Atualização dos temas tributários de interesse do setor automotivo e a judicialização nos negócios. Cristiano Lisboa Yazbek, advogado tributarista com especialização em Planejamento Tributário (Universidade Positivo), mestre em Direito Econômico e Socioambiental (PUC Paraná), diretor do IBPT Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação e sócio da Amaral, Yazbek Advogados.
Há mais de 10 anos vem contribuindo para a conscientização da população da alta carga tributária no Brasil. Lançado em 2005 através de parceria do IBPT com a Associação Comercial de São Paulo (ACSP), o Impostômetro registra, em tempo real, a arrecadação tributária da União, Estados e Municípios. A base de dados é oriunda de fontes oficiais: Receita Federal, Secretaria do Tesouro Nacional, CEF, TCU e IBGE, entre outras. Foi considerado um dos 50 marcos de São Paulo pelo portal G1. A Lei 12.741, Lei de Transparência Fiscal, determina que o consumidor seja informado da carga tributária aproximada na aquisição de produtos e serviços, constante no documento fiscal. O IBPT auxilia empresas para que cada produto ou serviço tenha, respectivamente, os códigos NCM (Nomenclatura Comum do Mercosul) e NBS (Nomenclatura Brasileira de Serviços) corretos e atualizados, evitando inconsistências passíveis de autos de infração e multas. O Empresômetro contabiliza em tempo real o número de novas empresas e apresenta estatísticas atualizadas por setor, atividade, tipo jurídico, estado, cidade, matrizes e filiais. Em parceria com a Confederação Nacional do Comércio e Secretaria da Micro e Pequena Empresa (SMPE) foi lançado em 2014 o Empresômetro MPE que traz maior transparência nos dados referentes às MPEs e informações sólidas para a formulação de novas políticas públicas para o setor. O Lupa nas Compras Públicas disponibiliza uma ferramenta com os preços médios de cada produto ou serviço adquirido pelo setor público, fomentando o interesse da população na análise e controle das compras públicas e seus reflexos na qualidade dos serviços prestados.
http://auto.ibpt.com.br/
A arte da tributação consiste em retirar as penas do ganso com o mínimo de dor. Jean-Baptiste Colbert ministro das Finanças de Luís XIV
TRIBUTAÇÃO: A REALIDADE NACIONAL QUANTIDADE DE TRIBUTOS QUANTIDADE DE NORMAS QUANTIDADE DE OBRIGAÇÕES ACESSÓRIAS (Estudo IBPT) MULTI INCIDÊNCIA TRIBUTÁRIA (Bitributação) TRIBUTAÇÃO SOBRE CONSUMO NO BRASIL (Estudo IBPT)
QUANTIDADE DE NORMAS: No dia 5 de outubro de 2015, a Constituição Federal completou 27 anos. De 1988 até o momento atual, foram editadas mais de 5,2 milhões de normas, o que representa cerca de 764 regras por dia útil, entre leis, medidas provisórias, instruções normativas, emendas constitucionais, decretos, portarias, instruções normativas, atos declaratórios, entre outras. O cálculo foi feito pelo Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação IBPT, que detectou que no que diz respeito à matéria tributária, foram editadas 352.366 normas, a maioria exigente em excesso, e responsável por exaurir os contribuintes, confundindo-os e exigindo de pessoas físicas e jurídicas um trabalho infinito para a compreensão e o cumprimento de todas as regras. http://www.ibpt.com.br/noticia/2272/mais-de-700-normas-sao-editadas-diariamente-no- Brasil-desde-a-constituicao-de-88
1. Esgotamento da capacidade contributiva (inadimplência x arrecadação) 2. Planejamento tributário empresarial = necessidade corporativa 3. Custo tributário relevante item na composição do preço final de produtos e serviços. 4. Globalização X Competitividade X Sobrevivência 5. Debates sobre mudança e aumento de tributos
CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA EM RELAÇÃO AO PIB ANO % DO PIB 1979 20,07% 1989 22,16% 1999 28,04% 2009 33,09% 2012 33,95% 2015 34,21%
40,00% CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA 35,00% 34,21% 30,00% 25,00% 28,04% 33,09% 33,95% 20,00% 15,00% 20,07% 22,16% 10,00% 5,00% 0,00% 1979 1989 1999 2009 2012 2015
A CARGA TRIBUTÁRIA BRASILEIRA, EM PROPORÇÃO AO PIB, CRESCEU MAIS DE 70% EM 36 ANOS.
