JARDINS COMESTÍVEIS COMO PROPOSTA INTERDISCIPLINAR SENSIBILIZADORA PARA TRABALHAR A ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO SAUDÁVEIS



Documentos relacionados
ESCOLA ESTADUAL JOAQUIM GONÇALVES LEDO

ANÁLISE DAS LANCHEIRAS DE PRÉ-ESCOLARES¹ BOEIRA,

Implantação e manutenção de uma horta comunitária na APAE de Bambuí MG

Escola: Escola Municipal Rural Sucessão dos Moraes

O desafio hoje para o Pediatra e também para sociedade é cuidar das crianças que vão viver 100 anos ou mais e que precisam viver com qualidade de

PROJETO EDUCANDO COM A HORTA: CORES AROMAS E SABORES. NEI João Machado da Silva

Capitulo 3 Horta Orgânica

Mostra de Projetos Horta Educativa

Projeto Curricular de Escola

PROJETO HORTA: SEMENTINHAS DO AMANHÃ. CEI CIDADE TIRADENTES DRE Guaianases 2013

IMPLANTAÇÃO DE HORTAS SUSPENSAS DE GARRAFAS PET COMO INSTRUMENTO DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL NA ESCOLA MUNICIPAL ROBERTO SIMOSEN-PB

PROGRAMA DE BOLSA ACADÊMICA DE EXTENSÃO PBAEX / EDIÇÃO 2016 CAMPUS AMAJARI ANEXO III

Associação Sócio-Cultural Idéia Solidária

10. SUGESTÕES DE PROPOSTAS PARA IMPLANTAÇÃO NO MUNICÍPIO DE HORTOLÂNDIA/SP

PROJETO DE LEI DO SENADO Nº, DE 2010

EDUCANDO COM A HORTA ESCOLAR PEDAGÓGICA

ESCOLA MUNICIPAL DE PERÍODO INTEGRAL IRMÃ MARIA TAMBOSI

PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR. Eliene Ferreira de Sousa PNAE/FNDE/MEC

PACTO FEDERATIVO PELA PROMOÇÃO DA ALIMENTAÇÃO SAUDÁVEL

Preferências alimentares individuais; Disponibilidade dos alimentos no mercado; Influência das propagandas no mercado, na televisão.

Rua Antônia Lara de Resende, 325 Centro CEP: Fone: (0xx32) / 2151 Fax: (0xx32)

Horta do Futuro EE 9 de Julho Sala 7 2ª sessão

A Família e sua importância no processo educativo dos alunos especiais

TÍTULO: AUTORES: INSTITUIÇÃO: ÁREA TEMÁTICA 1-INTRODUÇÃO (1) (1).

5.1 Nome da iniciativa ou Projeto. Academia Popular da Pessoa idosa. 5.2 Caracterização da Situação Anterior

Panorama Nutricional da População da América Latina, Europa e Brasil. Maria Rita Marques de Oliveira

VIGITEL 2014 Periodicidade Parceria: População monitorada entrevistas

Estratégia Nacional de Promoção da Alimentação Complementar Saudável

NUTRIÇÃO INFANTIL E AS CONSEQUENCIAS NOS CICLOS DA VIDA. Profª Ms. Ana Carolina L. Ottoni Gothardo

PREFEITURA MUNICIPAL DE MONTANHA ES SECRETARIA DE MEIO AMBIENTE

DICA PEDAGÓGICA EDUCAÇÃO INFANTIL

Desafios e Perspectivas para a Educação Alimentar e Nutricional

FACEMA SUSTENTÁVEL: Incorporação de educação ambiental na IES: Pedro Augusto da Silva Soares

Programa 5 ao Dia. Um Alimentação Saudável está nas nossas mãos.

Azul. Novembro. cosbem. Mergulhe nessa onda! A cor da coragem é azul. Mês de Conscientização, Preveção e Combate ao Câncer De Próstata.

