AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

Documentos relacionados
DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos CARNE SUÍNA AGOSTO DE 2016

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA FOCUS RELATÓRIO DE MERCADO

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA FOCUS RELATÓRIO DE MERCADO

PECUÁRIA. Novembro de 2017 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

ACOMPANHAMENTO DA PESQUISA FOCUS RELATÓRIO DE MERCADO

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos SOJA DEZEMBRO DE 2016

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

AGRICULTURA. Novembro de 2017 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

Retração do comércio varejista sugere que contração da atividade seguirá em curso na passagem do terceiro para quarto trimestre

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos TRIGO JUNHO DE 2017

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

Varejo restrito acumulou queda de 6,2% em 2016

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos CARNE SUÍNA JUNHO DE 2017

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos TRIGO NOVEMBRO DE 2016

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

Calendário de Eventos Econômicos

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

CARNE BOVINA NOVEMBRO DE 2016

CARNE BOVINA JUNHO DE 2017

Recuo das vendas do varejo em maio reforça nossa expectativa de contração do PIB no segundo trimestre

Calendário de Eventos Econômicos

CARNE AVÍCOLA JUNHO DE 2017

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO

CARNE AVÍCOLA NOVEMBRO DE 2016

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Destaque Depec - Bradesco

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos ALGODÃO JUNHO DE 2017

Calendário de Eventos Econômicos

Calendário de Eventos Econômicos

Destaque Setorial - Bradesco Siderurgia

Calendário de Eventos Econômicos

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos ALGODÃO DEZEMBRO DE 2016

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Calendário de Eventos Econômicos

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Destaque Setorial - Bradesco Papel e Celulose

DEPEC - Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos AÇÚCAR E ETANOL JUNHO DE 2017

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos ARROZ JUNHO DE 2017

Vendas no varejo continuaram em queda em abril

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Destaque Depec - Bradesco

Destaque Setorial - Bradesco

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos ARROZ NOVEMBRO DE 2016

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos CAMINHÕES AGOSTO DE 2016

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

Balanço 2016 Perspectivas Cana-de-açúcar

Destaque Setorial - Bradesco

Destaque Setorial - Bradesco

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Calendário de Eventos Econômicos

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados 20 de setembro de 2016

Destaque Depec - Bradesco

DEPEC - Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos CAFÉ JUNHO DE 2017

Calendário de Eventos Econômicos

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados 13 de setembro de 2016

Destaque Depec - Bradesco

DEPEC - Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos AÇÚCAR E ETANOL NOVEMBRO DE 2016

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados 17 de novembro de 2016

CENÁRIO MACROECONÔMICO. Novembro de 2017 DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Agronegócio em Análise

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados 09 de novembro de 2016

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos MILHO JUNHO DE 2017

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos FEIJÃO JUNHO DE 2017

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados 23 de agosto de 2016

Calendário de Eventos Econômicos

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados 05 de outubro de 2016

Calendário de Eventos Econômicos

Cenário macroeconômico

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados

Destaque Depec - Bradesco

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos BENS DE CAPITAL AGOSTO DE 2016

Destaque Setorial - Bradesco

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados 09 de agosto de 2016

CENÁRIO MACROECONÔMICO PARA O BRASIL E MUNDO. Janeiro de 2017

AGOSTO DE Fabiana D Atri Economista Sênior do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos - DEPEC

Informe Semanal de Investimentos Setoriais Anunciados 02 de agosto de 2016

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos FEIJÃO NOVEMBRO DE 2016

CENÁRIO MACROECONÔMICO PARA O BRASIL E MUNDO. Novembro de 2016

DEPEC Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos MILHO NOVEMBRO DE 2016

Transcrição:

AGRONEGÓCIO BRASIL EM FOCO Março de 2017 Panorama Macroeconômico O resultado abaixo do esperado do PIB do quarto trimestre do ano passado, que mostrou queda de 0,9%, não alterou nossa expectativa de crescimento de 0,3% do PIB em 2017. As informações correntes sugerem que estamos diante de uma estabilização mais consistente da economia neste primeiro trimestre. Soma-se a isso a expectativa de safra recorde de grãos, que foi novamente revisada para cima. Diante das crescentes notícias positivas para o cenário de câmbio, como melhora dos termos de troca, redução do risco país e aumento da safra brasileira, revisamos nossa expectativa de taxa de câmbio de R$/US$ 3,30 para R$/US$ 3,10 para o final deste ano e de R$/US$ 3,40 para R$/US$ 3,25 para o final de 2018. Além da expectativa de câmbio em patamar mais apreciado, a menor elevação dos preços de alimentos, refletindo o crescimento da produção agrícola, deverá levar o IPCA a encerrar o ano em 3,9%, abaixo da meta de 4,5% e da nossa expectativa anterior de 4,2%. A surpresa baixista com o IPCA de fevereiro reforça nossa visão. Para o próximo ano, mantivemos a projeção em 4,5%, associada a uma queda maior de juros: atualizamos nossa expectativa para a taxa Selic ao fim de 2017 de 9,0% para 8,5% e a mantivemos em 8,5% para o final de 2018. O Banco Central, em sua última reunião de política monetária, aumentou a probabilidade de intensificação do ritmo de flexibilização monetária, ao condicionar a velocidade dos cortes e a extensão do ciclo às questões estruturais e à evolução cíclica da economia, às expectativas de inflação e aos fatores de risco. Acreditamos na continuidade das surpresas baixistas com a inflação, mas esperamos que as surpresas com a atividade econômica serão menores nos meses à frente. A economia global tem mostrado sinais mais contundentes acerca da aceleração do crescimento mundial neste primeiro trimestre, impulsionada pelo desempenho positivo dos países desenvolvidos. Essa aceleração tem puxado para cima os preços de commodities, beneficiando os termos de troca brasileiros. A continuidade de melhora da atividade econômica nos EUA e aceleração gradual dos preços deve fazer com que o Fed dê prosseguimento à normalização da política monetária neste mês. Mantemos nossa expectativa de mais três elevações da taxa de juros neste ano. Por conta da melhora da economia global, acreditamos que a alta dos juros norte-americanos não desencadeará maior ruído nos mercados globais. Na Europa, os riscos de deflação foram reduzidos drasticamente com o maior crescimento econômico, e a inflação deverá convergir para a meta de aproximadamente 2,0%. Assim, esperamos que o BCE encerrará seu programa de compra de ativos no final do ano. Por fim, também estarão no radar os próximos passos do Brexit, visto que o parlamento do Reino Unido deu aval para o início das negociações. Sumário Executivo Soja Apesar da ampliação da oferta global, as cotações internacionais devem seguir em movimento de alta, refletindo a expansão do consumo global. Por outro lado, as cotações domésticas devem seguir em retração nos meses à frente, com o avanço da colheita da safra recorde brasileira. Milho Apesar da ampliação da oferta global de milho, as cotações internacionais devem permanecer em alta nos próximos meses, já que a expansão do consumo mundial contrabalançará o aumento de suprimentos. Já as cotações domésticas devem seguir em baixa nos meses à frente, com o avanço da colheita da safra recorde. Café Cotações internacionais e domésticas seguem com tendência de alta, refletindo a oferta global mais ajustada ao consumo e a safra de bienalidade baixa para o arábica no Brasil. Apesar da melhora esperada para a produção brasileira de café robusta, esta seguirá abaixo do potencial no Espírito Santo, que foi muito assolado pela estiagem. Boi Os preços do boi continuarão com tendência de baixa, respondendo ao fraco consumo doméstico, e à ampliação da oferta de animais prontos para abate, em resposta à maior oferta de bezerros. As exportações, embora com tendência de expansão em resposta à consolidação dos mercados recém conquistados, não deverão exercer pressão de alta, já que representam apenas 20% da demanda total. Açúcar e Etanol Os preços internacionais do açúcar continuam sem fundamentos de alta, como resultado da combinação de menores déficits globais de produção e da liquidação de posições compradas pelos fundos de investimentos. Os preços internos do etanol tender a cair com a entrada de nova safra a partir de abril.

SOJA Apesar da ampliação da oferta global, as cotações internacionais devem seguir em movimento de alta, refletindo a expansão do consumo global. Por outro lado, as cotações domésticas devem seguir em retração nos meses à frente, com o avanço da colheita da safra recorde brasileira. SOJA Fundamentos O USDA divulgou o 11º levantamento da safra 2016/17 de grãos, que já foi colhida nos EUA e está sendo colhida no Brasil e na Argentina. A estimativa para a safra norte-americana foi mantida em 117,2 milhões de toneladas, atingindo patamar recorde, com expansão de 8,9% ante a safra passada. Para a Argentina a estimativa foi mantida em 55,5 milhões de toneladas. Para o Brasil o USDA elevou a estimativa de 104 para 108 milhões de toneladas, convergindo para o volume esperado pela Conab. A relação entre o estoque e o consumo global está estimada em 25,0%, ligeiramente superior à observada na safra passada (24,3%). As projeções para o consumo mundial vêm sendo revisadas para cima nos últimos quatro meses, apontando alta de 5,3% ante a safra anterior. A Conab divulgou a 6ª estimativa da safra 2016/17, que já sendo colhida no Brasil. Com a expectativa de clima mais regular durante o desenvolvimento da safra, espera-se retorno aos bons níveis de produtividade alcançados antes da quebra ocorrida em 2016. Assim, a produção deve ser recorde, alcançando 107,6 milhões de toneladas, ante 95,4 milhões da safra passada, o equivalente a uma expansão de 12,8%. Na comparação com o levantamento do mês anterior, a Conab revisou para cima sua estimativa de produção, que passou de 105,6 para 107,6 milhões de toneladas, refletindo a melhor expectativa para a produtividade. Apesar da ampliação da oferta global nos três maiores exportadores, Brasil, EUA e Argentina, as preços internacionais devem seguir com tendência de ligeira elevação, refletindo a expansão do consumo global neste ano. Por outro lado, as cotações domésticas devem seguir em retração nos meses à frente, com o avanço da colheita da safra recorde brasileira. Produção nacional de soja (em mil toneladas) Fonte e projeção (*): Conab, Bradesco 107.000 98.000 89.000 80.000 71.000 62.000 53.000 44.000 35.000 26.000 17.000 8.000 31.370 32.345 25.934 26.160 15.394 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 52.018 49.989 41.917 01/02 02/03 03/04 04/05 55.027 05/06 06/07 68.688 60.018 57.162 07/08 08/09 09/10 75.324 10/11 86.121 81.499 66.383 11/12 12/13 13/14 95.435 14/15 15/16 107.615 16/17* 2

