Teorias de Consumo Voluntário em Ruminantes

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Transcrição:

UNIVERSIDADE FEDERAL DO MATO GROSSO/ CAMPUS DE SINOP CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS E AMBIENTAIS Teorias de Consumo Voluntário em Ruminantes Douglas dos Santos Pina

Introdução A maioria do animais de interesse zootécnico (ruminantes ou não-ruminantes), são alimentados ad libitum, ou seja eles possuem alimentos disponívies, para o consumo, durante quase todo o tempo (24 horas).

Introdução A ingestão diária de alimentos é o principal fator afetando a performance animal e eficiência produtiva; Formulação de dietas; Predição da performance animal; Planejamento e controle dos sistemas de produção; Efeitos deletérios da sub ou super alimentação; e Competição com a espécie humana por alimentos.

Custo com a Alimentação em Confinamento 1 7 63 29 Sanidade Operacional Alimentação Boi Magro

Custo com a Alimentação O nutricionista tem como principal objetivo, satisfazer o requerimento de nutrientes do animal, com uma dieta, em quantidade e qualidade adequadas, há um custo compensatório. IVA? A quantidade de alimento ingerida pelo animal ou, por um grupo de animais, durante um determinado período de tempo (24 horas), no qual os animais tenham livre acesso ao alimento.

Regulação da IV de Alimentos IVA Curta Longa Refere-se a eventos diários (24 horas) que afetam o intervalo de refeições (freqüência) e tamanho das refeições. É regulado por estímulos sensoriais (psicogênicos), de distensão do TGI, químicos, metabólicos e neuro-hormonais que afetam os sinais de fome e saciedade. Os quais regulam os processos envolvidos com o início e o término de cada refeição. Regulam os processos envolvidos na manutenção da reservas corporais de energia.

Comunicação entre os Orgãos e SNC Hipotálamo Recebe sinais do TGI, os quais enviam informações sensoriais sobre: Enchimento Gástrico; [glicose, AA s, ácidos graxos]; Hormônios do TGI; e Hormônios do T. Adiposo

Teorias quimiostáticos: - Teoria glicostática - Teoria aminostática - Teoria lipostática Teorias Termostática: - Teoria baseada no efeito da temperatura sobre o IVA Teorias de fatores físicos: - Teoria baseada no efeito de enchimento do TGI Teorias do Mínimo Disconforto Total (MDT): - Teoria baseada no efeito de integração dos vários fatores afetando a IVA

Regulação Física Princípio: A distensão do TGI captada por receptores de distensão enviam sinais de saciedade ao NÚCLEO VENTROMEDIAL, via nervo vagal, reduzindo o tempo da refeição (consequentemente o tamanho da refeição). Receptores de distensão do TGI - Ruminantes: pp. Rúmen e retículo - Não ruminantes: estômago - Aves: papo e moela

Regulação Física Apesar do fato de que o rúmen possui uma grande capacidade volumétrica, forragens com alta proporção de FDN indigestível e baixa taxa de digestão da faração potencialmente digestível, podem exceder a capacidade de armazenamento do rúmen, de forma que o mesmo passe a limitar a ingestão voluntária de alimentos

Regulação Física A capacidade do TGI, também pode ser um importante fator afetando a ingestão; Balch e Campling (1962), demonstraram a importância do efeito de enchimento do TGI na regulação da IVA em ruminates; Richardson (1970), mostrou que a IVA era reduzida em aves quando o papo era inflado por um balão.

Relação entre IVMS e teor de FDN

5.2 Equações de predição do CMS Predição do CMS BOVINOS LEITEIROS: Vacas em lactação raça holandesa (NRC, 2001) em confinamento. CMS (kg/d) = (0,372 x PLC + 0,0968 x PC 0,75 ) x (1 e (-0,192 x (SL+ 3,67) ) PLC = produção de leite corrigida para 4% de gordura (kg/d) PLC (kg/d) = 0,4 x (produção de leite, em kg/dia) + 0,15 x (produção de leite, em kg/dia) x (teor de gordura do leite, em %) PC =peso corporal da vaca (kg) SL = semana de lactação Em que:

5.2 Equações de predição do CMS Predição do CMS BOVINOS LEITEIROS: Vacas em lactação (Santos et al., 2009) mestiças holandês X Zebu com forragens tropicais. CMS (kg/d) = (0,6089 x PLC + 0,0244 x PC 0,75 ) x (1 e (0,2919 x (SL+ 5,5772) ) Em que: PLC = produção de leite corrigida para 4% de gordura (kg/d) PLC (kg/d) = 0,4 x (produção de leite, em kg/dia) + 0,15 x (produção de leite, em kg/dia) x (teor de gordura do leite, em %) PC =peso corporal da vaca (kg) SL = semana de lactação

5.2 Equações de predição do CMS Predição do CMS BOVINOS DE CORTE: CONFINAMENTO (BR-CORTE, 2006) Para Nelore CMS (kg/d) = -2,40011 + 0,02006xPC + 4,81946xGMD 1,51758xGMD 2 Para bovinos mestiços CMS (kg/d) = -1,4105 + 0,0171xPC + 5,4125xGMD 1,8691xGMD 2 Em que: PC = Peso corporal médio dos animais (kg) GMD = ganho médio diária de peso corporal dos animais (kg/dia)

Predição do CMS em Suínos e Aves Quando o animal recebe rações palatáveis, com baixo efeito de enchimento no TGI e prontamente digestíveis, o consumo é regulado pela demanda energética do animal e pela densidade energética da dieta. Exigência de Energia (Mcal/dia) Consumo limitado pela DE (kg/dia) = --------------------------------------------------- Energia da ração (Mcal/kg)