Educação Alimentar e Nutricional no Espaço Escolar como Promotora de Vida Saudável

Apresentação. O que significam os itens da Tabela de Informação Nutricional dos rótulos

PALAVRAS CHAVE: Educação em saúde, hortas, interdisciplinaridade

PROJETO ESCOLA DO SABOR

ACEITABILIDADE E QUALIDADE DA MERENDA ESCOLAR: UM ESTUDO DE CASO

EDUCAÇÃO NUTRICIONAL - CONSTRUÇÃO COMPARTILHADA DO CONHECIMENTO JOSILENE RUBIA MURARA - CRN LUIZE AMANDA SALVADOR CRN2 6112

AVALIAÇÃO NUTRICIONAL DE MENINAS DO INTERIOR DO ESTADO DE SÃO PAULO Uyeda, Mari*

INDICE ANTROPOMÉTRICO-NUTRICIONAL DE CRIANÇAS DE BAIXA RENDA INCLUSAS EM PROGRAMAS GOVERNAMENTAIS

LEI Nº 740, DE 03 DE NOVEMBRO DE 2009.

IMPORTÂNCIA DA EDUCAÇÃO NUTRICIONAL NA INFÂNCIA

III Mostra Nacional de Produção em Saúde da Família IV Seminário Internacional de Atenção Primária/ Saúde da Família. Brasília, 08 de Agosto de 2008

AGENDA PARA INTENSIFICAÇÃO DA ATENÇÃO NUTRICIONAL À DESNUTRIÇÃO INFANTIL

EDUCAÇAO AMBIENTAL NA ESCOLA Perspectivas de mudanças comportamentais na alimentação e convívio social.

PROMOVENDO A REEDUCAÇÃO ALIMENTAR EM ESCOLAS NOS MUNICÍPIOS DE UBÁ E TOCANTINS-MG RESUMO

CAPACITAÇÃO E IMPLANTAÇÃO DE BOAS PRÁTICAS NAS COZINHAS E HORTA DAS ESCOLAS DO MUNICÍPIO DE ARARUNA PB

treinofutebol.net treinofutebol.net

DOCUMENTO DE REFERÊNCIA PARA GUIAS DE BOAS PRÁTICAS NUTRICIONAIS

PROJETO EDUCANDO COM A HORTA ESCOLAR E A GASTRONOMIA PEHEG

Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome

ALIMENTAÇÃO E PESO SAUDÁVEL

HORTA ESCOLAR NA EDUCAÇÃO INFANTIL: PRÁTICAS SUSTENTÁVEIS PARA O DESENVOLVIMENTO DE UMA CONSCIÊNCIA PLANETÁRIA

Dicas para uma alimentação saudável

APÊNDICE C DIRETRIZES VOLUNTÁRIAS PARA A INTEGRAÇÃO DA BIODIVERSIDADE NAS POLÍTICAS, PROGRAMAS E PLANOS DE AÇÃO NACIONAIS E REGIONAIS DE NUTRIÇÃO

SAÚDE DO ESCOLAR. Profa.Andrea Polo Galante

Hábitos saudáveis na creche

Nutrientes. E suas funções no organismo humano

PRÓ-REITORIA DE EXTENSÃO ANEXO I. PROJETO DE ( X ) CURTA DURAÇÃO ( ) LONGA DURAÇÃO

JUSTIFICATIVA OBJETIV OS:

Reeducação Alimentar na prevenção da Obesidade Professores: Ivo André Polônio; Edi Carlos Iacida; Ângela Cesira Maran Pilquevitch; Silvia Trevisan;

Mostra de Projetos Projeto do LIXO ao LUXO

Banco de Boas Práticas

Alimentação Saudável E.E. Ludovina Credidio Peixoto Sala 11 Sessão 2

PROGRAMA DE EDUCAÇÃO AMBIENTAL

Projeto Pedagógico Sala da Alegria. Vamos descobrir os Alimentos

OFICINA: Guia Alimentar para Crianças Menores de Dois Anos

Quem come bem vive melhor. Hábitos alimentares

FORMAÇÃO DE HÁBITOS DE CONSUMO DE HORTALIÇAS: IMPORTÂNCIA DOS PAIS E DA ESCOLA

Saúde da mulher em idade fértil e de crianças com até 5 anos de idade dados da PNDS 2006

