Os Benefícios do Taekwon-do na Infância e na Adolescência
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- Maria do Pilar Sequeira Aquino
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1 Liga Desportiva de Taekwon-do do Estado de Minas Gerais - LDTEMG Mestre Ronaldo Avelino Xavier Os Benefícios do Taekwon-do na Infância e na Adolescência Belo Horizonte, 06 de Fevereiro de 2013.
2 Mestre Ronaldo Avelino Xavier Liga Desportiva de Taekwon-do do Estado de Minas Gerais - LDTEMG Os Benefícios do Taekwon-do na Infância e na Adolescência Trabalho apresentado como pré-requisito parcial na graduação para 6º DAN, Mestre Yeo Jin Kim. Belo Horizonte, 06 de Fevereiro de 2013.
3 1 Os benefícios do Taekwon-do na infância e adolescência. INTRODUÇÃO Este é um tema polêmico, pois na área da Educação Física existem correntes que não são a favor do treinamento específico para crianças. Com o bom senso e conhecimento científico, acredito que podemos treinar uma criança sem prejudicar o seu desenvolvimento. A criança não é um adulto miniatura e por usa natureza é inquieta e gosta de se movimentar. Seu treinamento deve ser planejado de acordo com seu grau de maturação biológica e deve ser voluntário, alegre e livre de pressões, para que libere sua imaginação e maneira de se expressar. Deve ainda haver um controle médico e ortopédico exaustivo, para que no futuro, não tenha o seu crescimento comprometido. IDADES E TREINAMENTO Na primeira infância a prioridade é o desenvolvimento da marcha e dos jogos menores com bola, diversidade de cores e estímulos. Qualquer treinamento nesta faixa etária não é recomendado, pois a criança ainda não está pronta para receber estímulos fortes e exercícios direcionados. Na fase pré-escolar, que chamamos de "Idade de ouro" da infância, 5-6/7 anos, jogos de caráter lúdico e de movimento devem ser aplicados. É a idade das perguntas e o raciocínio é intuitivo e ligado à experiência pessoal. Proibir que a criança jogue brincando, pode ser contraproducente. Na idade escolar, que vai dos 6/7 anos 10 anos de idade, a criança se interessa pela prática esportiva e já tem capacidade de coordenação e concentração. É uma idade propícia para a aquisição de habilidades motoras. A segunda idade escolar, que vai dos 10 anos até o início da puberdade, é a melhor fase para a aprendizagem da técnica, já que a coordenação e o equilíbrio operam com capacidade total. O correto é, nessa idade, treinar toda a técnica, pois o que não se desenvolve nesta fase dificilmente
4 2 será recuperado. Do início da puberdade até 13/14 anos nas mulheres e 14/15 nos homens, ocorrerão mudanças físicas e hormonais que acarretarão instabilidade psicológica e emocional. A coordenação, nessa idade, é a mais afetada e por isso devem-se treinar e reforçar as qualidades sem descuidar do que já foi obtido. Na adolescência, que vai desde 13/14 anos na mulher e 14/15 nos homens, até a idade adulta, a coordenação é recuperada, a técnica volta a fluir e psicologicamente o jovem é mais estável. Sem dúvida é a segunda "idade de ouro" da aprendizagem. Após entendermos as diferentes idades que existem da infância até a fase adulta, podemos associar as capacidades motoras às idades e correlaciona-las. RESISTÊNCIA Nunca é cedo demais para dar início ao desenvolvimento da resistência aeróbica e as adaptações são similares às do adulto. Devemos então dar ênfase à progressão das cargas, priorizando o volume mais que a intensidade. Na idade pré-escolar podemos realizar o treinamento aeróbico com corridas leves de no máximo 10min a 60% da capacidade da criança. Com isso teremos bons resultados. Aplicar jogos, caminhadas e passeios servirão para motivas. Na primeira e segunda idade escolar, até os 12/13 anos, devemos aplicar jogos pequenos como Polícia e ladrão, peã-pega e também jogos pequenos em equipe: queimadas, minibasquete, futebol etc. Como treinamento físico específico aplicamos corridas de longa duração, corrida em grupo, fila indiana ou revezamentos. Como os atletas já estão mais crescidinhos, a motivação é importante: dar certificados seria interessante. Na puberdade e na adolescência aplicamos corrida de longa duração com velocidade variável e com intervalos. Continuamos com corridas de longa duração no campo, em grupos, usando bicicletas, e as distâncias devem variar entre 5 e 10Km. Já as corridas de velocidade devem ter um caráter de igualdade para todos, pois os menos aptos sentem-se inferiorizados quando chegam por último. Dar vantagem a eles no início da corrida é uma boa forma de motiva-los.
