IPH 02258: Tratamento de Água e Esgoto, Capítulo 13

Documentos relacionados
SISTEMAS PREDIAIS HIDRÁULICOS SANITÁRIOS DIMENSIONAMENTO DE UM SISTEMA PREDIAL DE ÁGUA POTÁVEL PROFESSOR DANIEL COSTA DOS SANTOS DHS/UFPR

Para pressões superiores a 7620 Pa: compressores ou sopradores.

Prof. Gino Roberto Gehling

m V r r ar, u ar, V, p, p (3)

O do professor, como protagonista do conhecimento e antagonista da ignorância, que seja eterno! Vamos assumir nossas responsabilidades!

2 AÇÕES E SEGURANÇA 2.1 INTRODUÇÃO 2.2 CONCEITOS GERAIS 2.3 ESTADOS LIMITES

Quarta aula de FT 03/09/2013. Se a pressão for constante (uniforme ou média), temos: p

Sistemas de Esgotamento Sanitário. Ernani de Souza Costa Setembro de 2016

Capítulo 1 Introdução, propriedades e leis básicas dos fluidos.

Caderno de Questões - Engenharia Civil Estruturas de Concreto e seus Insumos Vol. 2 Didática Editorial Materiais Específicos para Concursos Públicos

TIPO DE REATORES

Esgoto Doméstico: Sistemas de Tratamento

O do professor, como protagonista do conhecimento e antagonista da ignorância, que seja eterno! Vamos assumir nossas responsabilidades!

Segunda lista de exercícios

IPH 02058: Tratamento de Água e Esgoto Módulo II: Capítulos 9 a 14

4.7. Semelhança Mecânica Aplicada às Bombas

Módulo 3: Conteúdo programático Diâmetro Hidráulico

Escoamento Cruzado sobre Cilindros e Tubos Circulares

Força impulsiva. p f p i. θ f. θ i

= 4 kg está em repouso suspenso por um fio a uma altura h do solo, conforme mostra a figura acima. Ao ser solto, choca-se com o corpo m 2

UNISANTA FACULDADE DE ENGENHARIA QUÍMICA 1/5 DISCIPLINA TERMODINÂMICA QUÍMICA I 1 O Semestre de 2002 PROVA P1

SOLUÇÃO: sendo T 0 a temperatura inicial, 2P 0 a pressão inicial e AH/2 o volume inicial do ar no tubo. Manipulando estas equações obtemos


Ficha Cadastral de Usuários de Águas Superficiais

Megaline. Bomba centrífuga em linha para uso geral. Megabloc In-line. 1. Aplicação. 3. Denominação. 2. Descrição geral. 4.

INTRODUÇÃO AOS MÉTODOS NUMÉRICOS

FÍSICA II OSCILAÇÕES - MHS EVELINE FERNANDES

12 Reator Anaeróbio de Fluxo Ascendente

Prof. Dr. Luciano dos Santos Rodrigues EV-UFMG. Contato: Telefone: (31)

TRATAMENTO DE LODO GERADO EM ESTAÇÕES DE TRATAMENTO DE ESGOTO SANITÁRIO

Primeira lista de MPD-42

Cinética dos Processos Fermentativos

QUESTÕES DE TESTES E PROVAS (Dimensionamento de eixos e vigas) (Critérios de Resistência) PROVA

XI ESTUDO PARA OTIMIZAÇÃO DO SISTEMA DE ABASTECIMENTO DE ÁGUA DE SÃO CRISTOVÃO COM O EPANET

0.1 Leis de Newton e suas aplicações

4 Modelo Proposto para Análise de Barras de Controle Local de Tensão

DISTORÇÕES PROVOCADAS POR AGRUPAR ATIVIDADES E RECURSOS NO SISTEMA ABC

m v M Usando a conservação da energia mecânica para a primeira etapa do movimento, 2gl = 3,74m/s.