INADIMPLÊNCIA DO CONTRIBUINTE BRASILEIRO = ESTOQUE DA DÍVIDA TRIBUTÁRIA ANO VALOR R$ BI NOMINAL VALOR R$ BI ATÉ 31/12/2015 1979 26.857 175.698 1989 53.526 312.564 1999 178.980 509.281 2009 1.090.017 1.745.407 2012 1.578.360 1.948.485 2015 2.214.770 2.214.770
EXPLOSÃO DA INADIMPLÊNCIA 2.500.000 2.000.000 1.500.000 1.000.000 500.000-1975 1980 1985 1990 1995 2000 2005 2010 2015 2020
INADIMPLÊNCIA DO CONTRIBUINTE BRASILEIRO = ESTOQUE DA DÍVIDA TRIBUTÁRIA ANO % DO PIB 1979 10,21% 1989 13,39% 1999 16,45% 2009 32,70% 2012 32,84% 2015 37,60%
INADIMPLÊNCIA DO CONTRIBUINTE BRASILEIRO = ESTOQUE DA DÍVIDA TRIBUTÁRIA ANO % DA ARRECADAÇÃO ANUAL 1979 48,72% 1989 60,44% 1999 58,69% 2009 98,83% 2012 96,75% 2015 109,91%
INADIMPLÊNCIA DO CONTRIBUINTE PRIMEIRA VEZ QUE O ESTOQUE DA DÍVIDA DOS CONTRIBUINTES ULTRAPASSOU A ARRECADAÇÃO ANUAL DA UNIÃO, ESTADOS E MUNICÍPIOS ESTOQUE DA DÍVIDA = R$ 2,21 TRILHÕES ARRECADAÇÃO ANUAL = R$ 2,01 TRILHÕES
Há possibilidade de aumento de Tributos? Déficit Público e Desequilíbrio das Contas Públicas Federais Caixa Combalido dos Estados e Municípios Necessidade Urgente de Investimentos Públicos
Há possibilidade de aumento de Tributos? Projeto de Unificação de Pis/Cofins e criação da CSS; Limitação JCP; Tributação da Distribuição de Lucros e Dividendos; Aumento do Coeficiente do Lucro Presumido.
Importante desafio: Projeto de Unificação de Pis/Cofins e criação da CSS: CRIAÇÃO: PIS - LC 07/70 (iniciativa privada) PASEP - LC 08/70 (servidores públicos) Finsocial DL 1940/1982; extinto em 1991 Cofins: LC 70/91 Não-Cumulatividade: Leis 10637/2002 e 10833/2003 Importância na matriz tributária.
PRINCÍPIOS ORIENTADORES CF. GOVERNO Simplificação da apuração do tributo; Neutralidade econômica; Redução significativa do número de setores que permanecerão no regime de incidência cumulativa dos tributos; Adoção do regime de crédito financeiro (não está claro se haverá exceções) e regime de imposto contra imposto, com a discriminação do valor do débito em documento fiscal; Sinalização de que haverá ressarcimento tempestivo dos créditos; Manutenção de alíquota única no regime não cumulativo, porém, sem divulgar a possível alíquota.
ETAPAS DA OPERAÇÃO DE UNIFICAÇÃO 1ª ETAPA: Novo PIS/PASEP Período de testes para CALIBRAGEM da alíquota da nova contribuição, evitando perdas ou ganhos de arrecadação em relação à legislação atual Período de avaliação das novas regras, permitindo possíveis ajustes 2ª ETAPA: PIS/PASEP + COFINS = CSS (Contribuição para a Seguridade Social)
CALIBRAGEM Em 2002 foi instituído o regime da NÃO CUMULATIVIDADE para o PIS, com alíquota que foi elevada de 0,65% para 1,65%. O objetivo inicial difundido aos empresários para a adoção do novo regime, à época, era permitir que as exportações da indústrias fossem desoneradas através dos créditos tributários. Já a elevação da alíquota teve como mote a necessidade da manutenção da arrecadação, uma vez que o Governo tem a necessidade de assegurar o cumprimento do orçamento e precisava eliminar o risco de perda. Em 2003, a arrecadação do PIS teve um crescimento nominal de 34,33% em relação ao ano anterior (o maior da série histórica até hoje).
CALIBRAGEM Entretanto, no ano seguinte (2004), com o início da vigência da COFINS pelo regime NÃO CUMULATIVO, o Governo elevou a alíquota na mesma proporção utilizada para o PIS, sem qualquer calibragem. Como consequência, a arrecadação da COFINS em 2004 sofreu um aumento nominal de 33,3% em relação ao ano anterior. Conclusão: Não devemos esperar a CALIBRAGEM da alíquota prometida no novo regime proposto para se evitar perdas ou ganhos na arrecadação.
