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Transcrição:

3. FUNÇÕES CONTÍNUAS ANÁLISE NO CORPO R - 2018.1 3.1 Limite & Continuidade 1. Mostre que a função valor absoluto f (x) = jxj é contínua em qualquer ponto x 2 R: 2. A função de Dirichlet ' : R! R é de nida por: 1; se t 2 Q ' (t) = 0; se t 2 RnQ : Moste que ' é descontínua em qualquer ponto t 2 R: 3. Em cada caso, encontre tal que jf (x) Lj < ", para todo x satisfazendo 0 < jx aj < : (a) f (x) = 1 x ; a = 1 e L = 1 (b) f (x) = x x + 1 ; a = 2 e L = 2=3: x (c) f (x) = 1 + sen 2 x ; a = 0 e L = 0: 4. Nas a rmações abaixo, f e g são duas funções de R! R. Prove ou apresente um contra-exemplo. (a) Se f tem limite em x = a e g não tem, então f g não tem limite em x = a: (b) Se f tem limite em x = a e g não tem, então f + g não tem limite em x = a: (c) Se f e f + g têm limite em x = a, então g tem limite em x = a: (d) lim f (x) = L () lim (f (x) L) = 0: (e) lim f (x) = L () lim jf (x)j = jlj : (f) Se lim f (x) = L, então lim f x 3 = L: (g) Se lim f x 2 = L, então lim f (x) = L: 5. Uma função f : R! R tem a seguinte propriedade: "se g : R! R não tem limite em x = a, então f + g não tem limite em x = a". Prove que isso ocorre se, e somente se, lim x!a f (x) existe: 6. :::::::::: FUNÇÕES :::::::::::::: RACIONAIS lim f (x) é nito se, e somente se, m n. Seja f (x) = a 0 + a 1 x + a 2 x 2 + + a n x n b 0 + b 1 x + b 2 x 2 + + b m x m, com a n; b m 6= 0. Mostre que 7. Mostre que lim x!a + f (x) = L se, e somente se, lim f (x n ) = L, seja qual for a seqüência decrescente (x n ) em D (f) convergindo para a: Formule um resultado análogo para o limite à esquerda.

2 ANÁLISE NO CORPO R MARIVALDO P. MATOS 8. Em cada caso, encontre um inteiro n e uma raiz do polinômio entre n e n + 1: (a) x 3 x + 3 (b) x 5 + x + 1 (c) 4x 2 4x + 1: 9. Mostre que toda função contínua f : [0; 1]! [0; 1] tem ao menos um ponto xo, isto é, existe algum x 2 [0; 1] tal que f (x) = x. Generalize o resultado para uma função contínua f : [a; b]! [a; b] : 10. Sejam a < b < c e considere duas funções contínuas f : [a; b]! R e g : [b; c]! R tais que f (b) = g (b) : Mostre que a função h : [a; c]! R de nida por h (x) = f (x), se x 2 [a; b] e h (x) = g (x), se x 2 [b; c] é contínua no intervalo [a; c] : 11. De acordo com o Exercício?? da seção 1.1, um subconjunto S R é fechado se, e somente se, cumpre a seguinte condição: se fx n g é uma seqüência em S com limite x, então x 2 S: Usando esse fato demonstre que o conjunto dos pontos onde uma função contínua se anula é fechado. 12. Dado x 2 R de na [x] como sendo o maior inteiro n 2 Z; tal que n x. Calcule [8:3], [], [0:1] ; [ ]. A função x 7! [x] é conhecida na literatura como função máximo inteiro. Determine os pontos de continuidade das seguintes funções: (a) f (x) = [x] (b) g (x) = x [x] (c) h (x) = [sen x] (d) k (x) = [1=x] : 13. Seja f : Rn f2g! R; de nida por f (x) = x 2 + x 6 = (x 2). Esta função é contínua? É possível de ni-la no ponto x = 2 de modo a torná-la contínua em R? 14. Seja f : R! R uma função contínua. Se c 2 R e f (c) > 0; mostre que existe uma "-vizinhança de c na qual a função f é positiva. Conclua que o conjunto F = fx; f (x) 0g é fechado. Usando esse fato, prove que se f e g são duas funções contínuas de R em R e f (c) < g (c) ; então existe um número real > 0 tal que f (x) < g (x) para qualquer x no intervalo (c ; c + ): 15. Seja f : D! R uma função real e considere g a restrição de f a um subconjunto D 0 D: Mostre que se f for contínua em um ponto x 0 de D 0, então a função g também será. Mostre com um exemplo que a função g pode ser contínua em um ponto sem que f o seja. 16. ::::::::: FUNÇÃO :::::::::::::::::: LIPSCHITZIANA Uma função f : D! R é dita Lipschitziana quando existir uma constante C > 0; denominada constante de Lipschitz, tal que jf (x) f (y)j C jx yj ; 8x; y 2 D. Mostre que toda função Lipschitziana é contínua e que a função x 7! p x; x 0; é contínua, mas, não é lipschitziana. 17. Mostre que se uma função contínua f : R! R se anula em um subconjunto D R, então ela se anula no fêcho D. Em particular, se ela for nula em Q, então ela será identicamente nula em R.