9 Tanques sépticos e tratamentos complementares

(A) 331 J (B) 764 J. Resposta: 7. As equações de evolução de dois sistemas dinâmicos são:

SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 27/03

UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA DE PRODUÇÃO E SISTEMAS. Programação Dinâmica. Prof. Sérgio Fernando Mayerle

Limites para a integração de usinas ao sistema de distribuição através de uma única linha

Revestimentos Knauf Conforto térmico e acústico com alta qualidade de acabamento

Escala na Biologia. Na natureza, há uma grande variação dos tamanhos dos seres vivos.

Fenômenos de Transporte. Aula 1 do segundo semestre de 2012

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO. Segunda Chamada (SC) 1/8/2016

4 Análise da Estimativa da Máxima Injeção S m e da Margem M

2 Revisão bibliográfica das metodologias semi-empíricas para avaliação de dutos com defeitos de corrosão

Assinale a opção que indica aproximadamente a variação da temperatura da água.

LISTA 2 - COMPLEMENTAR. Cinemática e dinâmica

Ficha de Cadastro de Usuário

UNIVERSIDADE CATÓLICA DE GOIÁS

PROCESSO DE TRATAMENTO

ERRATA DAS INSTRUÇÕES TÉCNICAS DO REGULAMENTO DE SEGURANÇA CONTRA INCÊNDIO

MÓDULO 1 Regime de Escoamento e Número de Reynolds

Parte 6: Qualidade do efluente. Paulo Gustavo de Almeida, Thiago Bressani Ribeiro, Bruno da Silva, Lariza Azevedo, Carlos Chernicharo

AGÊNCIA DE ÁGUA PCJ PARECER TÉCNICO Nº: 02/2007. Assunto: SOLICITAÇÃO DE ABATIMENTO DO VALOR DBO IDENTIFICAÇÃO

CAPÍTULO 1 Introdução aos acionamentos elétricos

Quem é a BMC? A Brasil Máquinas de Construção BMC é uma das maiores empresas de comercialização de equipamentos pesados do País.

CAPÍTULO 7. Seja um corpo rígido C, de massa m e um elemento de massa dm num ponto qualquer deste corpo. v P

Complementação da primeira avaliação do curso

MATEMÁTICA E FÍSICA. INSTRUÇÃO GERAL: Para cada questão, escolher apenas uma alternativa de resposta.

13 Sistemas de lodos ativados

TRATAMENTO PRELIMINAR

Coeficiente do dia de maior consumo (K1)... 1,20 Coeficiente da hora de maior consumo (K2)... 1,50. n =... 1,522 K =... 0,690

Segunda aula de laboratório de ME /02/2015

CAPÍTULO VIII FADIGA DE COMPONENTES TRINCADOS

Figura 2.1 Planta de formas e diagrama de momentos fletores.

Secção 3. Aplicações das equações diferenciais de primeira ordem

Painel Absorvedor Diafragmático. Freqüência de ressonância do painel. mp d 2 mp d 2. Análise dimensional de ω = 2 π F

Exemplo de carregamento (teleférico): Exemplo de carregamento (ponte pênsil): Ponte Hercílio Luz (Florianópolis) 821 m

F. Jorge Lino Módulo de Weibull MÓDULO DE WEIBULL. F. Jorge Lino

KSB WK. Bomba Centrífuga de Alta Pressão. Multiestágio. 1. Aplicação. 3. Denominação KSB WK 65 / Descrição geral. 4.