3.300 3.100 2.900 2.700 2.751 2.567 2.816 2.816 2.629 3.115 2.998 2.927 2.938 2.854 2.651 3.176 Produtividade da lavoura de soja (em kg por ha) 2.500 2.300 2.100 2.027 2.150 2.367 2.395 2.299 2.221 2.175 2.419 2.339 2.245 1.900 1.700 1.580 1.500 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16 16/17* Fonte e (*) projeção: Conab, Bradesco Preço de soja em grão ao produtor Praça Paraná - (em R$ por saca de 60 kg) 90,0 80,0 70,0 60,0 73,92 61,83 80,96 63,89 50,0 43,93 48,15 44,37 45,68 50,53 53,38 40,0 30,0 26,63 32,42 28,62 39,81 30,59 40,14 Fonte: Deral, Bradesco 20,0 18,04 10,0 jan/00 jan/01 19,98 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 22,57 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 jan/12 jan/13 jan/14 dez/16 1.800,0 1.600,0 1.515 1.674 1.525 1.486 Soja - Preço futuro 1º vencimento (em US$ cents/bushel) 1.400,0 1.200,0 1.000,0 800,0 600,0 546 491 400,0 jan/00 507 436 jan/01 jan/02 989 689 632 567 526 jan/03 jan/04 jan/05 757 542 jan/06 jan/07 jan/08 1.211 908 jan/09 jan/10 1.143 jan/11 jan/12 1.287 1.178 965 jan/13 jan/14 1.146 871 dez/17 1.006 Projeção de preço: média dos preços futuros Fonte: Bloomberg, Bradesco 3

MILHO Apesar da ampliação da oferta global de milho, as cotações internacionais devem seguir em alta nos próximos meses, já que a expansão do consumo mundial contrabalançará o quadro de suprimentos. As cotações domésticas devem seguir em baixa nos meses à frente, com o avanço da colheita da safra recorde brasileira. MILHO Fundamentos O USDA divulgou o 11º levantamento da safra 2016/17. A estimativa de produção de milho nos EUA foi mantida em 384,8 milhões de toneladas, alcançando patamar recorde, com alta de 11,4% ante a safra passada. No caso da Argentina, a estimativa foi revisada de 36,5 para 37,5 milhões de toneladas, um recorde. Para o Brasil, o USDA também revisou sua projeção de oferta de 86,5 para 91,5 milhões de toneladas, acima da produção esperada pela Conab de 88,9 milhões de toneladas. A relação entre estoque e consumo global de milho foi mantida em 21,2%, nível próximo ao da safra passada (21,9%). A expectativa para o consumo mundial também foi revisada para cima em 6,4 milhões de toneladas a mais, expansão de 0,6% ante o levantamento do mês anterior. Em relação à safra passada, a estimativa da demanda global representa elevação de 8,2%. A Conab divulgou a 6ª estimativa da safra 2016/17 para o Brasil, que está sendo colhida. Dada a expectativa de clima mais regular, espera-se que a produtividade retorne ao patamar alcançado antes da quebra de safra observada no ano passado. Assim, a produção total de milho deve alcançar 88,9 milhões de toneladas, o que representa crescimento de 33,7% em relação à safra anterior. A primeira safra, que não sofreu quebra relevante de produtividade no último ano, deve atingir 29,3 milhões de toneladas, subindo 13,3%, também na comparação com a safra passada. Já a segunda safra, que apresentou redução significativa de produtividade no período anterior em função da estiagem, deve recuperar seu potencial produtivo. Dessa forma, a safra brasileira deve atingir patamar recorde, de 59,7 milhões de toneladas, o que representa crescimento de 46,7% em relação a 2016. Na comparação com o levantamento do mês anterior, a Conab revisou para cima a produção da primeira safra, de 28,8 para 29,3 milhões de toneladas, refletindo, principalmente, a melhor estimativa para a produtividade. Para a segunda safra, cuja colheita começará em junho, as estimativas oscilaram de 58,6 para 59,7 milhões de toneladas. Com a forte expansão da produção de milho no Brasil neste ano, as exportações poderão ser um canal de escoamento do excedente. Na safra passada, foram exportadas 18,9 milhões de toneladas, e neste ano a Conab estima que deverão ser embarcadas 5,1 milhões de toneladas a mais, somando 24 milhões de toneladas. Existe a possibilidade de o México, segundo maior importador mundial, suspender as importações de milho dos EUA e direcionar suas compras para Brasil e Argentina. O México importa anualmente quase 40% do seu consumo interno, o equivalente a 14 milhões de toneladas. Neste ano, a Argentina terá um excedente exportável de 3,3 milhões de toneladas, e o Brasil, de 5,1 milhões de toneladas a mais do que a safra passada, como mencionado anteriormente. A ampliação da oferta global de milho deverá ser contrabalançada pela expansão do consumo mundial, favorecendo a elevação das cotações internacionais. Já as cotações domésticas devem seguir em baixa nos meses à frente, com o avanço da colheita da safra recorde brasileira. Produção nacional de milho (em mil toneladas) 100.000 90.000 80.000 70.000 60.000 50.000 40.000 37.442 35.716 30.771 33.174 32.393 30.000 24.096 42.290 35.281 47.411 42.129 35.007 58.652 56.018 57.407 51.370 51.004 42.515 72.980 84.673 81.506 80.052 66.531 88.969 Fonte e (*) projeção: Conab, Bradesco 20.000 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16 16/17* 4

