuíram com 19,65% e 11,67%, respectvamente, demonstrando, em conjunto, um peso consderável de 31,32%. O conjunto de nformações da contrbução total da varação do VBP mostra que os setores Servços (Sup e Serv) partcpam com 28,02%; os setores Indústra (BensPr, CNDur, ConsDu, Constr), com 61,94% e o setor Agrcultura, com 10,05%. Portanto, na agregação 8

9 setoral desta pesqusa a ndústra como um todo se consttu no carro-chefe da economa gaúcha, apesar do desempenho negatvo do setor Constr. 3.1. A decomposção estrutural das fontes do crescmento do VBP A questão é: que componentes estruturas explcam o crescmento do VBP gaúcho entre 1998 e 2003? Apresentam-se a segur, na Tabela 4, os resultados de cada componente do crescmento econômco, organzados da segunte manera: demanda doméstca fnal (DD); Exportações nternaconas (EEI); Exportações nterestaduas (EEN); Substtução de mportações de produtos fnas (SI df); Substtução de mportações de produtos ntermedáros (SI c) e Mudança tecnológca (IO). As fontes de crescmento evdencam que o aumento da demanda doméstca fnal (DD) tem a menor mportânca relatva, uma vez que representa somente 4,92% do crescmento do VBP do período. O processo de expansão do VBP estadual tem como prncpal fonte a expansão das exportações nterestaduas (EEN), com 26,99%, e nternaconas (EEI), com 13,53%, já que respondem em conjunto por 40,52% do crescmento estadual no período, revelando que as condções externas passaram a ser mas favoráves à economa gaúcha. Note-se que a componente exportação nterestadual apresenta-se sgnfcatvamente mas dnâmca que a componente exportação nternaconal. O segundo fator mas mportante da expansão do VBP estadual deveu-se ao efeto da substtução de mportações de produtos ntermedáros (17,27%) e produtos fnas (12,74%), explcando 30,30% da expansão total. É um claro snal da estratégca de crescmento voltada para o aprmoramento da produção adaptada ao perfl de consumo nterno. Esse ndcador mostra, por um lado, que o crescmento está dado majortaramente pela produção de bens ntermedáros (SI c) que entram no sstema produtvo. Assm, estes dos componentes - substtução de mportações (30,30%) e aumento das exportações (40,52%) -, de forma conjunta, respondem por 70,82% do crescmento do Ro Grande do Sul do período. De fato, a partr de 1999, com a taxa de câmbo favorável, o encarecmento das mportações favoreceu a produção para o consumo doméstco. Tabela 4- Decomposção das fontes de crescmento total e setoral (7 setores) do Valor Bruto da Produção (VBP) da economa do Ro Grande do Sul entre 1998 e 2001 - em percentual do VBP. SETORES DD EEI EEN SI df SI c IO TOTAL Agrc 0,85 3,18 3,23 0,99 0,66 1,14 10,05 BensPr (0,23) 2,70 7,68 4,17 9,33 11,12 34,78 ConsDu 0,08 0,33 2,30 2,89 4,29 1,79 11,67 CNDur 0,32 4,17 5,44 4,42 3,89 1,41 19,65 Sup 0,38 0,10 1,24 (0,84) (1,98) 2,01 0,91 Constr (5,55) 0,00 (0,04) (0,04) 0,25 1,22 (4,16) Serv 9,06 3,05 7,14 1,15 1,11 5,59 27,11 TOTAL 4,92 13,53 26,99 12,74 17,56 24,27 100,00 Fonte: dados da pesqusa Por sua vez, o efeto postvo da mudança tecnológca de 24,27% sgnfca um aumento do uso de nsumos em relação ao produto total, podendo refletr tanto uma perda de efcênca em razão do uso excessvo de nsumos ntermedáros, como um aumento da 9

10 efcênca em vrtude da especalzação extensva do processo de produção. Dada a dmensão das fontes de crescmento anterormente descrtas pode-se nferr que o efeto da mudança tecnológca, no caso do Ro Grande do Sul, deu-se em razão da segunda explcação, ou seja, um aumento da efcênca pela especalzação extensva do processo de produção. Em síntese, podemos afrmar, em termos agregados, que o perfl do crescmento econômco do estado no período está pautado pela pouca partcpação do mercado nterno, pela expansão ntensa das exportações, num contexto de sgnfcatvo avanço da substtução de mportações e mudança tecnológca dreconada à especalzação extensva do processo de produção, tudo sso no contexto dos mpactos de abertura comercal