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE PESQUISAS HIDRÁULICAS DEPARTAMENTO DE OBRAS HIDRÁULICAS

Capítulo 15 Oscilações

(FEP111) Física I para Oceanografia 2 o Semestre de Lista de Exercícios 2 Princípios da Dinâmica e Aplicações das Leis de Newton

MANUAL OPERAÇÃO SIMULADOR DE BALANÇA DINÂMICA SÉRIE 1420

Diagrama comparativo entre escalas de pressão (fi gura 18) p vac. Figura 18

1 INTRODUÇÃO 1.1 Histórico

Exercícios de dinâmica retilínea

IPH 02258: Tratamento de Água e Esgoto, Capítulo 12

Cinética Michaeliana [E] [A] é difícil de determinar em muitas situações, pelo que se. ) pode ser ajustada a uma. . É o valor máximo de

x = Acos (Equação da posição) v = Asen (Equação da velocidade) a = Acos (Equação da aceleração)

Questão 37. Questão 39. Questão 38. Questão 40. alternativa D. alternativa C. alternativa A. a) 20N. d) 5N. b) 15N. e) 2,5N. c) 10N.

NORMA TÉCNICA 28/2014

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO SUL INSTITUTO DE PESQUISAS HIDRÁULICAS DEPARTAMENTO DE OBRAS HIDRÁULICAS

Steven David Sodek. Engenheiro Civil MEng CEng MICE MAUÁ 11/06/13

SOLUÇÃO PRATIQUE EM CASA

UNISA MEDICINA Segundo semestre UNIVERSIDADE DE SANTO AMARO

5 Resultados Experimentais

GUINDASTE PARA TERRENO ACIDENTADO SANY SRC 550H

3. Considere as duas diferentes situações em que uma mala está suspensa por dois dinamómetros como representado na Fig.1.

SECRETARIA DE ESTADO DOS NEGÓCIOS DA SEGURANÇA PÚBLICA POLÍCIA MILITAR DO ESTADO DE SÃO PAULO. Corpo de Bombeiros INSTRUÇÃO TÉCNICA Nº 27/01

Purificação das águas: tratamento de esgoto

Instrumentação e Medidas

Física do Calor Licenciatura: 3ª Aula (12/08/2015)

Laboratório de Física 2

KSB WKL. Bomba centrífuga de alta pressão. Multiestágio. 1. Aplicação. 3. Denominação KSB WKL 100 / Descrição geral. 4.

Estime, em MJ, a energia cinética do conjunto, no instante em que o navio se desloca com velocidade igual a 108 km h.

Transcrição:

IPH 058: Trataento de Água e Esgoto, Capítulo 1 1. FILTROS BIOLÓGICOS PERCOLADORES DA ETE ANGLO O efluente dos reatores UASB considerados no Capítulo 1 (Esgotos Trata. Anaeróbio UASB), será encainhado para trataento secundário e filtros biológicos. Abaixo, a tabela que já foi considerada no Capítulo 1, referente às vazões afluentes a ETE. Tabela.1: Vazões de esgotos de início e final de plano ETE Anglo Etapa Vazão (L/s) Mínia Mé Máxia Início 64 104 167 Fi 77 10 15 Cabe destacar que para o conjunto forado por reatores UASB seguido de filtros aeróbios é reconhecido por todos os autores coo u trataento secundário. Vale ressaltar que alguns autores classifica as lagoas anaeróbias ou reatores anaeróbios (UASB), quando isolados, coo trataento secundário. A ETE ANGLO terá duas unidades de filtros biológicos de alta taxa e paralelo, sendo cada ua diensionada para atendiento de etade da vazão é afluente total de fi de plano (10 L/s). Proceder-se-á a verificação do rendiento início de plano, co vazão é afluente total de (104 L/s) direcionada a apenas u filtro, posto que e ua prieira etapa iplantar-se-á o desarenador, dois reatores UASB, u filtro, u decantador secundário. No tocante à verificação do perfil hidráulico, adotar-se-á a vazão áxia de início de plano (167 L/s), quando apenas u filtro estará iplantado. O afluente será aplicado à superfície do leito dos filtros biológicos ente eprego de quatro braços distribuidores, ontados na tradicional fora e cruz, apoiados e coluna central de concreto arado (Figura.1). A continuidade do oviento dos braços distribuidores poderia ser garantida por siples pressão hidrostática, bastando adotar u desnível de pelo enos 1,00 etro a ais e relação ao desnível efetivaente adotado. Optou-se por adotar otor central para proover ua distribuição unifore do afluente aos filtros. Assi, garante-se ua aior flexibilidade operacional, podendo-se otiizar o rendiento da unidade co relação a reoção de atéria orgânica, be coo u controle ais efetivo de vetores coo a psychoda. A adoção do otor para o filtro, alé de reduzir a altura anoétrica do sistea elevatório da EBE Taandaré e pelo enos 1,00, evita proliferação excessiva de vetores e oentos de vazões baixas afluentes à ETE. O efluente do UASB será encainhado para trataento secundário no filtro biológico. Para o diensionaento dos filtros foi adotada ua carga orgânica de 0,9 kg DBO/.. A figura. apresenta o filtro biológico da ETE do balneário Laranjal, do SANEP, e Pelotas-RS. O eso te apenas ua linha de braços distribuidores, diferenteente do que está sendo considerado neste capítulo, que terá dois braços distribuidores e cruz. 1