6.000 5.500 5.000 4.808 5.149 5.057 5.396 5.305 Produtividade milho (em kg por ha) 4.500 4.000 3.500 3.260 3.585 3.296 4.311 4.158 3.972 3.655 3.599 3.279 4.178 3.000 2.500 2.622 2.588 2.650 2.589 2.480 2.194 2.3492.344 2.356 2.864 2.867 2.000 1.791 1.500 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 Fonte e projeções (*): Conab, Bradesco Preço de milho ao produtor Praça Paraná (em R$ por saca de 60 kg) Fonte: Deral, Bradesco 860 760 660 711 753 763 662 Milho - Preço futuro 1º vencimento (em US$ cents por bushel) 560 493 546 603 502 Projeção de preço: média dos preços futuros 460 360 260 235 217 160 267 316 215 237 413 326 418 322 347 439 335 410 323 384 Fonte: Bloomberg, Bradesco jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 12/13 jan/07 13/14 jan/08 14/15 jan/09 jan/10 jan/11 jan/12 jan/13 15/16 jan/14 dez/17 16/17* 45,0 40,0 35,0 30,0 25,0 22,28 24,94 26,92 23,29 39,98 25,28 24,34 20,0 15,0 11,95 10,0 11,40 18,96 16,26 10,44 14,14 13,07 17,26 19,17 5,0 jan/00 7,05 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 jan/12 jan/13 jan/14 dez/16 5

CAFÉ Cotações internacionais e domésticas seguem com tendência de alta, refletindo a oferta global mais ajustada ao consumo e a safra de bienalidade baixa para o arábica no Brasil. Apesar da melhora esperada para a produção brasileira de café robusta, a produção seguirá abaixo do potencial no Espírito Santo, que foi muito assolado pela estiagem. CAFÉ Fundamentos Em dezembro, o USDA divulgou o relatório semestral da safra 2016/17, que já está colhida no Brasil e em fase de colheita nos demais países produtores. Segundo o relatório, a relação entre estoque e consumo cresceu de 20,9% para 21,7%, mas segue abaixo do verificado na safra passada (22,9%). A estimativa para a oferta colombiana aumentou de 13,3 para 14,5 milhões de sacas entre junho e dezembro. Vale destacar que o país vem recuperando anualmente sua produção desde 2012. Para o Vietnã, a projeção foi revisada para baixo, oscilando de 27,3 para 26,7 milhões, em virtude da estiagem do ano passado. Para o Brasil, o USDA revisou a estimativa de oferta de 55,9 para 56,1 milhões de sacas, refletindo a melhora da expectativa de produção de café arábica, que passou de 43,8 para 45,6 milhões de sacas. Por outro lado, a projeção de produção do café robusta caiu de 12,1 para 10,5 milhões de sacas, refletindo a estiagem no Espírito Santo. O próximo levantamento do USDA será divulgado em junho desse ano. A Conab divulgou o primeiro levantamento da safra 2017/18 em janeiro, que começará a ser colhida a partir de abril. Considerando os intervalos médios, a produção esperada total de café é de 45,6 milhões de sacas. O montante corresponde a um recuo de 11,3% ante a safra anterior, que reflete a bienalidade baixa do arábica, cuja produção foi estimada em 36,5 milhões de sacas, uma queda de 16,0%, na mesma métrica. Já a projeção de produção do café robusta é de 9,1 milhões de sacas, uma elevação de 14,3%, na mesma base de comparação. A expectativa de alta é explicada pela melhora climática para as regiões produtoras em Rondônia, Bahia e Espírito Santo e a consequente recuperação da produtividade. As cotações internacionais seguem com tendência de alta, refletindo a oferta global mais ajustada ao consumo e a safra de bienalidade baixa no Brasil. A estimativa é de recuo de até 16,0% da produção de arábica. Já para o café robusta, a estimativa é de expansão de 14,3% da produção, diante do aumento da produtividade. Apesar disso, a produção seguirá abaixo do potencial de 12 milhões de sacas, volume que corresponde à média produzida no período anterior à estiagem no Espírito Santo. Preços domésticos deverão seguir o movimento das cotações internacionais. 61.000 51.000 48.480 42.512 45.992 50.826 51.369 49.152 48.095 45.342 45.580 43.484 43.235 Produção nacional de café (em mil sacas de 60 kg) 41.000 39.272 39.470 31.000 26.000 27.500 34.547 31.100 27.170 28.137 28.820 32.944 36.070 21.000 11.000 16.800 18.860 Fonte e projeção (*): Conab, Bradesco 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16 16/17 17/18* 6

750,0 650,0 550,0 530,8 556,7 560,6 Preço do café arábica (em R$ por saca de 60 kg) 450,0 350,0 250,0223,6 239,8 337,0 230,4 291,4 269,8 247,5 328,0 480,1 491,1 408,6 424,0 366,3 247,7 Projeção de preço: média dos preços futuros BMF 150,0 50,0 jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 jan/12 jan/13 jan/14 dez/17 Fonte: CEPEA ESALQ, Bradesco Café arábica - NYBOT Preço futuro 1º vencimento (em US$ cents por libra peso) Projeção de preço: média dos preços futuros 325,0 275,0 225,0 175,0 125,0 115,06 75,0 99,48 63,07 65,95 67,78 127,53 272,07 197,02 180,03 152,04 131,18 96,55 142,45 108,67 150,03 117,62 160,47 138,62 118,14 146,95 Fonte: Bloomberg, Bradesco 25,0 jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 jan/12 jan/13 jan/14 dez/17 7