e taxas de câmbo favoráves pós-plano Real. Em termos setoras, o exercíco da decomposção mostra resultados bastante dversos (Tabela 4). O setor BensPr, com 34,78%, o setor Serv, com 27,11% e o setor CNDur, com 19,65%, foram os que mas cresceram no período. Os setores ConsDu (11,67%) e Agrc (10,05%) apresentaram um crescmento ntermedáro. O setor Sup cresceu 0,91% e a Constr apresentou uma sensível contração de -4,16%. Consderando que o Ro Grande do Sul é um grande exportador de produtos agropecuáros produzdos com tecnologas modernas, a decomposção das fontes de crescmento corrobora esse fato, uma vez que, dos 10,05% de contrbução do setor Agrc na expansão do VBP estadual, as exportações nternaconas (3,18%) e nterestaduas (3,23%) partcpam com 63,78% do crescmento da agropecuára estadual. O setor BensPr (34,78%), caracterzado por agregar a ndústra pesada do estado, fo o que mas cresceu no período. A fonte de crescmento va mudança tecnológca (11,12%) mostra que os graus de modernzação alcançados por este setor foram maores que os dos outros da economa. Esses ajustes provocaram transformações produtvas para responder à maor concorrênca nos mercados naconal e nternaconal: a retração do consumo doméstco (-0,23%), o crescmento da substtução de mportações de bens ntermedáros (9,33%) e bens fnas (4,17%), as exportações nterestaduas (7,68%) e nternaconas (2,70%), assocados à mudança tecnológca (11,12%), evdencam em conjunto esse ajuste. No contexto da abertura econômca, verfca-se que os graus de mudança tecnológca alcançados pelos setores ConsDu (1,79%) e CNDur (1,41%) foram menores que os do setor BensPr. Embora seja dfícl determnar com precsão quas setores ndustras já completaram esse processo de ajuste produtvo, observa-se que o crescmento do setor ConsDu está pautado, majortaramente, pela substtução de mportações de bens ntermedáros (4,29%) e bens fnas (2,89%). E o setor CNDur encontra como fonte de crescmento as exportações nterestaduas (5,44%) e nternaconas (4,17%) orundas da agrondústra, bem como a substtução de mportações de bens ntermedáros (3,89%) e fnas (4,41%). O setor Constr decresceu em - 4,16% e, dentre as fontes de crescmento, chama a atenção à contrbução negatva da demanda doméstca fnal (-5,55%). Na qualdade de setorchave do Ro Grande do Sul, a reatvação da construção cvl certamente terá um papel mportante na geração de renda e emprego. Fnalmente, o setor Serv (27,11%) apresenta o segundo maor crescmento da economa gaúcha no período. Esse crescmento se explca em grande parte, pela demanda doméstca fnal (9,06%) e pela mudança tecnológca (5,59%), evdencando que exste um processo em expansão de modernzação e de dversfcação dos servços prestados às famílas e empresas, bem como dos servços públcos e socas em geral (Anexo C). Não se pode esquecer, entretanto, o mportante papel do total das exportações (10,19%) para o crescmento do setor servços, em partcular daqueles assocados aos setores BensPr, ConsDu e CNDur em expansão, que demandam de servços empresaras, especalmente os de maor valor agregado. 10

11 3.2. A decomposção dos prncpas fatores da mudança estrutural No período em análse, as fontes postvas de mudança estrutural (Tabela 5) foram: a expansão da mudança tecnológca (16,76%), a substtução de mportações de bens ntermedáro (12,12%) e fnas (8,79%) e as exportações nternaconas (3,56%). A demanda doméstca fnal (-38,90%) e as exportações nterestaduas (-2,33%) tveram um efeto negatvo sobre o produto total. Os sentdos desses efetos combnam com o cenáro de abertura econômca e desvalorzação da taxa de câmbo, que provocaram concomtantemente, a retração do consumo doméstco fnal, a modfcação dos coefcentes técncos para a modernzação do sstema produtvo, a substtução de mportações de bens ntermedáro e fnas, com leve expansão das exportações nternaconas. Tabela 5- Decomposção das fontes de mudança estrutural total e setoral (7 setores) do Valor Bruto da Produção (VBP) da economa do Ro