VELOCIDADE * Prof. Ms. Jeferson Macedo Vianna 1 INTRODUÇÃO 2 CONCEITO



Documentos relacionados
VALÊNCIAS FÍSICAS. 2. VELOCIDADE DE DESLOCAMENTO: Tempo que é requerido para ir de um ponto a outro o mais rapidamente possível.

Os Benefícios do Taekwon-do na Infância e na Adolescência

A CIÊNCIA DOS PEQUENOS JOGOS Fedato Esportes Consultoria em Ciências do Esporte

Desenvolvimento da criança e o Desporto

Associação Catarinense das Fundações Educacionais ACAFE PARECER DOS RECURSOS

Experimentação Esportiva

TRIPLO SALTO VELOCIDADE FORÇA OUTRAS VELOCIDADE EXECUÇAO (MOV. ACÍCLICO) FORÇA RESISTÊNCIA HIPERTROFIA CAPACIDADE DE ACELERAÇÃO EQUILÍBRIO

ANÁLISE DOS TEMPOS E IDADES DO RANKING DA PROVA DOS 100 METROS MASCULINO

O QUE É TREINAMENTO FUNCIONAL? Por Artur Monteiro e Thiago Carneiro

Desenvolvimento das capacidades motoras

Crescimento e Desenvolvimento de Atletas Jovens nas Distâncias de Fundo e Meio Fundo: Fases Sensíveis

Aprendizagem Motora. Prof. Dr. Guanis de Barros Vilela Junior

Treino de Alongamento

VELOCIDADE, AGILIDADE, EQUILÍBRIO e COORDENAÇÃO VELOCIDADE

Fundamentação Fisiológica da Matriz de Treino

LAZER, EDUCAÇÃO FÍSICA E FORMAÇÃO DESPORTIVA. MSc. Paulo José dos Santos de Morais

Fundamentos Teórico-Práticos do Aquecimento no Futsal

ATUAÇÃO DO PROFISSIONAL EM SAÚDE OCUPACIONAL E GINÁSTICA LABORAL O

EXERCÍCIOS RESISTIDOS. Parte I

RESOLUÇÃO. Bragança Paulista, 30 de maio de Prof. Milton Mayer Presidente

Deficiência de Desempenho Muscular. Prof. Esp. Kemil Rocha Sousa

CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA

EXERCÍCIOS RESISTIDOS : Uma visão dentro da Escola

MÉTODOS DE TREINAMENTO INTERVALADOS 2 COMPONENTES DO MÉTODO DE TREINO INTERVALADO

CICLO VIRTUOSO DA EDUCAÇÃO FÍSICA

A ACTIVIDADE FÍSICA F PREVENÇÃO DA IMOBILIDADE NO IDOSO EDNA FERNANDES

Período de Preparação Período de Competição Período de Transição

AUMENTO DRAMÁTICO DO INTERESSE E PARTICIPAÇÃO DE CRIANÇAS NO ESPORTE DE ALTO NÍVEL

PLANO DE TRABALHO IDOSO

Confederação Brasileira de Canoagem (CBCa)

Velocidade no Futebol - Capacidade é complexa e precisa ser analisada de forma global

Projeto Esporte Brasil e a Detecção do Talento Esportivo: Adroaldo Gaya CENESP/UFRGS

A NEUROPSICOLOGIA E O MEDO DA DOR

EMENTÁRIO DAS DISCIPLINAS DO CURSO DE EDUCAÇÃO FÍSICA BACHARELADO (Currículo de início em 2015)

Alexandre Sérgio Silva Laboratório de Estudos do Treinamento Físico Aplicado ao Desempenho e Saúde (LETFADS) ass974@yahoo.com.br

PREPARAÇÃO FÍSICA ARBITRAGEM FPF Fedato Esportes Consultoria em Ciências do Esporte

Em nome de toda a equipe da F12 Sports, gostaria de felicitá-lo pela recente aquisição da franquia Centro de Treinamento Falcão 12.