BOI Os preços do boi continuarão com tendência de baixa, respondendo ao fraco consumo doméstico, e à ampliação da oferta de animais prontos para abate, em resposta à maior oferta de bezerros. As exportações, embora com tendência de expansão em resposta à consolidação dos mercados recém conquistados, não deverão exercer pressão de alta, já que representam apenas 20% da demanda total. BOI Fundamentos No primeiro bimestre desse ano as exportações de carne bovina caíram 6,0% em volume ante o mesmo período do ano passado, refletindo o recuo das compras na América Latina, na Europa e no Egito. Por outro lado, para a China os embarques cresceram 66,1%. A China respondeu por 16,0% das exportações brasileiras de carne bovina no 1º bimestre desse ano, enquanto no ano passado foi responsável por 5,0%. Em 2016, os embarques brasileiros de carne bovina recuaram 0,9%. Durante o primeiro semestre do ano passado, as exportações registraram maior dinamismo, com a abertura de diversos mercados e com a depreciação cambial observada no período. Dentre os países que abriram mercado para a carne brasileira, merecem destaque os crescimentos das exportações no ano passado para os Estados Unidos (8,0%), para o Oriente Médio (14,3%) e para a China (69,%). No caso da Venezuela e da Rússia, os embarques foram reduzidos em 76,0% e 22,5%, respectivamente. Cabe lembrar que as economias dos dois países são dependentes da produção de petróleo, commodity que apresentou forte queda de preços no ano passado. Como resultado da retenção de fêmeas realizada nos últimos anos, a oferta doméstica de bezerros está em expansão, levando à redução dos preços dos animais desde meados do ano passado, os preços do bezerro já caíram pouco mais de 10,0%. Com isso, a relação de troca entre boi gordo e bezerro está melhor, mesmo com a recente queda de preços do boi. Essa elevação propiciará uma ampliação da oferta de animais prontos para abate no curto e no médio prazos. O consumo doméstico de carne bovina, que corresponde por cerca de 80,0% da demanda total, continuará em baixo patamar no curto prazo, refletindo as elevadas taxas de desemprego. Os preços do boi continuarão sofrendo pressão baixista nos meses à frente, devido ao fraco consumo doméstico, e à ampliação da oferta de animais prontos para abate, em resposta à maior oferta de bezerros. As exportações, embora com tendência de expansão em resposta à consolidação dos mercados recém conquistados, não deverão exercer pressão relevante de alta, já que representam apenas 20,0% da demanda total. Exportações brasileiras de carne bovina (em mil toneladas) 140.000 135.000 130.000 125.000 120.000 2015 2016 2017 129.482 115.000 115.666 110.000 105.000 107.191 108.879 Fonte: Secex, Bradesco 100.000 99.602 97.221 95.000 95.497 90.000 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 8

Abate de bois em mil cabeças 2.600 2.485 2014 2015 2016 2017 2.400 2.253 2.256 2.200 2.0001.998 1.974 2.081 2.058 Fonte: MAPA, Bradesco 1.800 jan fev mar abr mai jun jul ago set out nov dez 160,0 140,0 120,0 100,0 80,0 60,0 61,8 93,3 74,5 109,6 106,9 90,8 108,4 125,2 97,0 150,7 157,7 145,6 144,41 142,8 Boi gordo Preço ao produtor Praça São Paulo (em R$ por arroba) Projeção de preço: média dos preços futuros BMF BOVESPA 40,0 20,0 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 jan/12 jan/13 jan/14 dez/17 Fonte: CEPEA, Bradesco 9