Grande do Sul entre 1998 e 2001 - em percentual do VBP. SETORES DD EEI EEN SI df SI c IO TOTAL Agrc (20,74) 14,90 (10,12) 7,25 4,83 8,35 4,48 BensPr (18,11) 6,70 1,89 24,47 54,72 65,21 134,87 ConsDu (13,41) (5,69) (24,96) 26,67 39,58 16,49 38,69 CNDur (13,20) 1,72 (10,15) 21,07 18,57 6,71 24,71 Sup (48,00) 0,60 26,37 (23,53) (55,22) 56,02 (43,76) Constr (120,24) 0,01 (0,81) (0,35) 2,34 11,31 (107,73) Serv (46,41) 3,25 2,44 1,69 1,64 8,22 (29,17) TOTAL (38,90) 3,56 (2,33) 8,79 12,12 16,76 (0,00) Fonte: dados da pesqusa Em termos setoras, os prncpas fatores de mudança estrutural assnalam o setor secundáro como o que mas cresceu, segudo de longe pelo prmáro e de forma negatva pelo tercáro. A ndústra dos setores BensPr, ConsDu e CNDur apresentou um forte desvo postvo, com destaque para o setor BensPr, que cresceu cerca de 134,87%, mas que a méda da economa. No outro extremo de desvos negatvos se encontram os setores Constr, Sup e Serv, destacando-se entre eles o setor Constr com um decréscmo de -107,73% menos, que a méda do estado. A Agrc consttu-se como o setor que apresenta a menor mudança estrutural da economa gaúcha, com um desvo de 4,48%. A Agrc teve suas prncpas fontes de mudança estrutural nas exportações nternaconas, na substtução de mportações de bens fnas e ntermedáros e na mudança tecnológca. Os setores BensPr, ConsDu e CNDur apresentam os resultados postvos mas relevantes do período, sendo as varáves substtução de mportações de bens fnas e ntermedáros e a mudança tecnológca as prncpas fontes de mudança estrutural da economa do Ro Grande do Sul. Os componentes da demanda doméstca fnal, tas como o consumo das famílas, gastos do governo e nvestmento, foram determnantes para a mudança estrutural desfavorável dos setores Constr, Sup e Serv, embora seja destacável o estímulo fornecdo pela mudança tecnológca. Deve-se destacar que a demanda doméstca fnal nfluencou negatvamente em todos os setores da economa, sto é, o mercado nterno do estado no período anda não apresenta a dnâmca necessára para alavancar sua economa. Contudo, o aumento da substtução de mportações nos BensPr, ConsDu e CNDur, acompanhado pelo aumento da mudança tecnológca em todos os setores, pode ser nterpretado como o surgmento de novos produtos e tecnologas orentadas para fortalecer o mercado nterno com orentação para o mercado exportador. 11

12 4. O Comportamento do Emprego da Economa Gaúcha Como mostra a Tabela 6, entre 1998 e 2003 o emprego total da economa gaúcha expandu-se de 4,9 mlhões para cerca de 5,9 mlhões de pessoas, correspondendo a um acréscmo líqudo de pouco mas de 1 mlhão de postos de trabalho, ou seja, 21,29% a mas em relação a 1998: a expansão dos novos empregos apresenta uma taxa de crescmento de 3,86% a.a. Tabela 6- Evolução setoral (7 setores) do pessoal ocupado na economa do Ro Grande do Sul entre 1998 e 2001. Varação setoral do emprego Contrbução para SETORES Empregos Empregos varação total em 1998 em 2003 do emprego Empregos Percentual percentual Taxa de crescmento anual Agrc 1.255.104 1.488.750 233.646 18,62 3,41 22,36 BensPr 162.168 192.528 30.360 18,72 3,43 2,91 ConsDu 304.763 351.035 46.272 15,18 2,83 4,43 CNDur 353.676 517.556 163.880 46,34 7,61 15,68 Sup 17.149 25.776 8.627 50,31 8,15 0,83 Constr 316.644 316.858 214 0,07 0,01 0,02 Serv 2.498.226 3.060.180 561.954 22,49 4,06 53,78 TOTAL 4.907.730 5.952.683 1.044.953 21,29 3,86 100,00 Fonte: dados da pesqusa No plano setoral, houve marcada dferença no comportamento do emprego entre os dversos setores, quando analsadas a varação setoral do emprego, suas taxas de crescmento e sua contrbução para a varação total. Em geral, todos os setores apresentaram geração líquda de empregos, destacando-se como os mas dnâmcos os setores Sup (50,31%), CNDur (46,34%) e Serv (22,49%), tanto em termos percentuas, estando acma da méda estadual, bem como em taxa de crescmento a.a. Contudo, em termos de contrbução para a geração total de empregos, o setor Serv destaca-se com o maor peso, contrbundo com 53,78% dos empregos crados no estado, segudo pelos setores Agrc, com 22,36% e CNDur, com 15,68%. Analsando comparatvamente a dnâmca do crescmento econômco e a contrbução para varação total do emprego, verfca-se que os setores mas dnâmcos foram pouco relevantes na contrbução líquda de empregos, com exceção do setor CNDur. 