(II Conferência Nacional de Segurança Alimentar Nutricional, 2004)
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- Ana Lívia Domingos da Rocha
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1 1 Segurança Alimentar e Nutricional Segurança alimentar é a realização do direito de todos ao acesso regular e permanente a alimentos de qualidade, em quantidade suficiente, sem comprometer o acesso a outras necessidades essenciais, tendo como base práticas alimentares promotoras de saúde que respeitem a diversidade cultural e que sejam social, econômica e ambientalmente sustentáveis. (II Conferência Nacional de Segurança Alimentar Nutricional, 2004) Segurança Alimentar e Nutricional na prática Articuladora: Sociedade Civil e Poder Público Eqüitativa: Reconhecendo os direitos dos diversos segmentos de população Emergencial: Em casos de urgência Intersetorial / Multidisciplinar: Entre as diferentes esferas e áreas de atuação do Governo e Sociedade Civil: assistência, saúde, educação, agricultura, etc. LOSAN - Lei Federal nº , de 15 de setembro de 2006 A lei cria o Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Sisan), que fornece condições para a formulação da Política e do Plano Nacional de SAN, com diretrizes, metas, recursos e instrumentos de avaliação e monitoramento. Com a instituição da lei, a segurança alimentar e nutricional deixa de ser uma política de Governo, para se transformar em uma política de Estado. Isso foi pela integração entre poder
2 2 público e sociedade civil. A referida lei foi regulamentada pelo Decreto Federal nº 7.272, de 25 de agosto de 2010, a qual versa sobre critérios para adesão Sisan. Elementos Conceituais de SAN A dimensão nutricional: a) escolha de alimentos saudáveis; b) preparo dos alimentos com técnicas que preservem o seu valor nutricional e sanitário c) consumo alimentar adequado e saudável; d) boas condições de saúde, higiene e de vida para melhorar e garantir a adequada utilização biológica dos alimentos consumidos; e) promoção dos cuidados com sua própria saúde, de sua família e comunidade; f) acesso aos serviços de saúde de forma oportuna e com resolutividade das ações prestadas; g) promoção dos fatores ambientais que interferem na saúde e nutrição como as condições psicossociais, econômicas, culturais, ambientais. A dimensão alimentar: a) suficiente para atender a demanda; b) estável e continuada para garantir a oferta permanente; c) autônoma para que se alcance a auto-suficiência nacional nos alimentos básicos; d) eqüitativa para garantir o acesso universal às necessidades nutricionais adequadas; e) sustentável do ponto de vista agroecológico, social, econômico e cultural. Situações de Insegurança Alimentar fome; obesidade; doenças associadas a má alimentação; consumo de alimentos de qualidade duvidosa ou prejudicial à saúde; estrutura de produção de alimentos predatória em relação ao meio ambiente; imposição de padrões alimentares que não respeitem a diversidade cultural; renda/terra insuficiente para aquisição de alimentos. Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável Consea/SP Baseado no princípio que a alimentação é uma questão estratégica para o desenvolvimento, o Governo do Estado de São Paulo criou o Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Consea/SP, instituído pelo Decreto nº , de 11 de abril de 2003, e reorganizado pelo Decreto nº , de 28 de abril de O Consea/SP tem por objetivo propor diretrizes gerais da política estadual de segurança alimentar e nutricional sustentável, visando garantir o direito ao alimento e à
3 3 nutrição para a população do Estado de São Paulo. Entre suas competências estão: acompanhar as ações do governo estadual na área de segurança alimentar e nutricional; propor e coordenar campanhas de conscientização da opinião pública; propor diretrizes para a política e o plano estadual de segurança alimentar e nutricional sustentável e incentivar a criação de conselhos municipais. As discussões do Consea/SP são direcionadas para desenvolvimento de políticas públicas nas áreas de educação, saúde, agricultura e assistência social. O Consea/SP é formado por 46 conselheiros, sendo 23 do poder público estadual e 23 da sociedade civil. Visando a articulação regionalizada e maior foco no desenvolvimento efetivo dos trabalhos respeitando a realidade peculiar de cada região, o Consea/SP desenvolveu um processo de descentralização, criando no Estado de São Paulo 16 (dezesseis) Comissões Regionais de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável CRSANS. A CRSANS é um órgão com representação governamental e de organizações da sociedade civil que possuam atividades relacionadas à segurança alimentar e nutricional; e tem por competências: desenvolver atividades em consonância com os objetivos do Consea/SP; auxiliar o Consea/SP em suas atividades regionais; proceder às mobilizações regionais; assessorar os municípios nas questões relacionadas com segurança alimentar e nutricional e realizar levantamento de dados, em conjunto com os municípios, sobre aspectos que envolvam segurança alimentar e nutricional. Conselho Municipal A criação do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional é um importante passo para consciência alimentar da população, pois cada município tem conhecimento da realidade local e poderá contribuir participando ativamente na identificação de problemas, desafios e soluções, em conjunto com o Consea/SP. O Conselho Municipal também poderá colaborar na elaboração de políticas públicas, além de ser de extrema importância na integração entre União, Estado e Município; como proposto na criação do Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional (Lei nº /2006). Definição Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável é um órgão governamental vinculado à Prefeitura Municipal, que deverá elaborar diretrizes para implantar a política local de segurança alimentar e nutricional em sintonia com as diretrizes traçadas pelos conselhos estadual e nacional, e orientar a implantação de programas municipais, principalmente ligados à alimentação, nutrição, educação alimentar, agricultura, saúde, meio ambiente e geração de renda, estabelecendo diretrizes e prioridades.