COMPLEMENTOS 3 FUNÇÕES CONTÍNUAS 3 18. Mostre que f : R! R é contínua se, e só se, f X f (X); seja qual for o subconjunto X R: 19. Seja g : R! R; de nida por: g (x) = 2x, se x 2 Q, e g (x) = x + 3, caso contrário. Determine o conjunto dos pontos de continuidade de g: 20. Considere a função k : (0; +1)! R de nida como segue. Para x irracional ponha k (x) = 0; para x = p=q, fração irredutível, ponha k (x) = q. Mostre que a função k assim de nida é ilimitada e descontínua em todos os pontos do intervalo (0; +1) : 21. Suponha que uma função limitada f : (0; 1)! R não tenha limite quando x! 0 +. Construa duas sequências fx n g e fy n g em (0; 1), ambas convergindo para zero, tais que lim f (x n ) 6= lim f (y n ) : 22. Se f, g : D! R são contínuas no ponto a 2 D, mostre que as funções f _ g e f ^ g, de nidas em D por: (f _ g) (x) = max ff (x) ; g (x)g e (f ^ g) (x) = min ff (x) ; g (x)g, são contínuas em x = a: 23. Considere as funções reais f; g : R! R de nidas por: f (x) = x + 1; g (1) = 0 e g (x) = 2; para x 6= 1. Veri que que (g f) (0) 6= lim x!0 (g f) (x) : Isso contradiz algum fato teórico? 24. Sejam f; g : R! R de nidas por: 0, se x =2 Q f (x) = x, se x 2 Q e g (x) = 0, se x 6= 0 1, se x = 0: Mostre que lim x!0 f (x) = lim y!0 g (y) = 0, mas g (f (x)) não tem limite em x = 0 25. Sejam f; g : R! R, sendo g contínua em x = b e lim x!c f (x) = b. Mostre que lim x!c (g f) (x) = g (b) : 26. Seja D um subconjunto denso em R. Se f; g : R! R são duas funções contínuas que coincidem em D, mostre que elas são iguais. Usando este resultado mostre que qualquer função contínua ' : R! R que satisfaz à condição ' (m=2 n ) = 0; 8m 2 Z; 8n 2 N; é identicamente nula. 27. Seja f : R! R uma função contínua tal que f (x) = 1; 8x 2 Q. Mostre que f é constante. E se f (x) = x; 8x 2 Q, o que se pode a rmar sobre a função f? 28. Seja f : [a; b]! R uma função contínua tal que f ([a; b]) Q. O que se pode a rmar sobre f? 29. Seja f : R! R uma função aditiva, isto é, f (x + y) = f (x) + f (y) ; 8x; y. Mostre que f é contínua se, e somente se, f é contínua em x = 0: Se f é uma função contínua e aditiva, mostre que f é do tipo f (x) = cx, para algum c 2 R. (primeiro mostre que a relação é válida em Q e depois use densidade).