IMPACTOS DA NOVA CONTRIBUIÇÃO (CSS) DIVULGADOS PELO GOVERNO Ampliação do direito creditório juntamente com a regra de equivalência entre débitos na cadeia anterior com o crédito na cadeia posterior garante a incidência sobre o real valor agregado por cada empresa. A tributação do real valor agregado elimina os resíduos de cumulatividade para as empresas sujeitas à não-cumulatividade, aumentando a competitividade dos produtos nacionais no mercado externo. Também aumenta a competitividade dos produtos nacionais em relação aos produtos importados (desonerados na origem).
AMPLIAÇÃO DO DIREITO CREDITÓRIO Como o crédito passível de aproveitamento deverá ser destacado em nota fiscal, um dos principais sacrifícios (insumos) empregados na produção ou prestação de serviços continuará não gerando crédito: o gasto com mão-de-obra. Além disso, despesas financeiras continuarão não gerando créditos. Empresas comerciais atacadistas continuarão alijadas do creditamento sobre insumos, conforme atual visão da RFB. Conclusão: A ampliação dos créditos proposta não será suficiente para anular os efeitos do aumento da alíquota de contribuição para, principalmente, empresas que estejam no lucro presumido e que passarão ao regime não cumulativo.
IMPACTOS DA NOVA CONTRIBUIÇÃO (CSS) DIVULGADOS PELO GOVERNO As regras mais claras de apuração e creditamento reduzirão substancialmente os litígios jurídicos em relação à contribuição, reduzindo os custos indiretos e melhorando o ambiente econômico (aumento da segurança jurídica). O destaque em documento fiscal, combinado com estrutura tecnológica existente, tornará mais efetivo o controle tributário, reduzindo a sonegação e, por consequência, garantindo uma competição mais igualitária no mercado.
REGRAS MAIS CLARAS COM REDUÇÃO DE LITÍGIOS E DE CUSTOS INDIRETOS Como já dito, a apuração do tributo no regime cumulativo é o responsável pela complexidade atual, principalmente em relação ao controle dos créditos. Já o regime cumulativo, por sua vez, é claro e sem subjetividade, pois independe de interpretação ou julgamento quanto à obtenção dos créditos. Números de acórdãos do CARF nos últimos 10 anos: 15.979 cujas ementas fazem referência a COFINS; 17.339 cujas ementas fazem referência ao PIS; e 11.719 cujas ementas fazem referência ao IPI. Ou seja, mesmo o IPI, de cujo regime não cumulativo mais se aproxima o novo modelo proposto para as contribuições unificadas, ainda gera muitos litígios, o que deverá continuar se passando com o PIS e a COFINS.
REGRAS MAIS CLARAS COM REDUÇÃO DE LITÍGIOS E DE CUSTOS INDIRETOS Da unificação das contribuições em questão não haverá redução de custos operacionais, já que as empresas (principalmente as do Lucro Presumido) terão que controlar os créditos e débitos por item e destacados nos documentos fiscais, havendo, assim, aumento de custos para o cumprimento de obrigações acessórias. Conclusões: a) A redução de litígios será inexpressiva; e b) Os custos indiretos serão elevados, principalmente para as empresas do lucro presumido.
IMPLEMENTAÇÃO DO NOVO TRIBUTO: COMO ISSO REFLETIRÁ NAS EMPRESAS? Aumento da arrecadação do PIS e da COFINS. Aumento do custo no cumprimento de obrigações acessórias, principalmente pelas empresas do lucro presumido. Redução da lucratividade das empresas. Empregabilidade: a absorção do aumento do custo tributário representará mais demissões.
É possível ter um gatilho limitador da carga tributária? Em 2003, um grupo de empresários propôs ao Ministro da Fazenda, Palloci, a inclusão, na Constituição Federal, de um limite à carga tributária de 35% do PIB. Em 2005, o Deputado Gilmar Machado (PT-MG) propôs, no texto do relatório da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2006, igual medida (limitação da carga tributária a um percentual do PIB). Em 2010, PEC 511 de autoria do Deputado Alfredo Kaefer PSDB/PR: Altera a Constituição Federal, estabelecendo limite máximo para a carga tributária nacional de 25% calculado sobre o PIB do ano anterior (PEC na Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadão - CCJC).