4.1. A decomposção estrutural das fontes do crescmento do emprego Apresentam-se a segur, na Tabela 7, os resultados obtdos para a contrbução de cada um dos componentes que explcam a varação do emprego na economa gaúcha entre 1998 e 2003. Nesse período, os resultados agregados mostram que, por conta da expansão da produção, a demanda doméstca respondeu por pouco mas de 1,68 mlhões de empregos e, em conjunto com as exportações, a substtução de mportações e a mudança tecnológca propcaram a ncorporação de pouco mas de 2,29 mlhões de trabalhadores, perfazendo um total de 3,98 mlhões de trabalhadores. Do outro lado da balança, a mudança devda à 12

13 produtvdade do trabalho (resultado da mudança de pessoas que trabalham menos a mudança devdo à expansão da produção) provocou a elmnação de pouco mas 2,9 mlhões de ocupações. De fato, esse ganho de produtvdade de 2,8 por trabalhador (2.937.501 / 1.044.953) no período mostra um ntenso aumento da efcênca do trabalho na economa gaúcha. Se esse processo de modernzação perdurar nos próxmos anos, dado o mperatvo da compettvdade, fca evdente que as taxas de crescmento da produção do Ro Grande do Sul, apesar da elmnação de empregos, deverão servr de referenca para o futuro em vrtude de serem capazes de gerar empregos líqudos. Tabela 7- Decomposção total e setoral (7 setores) do pessoal ocupado da economa do Ro Grande do Sul entre 1998 e 2001. SETORES DD EEI EEN SI df SI c IO Mudança devdo à expansão da produção Mudança devdo à produtvdade do trabalho Mudança de pessoas que trabalham Agrc 78.164 292.118 296.037 91.043 60.637 104.767 922.765 (689.119) 233.646 BensPr 1.610 11.248 44.297 53.138 50.627 50.849 211.769 (181.409) 30.360 ConsDu 2.774 7.251 24.149 39.780 90.399 61.371 225.724 (179.452) 46.272 CNDur 8.838 65.246 66.926 65.311 55.005 15.174 276.500 (112.620) 163.880 Sup 1.802 483 5.946 (4.035) (9.469) 9.607 4.336 4.291 8.627 Constr (163.394) 58 (1.299) (1.115) 7.400 35.825 (122.524) 122.738 214 Serv 1.755.515 128.699 317.851 34.105 12.939 214.775 2.463.885 (1.901.931) 561.954 Total 1.685.308 505.104 753.907 278.227 267.539 492.368 3.982.454 (2.937.501) 1.044.953 Fonte: dados da pesqusa Em termos setoras, os resultados da Tabela 7 são autoexplcatvos. No entanto, podemos destacar alguns tópcos de natureza mas prospectva. Chama a atenção a sgnfcatva contrbução postva da mudança tecnológca na explcação do crescmento do emprego no setor Agrc. Mesmo consderando a dmensão do número de empregos perddos em decorrênca da produtvdade do trabalho, o excelente desempenho das exportações e da substtução de mportações como gerador de empregos dretos e ndretos fo o prncpal responsável pelo bom desempenho do emprego no setor. Essas nformações sugerem que o processo de modernzação do campo gaúcho, motvado pelo rápdo desenvolvmento do agronegóco de exportação, de alta produtvdade, está bastante adantado e é provável que nos próxmos anos o setor Agrc permaneça gerando empregos líqudos. A ndústra dos setores BensPr, ConsDu e CNDur gerou empregos líqudos no período, embora se deva salentar que esses passaram por um ajuste, vsando responder ao acrramento da competção nos mercados externo e nterno, conforme mostra o número de empregos perddos pela maor produtvdade do trabalho na maora dos setores ndustras (Ver anexo F). Nos setores BensPr e ConsDu a substtução de mportações e a mudança tecnológca contrbuíram postvamente na expansão do emprego. Já no setor CNDur as exportações e a substtução de mportações foram fundamentas para a geração líquda de empregos. Parece ser dfícl estabelecer quas setores ndustras já termnaram o processo de ajuste produtvo; contudo, pelos resultados postvos da mudança tecnológca é possível entrever que nos próxmos anos os setores BensPr, ConsDu e CNDur deverão contrbur crescentemente para a geração de novos empregos. O setor Constr destaca-se pelo número de empregos desproporconalmente pequeno que apresenta se o consderarmos o mesmo como um setor-chave na geração de empregos. A título de comparação, conforme a Tabela 6, em 2003 o emprego da Construção cvl estava 13