********** É uma instituição destinada ao atendimento de crianças de 0 a 3 anos e faz parte da Educação Infantil. Integra as funções de cuidar e

Reciclando e Sensibilizando

PRINCÍPIOS Prevenção e o controle das doenças, especialmente as crônico-degenerativas estimulam desejo

(II Conferência Nacional de Segurança Alimentar Nutricional, 2004)

EFEITO DO ACONSELHAMENTO NUTRICIONAL DA ESTRATÉGIA AIDPI SOBRE PRÁTICAS ALIMENTARES, ESTADO DE NUTRIÇÃO E DESENVOLVIMENTO INFANTIL

Ciclo Verde 2012 Projeto Escola Sustentável não é conversa, é Atitude.

Campanha da Rede Asbran alerta este mês sobre consumo de açúcar

EDUCAÇÃO E CIDADANIA: OFICINAS DE DIREITOS HUMANOS COM CRIANÇAS E ADOLESCENTES NA ESCOLA

Guia. Nutricional. para gestantes

TÍTULO: AUTORES: INSTITUIÇÃO: ÁREA TEMÁTICA

1. Introdução. 2. O que é a Roda dos Alimentos?

193 - TRABALHOS COM HORTAS ESCOLARES NO MUNICÍPIO DE DIONÍSIO CERQUEIRA, SC

O Programa Municipal de Nutrição, implantado em 07/04/2006, tem como. objetivo principal investir em ações de educação nutricional, promovendo

IDEIAS NO PRATO E.E.PROFª MARIA GUILHERMINA LOPES FAGUNDES Sala 11 Sessão 2

O PAPEL DO EDUCADOR NA PROMOÇÃO DE AÇÕES EDUCATIVAS QUE ESTIMULEM A ACEITAÇÃO DOS CARDÁPIOS OFERECIDOS AOS ALUNOS DA EDUCAÇÃO INFANTIL

ATIVIDADES EM NUTRIÇÃO COM A COMUNIDADE VIZINHANÇA

Profª Marília Varela

A RECICLAGEM EM NOSSO PLANETA, COMEÇA NA ESCOLA. 1

PROJETO 2 EDUCAÇÃO AMBIENTAL E ALIMENTAR COM A HORTA ESCOLAR

PROC. Nº 0838/06 PLL Nº 029/06 EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS

VIVER BEM OS RINS DO SEU FABRÍCIO AGENOR DOENÇAS RENAIS

Projeto Alimentação. EMEF M BOI MIRIM III DRE Campo Limpo

Quem somos...!!! Nossa Missão

A IMPORTÂNCIA DOS PAIS

Educação especial: um novo olhar para a pessoa com deficiência

PROGRAMA DE INTERVENÇÃO EM OBESIDADE INFANTIL. Centro de Saúde da Marinha Grande Ana Laura Baridó

Transcrição:

JARDINS COMESTÍVEIS COMO PROPOSTA INTERDISCIPLINAR SENSIBILIZADORA PARA TRABALHAR A ALIMENTAÇÃO E NUTRIÇÃO SAUDÁVEIS Neves, R. C. F 1*, Jorge, A. S. P 2, Oliveira, W. P 2, Sodré, L. P 2, Masqueto, G. M. A 2, Rosa, E, C. L. 2, Nunes, F. L 2. Corulli, S. D. R 2, Martins, C. A. O 2, Oliveira, R. E 2, Camargo, N. M. C 2. Roder, M. R 2, Oliveira, M. M 3. 1 Departamento de Exatas, Faculdades Integradas Regionais de Avaré, Fundação Regional Educacional de Avaré, Avaré, São Paulo, Brasil; 2 Prefeitura Municipal de Pardinho- Escola Ernestina Nogueira Cesar, São Paulo, Brasil; 3 Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Botucatu-SP - Instituto de Biociências - Centro de Estudos e Práticas em Nutrição * E-mail: renatocassio_neves@hotmail.com Resumo No presente atual incentiva-se que o termo merenda escolar não seja mais utilizado, por demonstrar em sua tradução um tipo de alimentação rápida, reduzida, equivalente a um lanche. Assim, é defendido o uso da expressão alimentação escolar, que proporciona um entendimento mais próximo de uma refeição completa a qual os alunos têm direito [1-2]. A adoção de modos de vida e hábitos alimentares saudáveis, encontra respaldo na Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) do Ministério da Saúde que tem no Guia Alimentar para a População Brasileira (Ministério da Saúde, 2006), um dos instrumentos de reforço à melhoria dos padrões nutricionais da população em geral. Palavras-chave Jardim comestível, Alimentos, Nutrição. Abstract In this current, is encouraged that the term school lunch is no longer used, By demonstrating its translation in one type of fast feed reduced, equivalent to a snack. It is therefore advocated the use of the term "school feeding", which provides a closer understanding of a full meal to which students are entitled [1-2]. The adoption of lifestyles and healthy eating habits, is supported by the National Food and Nutrition (PNAN) of the Ministry of Health which has the Food Guide for the Brazilian Population (Ministry of Health, 2006), an instrument of strengthening the improvement of nutritional standards of the general population. Key-Words Edible Gardens, Feed, Nutrition I. INTRODUÇÃO Nos dias de hoje, incentiva-se que o termo merenda escolar não seja mais utilizado, por demonstrar em sua tradução um tipo de alimentação rápida, reduzida, equivalente a um lanche. Assim, é defendido o uso da expressão alimentação escolar, que proporciona um entendimento mais próximo de uma refeição completa a qual os alunos têm direito [1-2]. O estímulo à adoção de modos de vida e hábitos alimentares saudáveis encontra respaldo na Política Nacional de Alimentação e Nutrição (PNAN) do Ministério da Saúde que tem no Guia Alimentar para a População Brasileira (Ministério da Saúde, 2006), um dos instrumentos de reforço à melhoria dos padrões nutricionais da população em geral. O esforço conjunto para a promoção da alimentação saudável resultou em Portaria específica voltada ao ambiente escolar, editada pelos Ministérios da Saúde e da Educação, (Portaria MS/MEC nº 1010/06) cuja finalidade é potencializar a escola como ambiente de promoção da saúde da população escolar em todo o país [1-2]. O pressuposto da intersetorialidade no desenvolvimento de ações para a garantia da segurança alimentar e nutricional para escolares sofreu importantes avanços no ano de 2007, a partir do estabelecimento de parcerias inéditas entre o FNDE e grandes universidades brasileiras.