ARRECADAÇÃO POR ANO 1. REVISÃO DAS DESONERAÇÕES = DE R$ 5 A R$ 15 BILHÕES 2. MUDANÇAS NO PIS E COFINS = DE R$ 30 A R$ 50 BILHÕES 3. TRIBUTAÇÃO DOS LUCROS = DE R$ 15 A 100 BILHÕES 4. CPMF = R$ 40 A 80 BILHÕES 5. AUMENTO DO ICMS = DE R$ 10 A R$ 30 BILHÕES
Importantes desafios Superado - MP 685/15 - Declaração de planejamento tributário; Lei 13.161 de 31/08/2015 Oneração da Folha de Pagamento (aumento de 1% para 2,5% sobre Receita Bruta) Em 2012, a desoneração trouxe um cenário sobre o impacto dos dissídios para fins de negociação de preços com montadoras. Hoje, a oneração permite uma conversa de ajuste de preços especialmente entre as partes que documentaram em época própria o não repasse dos custos previdenciários; REINTEGRA Em momento concomitante à redução do crédito, o Judiciário proferiu importante decisão sobre o cômputo das vendas à ZFM em tal benefício;
Importantes desafios Processo nº 5008616-86.2013.4.04.7108/RS 4ª Região Com a edição do Decreto-Lei n.º 288/67, as vendas de mercadorias para a Zona Franca de Manaus passaram a ser equiparadas, para efeitos fiscais, às operações de exportação de mercadorias para o exterior, consoante se verifica do disposto no seu art. 4º. Para todos os efeitos fiscais, a venda de mercadorias destinadas à Zona Franca de Manaus equivale a exportação de produto brasileiro para o estrangeiro, sobretudo tendo em vista a manutenção, por expressa previsão constitucional, da Zona Franca de Manaus como zona de livre comércio.
Importantes desafios Processo nº 5008616-86.2013.4.04.7108/RS 4ª Região Ante o exposto, concedo a segurança postulada nestes autos, resolvendo o mérito da demanda, nos termos do art. 269, inciso I, do CPC, para o fim de: (a) declarar o direito da impetrante à inclusão das receitas de vendas para a Zona Franca de Manaus na base de cálculo do REINTEGRA e, em conseqüência, determinar à autoridade impetrada que não se negue, por essa razão, a fornecer-lhe certidão de regularidade fiscal; (b) declarar o direito da impetrante à compensação dos valores do benefício fiscal previsto no art. 2º, 1º, da Lei n.º 12.546/11, incidentes sobre a receita das vendas para a Zona Franca de Manaus, nos termos da fundamentação e observada a prescrição quinquenal, resguardado à Administração o direito de fiscalizar a liquidez e certeza dos créditos compensáveis.
Importantes desafios VENDAS ZFM NO CÔMPUTO DO REINTEGRA Origem: Processo nº 5008616-86.2013.4.04.7108/RS 4ª Região Superior Tribunal de Justiça: RECURSO ESPECIAL Nº 1.451.398 RS Supremo Tribunal Federal: RECURSO EXTRAORDINÁRIO Nº 826779
Importantes desafios 1. Exclusão do ICMS, PIS e COFINS da Base de Cálculo do PIS e COFINS- Importação - Recurso Extraordinário 559.937/RS; 2. Exclusão dos Tributos da Base de Cálculo do PIS e COFINS/faturamento; 3. Exclusão dos créditos presumidos de ICMS da Base de Cálculo do PIS, COFINS, IRPJ e CSLL; 4. Exclusão de despesas de descarga de mercadorias após chegada do navio nos portos (capatazia) da B.C. do II, IPI, PIS, COFINS e ICMS incidentes na Importação Recurso Especial 1.239.625/SC; 5. Não incidência de Contribuição Previdenciária de 15% sobre faturas emitidas por Cooperativas de Serviços (ex. Unimed) nesse caso o contribuinte é o tomador de serviço das cooperativas - Recurso Extraordinário nº 595.838/SP; 6. Exclusão da Incidência do PIS e da COFINS sobre as Receitas Financeiras;
Importantes desafios 7. Adequação/Minoração das alíquotas de ICMS incidentes sobre os serviços de Energia Elétrica e de Telecomunicações em observância ao Princípio da Seletividade; 8. Exclusão da Multa de 10% sobre os valores depositados à título de FGTS nas demissões sem justa causa; 9. Exclusão do ICMS e do ISS da base de cálculo da Contribuição Previdenciária sobre a Receita Bruta.
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