AÇÚCAR E ETANOL Os preços internacionais do açúcar continuam sem fundamentos de alta, como resultado da combinação de menores déficits globais de produção e da liquidação de posições compradas pelos fundos de investimentos. Os preços internos do etanol tender a cair com a entrada de nova safra a partir de abril. AÇÚCAR E ETANOL Fundamentos O próximo relatório semestral sobre a safra 2016/17 de açúcar será divulgado pelo USDA em maio. O último relatório, divulgado em novembro, havia apontado redução para a estimativa do déficit global entre produção e consumo, cuja estimativa anterior de 4,3 milhões de toneladas foi reduzida para 2,6 milhões de toneladas. Na safra anterior, esse déficit tinha atingido 6,7 milhões de toneladas. Assim, a estimativa da relação entre estoque e consumo caiu de 19,0% para 17,7%, seguindo abaixo dos 22,0% da safra passada. Em dezembro, a Conab divulgou o 3º levantamento da safra 2016/17. A produção de cana foi revisada para cima entre agosto e o último mês do ano passado, de 684,8 para 694,5 milhões de toneladas. Em relação à safra passada, a produção será 4,4% maior, como resultado da melhora do clima e da expansão da área cultivada. A estimativa para a produção de açúcar permaneceu em 39,8 milhões de toneladas, atingindo nível recorde, com alta de 18,9% em relação à safra passada. A produção de etanol também não sofreu revisão relevante, sendo estimada em 27,9 milhões de litros, retração de 8,5% ante a safra passada. Em abril, a Conab divulgará o próximo relatório com o fechamento dos números da safra 2016/17 e a primeira estimativa para a safra 2017/18, quando se iniciará a colheita. O clima favorável com chuvas regulares e o nível atual dos preços poderão impulsionar a expansão da produção. Apesar disso, não há consenso entre os analistas sobre o tamanho da próxima safra. De todo modo, a renovação do canavial na safra passada foi de 10,0% em média, abaixo do nível ótimo de 17,0%, podendo limitar o incremento da safra. Segundo a Unica, até 01/03 foram processadas no Centro-Sul do País 595,8 milhões de toneladas de cana, recuo de 0,4% ante a safra passada. A atual safra está mais voltada ao açúcar, refletindo a melhora de preços da commodity ao longo do ano. Assim, a produção de açúcar foi 15,3% maior e a produção de etanol foi 8,2% mais baixa que a da safra anterior. No ano passado, as vendas de etanol hidratado caíram 18,3%, e em janeiro deste ano, apresentaram novo recuo de 27,7%. Na mesma comparação as vendas de gasolina subiram 4,6% em 2016 e mais 12,0% em janeiro de 2017. A preferência do consumidor pela gasolina é reflexo da alta de preços do etanol, que levou a relação entre os dois combustíveis a ultrapassar 75,0%. Os preços internacionais do açúcar tendem a permanecer no patamar atual, sem fundamentos de alta, refletindo a combinação de menores déficits globais de produção e a liquidação de posições compradas pelos fundos de investimentos. No mercado interno, a entrada de nova safra deve exercer pressão baixista sobre os preços de etanol. 650.000 550.000 450.000 431.413 474.800 559.432 604.514 623.905 694.545 658.822 665.586 634.767 588.916 560.364 Produção nacional de cana-de-açúcar em mil toneladas 350.000 250.000222.429 223.460 240.944 314.969 287.810 257.592 320.650 359.316 150.000 90/91 91/92 92/93 93/94 94/95 95/96 96/97 97/98 98/99 99/00 00/01 01/02 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16 16/17* Fonte e projeção (*): Conab, Bradesco 10

Produção nacional de açúcar (em mil toneladas) e produção nacional de etanol (em mil litros) 43.000 36.000 29.000 AÇÚCAR ÁLCOOL 27.500 27.595 35.968 37.878 39.815 33.489 30.462 27.864 22.000 25.763 23.640 15.00012.692 16.020 23.007 Fonte: Conab, Bradesco 11.700 8.000 93/94 94/95 95/96 96/97 13.078 97/98 98/99 10.518 99/00 00/01 01/02 14.640 02/03 03/04 04/05 05/06 06/07 07/08 08/09 09/10 10/11 11/12 12/13 13/14 14/15 15/16 16/17* 2.020 1.920 1.820 1.842 1.840 1.925 Preço de etanol hidratado (em R$ por metro cúbico) 1.720 1.620 1.520 1.420 1.320 1.291 1.354 1.316 1.505 1.626 Projeção de preço: preços futuros BMF BOVESPA 1.220 1.285 1.120 1.020 920 1.025 1.076 1.148 jan/13 fev/13 mar/13 abr/13 mai/13 jun/13 jul/13 ago/13 set/13 out/13 nov/13 dez/13 jan/14 fev/14 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16 fev/17 mar/17 abr/17 mai/17 jun/17 jul/17 ago/17 Fonte: BMF BOVESPA, Bradesco Preços internacionais de açúcar (em US$ cents por bushel) 33,0 27,0 28,4 32,1 29,5 24,9 22,9 Projeção de preço: média dos preços futuros 21,0 15,0 9,0 5,6 10,7 9,0 8,8 6,3 9,0 8,4 17,9 13,1 8,9 11,3 21,9 14,6 17,7 15,4 14,9 10,7 18,6 Fonte: Bloomberg, Bradesco 3,0 jan/00 jan/01 jan/02 jan/03 jan/04 jan/05 jan/06 jan/07 jan/08 jan/09 jan/10 jan/11 jan/12 jan/13 jan/14 dez/17 11

Acompanhamento das posições não comerciais Posições não comerciais e preços internacionais de café US$ c / libra peso 240 220 Café posição não comercial em mil de contratos 80 60 200 40 180 27146 20 160 0 140 120-20 117,3 Fonte: Bloomberg, Bradesco 100 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16 fev/17 mar/17-40 US$ cents por bushel 1.500 1.400 preço soja Posição não-comercial em mil contratos 280 240 200 Posições não comerciais e preços internacionais de soja 160 1.300 120 1.200 1.100 80 73,2 40 0 1.000-40 900 800 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16 fev/17 mar/17-80 921,5-120 -160 16-jun- Fonte: Bloomberg, Bradesco US$ cents por bushel em mil contratos Posições não comerciais e preços internacionais de milho 550 500 preço milho posição não comercial 300 200 152,6 100 450 0 400-100 371 350-200 Fonte: Bloomberg, Bradesco 300 mar/14 abr/14 mai/14 jun/14 jul/14 ago/14 set/14 out/14 nov/14 dez/14 fev/15 mar/15 abr/15 mai/15 jun/15 jul/15 ago/15 set/15 out/15 nov/15 dez/15 fev/16 mar/16 abr/16 mai/16 jun/16 jul/16 ago/16 set/16 out/16 nov/16 dez/16 fev/17 mar/17-300