Desenvolvimento Motor de Crianças Prof. Maicon Albuquerque

ATIVIDADE FÍSICA, APTIDÃO FÍSICA, SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA

EMENTAS DE DISCIPLINAS - BACHARELADO NÍVEL I

Informação Exame de Equivalência. à disciplina de: EDUCAÇÃO FÍSICA

A IMPORTÂNCIA DO TREINAMENTO GLOBAL PARA DESENVOLVIMENTO UNIVERSAL NA ATIVIDADE ESPORTIVA. Ricardo Paraventi Agosto, 2011.

Dist. da linha saída à 1ª barreira

PROFESSOR CÉLIO SOUZA/

dv dt Fig.19 Pulso de tensão típico nos terminais do motor

CARACTERÍSTICAS ESPECIFICAS E FATORES FISIOLÓGICOS DO TREINAMENTO DO VOLEIBOL DE ALTO N ~ L

A Proposta da IAAF 03. Campeonato para anos de idade 03. Formato da Competição 04. Organização da Competição 05.

Escola Evaristo Nogueira

A PLIOMETRIA por Sebastião Mota

PLANEAMENTO DO TREINO: DA FORMAÇÃO AO ALTO RENDIMENTO

A INFLUÊNCIA DA INICIAÇÃO DESPORTIVA DO FUTEBOL NO DESENVOLVIMENTO MOTOR DE CRIANÇAS DO SEXO MASCULINO COM IDADES ENTRE 11 A 13 ANOS.

Departamento de Educação Física e Desporto

Protocolo em Rampa Manual de Referência Rápida

Gestão do Conhecimento A Chave para o Sucesso Empresarial. José Renato Sátiro Santiago Jr.

TESTE DO QUADRADO REALIZADO EM ALUNOS DO ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA ESTADUAL DO MUNICÍPIO DE BARRETOS-SP 1

PLANEJAMENTO ANUAL DE EDUCAÇÃO FÍSICA

PERIODIZAÇÃO APLICADA AO TREINAMENTO FUNCIONAL

ATIVIDADES PRÁTICAS SUPERVISIONADAS

Escola E.B. 2/3 dos Olivais

Dr. Guanis de Barros Vilela Junior

salto em distância. Os resultados tiveram diferenças bem significativas.

A PLANIFICAÇÃO DO TREINO DA FORÇA NOS DESPORTOS COLECTIVOS por Sebastião Mota

CIRCUITO TREINO * O fator especificador do circuito será a qualidade física visada e o desporto considerado.

O IMPACTO DO PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL NO AUMENTO DA FLEXIBILIDADE

Descobertas do electromagnetismo e a comunicação

TREINAMENTO DE FORÇA RELACIONADO A SAÚDE E QUALIDADE DE VIDA

Modos de Propagação. Tecnologia em Redes de Computadores 5º Período Disciplina: Sistemas e Redes Ópticas Prof. Maria de Fátima F.

Informação Prova de Equivalência à Frequência EDUCAÇÃO FÍSICA

OS CONHECIMENTOS DE ACADÊMICOS DE EDUCAÇÃO FÍSICA E SUA IMPLICAÇÃO PARA A PRÁTICA DOCENTE

FORTALECENDO SABERES EDUCAÇÃO FÍSICA DINÂMICA LOCAL INTERATIVA CONTEÚDO E HABILIDADES DESAFIO DO DIA. Aula 3.1 Conteúdo: Atividade física preventiva.

Carga Formação Total de. Carga. horária Semanal. Tempos letivos

Experimentação Esportiva

MÉTODOS DE TREINAMENTO FRACIONADO

UNIVERSIDADE DO CONTESTADO UnC Curso de Educação Física

A importância e influências no desenvolvimento psicomotor em crianças iniciantes na prática do Futebol

MÉTODO ADAPTATIVO. Nos métodos adaptativos, no entanto, juntamente com o exercício, associa-se um outro fator: a diminuição de oxigênio.