IPH 058: Trataento de Água e Esgoto, Capítulo 1 Figura.1: tipo de braços distribuidores a adotar para os filtros biológicos. Fonte: Internet, www.dbsfg.co (há fornecedores nacionais para o equipaento) Figura.: filtro biológico da ETE Laranjal, do SANEP, e Pelotas-RS. Os períodos de inundação dos filtros deve ser prograados para que o processo de esvaziaento dos esos seja feito e oentos de vazões circulantes baixas, de fora controlada. Assi, a vazão efluente destas unidades, direcionada ao decantador secundário, não superará as vazões áxias consideradas no diensionaento do decantador. Caso isto viesse a se verificar, o decantador teria seu rendiento sensivelente prejudicado.

IPH 058: Trataento de Água e Esgoto, Capítulo 1 Diensionais dos filtros O volue total dos filtros biológicos será, para a vazão é afluente à ETE para fi de plano, segundo o ite 6.5.1.1 da ABNT NBR 109:011 ( a versão da nora do ano 199 adotava o eso critério): 10 L s 99 g L V 0,9 kg 86.400 s kg g 6 10 1. 6 A área superficial total de filtração será, para ua altura útil de,00 etros (para leito de pedras, a altura liite é de,0 etros, pela ABNT NBR 109:011). A V H 1.6,0 618 Serão adotados dois filtros biológicos, cada u co 09 de área. O diâetro de cada filtro biológico será: 4 A 4 09 D 19,8 0 Assi, cada filtro terá diâetro de 0, área superficial de 14 e volue de 68. Verificação da taxa de aplicação superficial A taxa de aplicação superficial nos filtros de pedra deveria situar-se entre 10 e 60 /. e base a vazão é, aditindo-se até 60 /. para a vazão áxia, pela nora do ano 199. Atualente, pela ABNT NBR 109:011 (ite 6.5.1.6.b), a taxa superficial não deve exceder a 50 /., incluindo-se a vazão de recirculação. Este critério é satisfeito, coo a seguir é verificado para a vazão é de início de plano, co apenas u filtro, e para a vazão é de fi de plano, quando duas unidades já estarão iplantadas. Verificação da taxa de aplicação hidráulica co os quatro raos dos braços hidráulicos operando, e considerando u FB e 005 e dois FB e 04: Q 104 L s 10 A 14 s 86.400 8, L S 6 005 Q 10 L s 10 A 618 s 86.400 18, L S 04 As taxas de aplicação hidráulica acia verificadas situa-se abaixo do valor áxio adissível, que é de 50 /.. Para a situação operacional noral, ou seja, quando o filtro não estiver co o eio saturado de água por fechaento do stop-log do canal de saída, a velocidade de giro do braço do filtro