Acompanhamento das posições não comerciais Posições não comerciais e preços internacionais de açúcar 24 22 20 Preços Açúcar Posição não comercial 400 300 18 200 18,4 173,7 16 100 14 0 12 Fonte: Bloomberg, Bradesco 10 jan-13 fev-13 mar-13 abr-13 mai-13 jun-13 jul-13 ago-13 set-13 out-13 nov-13 dez-13 jan-14 fev-14 mar-14 abr-14 mai-14 jun-14 jul-14 ago-14 set-14 out-14 nov-14 dez-14 jan-15 fev-15 mar-15 abr-15 mai-15 jun-15 jul-15 ago-15 set-15 out-15 nov-15 dez-15 jan-16 fev-16 mar-16 abr-16 mai-16 jun-16 jul-16 ago-16 set-16 out-16 nov-16 dez-16 jan-17 fev-17 mar-17-100

Retrato do mercado SOJA Complexo Soja Da soja em grão produzida no Brasil, 60% do volume é exportado e 40% é destinado à moagem. O processo de moagem resulta em 72% de farelo e 18% de óleo. Os 10% restantes são sementes e perdas. Do farelo produzido, 50% são exportados e do óleo, 20% são embarcados. A soja é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de 40%. Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável. No mercado doméstico, a soja é utilizada na fabricação de alimentos, como mortadelas e salsichas, e cerca de 80% são usados na fabricação de rações. A soja responde por 25% a 30% da ração de aves e suínos. Países de destino Grão: 75,0% China, 10,0% Europa. Farelo: 56,0% Europa, 14,0% Indonésia, 8,0% Tailândia. Óleo: 48,8% Índia, 12,0% China. Sazonalidade Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e colheita se concentra entre fevereiro e maio. Regionalização Centro-Oeste: 46,0%; Sul 37,0%; 8,0% Sudeste; 5,0% Nordeste Ranking O Brasil é o segundo maior player global na produção, com 31,2%, atrás dos EUA, com 33,4%, mas é o maior exportador, com 43,0% do total, seguido pelos EUA, com 38,2%. 14

Retrato do mercado MILHO O milho é base das rações para os principais tipos de criação. Na composição das rações, o produto representa: 64,0% da avicultura 65,0% da suinocultura 23,0% da pecuária de leite Países de destino As exportações de milho respondem por 32,0% do volume produzido. Os principais mercados de destino são: 15,0% Irã, 10,0% Coréia do Sul, 9,6% Japão. Sazonalidade O milho tem duas safras: Safra de verão: plantio ocorre entre outubro e dezembro e a colheita se concentra entre fevereiro e maio. Representa 40,0% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 45,0% Sul; 26,0% Sudeste; 13,0% Nordeste; 10,0% Centro-Oeste. Safra de inverno: plantio ocorre entre fevereiro e junho e a colheita se concentra entre julho e novembro. Responde por 60,0% da safra total. Tem a seguinte distribuição regional: 64,0% Centro-Oeste; 24,0% Sul (somente Paraná); 7,0% Sudeste; 3,0% Nordeste (somente Bahia). Ranking O Brasil é o terceiro maior produtor global, com 8,0% de participação no mercado e o terceiro maior exportador, com 16,0% de participação. 15

Retrato do mercado CAFÉ O Brasil exporta 70,0% do café produzido, sendo 96,0% de café verde e 4,0% de café solúvel A cultura de café tem elevados custos com mão de obra, que representam cerca de 52% dos custos totais, pois a maior parte da colheita é manual. Países de destino Europa 50,3%, 21,6% EUA, Japão 6,7%. Regionalização Distribuição regional da produção de café arábica: 70,6% Minas Gerais 12,7% São Paulo 8,9% Espírito Santo 3,4% Bahia 2,7% Paraná Distribuição regional da produção de café robusta: 65,6% Espírito Santo 14,3% Rondônia 15,7% Bahia 2,9% Minas Gerais Sazonalidade A florada do café ocorre entre setembro e novembro no Brasil. A colheita tem início em maio e se estende até setembro. Ranking O Brasil é o maior player global, com participações de 33,0% na produção e de 27,0% na exportação. Os demais players, como Vietnã e Colômbia, têm baixo consumo interno, ao contrário do Brasil, que responde por 14,0% do consumo mundial. 16