Diminua seu tempo total de treino e queime mais gordura

V Seminário de Metodologia de Ensino de Educação Física da FEUSP Relato de Experiência INSERINDO A EDUCAÇÃO INFANTIL NO CONTEXTO COPA DO MUNDO.

Unidade III GESTÃO EMPRESARIAL. Prof. Roberto Almeida

ADAPTAÇÕES AO TREINAMENTO NO FUTEBOL Silvia Teixeira de Pinho; Daniel Medeiros Alves; Luiz Antonio O. Ramos Filho 1

Dr. Milton Mizumoto Diretor Médico da Corpore

PREFEITURA MUNICIPAL DE CHOPINZINHO PR SECRETARIA MUNICIPAL DE SAÚDE GESTÃO

Modalidades esportivas Sesc

Grau de hipertrofia muscular em resposta a três métodos de treinamento de força muscular

INTRODUÇÃO. A educação física é uma disciplina curricular que pedagogicamente bem orientada contribui para o desenvolvimento integral do homem.

PROGRAMA ATIVIDADE MOTORA ADAPTADA

PLANOS DE CONTINGÊNCIAS

Fundamentos do Treino de Jovens no Ténis: O Desenvolvimento Técnico

Treino em Circuito. O que é?

Processo de Implementação de um Sistema de Gestão da Qualidade

Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Santa Catarina Campus Sombrio Curso Técnico em Agropecuária Integrado ao Ensino Médio

Biomecânica. A alavanca inter-resistente ou de 2º grau adequada para a realização de esforço físico, praticamente não existe no corpo humano.

ANÁLISE DAS CARGAS E MÉTODOS DE TREINAMENTO UTILIZADOS NA PREPARAÇÃO FÍSICA DO FUTSAL FEMININO AMAZONENSE

SAÚDE. Apresentação do tema: Saúde. É um completo bem estar físico, mental e social e não somente a ausência de doença ou enfermidade.

Critérios Específicos de Avaliação Disciplinas: Educação Física (2º ciclo, 3º ciclo e Secundário)

AS VARIAÇÕES DE EXERCÍCIOS FÍSICOS APLICADOS NAS SESSÕES DE GINÁSTICA LABORAL

DEPARTAMENTO DE EDUCAÇÃO FÍSICA E ARTÍSTICA EDUCAÇÃO FÍSICA _7º ANO_A

EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR E A INTERVENÇÃO DA PSICOMOTRICIDADE NO PROCESSO DE APRENDIZAGEM

Ivan Guilhon Mitoso Rocha. As grandezas fundamentais que serão adotadas por nós daqui em frente:

Bases Metodológicas do Treinamento Desportivo

Transcrição:

VELOCIDADE * Prof. Ms. Jeferson Macedo Vianna 1 INTRODUÇÃO A velocidade é um dos componentes mais importantes do desempenho esportivo. No entanto, ela não deve ser vista como uma capacidade isolada. A velocidade deve ser considerada como um componente parcial das exigências complexas necessárias para o desempenho esportivo. Em combinação com um alto padrão de movimentos técnicos e de coordenação, com a especificidade do esporte ou da disciplina, as diversas manifestações da capacidade física velocidade são de importância primordial para o sucesso em esportes individuais ou coletivos. A importância da velocidade para o desempenho varia consideravelmente, dependendo do esporte, da disciplina e do campo de aplicação. Por exemplo, ela é relativamente sem importância para atividades de condicionamento físico para á saúde, quando comparada a fatores como capacidade aeróbia, força e características do movimento. No entanto, o esporte de lazer, em geral, exige pelo menos certo nível básico de algumas formas de velocidade, como a velocidade de reação. A importância da velocidade para os esportes de elite não pode ser avaliada de forma geral, porque as exigências da velocidade são determinadas por requerimentos específicos do esporte ou disciplina em questão. A velocidade motora resulta, portanto, da capacidade psíquica, cognitiva, coordenativa e do condicionamento, sujeitas às influências genéticas, do aprendizado, do desenvolvimento sensorial e neuronal, bem como de tendões, músculos e capacidade de mobilização energética. (Weineck, 1999: 379) Quando se tem a necessidade de uma preparação física, verifica-se que a identificação das qualidades físicas do desporto em treinamento é o primeiro passo a ser feito, que pode ser considerado como ponto fundamental para o êxito desejado (TUBINO, 1984). Não esquecendo que esta verificação está intimamente ligada aos objetivos de treinamento. 2 CONCEITO FAUCONNIER (1978) citado por TUBINO (1984) diz que a velocidade é a qualidade física, particular do músculo e das coordenações neuromusculares que permite a execução de uma sucessão rápida de gestos que, em seu encadeamento, constituem uma só e mesma ação, de uma intensidade máxima e de uma duração breve ou muito breve. Segundo FREY (1977), citado por WEINECK (1991), velocidade é a capacidade, com base na mobilidade dos processos do sistema nervo-músculo * Artigo disponível on line via: http://www.jvianna.com.br/jefe/velocidade.pdf