14 próxmo do setor ConsDu e pouco mas da metade do setor CNDur, contudo, o efeto da expansão da demanda doméstca não somente sobre esses setores mas também sobre os demas setores, fo postvo dante de um resultado extremamente negatvo da construção cvl (Tabela 7). A reatvação do setor certamente terá um papel mportante na geração de empregos, em especal se essa reatvação nclur a construção habtaconal, saneamento e outras obras ntensvas em mão de obra. Fnalmente, o setor Serv concentra a maor geração de emprego, tendênca que deve permanecer pelos próxmos anos. Embora se deva destacar que, em razão da produtvdade do trabalho, fo perddo um número de empregos sgnfcatvo, tudo leva a crer que o maor potencal de geração líquda de emprego está na amplação e dversfcação dos servços pessoas e socas e, também, dos servços prestados às empresas, em partcular nas atvdades de comérco, com a aceleração da dfusão de tecnologas de nformação, como, por exemplo, o comérco eletrônco. 5. Conclusões Os anos 90, caracterzados pela abertura da economa braslera às mportações, pelo plano naconal de modernzação ndustral, pelo fm do processo nflaconáro, pelo aumento da oferta nterna de bens, com base da âncora cambal, e pelas taxas de cambo favoráves pós-plano real, craram condções para um longo processo de modernzação das atvdades produtvas. Nesse contexto, este artgo teve como objetvo analsar as fontes de crescmento e a mudança estrutural da economa do Ro Grande do Sul no período de 1998 e 2003. Para tanto, utlzou-se um modelo nsumo-produto clássco de decomposção das fontes de crescmento e mudança estrutural. As varáves utlzadas para análse foram o VBP e o emprego. Consderando que a economa do Ro Grande do Sul sempre esteve nserda nas polítcas macroeconômcas e setoras da economa braslera e artculada ao mercado nternaconal, por deter um dnâmco segmento exportador, verfcou-se com a decomposção estrutural das fontes do crescmento do VBP que o crescmento econômco do estado no período está pautado pela pouca partcpação do mercado nterno, pela expansão ntensa das exportações, num contexto de sgnfcatvo avanço da substtução de mportações, e pela mudança tecnológca dreconada à especalzação extensva do processo de produção. Em termos setoras, a decomposção das fontes de crescmento mostrou que o Ro Grande do Sul é um grande exportador nternaconal e nterestadual de produtos agropecuáros produzdos com tecnologas modernas. O setor Bens de Produção, caracterzado por agregar a ndústra pesada do estado, fo o que mas cresceu no período. A retração do consumo doméstco e o crescmento da substtução de mportações e das exportações assocados aos maores níves de mudança tecnológca evdencam que os graus de modernzação alcançados por este setor para responder à maor concorrênca nos mercados foram maores que os dos outros da economa. Embora seja dfícl determnar com precsão quas setores ndustras já completaram esse processo de ajuste produtvo, observou-se que o crescmento do setor Consumo Durável está pautado, majortaramente, pela substtução de mportações. O setor Consumo não Durável encontra como fonte de crescmento as exportações orundas da agrondústra, bem como a substtução de mportações. Chama a atenção o decréscmo do setor Construção Cvl, em partcular à contrbução negatva da demanda doméstca fnal. Fca a expectatva de que a reatvação da construção cvl no futuro terá um papel mportante na geração de renda e emprego. 14