Retrato do mercado BOI O rebanho bovino nacional é estimado em quase 200 milhões de cabeças. O rebanho comercial para abate é estimado em 40 milhões de cabeças, ou seja, este é o volume de gado em idade e peso ideais para o abate. O restante do rebanho se divide entre vacas de leite, bezerros e boi magro. As exportações respondem por 20,0% da produção nacional de carne bovina. Países de destino Os principais mercados de destino em 2015 foram: 19,4% Hong Kong, 14,4% Egito, 13,2% Rússia, 8,6% União Europeia, 7,2% Irã, 7,2% China e 6,9% Venezuela. Regionalização Os abates de bovinos têm a seguinte distribuição regional: 36,1% Centro-Oeste; 21,2% Sudeste; 20,8% Norte; 11,5 Sul; 10,4% Nordeste. Ranking O Brasil é o segundo maior produtor global de carne bovina, com 16,3% de participação, antecedido pelos EUA, que representam 19,2%. O Brasil é o maior exportador mundial, com 20,0% do mercado. Sazonalidade O ciclo da pecuária bovina é longo 2,5 anos, contando desde o nascimento do bezerro até o abate do animal com aproximadamente 15 arrobas. O sistema de criação de bovinos no Brasil é a pecuária extensiva, ou seja, o boi é criado solto no pasto, alimentado à base de capim. O sistema de confinamento, que é a criação do boi à base de ração em pequenos espaços, responde por apenas 5,0% do total de abates. A safra bovina ocorre no primeiro semestre do ano, no período de chuvas, quando há pastagens abundantes. Com maior oferta de boi para abate, os preços do boi gordo nesse período são mais baixos. A entressafra bovina ocorre no segundo semestre, período da seca, quando o frio e as geadas secam as pastagens. O boi perde peso e há menor oferta de boi para abate. Como consequência, os preços se elevam nesse período, pois a oferta é maior de boi de confinamento, cujo custo de produção é mais elevado. No pico da entressafra (outubro) ocorre o maior abate de boi macho confinado. Nos confinamentos há dois turnos: 1º turno: aloja o boi magro entre maio-junho e entrega em agosto-setembro 2º turno: aloja o boi magro em agosto-setembro e entrega em novembro-dezembro 17

Retrato do mercado AÇÚCAR E ETANOL Complexo Sucroalcooleiro Da cana-de-açúcar produzida no Brasil, 47,0% se destinam à produção de açúcar e 53,0% à produção de etanol. O açúcar tem a seguinte destinação: 70,0% exportação e 30,0% mercado doméstico. O etanol tem a seguinte destinação: 6,0% exportação e 94,0% mercado interno. Do total de etanol produzido, o hidratado representa 60,0% (usado como combustível nos carros flex fuel) e o anidro, 40,0% (misturado à gasolina na proporção de 20,0% a 25,0%). O açúcar é uma cultura de exportação, visto que o nível de produção excede o consumo em torno de 70,0%. Isso significa dizer que qualquer crescimento da produção nacional gera excedente exportável. Países de destino Açúcar: 10,4% China, 10,3% Bangladesh, 6,8% Argélia, 6,3% Índia. Etanol: 49,2% EUA, 25,2% Coreia do Sul. Sazonalidade A cana é uma cultura perene, pois o tempo entre o plantio e a colheita é de 18 meses, e da mesma planta é possível fazer até 6 cortes, em média. O período de colheita da ocorre entre abril e novembro. Nesse período, as usinas operam 24 horas. Entre os meses de janeiro e março as plantas industriais são desmontadas para manutenção. O Brasil é o único grande player mundial com safra no primeiro semestre do ano. Os demais produtores relevantes (EUA, Europa, Índia, Tailândia e Austrália) têm início de safra a partir do segundo semestre. Regionalização 65,0% Sudeste; 16,8% Centro-Oeste; 10,3% Nordeste; 7,3% Sul. Ranking O Brasil é o maior produtor mundial de açúcar, com participação de 20,3%. Os demais players são: Índia 16,6%; União Europeia 9,4%; Tailândia 6,3%. O Brasil é o maior exportador, com participação de 43,4% no mercado global. Os demais exportadores são: Tailândia 16,1%; Austrália 6,7%. Os maiores produtores mundiais de etanol são: 57,5% EUA e 27,7% Brasil. 18

O DEPEC BRADESCO não se responsabiliza por quaisquer atos/decisões tomadas com base nas informações disponibilizadas por suas publicações e projeções. Todos os dados ou opiniões dos informativos aqui presentes são rigorosamente apurados e elaborados por profissionais plenamente qualificados, mas não devem ser tomados, em nenhuma hipótese, como base, balizamento, guia ou norma para qualquer documento, avaliações, julgamentos ou tomadas de decisões, sejam de natureza formal ou informal. Desse modo, ressaltamos que todas as consequências ou responsabilidades pelo uso de quaisquer dados ou análises desta publicação são assumidas exclusivamente pelo usuário, eximindo o BRADESCO de todas as ações decorrentes do uso deste material. Lembramos ainda que o acesso a essas informações implica a total aceitação deste termo de responsabilidade e uso. A reprodução total ou parcial desta publicação é expressamente proibida, exceto com a autorização do Banco BRADESCO ou a citação por completo da fonte (nomes dos autores, da publicação e do Banco BRADESCO). Equipe Técnica Fernando Honorato Barbosa Economista chefe Economistas: Ana Maria Bonomi Barufi / Andréa Bastos Damico / Ariana Stephanie Zerbinatti / Constantin Jancso / Daniela Cunha de Lima / Ellen Regina Steter / Estevão Augusto Oller Scripilliti / Fabiana D Atri / Igor Velecico / Leandro Câmara Negrão / Marcio Aldred Gregory / Myriã Tatiany Neves Bast / Priscila Pacheco Trigo / Regina Helena Couto Silva / Thomas Henrique Schreurs Pires Estagiários: Alexandre Stiubiener Himmestein / Bruno Sanchez Honório / Christian Frederico M. Moraes / Fabio Rafael Otheguy Fernandes / Felipe Alves Fêo Emery de Carvalho / Mariana Silva de Freitas / Rafael Martins Murrer 19