e da capacidade de desenvolvimento da força muscular, de completar ações motoras, sob determinadas condições, no mesmo tempo. 3 TIPOS DE VELOCIDADE Os seguintes componentes ou formas de velocidade são mencionados por BAUERSFELD & VOSS (1992) em uma tentativa de classificação: - Velocidade de reação - Velocidade acíclica - Velocidade cíclica - Velocidade de deslocamento - Velocidade dos membros - Velocidade de ação 3.1 Velocidade de Reação Também chamada de tempo de reação, a velocidade de reação pode ser definida como a velocidade com a qual um atleta é capaz de responder a um estímulo. (TUBINO, 1984). A velocidade de reação diz respeito a todas as formas de movimento já que ela é a capacidade de reagir a um estimulo no menor tempo possível. É uma qualidade física imprescindível para velocistas de um modo geral (Atletismo e Natação, goleiros, lutadores, jogadores de vôlei, etc.). Segundo WEINECK (1991) a reação se diferencia entre reações simples e reações complexas. Um exemplo de reação simples seria a largada de uma corrida de velocidade. Uma reação complexa seria representada por um jogo esportivo, onde é necessário reagir adequadamente às diversas situações de jogo. 3.2 Velocidade Acíclica A velocidade acíclica contém movimentos únicos motores (ex.: arremesso). As ações começam de uma maneira e terminam de outra. A velocidade acíclica manifesta-se no esporte na forma de lançamento, de arremesso, de salto, de chute ou de batida. 3.3 Velocidade Cíclica A velocidade cíclica consiste numa seqüência de ações motoras, ritmicamente repetida, independentemente do fato de se tratar de movimentos

das extremidades superiores ou inferiores, assim como do tronco. (WEINECK, 1991). A freqüência de movimento, como forma de manifestação da velocidade cíclica, depende da velocidade de cada movimento único. 3.4 Velocidade de Deslocamento A velocidade de deslocamento representa uma forma especial da velocidade cíclica e refere-se à capacidade locomotora das extremidades inferiores, ou seja, a capacidade máxima de um indivíduo deslocar-se de um ponto para outro. Também é chamada de velocidade de movimento. A velocidade de deslocamento é uma valência física específica em provas de velocidade de um modo geral (Atletismo, Natação, Ciclismo e Remo), e em desportos coletivos como Handebol, Futebol, Basquetebol, Pólo Aquático e Voleibol. A medição da velocidade de deslocamento geralmente é feita através da cronometragem de um deslocamento curto. 3.5 Velocidade dos Membros É a capacidade de mover os braços ou pernas tão rápido quanto possíveis. É uma valência física essencial para os corredores e nadadores de velocidade, lutadores de Boxe, ciclistas, esgrimistas, voleibolistas e outras modalidades desportivas. Não se pode confundir essa qualidade física com a velocidade de deslocamento. Por exemplo: um corredor pode apresentar uma maior freqüência de passadas (maior velocidade dos membros) e no entanto, não possui uma boa velocidade de deslocamento. 3.6 Velocidade de Ação A velocidade de ação diz respeito à orientação do emprego da velocidade em determinados esportes ou em grupos de esportes, abstraindo-se do aspecto puramente motor, e enfatiza fortemente os fatores espaciais e temporais que regem as exigências subjetivas da ação. Nesse caso, um importante papel é assumido por fatores psicológicos, como a percepção, a tomada de decisões, emoções e motivações.