São os chamados Centros Colaboradores de Alimentação e Nutrição do Escolar, que busca favorecer o desenvolvimento de ações que promovam e garantam a adoção de práticas alimentares mais saudáveis no ambiente escolar por meio de nutrientes. São componentes dos alimentos que participam por meio das mais variadas funções da homeostase do organismo. A energia, mesmo não sendo um nutriente, também participa desta regulação. Uma forma de classificar os nutrientes é estabelecida de acordo com a quantidade que são necessários ao organismo: macronutrientes e micronutrientes. Entre os micronutrientes têm-se as vitaminas e ainda macro e microminerais, classificados a depender da quantidade que devem ser consumidos para suprir as necessidades nutricionais, se dá ordem de mili e microgramas, respectivamente. Considerando a prevalência de excesso de peso em crianças e adolescentes e que os hábitos alimentares devem ser formados durante a infância [1-3]. O ambiente escolar tornase local propício para implantação de programas de educação nutricional que possam promover um ambiente favorável e ofertar alimentos adequados prevenindo e tratando a obesidade e as doenças associadas. Porém, é difícil lidar com crianças com problema de obesidade, pois muitas vezes elas não aceitam o consumo de alimentos mais saudáveis e pais e professores não sabem que atitudes tomar diante do problema, ou não são bons exemplos para a criança. Além disso, muitas crianças têm hábitos sedentários, como assistir à televisão e jogar vídeo game [1-5]. Quando uma criança chega ao estado de obesidade, ela necessita de tratamento e cooperação da família e da escola, que deverão participar e incentivá-la a comer alimentos mais saudáveis, além de adequarem o cardápio, aumentando a oferta de frutas, legumes, verduras e incentivando a prática de atividade física regular [5]. Uma forma da escola realizar este trabalho é integrar a nutrição à sala de aula, incorporando conceitos de Nutrição nos conteúdos ministrados às crianças [6,10,11,12]. O estudo de intervenção nutricional com escolares, apontou melhora nos conhecimentos nutricionais, atitudes e comportamento alimentar dos alunos, além de influências nos hábitos alimentares de seus familiares. No processo de desnutrição, atualmente, está havendo a diminuição da prevalência de desnutrição/baixo peso e o aumento da prevalência de excesso de peso (sobrepeso e obesidade) tanto entre crianças quanto entre adultos [10-13]. A desnutrição é um agravo desencadeado por uma má-nutrição, na qual são ingeridas quantidades insuficientes de alimentos ricos em carboidratos, proteínas, lipídeos ou outros nutrientes, que não conseguem suprir as necessidades diárias do organismo. A baixa ingestão de alimentos leva o organismo a desenvolver mecanismos de adaptação: queda da atividade física em comparação com crianças normais; parada no crescimento (falta de ganho de peso e altura) e alteração da imunidade (aumento do risco de infecções). O tratamento da desnutrição está intimamente relacionado com aumento de oferta alimentar, que deve ser feito de forma gradual em função das alterações intestinais que podem estar presentes. Por se tratar, na maioria das vezes, de um problema social, é importante que os profissionais da escola estejam atentos, encaminhando a criança para tratamento e a família para assistentes sociais, comunidades de bairro e pastorais da criança para que consigam algum tipo de auxílio para suprirem possíveis carências alimentares [12-13]. De acordo com Silva, a anemia, que é um tipo de distúrbio nutricional, é considerada a doença mais prevalente em todo o mundo. Caracterizada por deficiência de ferro, chega a ser responsável por 95%. Ocorre com maior frequência entre a população infantil de países em desenvolvimento, mas também, em menores proporções, nos países desenvolvidos [15]. O baixo consumo de ferro é a principal causa de anemia ferropriva em crianças e adolescentes. Sua deficiência, mesmo na forma moderada, é grave, determinando casos de anemia com consequentes prejuízos para a normalidade do crescimento, afetando o desenvolvimento cognitivo e limitando o rendimento escolar [15]. O quadro clínico é caracterizado por déficit de crescimento e desenvolvimento; alteração da pele como palidez; inflamação na língua e boca; distúrbios comportamentais/irritabilidade, desinteresse pelo meio, distração, falta de memória; pica (perversão do apetite, ingerindo gelo e terra); diminuição da capacidade de trabalho e do