5 3 VELOCIDADE A velocidade é uma capacidade motora e portanto, nascemos com ela. Existem componentes que devem ser trabalhados oportunamente como velocidade de reação, freqüência de movimento etc. Aos 8/10 anos estes caracteres têm valores similares aos de um adulto, daí a importância do seu treinamento. Nas crianças com idade pré-escolar o mais importante é a coordenação do movimento. O método a seguir será 100% jogo, de maneira alegre, divertida e sem pressões. Na primeira idade escolar as distâncias são curtas e em condições cariáveis. Ex: piques curtos com diferentes estímulos. Os jogos devem ser de perseguição, revezamento e captura; jogos com mudanças de direção; saltos etc. Na segunda idade escolar a velocidade de reação, freqüência de movimento e períodos de latência se igualam aos valores em adultos. Pode-se então proceder igual à primeira idade escolar, integrando a técnica do esporte escolhido aplicados à velocidade especial. Na puberdade e na adolescência, devido ao desenvolvimento muscular e melhora do metabolismo anaeróbico, podemos incrementar volume e intensidade, começa o trabalho com a resistência à velocidade. COORDENAÇÃO Nunca é muito cedo para trabalhar a coordenação e toda iniciativa de treinamento nesta idade deve estar correlacionada com o jogo e a diversão. Na primeira idade escolar, dos 7/10, anos, considera-se a idade de trabalho intensivo de coordenação, equilíbrio e destreza. A segunda idade escolar é a idade de ouro do aprendizado técnico. Não se devem abandonar os jogos e as técnicas e os exercícios devem partir do simples para o mais complexo. O treinamento não deve provocar fadiga. Na puberdade e na adolescência, o ganho conseguido até esse momento deve ser mantido e não se devem incorporar técnicas complexas. Nesta fase o crescimento muscular compensa o crescimento ósseo, assim pode-se trabalhar com maior firmeza e segurança. Apesar de o atleta estar nessa fase, não abandonar o jogo é importante.
6 4 FLEXIBILIDADE PARA CRIANÇAS Nos pré-escolares, devido à grande elasticidade do aparelho locomotor, não é necessário nenhum tipo de trabalho específico, porém a primeira idade escolar é a melhor idade para o trabalho da flexibilidade e recomendam-se trabalhos ativos ou passivos. Na segunda idade escolar ainda se pode trabalhar a flexibilidade com certa facilidade e deve-se manter o que foi obtido. Na puberdade e na adolescência a flexibilidade é afetada. Devemos então manter o que já se conseguiu e reforçar o condicionamento físico. FORÇA Na idade pré-escolar não recomenda nenhum tipo de trabalho. Quando entrar na primeira idade escolar, a criança realiza trabalhos com o próprio peso. Os treinamentos devem ser variados, como circuitos, saltar etc. Na segunda idade escolar o trabalho deve ser feito com pouco peso, bola medicinal ou com a ajuda de um companheiro. Os exercícios servirão para fortalecer a musculatura do abdômen, tórax e braços e pernas. Na puberdade o jovem está suscetível a lesões e recomenda-se trabalhar toda a musculatura para não sobrecarregar a coluna vertebral. A musculação, nessa fase, é uma grande aliada do treino. Na adolescência o trabalho é praticamente o mesmo que para os adultos, apenas devemos ter cuidado com lesões. Respeitando o processo de desenvolvimento na criança, podemos treinar o TAE KWON DO perfeitamente planificado sem modificar e influenciar negativamente o crescimento físico e humano. Baseado em estudo feito pelo médico e técnico da seleção equatoriana Dr. Marco Chango.
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