4 TREINAMENTO DE VELOCIDADE Um método universalmente válido para o treinamento da velocidade dificilmente poderá ser apresentado. Isso se deve ao fato de que o desempenho da velocidade em diferentes esportes é muito complexo ou tecnicamente muito específico. Esse problema também se reflete na bibliografia científica, em que, via de regra, apresentam-se métodos de treinamento baseados em exemplos de alguns poucos esportes, geralmente as corridas de velocidade no atletismo. As seguintes observações serão, portanto, basicamente restritas a orientações metodológicas para o treinamento. - Aquecimento (25 minutos no mínimo); - Movimentos elementares (geralmente com jovens); - T. velocidade Reação: resposta aos sinais percebidos (óptica acústica e tátil); - T. velocidade Acíclica: o nível técnico da modalidade exerce forte influência; - T. da Freqüência das passadas: técnica do movimento; - T. da Capacidade de velocidade complexa: desenvolvimento específico para o esporte. Depende da técnica. Utiliza outras qualidades físicas; - T. da Velocidade de ação complexa: precisão ótima na maior velocidade possível (velocidade pura/ técnica tática); TESTES MOTORES PARA VELOCIDADE: - Tempo de reação ( aparelho poliaciografo); - Teste de Nelson de reação da mão e do pé; - Corrida de 50 metros; - Corrida de 5 metros lançados; - Corrida de 30 metros; - Corrida de 6 segundos; - Corrida de 4 segundos; - Shuttle run de velocidade; TESTE PARA AVALIAÇÃO DO COMPONENTE ANAERÓBICO LÁTICO: - Teste de corrida 40 segundos; - Teste de corrida 400 e 600 metros; - Teste de lactacidemia; TESTE PARA MEDIR A VELOCIDADE DE MEMBROS: - Teste de Nelson, velocidade dos membros superiores; - Teste de Toque de uma mão; - Teste de Toque de um pé; ALGUNS TREINAMENTOS: - Corridas de aceleração: 5 metros em freqüência máxima; - Corridas lançadas: 10-30 m; - Saídas em pé 5m 10m em várias direções; - Saídas a partir de várias posições 2m 10m;

- Corridas curtas em velocidade: morro acima ou com tração; - Saltos horizontais, saltos alternados, saltos com uma perna; - Pegar objetos; - Corridas em pêndulos; - Corridas de sombra com um companheiro; - Lançamento do Medicine Ball; - Imitação de golpes contra elevada resistência; - Golpes rápidos em situações específicas; Ao se elaborar um treinamento da velocidade, devemos nos preocupar com: 1º) O sistema de transferência energética anaeróbio-alático, com procedimentos da preparação cardiopulmonar; 2º) amplitude do movimento; 3º) diminuição da resistência mecânica, utilizando para este fim exercícios de alongamento; 4º) força muscular, utilizando procedimentos da preparação neuromuscular. Melhorando-se os fatores coadjuvantes, daremos início ao treinamento da velocidade propriamente dito, consistindo na execução do movimento com o máximo de rapidez possível, com pausas que visem uma recuperação metabólica. O uso de estímulos externos, visando que o atleta aprenda a executar o gesto com mais velocidade. Ex.: um corredor a favor do vento, ou numa pista em ligeiro declive para ver se aumenta a freqüência de suas passadas; um ginasta recebendo um impulso extra de um trampolim para facilitar a execução de um movimento de solo. O movimento do engrama (imagem matriz) e seu reforçamento em nível de córtex cerebral, facilitarão a transmissão dos impulsos nervosos aos mesmos objetivos, buscando sempre a melhora da coordenação motora e uma automatização do gesto específico. O treino técnico, favorece o desenvolvimento da velocidade, devendo-se repetir ao máximo o gesto desportivo específico, buscando obter maior precisão e coordenação, com a utilização do menor tempo possível. No desenvolvimento da velocidade, pode se utilizar o treinamento com colete lastrado que, sobrecarrega o atleta durante os treinamentos, que ao ser retirado permite uma melhora na performance. Caso venha interferir nas características técnicas, convém ser evitado seu uso, pois poderá se tornar contraproducente. 5 FATORES INFLUENCIADORES NA VELOCIDADE - Aptidão, fatores de desenvolvimento de aprendizagem (sexo, talento, constituição, idade, técnica esportiva, movimento e antecipação);