4 ANÁLISE NO CORPO R MARIVALDO P. MATOS 30. Seja f : R +! R uma função tal que f (x + y) = f (x) + f (y), 8x; y 2 R +. Mostre que f é contínua em R + se, e somente se, o for em algum c 2 R + : 31. Seja g : R! R uma função com a seguinte propriedade: g (x + y) = g (x) g (y) ; 8x; y. Se g (c) = 0, para algum c, mostre que g 0. Mostre que g é contínua se, e somente se, g é contínua em x = 0: 32. De na : [a; b]! R por (t) = sup f' (x) ; a x tg, onde ' : [a; b]! R é contínua. Mostre que a função é contínua em [a; b] : 33. Seja ' : [a; b]! R uma função contínua tal que ' (x) > 0; 8x 2 [a; b] : Mostre que existe uma constante positiva tal que ' (x) ; 8x 2 [a; b] : 34. Seja f : [a; b]! R uma função contínua com a seguinte propriedade: para cada x do intervalo [a; b] existe um y em [a; b] tal que jf (y)j 1 2 jf (x)j. Mostre que a função f possui ao menos um zero. 35. Mostre que não existe uma função f : R! R contínua tal que para cada c 2 R a equação f (x) = c tem exatamente duas soluções. 36. Usando o Teorema do Valor Intermediário de Bolzano deduza que todo polinômio de grau ímpar, com coe cientes reais, tem ao menos uma raiz real. 37. Mostre que o polonômio p (x) = x 4 + 7x 3 9 tem ao menos duas raízes reais. 38. Mostre que a equação x = cos x tem uma solução no intervalo [0; =2] : 39. Se f : [a; b]! R é uma função contínua, com f (a) < 0 e f (b) > 0, e w = sup fx 2 [a; b] ; f (x) < 0g ; mostre que f (w) = 0. Isto demonstra o Teorema do Valor Intermediário de Bolzano. 40. Seja f : [0; =2]! R; de nida por f (x) = max x 2 ; cos x. Se x 0 é o ponto de mínimo de f, mostre que x 2 0 = cos x 0: 41. Seja f : R! R uma função contínua tal que lim f (x) = 0. Mostre que f é uma função limitada e que o seu máximo ou seu mínimo é atingido. Por meio de um exemplo, mostre que o máximo e o mínimo não são atingidos necessariamente. 42. Uma descontinuidade a de f é dita de 1 a espécie quando os limites laterais de f em a existirem. (a) Dê exemplo de uma função com descontinuidade que não seja de 1 a espécie. (b) Dê exemplo de uma função com uma quantidade não enumerável de descontinuidades. (c) Se uma função monótona só admite descontinuidades de 1 a espécie, mostre que estas descontinuidades constituem um conjunto no máximo enumerável.

COMPLEMENTOS 3 FUNÇÕES CONTÍNUAS 5 43. Seja f (x) = [1 + exp (1=x)] x 44. Mostre por indução em n que lim (ln x) n = 1: 1 ; x 6= 0. Calcule os limites laterais de f em x = 0. 45. Qual a imagem do intervalo aberto ( 1; 1) pela função contínua f (x) = x 2? Conclua que a imagem de um intervalo por uma função contínua não é necessariamente um intervalo do mesmo tipo. 46. ::::::::::::::::::::::: SEMICONTINUIDADE Uma função f : D! R é dita semicontínua superiormente (abrevia-se scs) em a quando: dado c > f (a), existe > 0 tal que c > f (x) ; 8x 2 V (x)\d. A função f será dita semicontínua inferiormente (abrevia-se sci) em a quando: dado c < f (a) existe > 0 tal que c < f (x) ; 8x 2 V (a) \ D: Uma função é dita semicontinua (inferiormente ou superiormente) quando o for em todo seu domínio. (a) Mostre que f é contínua em x = a se, e somente se, f for scs e sci em x = a: (b) Sejam f; g : D! R; sendo f scs e g sci em x = a: Se f (a) < g (a), mostre que existe > 0 tal que f (x) < g (x) ; 8x 2 V (x) \ D: (c) Se f : R! R é sci e f (x) > 0 em R, prove que a função x 7! 1=f (x) é scs. 47. ::::::::: FUNÇÃO :::::::::::::::: LOCALMENTE :::::::::::: LIMITADA Uma função f : I! R é localmente limitada quando cada ponto x do intervalo I for centro de um intervalo no qual f é limitada. Se I for um intervalo compacto, mostre que f é limitada se, e somente se, for localmente limitada. Com um exemplo mostre que a conclusão torna-se falsa para intervalos abertos. 48. Seja f : R! R uma função contínua, com lim f (x) = 1. Dado c 2 R; mostre que o conjunto X = fx 2 R; f (x) = cg é compacto (isto é, fechado e limitado). A partir daí deduza que dentre as raízes da equação f (x) = c existe uma, por exemplo x 0, tal que jx 0 j é mínimo. 3.2 Continuidade Uniforme 1. Uma função f : D! R é uniformemente contínua quando: 8" > 0; 9 = (") > 0, tal que x; y 2 D; jx yj < ) jf (x) f (y)j < ": Mostre que a função f (x) = 1=x é uniformemente contínua em qualquer intervalo [a; +1); a > 0: 2. Em cada caso, veri que se a função é uniformemente contínua no domínio indicado. (a) f (x) = x 2 ; D = [0; +1) (b) g (x) = sen (1=x) ; D = (0; +1) : (c) f (x) = 1=(1 + x 2 ); D = R (d) g (x) = 1=x 2 ; D = [1; +1):