15 O setor Servços apresentou o segundo maor crescmento da economa gaúcha decorrente dos processos de modernzação e de dversfcação dos servços, bem como do total das exportações, em partcular aqueles assocados aos setores Bens de Produção, de Consumo Durável e Consumo não Durável em expansão, que demandam de servços empresaras. A análse da decomposção dos prncpas fatores da mudança estrutural evdencou como fontes postvas de mudança estrutural a substtução de mportações, a mudança tecnológca e as exportações nternaconas. A demanda doméstca fnal e as exportações nterestaduas tveram um efeto negatvo sobre o VBP total. Os sentdos desses efetos combnam com o cenáro de abertura econômca e desvalorzação da taxa de cambo pós-plano Real, que provocou, concomtantemente, a retração do consumo doméstco fnal, a modfcação dos coefcentes técncos para a modernzação do sstema produtvo, a substtução de mportações de bens ntermedáro e fnas, com leve expansão das exportações nternaconas. Em termos setoras, os prncpas fatores de mudança estrutural assnalam a ndústra dos setores Bens de Produção, Consumo Durável e Consumo não Durável como a que mas cresceu, seguda de longe pelo setor Agrcultura e, de forma negatva, pelos setores Construção, Servços de Utldade Públca e Servços. Deve-se destacar que a demanda doméstca fnal nfluencou negatvamente em todos os setores da economa, sto é, o mercado nterno do estado no período anda não apresenta a dnâmca necessára para alavancar sua economa. Contudo, o aumento da substtução de mportações nos Bens de Produção, Consumo Durável e Consumo não Durável, acompanhado pelo aumento da mudança tecnológca em todos os setores, pode ser nterpretado como o surgmento de novos produtos e tecnologas orentadas para fortalecer o mercado nterno com orentação para o mercado exportador. A análse dos componentes da demanda agregada que explcam a varação do emprego na economa gaúcha evdenca, por conta da expansão da produção e da mudança devdo à produtvdade do trabalho, um saldo postvo de empregos, na ordem de 1,68 mlhões de empregos. Esse saldo postvo denota ganhos de produtvdade na ordem de 2,8 por trabalhador no período, fato que mostra um ntenso aumento da efcênca do trabalho na economa do RS. Os resultados sugerem também, dadas as mudanças tecnológcas postvas em todos os setores, que as taxas de crescmento da economa gaúcha são compatíves com a geração de empregos líqudos. Em termos setoras, mesmo consderando a dmensão do número de empregos perddos em decorrênca da produtvdade do trabalho no setor Agrcultura, verfcou-se que o excelente desempenho das exportações e a substtução de mportações como gerador de empregos foram os prncpas responsáves pelo bom desempenho do emprego no setor. Essas nformações sugerem que seu processo de modernzação está bastante adantado, sendo provável que nos próxmos anos permaneça gerando empregos líqudos. A ndústra dos setores Bens de Produção, Consumo Durável e Consumo não Durável gerou empregos líqudos no período, embora se deva salentar, em função do número de empregos perddos pela maor produtvdade do trabalho, que esses passaram por um ajuste vsando responder ao acrramento da competção nos mercados. Pelos resultados postvos da mudança tecnológca é possível entrever que nos próxmos anos esses setores deverão contrbur crescentemente para a geração de novos empregos. O setor Construção destaca-se pelo número de empregos desproporconalmente pequenos que apresenta. A reatvação do setor certamente terá um papel mportante na geração de empregos, em especal se essa reatvação nclur a construção habtaconal, saneamento e outras obras ntensvas em mão de obra. Fnalmente, o setor Servços concentra a maor geração de emprego, tendênca que deve permanecer pelos próxmos anos. Tudo leva a crer que o maor potencal de geração líquda de emprego está na amplação e na dversfcação dos servços pessoas e socas e, também, 15