- Fatores sensório-cognitivos e psicológicos (concentração atenção seletiva, aceitação de informação, processamento, controle e regulação, motivação e força de vontade); - Fatores neurais (taxa de recrutamento e codificação das unidades motoras coordenação intramuscular, ciclos de excitaçãoinibição no SNC, potencial de ação, velocidade de propagação e inervação reflexa); - Fatores músculo-tendinosos (distribuição do tipo de fibra, seção transversal de cada fibra, velocidade de contração muscular, elasticidade dos músculos e tendões, viscosidade muscular, comprimento do músculo e relação tronco-extremidades, suprimento de energia e temperatura do músculo); 5.1 SISTEMA NEUROMUSCULAR A velocidade depende sempre da ação integrada entre músculos e nervos, através da transmissão da excitação para o SNC. 5.2 TIPO DE MUSCULATURA Biópsias mostraram que a parcela de musculatura de contração rápida tem correlação positiva com a velocidade dos movimentos. 5.3 FORÇA DA MUSCULATURA Uma melhora da força vem sempre acompanhada de um aumento da velocidade de movimento, pois o aumento da secção transversal do músculo proporciona mais ligações de pontes para o deslizamento da actina e da miosina. 5.4 TIPO DE OBTENÇÃO DE ENERGIA A velocidade máxima do músculo depende muito do nível de fosfato ricos em energia. Assim como sua velocidade de mobilização possível. Com o maior armazenamento de energia, ou seja, aumento das atividades enzimáticas, aumenta a velocidade de contração do músculo. 5.5 CAPACIDADE COORDENATIVA Uma alta freqüência de movimentos só pode ser alcançada com a alternância mais rápida entre estimulação e inibição, e respectivas regulações, do sistema nervo-músculo, aliados a um emprego ótico de força (HARRE, 1976; citado por MANSO; VALDIVIELSO, & CABALLERO, 1996).

5.6 ELASTICIDADE E A CAPACIDADE DE ALONGAR E RELAXAR A MUSCULATURA Quando essas características dos músculos são insuficientes, ocorre uma diminuição da amplitude de movimento e uma piora da coordenação, uma vez que a musculatura agonista precisa vencer uma maior resistência dos antagonistas, durante o movimento. 5.7 CONDIÇÃO DE AQUECIMENTO Uma ótima condição de aquecimento aumenta a capacidade de estiramento e a elasticidade melhora a capacidade de reação neuromuscular. Todas as reações bioquímicas transcorrem mais rapidamente quando a temperatura é ótima. Segundo WILL (1956), citado por HOLLMANN. & HETTINGER (1983), um aumento de 2º C da temperatura corporal deve provocar um aumento de cerca de 20% da velocidade de contração. 5.8 FADIGA Com a fadiga muscular, ocorre uma acidose. Uma velocidade máxima não pode ser alcançada em condição de fadiga, pois os processos de controle do SNC estão prejudicados e a alta capacidade de coordenação, imprescindível para o desenvolvimento da velocidade, está com seu desempenho prejudicado. 5.9 SEXO E IDADE A velocidade básica de pessoas não treinadas do sexo feminino é, em média, 10-15% menor do que das do sexo masculino. A menor velocidade básica das mulheres deve-se principalmente à menor força. A velocidade básica sofre uma redução mais precoce e mais acentuada com o aumento da idade. Isto está relacionado a diminuição da força e da coordenação. 6 TREINAMENTO DE VELOCIDADE EM CRIANÇAS E JOVENS A velocidade máxima no sentido de velocidade de corrida alcança seu ponto máximo nas meninas e meninos não treinados aos 15-17 anos e 20-22 anos, respectivamente. Entre o 5º e o 7º ano de vida ocorre um elevado aperfeiçoamento dos movimentos de corrida, portanto, recomenda-se nesta época uma maior oferta de exercícios de velocidade. Na primeira infância escolar a freqüência e a velocidade dos movimentos sofrem seu maior desenvolvimento. Também apresentam condições favoráveis da mobilidade de processos nervosos e alavanca. Existe, também, grande melhora de velocidade de reação.