rendimento físico; alterações da imunidade com maior índice de infecções. Para o tratamento da anemia é fundamental uma diversificação da dieta, principalmente com ingestão de alimentos fontes de ferro de origem animal e vegetal. As fontes de ferro de origem animal são carne de vaca, frango, gema de ovo, peixe e as fontes de origem vegetal são brócolis, feijão, grão de bico, lentilha, soja e vegetais de folha verde escura [16]. Não basta simplesmente comer alimentos ricos em ferro, é necessário também melhorar as condições para absorção do mesmo. Para isso, leite e derivados, chás, café e chocolate não devem ser ingeridos nas refeições principais (almoço e jantar), pois eles dificultam a absorção do ferro [10-16]. Adicionalmente, durante ou após o almoço e jantar deve-se consumir um alimento fonte de vitamina C, como frutas cítricas, pois essa vitamina também facilita a absorção do ferro, e verduras auxiliam processos de absorção desses nutrientes. O presente trabalho tem como objetivo apoiar a formação permanente de professores do ensino fundamental e educação infantil em atividades teóricas e práticas de promoção da alimentação adequada, saudável e solidária na escola, extensivas a estudantes. II. MATERIAIS E MÉTODOS METODOLOGIA O desenvolvimento dos métodos foi realizado como: Entrevista para levantamento das espécies vegetais (medicinais e comestíveis) mais utilizadas pelos educando e a comunidade, resgatando o saber popular; Organizar aulas e palestras demonstrando as etapas de implantação do jardim comestível, sua importância, e possíveis utilizações dos cultivos na escola; Identificar e reconhecer os vegetais cultivados; Visita a uma horta orgânica e jardim de plantas medicinais para aprendizado de técnicas de cultivo e utilização dos vegetais; Utilizar os produtos cultivados pelos educandos no cardápio escolar; Exposição de ervas medicinais para a comunidade interna e externa; oferta de chás e explanação sobre as propriedades terapêuticas de cada planta feita pelos educandos; Preparo do jardim comestível (canteiro) e vertical. Atividades e recursos necessários: Preparo do jardim comestível (canteiro): Mistura da terra com substrato orgânico e preparo de canteiros de compostagem; Idealizar as formas para os canteiros que terão sustentação de bambu e/ou PETs e distribuir a mistura de solo para o cultivo; Fazer medições do canteiro para a projeção de quantidade de solo e de mudas para por metro quadrado e instalação de cercado; Plantio de sementes e mudas e confecção de placas de identificação (nome popular, científico, inglês e espanhol) utilizando madeira. Escala de alunos para cuidados diários que incluem irrigação e controle de ervas daninhas; Colheita dos alimentos para utilização em pratos da merenda escolar e exposição para a comunidade. Materiais: Bambu, enxada, terra, substrato, carrinho de mão, garrafas PET, madeira, pirógrafo, trena, pneus, tinta, tela de cerca. Preparo do jardim vertical (suspenso): Preparo manual de garrafas PET e pneus usados para recebimento das mudas; Instalação de suporte para fixar o jardim vertical à parede e a uma treliça;

Escolha das mudas que serão plantadas nos jardins verticais; Colocação de mistura de solo nas garrafas e pneus e plantio das mudas nos mesmos; Escala de alunos para cuidados diários que incluem irrigação e controle de ervas daninhas; Colheita dos alimentos para utilização em pratos da merenda escolar e em atividades com a comunidade. Materiais: Bambu, terra, substrato, reliça, garrafas PET, tinta, tela de cerca, ganchos de parede, fio de varal encapado. Na figura 1 abaixo demonstra todo procedimento do inicio da medição, preparo da terra e adubação. Figura 1 - Preparo dos canteiros O canteiro pronto teve inicio do transplante das mudas referido na figura 2 abaixo. Figura 2 - Mudas de cebolinha e almerão já em processo de fixação. Figura 3. Colheita de alface e processamento Figura 4. Verduras servidas na merenda escolar III. RESULTADOS E DISCUSSÃO O projeto visou a promoção de ações interdisciplinares na escola para tratar do tema alimentação e outros relacionados. A participação da comunidade não foi efetiva diante da enorme demanda que se apresenta. A mobilização em prol da qualidade de vida e saúde foi um dos grandes desafios enfrentados por nós, professores. Conseguimos associar temas relacionados como a nutrição e o cotidiano escolar visando maior interdisciplinaridade como a instalação da horta, um permanente espaço educativo. Nosso principal objetivo está relacionado com a saúde. Quando falamos de saúde, estamos falando da pessoa, do lugar em que vive. Tendo como meta a prevenção, começando pelos hábitos saudáveis de vida e promoção de todas as pessoas à condição de cidadãs com direitos e deveres iguais. Escolhemos implantar os jardins comestíveis como proposta interdisciplinar sensibilizadora para trabalhar a alimentação e nutrição saudáveis como promotoras de saúde. Desenvolvemos o nível de interação sustentável (do preparo do solo à colheita e consumo das hortaliças e ervas na escola) entre educandos, professores e demais agentes escolares para com a alimentação segura e nutritiva, livre de produtos químicos.

