CTIP HIAE Manual de Condutas (versão 2011)

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Transcrição:

CTIP HIAE Manual de Condutas (versão 2011) VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA 1. INDICAÇÕES 2. INDICAÇÕES BASEADAS EM EVIDÊNCIAS 3. CONTRA-INDICAÇÕES 4. CRITÉRIOS PARA INTERRUPÇÃO 5. INTERFACES/APARELHOS 6. PROTOCOLO PARA SNG e SEDAÇÃO 7. FLUXOGRAMA Revisão: João Fernando L Almeida, Flavia Panico Rossi, Marcela Batan, Milena Siciliano Nascimento, Marta Pessoa Cardoso e Eduardo Juan Troster

Ventilação Não Invasiva 1. Critérios clínicos para inicio da VNI 1. FR para idade com sinais de desconforto respiratório moderado/grave (escore Wood-Downes >4) 2. Se houver gasometria: Pao2<50mmHg e/ou PaCO2>50mmHg com ph< 7,30 Muñoz-Bonet et al. Pediatr Crit Care Med 2011 11(6):675-680. Predictive factors for the outcome of noninvasive ventilation in pediatric acute respiratory failure

2. Contra indicações Absolutas Ventilação Não Invasiva Necessidade imediata de intubação ou incapacidade de proteção da via aérea; Instabilidade hemodinâmica após fluidoterapia (> 60 ml/kg) e uso de DVA (exceto dopamina < 10 mcg/kg/min); Malformações, traumatismos, queimaduras faciais ou impossibilidade de adaptação da interface; Pneumotórax não drenado; Hemorragia digestiva grave; Obstrução grave de VAS; Secreção respiratória abundante (necessidade de abertura do sistema VNIPP > 1 vez /hora para aspiração de vias aéreas) Ausência absoluta de colaboração. Muñoz-Bonet et al. Pediatr Crit Care Med 2011 11(6):675-680. Predictive factors for the outcome of noninvasive ventilation in pediatric acute respiratory failure

Ventilação Não Invasiva 3. Critérios para interrupção da VNIPP Fatores preditivos para falha da VNIPP PEEP> 10 cm H2O FiO2 > 60% PaCO2 < 50 mmhg Queda de saturação rápida com abertura do sistema Ausência de melhora em 2 horas Muñoz-Bonet et al. Pediatr Crit Care Med 2011 11(6):675-680. Colunga et al. Intensive Care Med 2009 35(3): 527-36. Predictive factors for the outcome of noninvasive ventilation in pediatric acute respiratory failure / Predictive factors of non invasive a propective study

Ventilação Não Invasiva 4. Interfaces/Aparelhos Protocolo HIAE Com uso de prong nasal (< 6 meses) Servoi com módulo VNI Com uso de máscaras faciais (> 6 meses) Bipap Vision + Syncrony I e II

SNG / Sedação 5. Interfaces/Aparelhos Utilização de SNG Avaliação após 2 horas: VNIPP contínua SNG para alimentação VNIPP intermitente avaliar possibilidade de alimentação VO Sedação Hidrato de Cloral 20 50 mg/kg/dose Midazolam 0,1 0,2 mg/kg/dose IV ou IN

Fluxograma

Anexo CUIDADOS COM VENTILAÇÃO NÃO INVASIVA PREVENINDO COMPLICAÇÕES

VNIPP Cuidados Gerais Checar indicação, aparelho e interface p/ idade Escolher o aparelho e a modalidade a ser utilizada; Checar o bom funcionamento do aparelho; Posicionar corretamente o paciente e escolher a melhor interface; Adaptar a máscara ou pronga ao paciente de maneira confortável e de modo que haja o menor escape de ar possível; Proteger a pele com hidrocolóide; Promover sincronia paciente-ventilador; Umidificar corretamente o sistema; Monitorizar as variáveis hemodinâmicas e respiratórias; Avaliar a gasometria arterial; Verificar sinais de intolerância e desconforto respiratório; Treinar o paciente antes da instituição da terapêutica; Manter a permeabilidade das vias aéreas.

Ventilação Não Invasiva Cuidados gerais: Confirmar junto a equipe médica a indicação do uso de VNI; Escolher o aparelho e a modalidade a ser utilizada; Checar o bom funcionamento do aparelho; Posicionar corretamente o paciente e escolher a melhor interface; Adaptar a máscara ou pronga ao paciente de maneira confortável e de modo que haja o menor escape de ar possível; Proteger a pele com hidrocolóide; Promover sincronia paciente-ventilador; Utilizar umidificação passiva; Monitorizar as variáveis hemodinâmicas e respiratórias; Avaliar a gasometria arterial; Verificar sinais de intolerância e desconforto respiratório; Treinar o paciente antes da instituição da terapêutica; Manter a permeabilidade das vias aéreas.

Referências 1) Essouri et al. Ped Crit Care Med 2006 7 (4):329-334. 2) Gonzaga et al. Einstein 2011 9 (1):90-94. 3) Hill NS, Brennan J, Garpestad E, Nava S. Crit Care Med 35, 2007. 4) Muñoz-Bonet et al. Pediatr Crit Care Med 2011 11(6):675-680. 5) Colunga et al. Intensive Care Med 2009 35(3): 527-36. 6) Antonelli et al. Crit Care Med 2007 35(1):18-25.