Não se deve treinar a resistência de velocidade, pois, cargas deste tipo, desencadeiam na criança, devido à sua reduzida capacidade anaeróbia láctica, reações menos fisiológicas no organismo. No final da puberdade, os tempos de latência e de reação atingem os valores adultos, e a freqüência de movimentos tem seu máximo entre os 13 e 15 anos. As altas taxas de crescimento da força máxima e rápida (aumento de testosterona nos meninos) e o aumento da capacidade anaeróbica, resultam nesta fase de altos ganhos de velocidade. Na adolescência é possível um treinamento ilimitado dos aspectos condicionados e coordenativos da velocidade. Os métodos de treino correspondem mais ou menos aos dos adultos, só apresentando diferenças do ponto de vista quantitativo. 7 CONCLUSÃO As possibilidades apresentadas para a estrutura de treinamento da velocidade devem ser consideradas como propostas. Elas não devem ser adotadas sem análise crítica anterior. Como o desempenho da velocidade sempre foi conectado a certas técnicas esportivas ou incrustado em seqüências de ações específicas, ele também deve ser treinado em conexão com situações e com a técnica específica do esporte. Cada esporte necessita, portanto, implementar seu próprio conceito para o planejamento e para o controle do treinamento da velocidade. Segundo Elliot & Mester (2000), o comentário final é de que, embora não possamos denominar a velocidade como característica universal, instruções generalizadas aplicáveis ao treinamento da velocidade podem ser feitas. A ciência do esporte dita o caminho da prática para a análise das exigências e, então, para a prática novamente, demonstrando o que parece ser o meio mais promissor para o entendimento prático do que venha a ser treinamento efetivo da velocidade. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BAUERSFELD & VOSS (1992) procurar ELLIOTT, Bruce & MESTER, Joachim. Treinamento no esporte: aplicando ciência no treinamento. SP: Phorte Editora, 2000. HOLLMANN, W. & HETTINGER Th.: Medicina de esporte. São Paulo: Manole,1983. MANSO, J.; VALDIVIELSO, M. & CABALLERO, J.: Bases teóricas del entrenamiento deportivo. Madrid: Gymnos, 1996. TUBINO, Gomes. Metodologia Científica do Treinamento Desportivo. 8ª. Ed.

São Paulo: Ibrasa, 1984. WEINECK, J. Biologia do Esporte. São Paulo: Manole, 1991. WEINECK, Jürgen. Treinamento ideal. 9ºed. São Paulo: Manole Ltda. 1999.

Índice 1 INTRODUÇÃO... 1 2 CONCEITO... 1 3 TIPOS DE VELOCIDADE... 2 3.1 Velocidade de Reação... 2 3.2 Velocidade Acíclica... 2 3.3 Velocidade Cíclica... 2 3.4 Velocidade de Deslocamento... 3 3.5 Velocidade dos Membros... 3 3.6 Velocidade de Ação... 3 4 TREINAMENTO DE VELOCIDADE... 4 5 FATORES INFLUENCIADORES NA VELOCIDADE... 5 6 TREINAMENTO DE VELOCIDADE EM CRIANÇAS E JOVENS... 7 7 CONCLUSÃO... 8 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS... 8