16 dos servços prestados às empresas, em partcular, nas atvdades de comérco tecnologas de nformação. Em síntese, pelo conjunto de nformações geradas, pode-se afrmar que os mpactos exercdos pelos componentes da demanda agregada sobre os dversos setores produtvos sugerem que as polítcas econômcas da época contrbuíram com a modernzação da economa gaúcha, caracterzada pela mudança tecnológca dreconada ao aumento ntenso da efcênca e produtvdade da produção e da mão de obra. Partcularmente, a expansão da agrcultura de exportação, o aumento do comerco nterestadual dos setores de bens de produção, de consumo duráves e não duráves e os aumentos da produtvdade do trabalho sugerem que o crescmento se deu em função do ncremento das exportações, da substtução de mportações e da mudança tecnológca. 16

17 ANEXOS ANEXO A- Agregação setoral e compatblzação das MIP do Ro Grande do Sul de 1998 e 2001. AGREGAÇÃO SETORIAL DA PESQUISA COMPATIBILIZAÇÃO DAS ATIVIDADES DA MIP DO RIO GRANDE DO SUL CÓDIGO SETORES CÓDIGO SETORES I Agrcultura (Agrc.) 01 Agropecuára II III IV Bens de produção (BensPr) Bens de consumo duráves (ConsDu) Bens de consumo não duráves (CNDur) 02 Indústras metalúrgcas 03 Máqunas e tratores 04 Materal elétrco e eletrônco 07 Papel e gráfca 08 Indústra químca 09 Indústra Petroquímca 05 Materal de transporte 06 Madera e mobláro 17 Demas ndústras 10 Calçados, couros e peles 11 Benefcamento de produtos vegetas 12 Indústra do fumo 13 Abate de anmas 14 Indústra de latcínos 15 Fabrcação de óleos vegetas 16 Demas ndústras almentares V Servços ndustras de utldade públca (Sup) 18 Servços ndustras de utldade públca VI Construção cvl (Constr) 19 Construção cvl VII Servços (Serv) Fonte: dados da pesqusa 20 Comérco 21 Transportes 22 Comuncações 23 Insttuções fnanceras 24 Servços prestados às famílas e empresas 25 Aluguel de móves 26 Admnstração públca 27 Servços prvados não-mercants 17

18 ANEXO B- Evolução setoral do VBP na economa do Ro Grande do Sul entre 1998 e 2001. Em mlhões de reas de 2009. SETORES VBP 1998 VBP 2003 Varação setoral do VBP Valores Percentual Taxa de crescmento anual (percentual) Contrbução para varação total (Percentual) 01 Agropecuára 21837,86 37893,28 16055,42 73,52 11,02 10,05 02 Indústras metalúrgcas 5079,30 9363,31 4284,01 84,34 12,23 2,68 03 Máqunas e tratores 5454,28 14811,20 9356,92 171,55 19,98 5,86 04 Materal elétrco e 2412,61 5357,83 2945,22 122,08 15,96 1,84 eletrônco 05 Materal de transporte 4302,84 15040,76 10737,91 249,55 25,03 6,72 06 Madera e mobláro 3476,23 5478,63 2002,40 57,60 9,10 1,25 07 Papel e gráfca 3485,22 4171,37 686,15 19,69 3,59 0,43 08 Indústra químca 3282,82 13008,21 9725,39 296,25 27,54 6,09 09 Indústra Petroquímca 7521,02 36059,85 28538,84 379,45 31,35 17,87 10 Calçados, couros e peles 9713,40 13821,89 4108,49 42,30 7,05 2,57 11 Benefcamento de 5086,24 9124,55 4038,31 79,40 11,69 2,53 produtos vegetas 12 Indústra do fumo 2846,90 6042,38 3195,48 112,24 15,05 2,00 13 Abate de anmas 5448,46 11934,61 6486,15 119,05 15,68 4,06 14 Indústra de latcínos 2937,10 3065,50 128,39 4,37 0,86 0,08 15 Fabrcação de óleos 2702,57 8261,46 5558,89 205,69 22,35 3,48 vegetas 16 Demas ndústras 4732,27 12591,88 7859,60 166,09 19,57 4,92 almentares 17 Demas ndústras 9524,06 15423,84 5899,79 61,95 9,64 3,69 18 Servços ndustras de 5727,20 7175,18 1447,98 25,28 4,51 0,91 utldade públca 19 Construção cvl 17174,28 10528,74-6645,54-38,69-9,79-4,16 20 Comérco 19967,61 28948,78 8981,17 44,98 7,43 5,62 21 Transportes 11523,61 15047,33 3523,72 30,58 5,34 2,21 22 Comuncações 4449,38 7470,77 3021,39 67,91 10,36 1,89 23 Insttuções fnanceras 10621,23 12879,33 2258,10 21,26 3,86 1,41 24 Servços prestados às 18152,54 29190,18 11037,64 60,80 9,50 6,91 famílas e empresas 25 Aluguel de móves 17948,56 23899,18 5950,62 33,15 5,73 3,73 26 Admnstração públca 25137,51 30610,64 5473,14 21,77 3,94 3,43 27 Servços prvados não- 764,72 3804,51 3039,79 397,50 32,09 1,90 mercants TOTAL 231309,80 391005,18 159695,38 69,04 10,50 100,00 Fonte: dados da pesqusa 18