6 ANÁLISE NO CORPO R MARIVALDO P. MATOS 3. Se f e g são uniformemente contínuas em D e é uma constante real, mostre que as funções f + g; jfj ; f _ g e f ^ g são uniformemente contínuas em D. Se além de uniformemente contínuas elas forem limitadas em D; mostre que a função produto f g é uniformemente contínua em D: Observe que as funções f (x) = x e g (x) = sen x são uniformemente contínuas em R, mas o produto f g = x sen x não é. 4. Mostre que a composição de funções uniformemente contúnuas é uma função uniformemente contínua. Se f é uniformemente contínua em D e jf (x)j k > 0, para qualquer x em D; mostre que a função 1=f é uniformemente contínua em D: 5. Se D R é limitado e f : D! R é uniformemente contínua, mostre que f é limitada em D: 6. Prove que a função f (x) = p x; 0 x 1; é uniformemente contínua, mas não é lipschitziana 7. Seja f : [0; +1[! R uma função contínua e suponha que f e uniformemente contínua em [a; +1) para alguma constante positiva a. Mostre que f é uniformemente contínua em [0; +1): 8. Uma função f : D! R tem a seguinte propriedade: para cada " > 0, existe uma função uniformemente contínua ' " : D! R tal que jf (x) ' " (x)j < "; 8x 2 D. Mostre que f é uniformemente contínua. 9. Mostre que toda função f : R! R contínua e p-periódica é uniformemente contínua, limitada e atinge seus extremos. 10. Se f : [0; 2]! R é contínua e f (0) = f (2), prove que f (c) = f (c + 1), para algum c 2 [0; 2] : 11. Suponha que uma função contínua f : R! R tem limites nitos quando x! 1. Mostre que f é uniformemente contínua (mesma conclusão vale se existem os limites lim ff (x) xg): Usando este resultado, conclua que a função f (x) = x sen (1=x) ; x 6= 0; e f (0) = 0 é uniformemente contínua em R: 12. ::::::::: FUNÇÃO :::: DE ::::::::::::: VARIAÇÃO ::::::::::: LIMITADA [a; b] é, por de nição: V b a (f) = sup Dada uma função f : [a; b]! R, a variação total de f em nx jf (x i ) f (x i 1 )j ; i=1 onde o supremo é extendido sobre todas as partições a = x 0 < x 1 < < x n = b do intervalo [a; b] : Quando V b a (f) < 1 a função f é dita de variação limitada em [a; b]. A classe das funções de variação limitada é representada por BV ([a; b]) (BV do inglês Bounded Variation). (a) Mostre que toda função da classe BV ([a; b]) é limitada.

COMPLEMENTOS 3 FUNÇÕES CONTÍNUAS 7 (b) Mostre que toda função f monótona em [a; b] é de variação limitada e V b a (f) = jf (b) f (a)j : (c) Mostre que toda função lipschitziana em [a; b] é de variação limitada. (d) Mostre que a função f : [0; 2]! R de nida por: ( x sen (=x) ; se x 6= 0 f (x) = 0; se x = 0 embora uniformemente contínua (e portanto limitada) não é de variação limitada. (e) Se f; g 2 BV ([a; b]) e 2 R; mostre que f +g; fg; jfj ; f _g e f ^g são de variação limitada.