IV. CONCLUSÃO Houve melhora significativa nas atividades avaliativas regulares, sobretudo na disciplina de Ciências, e no comportamento em sala de aula. Mediante ao desenvolvimento do projeto, os alunos desenvolveram todas as etapas, com excelente receptividade. Diante de tudo isso, visualizamos que a comunidade escolar é a base de formação de indivíduos. O papel dos educadores é de suma importância para mediar informações, conscientizando sobre hábitos alimentares saudáveis e a prática de exercícios físicos. AGRADECIMENTOS Prefeitura Municipal de Pardinho Escola Municipal Ernestina Nogueira Cesar A todos os funcionários, coordenador, professores a diretora e vice-diretora. REFERÊNCIAS 1. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NUTRIÇÃO (ASBRAN). Relatório final Pesquisa Nacional de Consumo Alimentar e Perfil Nutricional de Escolares, Modelos de Gestão e de Controle Social do Programa Nacional de Alimentação Escolar. Brasil, 2008. 2. BRASIL. Resolução FNDE/CD/Nº32/2006. Estabelecer normas para execução do PNAE, 2006a. 3. BRASIL. Resolução ANVISA RDC 269, de 22 de setembro de 2005. Dispõe do regulamento técnico sobre a ingestão diária recomendada (idr) de proteína, vitaminas e minerais.disponívelem: httpelegis.anvisa.gov.br. 4. BRASIL/MS/SAS/DAB/CGPAN.Novas curvas de avaliação de crescimento infantil. 5. Ministério da Saúde. Disponível em: http:dtr2004.saude.gov.br/nutricao/documentos/a presentacao_cgpan_curvas1.pdf. Acesso em 25/04/2007. 6. BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Vigitel Brasil 2008: vigilância de fatores de risco e proteção para doenças crônicas por inquérito telefônico / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Secretaria de Gestão Estratégica e Participativa. Brasília : Ministério da Saúde, 2009. 7. BRASIL, Ministério da Saúde. Guia Alimentar para a População Brasileira. Promovendo a alimentação saudável. Brasília: Ministério da Saúde, 2006b. 8. CARVALHO, M. H. S. A merenda Escolar no Brasil. Disponível em: http://penta.ufrgs.br/edu/dee/merenda.htm. Acesso em agosto de 2004. 9. COIMBRA, M., MEIRA, J.F.P., ESTARLING, M.B.L. Comer e aprender: Uma história da alimentação escolar no Brasil. Belo Horizonte: 1982. 10. COUTINHO, A. O. Programa Nacional de Alimentação Escolar PNAE. Arquivo impresso (sem editoração) 11. MELLO, E. D.; LUFT, V. C.; MEYER, F. Obesidade infantil: como podemos ser eficazes? J Pediatr. 2004; 80(3):173-82. 12. PAZDZIORA, A. Z.; GUIMARÃES, L. V.; BARROS, M. B. A.; FERREIRA, M. G.; ALENCAR, L. A. A. Associação entre o estado nutricional de escolares e a situação nutricional de seus pais. Nutrire: rev. Soc. Bras. Alim. Nutr. = J. Brazilian Soc. Food Nutr., São Paulo, SP, v. 34, n. 1, p. 45-57, abr. 2009. 13. CRUZ, G. F. et al. Avaliação dietética em creches municipais de Teresina, Piauí, Brasil. Rev. Nutr., v. 14, n. 1, p. 21-32, 2001. 14. SILVA, M. V. et al. Acesso à creche e estado nutricional das crianças brasileiras: Diferenças regionais, por faixa etária e classes de renda. Rev. Nut., v. 13, n. 3, p. 193-199, 2000. 15. LÍVIA APARECIDA PEREIRA DE LIMA, PATRÍCIA MARIA VIEIRA, Como educar/cuidar das crianças com necessidades alimentares especiais.