19 ANEXO C- Decomposção das fontes de crescmento total e setoral (27 setores) do VBP da economa do Ro Grande do Sul entre 1998 e 2001 - em percentual do VBP. SETORES DD EEI EEN SI df SI c IO TOTAL 01 Agropecuára 0,85 3,18 3,23 0,99 0,66 1,14 10,05 02 Indústras metalúrgcas (0,06) (0,04) 0,66 0,35 0,55 1,22 2,68 03 Máqunas e tratores 0,04 0,40 0,96 3,00 1,45 0,02 5,86 04 Materal elétrco e eletrônco 0,07 0,05 0,54 0,59 0,54 0,05 1,84 05 Materal de transporte 0,00 0,19 2,05 2,32 2,19 (0,02) 6,72 06 Madera e mobláro 0,03 0,27 (0,15) 0,48 0,50 0,12 1,25 07 Papel e gráfca 0,10 0,07 0,14 (0,09) (0,23) 0,44 0,43 08 Indústra químca 0,09 0,45 1,05 0,30 1,88 2,32 6,09 09 Indústra Petroquímca (0,47) 1,76 4,33 0,02 5,15 7,08 17,87 10 Calçados, couros e peles 0,09 1,40 0,17 0,40 0,56 (0,04) 2,57 11 Benefcamento de produtos vegetas (0,09) (0,03) 1,96 0,27 0,42 (0,01) 2,53 12 Indústra do fumo - 0,76 0,23 0,58 0,43-2,00 13 Abate de anmas 0,26 1,28 1,20 0,65 (0,13) 0,81 4,06 14 Indústra de latcínos (0,27) 0,01 (0,10) 0,15 0,10 0,19 0,08 15 Fabrcação de óleos vegetas 0,09 1,16 0,79 0,28 0,89 0,27 3,48 16 Demas ndústras almentares 0,25 (0,42) 1,18 2,09 1,63 0,19 4,92 17 Demas ndústras 0,05 (0,14) 0,40 0,10 1,60 1,69 3,69 18 Servços ndustras de utldade públca 0,38 0,10 1,24 (0,84) (1,98) 2,01 0,91 19 Construção cvl (5,55) 0,00 (0,04) (0,04) 0,25 1,22 (4,16) 20 Comérco (2,60) 1,66 4,06 0,66 0,47 1,39 5,62 21 Transportes (1,21) 0,53 1,32 0,14 0,58 0,85 2,21 22 Comuncações 0,42 0,05 (0,14) 0,14 0,17 1,25 1,89 23 Insttuções fnanceras 0,25 0,48 0,99 0,42 0,41 (1,13) 1,41 24 Servços prestados às famílas e empresas 4,71 0,27 0,74 (0,20) (0,53) 1,93 6,91 25 Aluguel de móves 2,16 0,07 0,17 (0,01) 0,03 1,30 3,73 26 Admnstração públca 3,43 - - (0,00) - - 3,43 27 Servços prvados nãomercants 1,90 - - - - - 1,90 TOTAL 4,92 13,53 26,99 12,74 17,56 24,27 100,00 Fonte: dados da pesqusa 19

20 ANEXO D- Decomposção das fontes de mudança estrutural total e setoral (27 setores) do VBP da economa do Ro Grande do Sul entre 1998 e 2001 - em percentual do VBP. SETORES DD EEI EEN SI df SI c IO TOTAL 01 Agropecuára (20,74) 14,90 (10,12) 7,25 4,83 8,35 4,48 02 Indústras metalúrgcas (11,48) (9,94) (29,87) 11,03 17,17 38,40 15,30 03 Máqunas e tratores 0,23 (2,33) (26,14) 87,85 42,35 0,55 102,51 04 Materal elétrco e (3,43) (2,28) (19,65) 39,28 36,04 3,08 53,04 eletrônco 05 Materal de transporte (0,85) (3,57) 18,68 85,94 81,13 (0,81) 180,51 06 Madera e mobláro (12,56) 4,41 (53,85) 22,00 22,92 5,65 (11,44) 07 Papel e gráfca (22,40) (4,26) (27,77) (4,17) (10,72) 19,97 (49,35) 08 Indústra químca (10,96) 12,92 6,78 14,39 91,43 112,65 227,21 09 Indústra Petroquímca (41,74) 29,74 62,20 0,50 109,33 150,39 310,41 10 Calçados, couros e peles (3,10) (7,24) (31,44) 6,60 9,16 (0,73) (26,74) 11 Benefcamento de (8,68) (1,85) (0,40) 8,32 13,21 (0,25) 10,36 produtos vegetas 12 Indústra do fumo - 1,19 (14,46) 32,48 23,99-43,20 13 Abate de anmas (18,06) 24,50 4,68 19,13 (3,94) 23,69 50,01 14 Indústra de latcínos (49,48) 0,58 (39,79) 8,08 5,40 10,54 (64,67) 15 Fabrcação de óleos (17,06) 49,84 18,76 16,41 52,80 15,90 136,65 vegetas 16 Demas ndústras (16,43) (28,76) 10,44 70,55 54,94 6,30 97,05 almentares 17 Demas ndústras (19,39) (10,34) (34,12) 1,60 26,89 28,27 (7,09) 18 Servços ndustras de (48,00) 0,60 26,37 (23,53) (55,22) 56,02 (43,76) utldade públca 19 Construção cvl (120,24) 0,01 (0,81) (0,35) 2,34 11,31 (107,73) 20 Comérco (77,26) 10,28 22,84 5,27 3,72 11,09 (24,06) 21 Transportes (57,72) 6,62 (9,19) 1,94 8,05 11,84 (38,46) 22 Comuncações (33,89) 0,59 (23,63) 5,02 5,94 44,85 (1,13) 23 Insttuções fnanceras (43,95) 2,86 (2,14) 6,27 6,11 (16,93) (47,78) 24 Servços prestados às (22,35) 1,65 1,94 (1,74) (4,69) 16,95 (8,23) famílas e empresas 25 Aluguel de móves (48,50) 0,44 0,44 (0,06) 0,26 11,55 (35,89) 26 Admnstração públca (47,25) - - (0,01) - - (47,27) 27 Servços prvados não- 328,46 - - - - - 328,46 mercants TOTAL (38,90) 3,56 (2,33) 8,79 12,12 16,76 - Fonte: dados da pesqusa 20