4 4 O Conselho pode ser formado por uma diretoria composta por: presidente, vicepresidente e secretário executivo; eleitos de acordo com a lei ou decreto de criação. Além de contar com conselheiros representantes do poder público e da sociedade civil. Objetivos e competências Os objetivos e competências do conselho municipal podem ser: Promover e organizar a conferência municipal de segurança alimentar e nutricional; Propor as diretrizes da política e do plano municipal de segurança alimentar e nutricional a serem implementados; Articular e mobilizar a sociedade civil organizada; Propor, acompanhar e fiscalizar as ações do governo municipal nas áreas de segurança alimentar e nutricional; Cooperar na articulação de áreas do governo municipal com as organizações da sociedade civil para a implementação de ações voltadas ao combate das causas da miséria e da fome e promoção de hábitos e estilo de vida saudáveis e com qualidade, dignidade e esperança; Incentivar parcerias que garantam mobilização dos setores envolvidos e racionalização do uso dos recursos disponíveis; Coordenar campanhas de conscientização da opinião pública com vistas à união de esforços; Trabalhar em conjunto com o Consea estadual; Realizar, incentivar e apoiar estudos que fundamentam as propostas ligadas à segurança alimentar e nutricional sustentável. Criação de um Conselho Municipal A Prefeitura Municipal é a instância de apoio à criação do Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável - Comsea, que deve congregar dois setores: poder público e sociedade civil, este último através de entidades e instituições relacionadas com segurança alimentar e nutricional. Para tanto é necessário um processo de articulação e mobilização, através de reuniões e/ou palestras que exponham o tema e sua importância, ressaltando o direito humano à alimentação adequada e a promoção de hábitos e estilo de vida saudáveis. Importante sensibilizar e envolver a sociedade civil em todas as etapas e discussões, além de profissionais da área, universidades, população em geral, sindicatos, associações, organizações não-governamentais etc. É fundamental a troca de idéias e experiências, buscando informações, colaboradores e apoios. Um grande aliado é o Conselho Estadual de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável Consea/SP, que se faz presente em todos os municípios por meio de suas
5 5 Comissões Regionais de Segurança Alimentar e Nutricional Sustentável CRSANS. É proposto o contato com essa Comissão e com municípios vizinhos que já possuam COMSEA para adquirir orientações adicionais e conhecimento de seus fundamentos legais, experiências e rotinas. Dentro do próprio município, também poderão colaborar os conselhos de saúde, assistência social, alimentação escolar etc, bem como universidades e demais instituições de ensino. Além disso, o Poder Legislativo tem que estar sempre envolvido nas discussões. Após identificação de todos os possíveis colaboradores, poderá ser formada uma comissão provisória para planejamento, organização e implantação do conselho municipal de segurança alimentar e nutricional. Esta comissão poderá elaborar um plano de ação, contendo todas as atividades, prazos e responsáveis. Para a instituição de um conselho municipal é necessária a elaboração de uma lei ou decreto (sugestão em anexo). A comissão provisória poderá elaborar a proposta de lei, baseando-se em leis ou decretos de municípios que já possuam conselho de segurança alimentar e nutricional e adequar à realidade local. Com a publicação da lei / decreto, o conselho fica instituído, mas não formado. Para sua efetiva formação há a necessidade de se eleger conselheiros representantes da sociedade civil; e a prefeitura, por meio das secretarias que compõem o conselho, deverá indicar membros do poder público. Também deverão ser eleitos o presidente e o vice-presidente. Após a escolha dos membros, o Poder Executivo fará a nomeação e dará posse aos conselheiros, ao presidente e ao vice. O funcionamento do conselho exige um regimento interno que deverá detalhar sobre a criação, objetivos, organização, composição, atribuições do conselho, da diretoria e dos conselheiros, funcionamento e disposições gerais. Um grupo de conselheiros, previamente instituído ficará responsável pela elaboração da minuta do regimento interno, que deverá, posteriormente, ser aprovado pelos demais conselheiros. O regimento interno deve estar em consonância com a lei ou decreto de criação do conselho municipal. Para auxiliar a sua elaboração, segue sugestão, que deverá ser adequada à realidade local. O regimento aprovado deverá ser publicado. Atendidas as exigências legais, o Comsea deverá comunicar ao conselho estadual sobre a sua existência, para tanto é necessário o envio da ficha cadastral preenchida e cópia da lei ou decreto de criação. A partir deste momento os conselhos estadual e municipal manterão uma comunicação constante e trabalharão em conjunto em prol da segurança alimentar da população paulista. Após conclusão de todos os passos, o Conselho Municipal estará pronto para funcionar e deverá cumprir todos os seus objetivos e atribuições descritos na lei de criação e no regimento interno.
6 6 CONSELHO ESTADUAL DE SEGURANÇA ALIMENTAR E NUTRICIONAL SUSTENTÁVEL DE SÃO PAULO CONSEA/SP MÔNIKA CARNEIRO MEIRA BERGAMASCHI PRESIDENTE SILVIO MANGINELLI VICE-PRESIDENTE ELAINE BASTOS SECRETÁRIA EXECUTIVA EQUIPE TÉCNICA Bianca Bufani Diretora Técnica Cláudio José Ferrão Manes Diretor Técnico Roberto Lima Ferraz Rosa Diretor Técnico Rudinéia Carla Augusto Diretora Técnica Silvana Maria Franco Margatho Diretora Técnica PROJETO GRÁFICO Márcio Antônio Ebert CONSEA/SP consea@consea.sp.gov.br São Paulo 2012
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