IPH 058: Trataento de Água e Esgoto, Capítulo 1 deve ser proporcional ao fluxo oentâneo que estiver ocorrendo. Isto será assegurado por otor de acionaento do braço do filtro, controlado por inversor de freqüência, o que será conteplado no projeto elétrico e no projeto ecânico. Cabe destacar que o últio é elaborado pelo fabricante do equipaento. Pode-se afirar que, por vezes, probleas operacionais nos filtros biológicos exigirão providências dos responsáveis pela operação da ETE. U destes probleas será o excessivo cresciento do file biológico no leito do filtro. O ideal será atuar de fora não apenas corretiva, as tabé preventiva, posto que este fenôeno pode causar entupientos e setores do filtro, levando a acuulação de água nos vazios da brita, e conseqüenteente favorecendo a proliferação de vetores. Ua providência contra o excessivo cresciento do biofile é proover u auento da carga hidráulica no filtro coo u todo, ou seja, fazer co que a vazão nos furos dos braços distribuidores seja increentada através de recirculação. No caso específico da ETE ANGLO a recirculação não será adotada, devido ao terreno plano, que liita o desnível entre as unidades de trataento, a fi de que o desarenador não fique deasiadaente elevado. Assi, proover-se-á u auento de carga hidráulica por setores dos filtros biológicos. A fora de fazê-lo será, e oentos de vazão ais elevada, fazer co que a velocidade angular do braço distribuidor não seja estabelecida pelo inversor de freqüência, as passe a ser ua velocidade tão baixa quanto desejável. Este procediento descarregará ua aior vazão na zona do filtro que estiver sendo aspergida a cada instante. Esta velocidade angular baixa deve ser antida durante vários giros copletos do braço distribuidor, de fora que o filtro vá recebendo a sobrecarga hidráulica gerada, ainda que esta não seja unifore. Esta providência deve arrastar biofile diinuindo a colatação. Cabe destacar que a baixa velocidade angular do braço não deve ser adotada soente e caso de colatação já anifestada, as si e caráter preventivo. Se u filtro encontra-se excessivaente colatado, a água aspergida poderá contornar a ua zona já praticaente se circulação de líquido, proovendo apenas a reoção de biofile e locais do leito que ainda não apresenta colatação, ou seja, o escoaento dar-se-ia através de indesejáveis cainhos preferenciais, e torno de zonas já totalente colatadas. O projeto executivo do equipaento ecânico dos filtros será, coo de praxe, elaborado pela epresa fornecedora do equipaento que vier a ser contratada. O referido projeto executivo deverá ser subetido à apreciação e aprovação da CONTRATANTE. Verificação da carga orgânica voluétrica A carga de DBO aplicada ao único filtro biológico iplantado na prieira etapa será: L g 6 kg s kg DBO5 W005 Q. S0 104 99 10 86.400 890 s L g A carga de DBO aplicada a cada u dos dois filtros biológicos iplantados e fi de plano será: 4

IPH 058: Trataento de Água e Esgoto, Capítulo 1 10 L g 6 kg s Q. S0 99 10 86.400 s L g kg DBO 5 W005 556 Gonçalves et al. (001) cita que filtros biológicos, iplantados à jusante de reatores UASB, noralente não necessita de recirculação. Apresenta coo exeplo a ETE Caçadores construída pela Copanhia de Saneaento do Paraná SANEPAR. Esta ETE, co capacidade para 140 L/s, possui reator anaeróbio seguido de filtro biológico operando se recirculação. A DBO no efluente final da ETE situa-se noralente abaixo de 0 g/l. Desta fora, prevê-se que os filtros biológicos da ETE ANGLO operarão se recirculação. Se durante a operação do filtro, observar-se cresciento excessivo de bioassa a ponto de entupir os vazios do eio suporte, haverá a possibilidade de proover recirculação através de ua boba a ser iplantada na caixa coletora de clarificado do decantador secundário. Adotar-se-á apenas ua boba para recirculação de efluente final para o filtro, dispensando unidade reserva. Isto porque, ua eventual pane neste equipaento não coproete o sistea de trataento, que poderá operar se recirculação até que a boba seja consertada. A carga orgânica voluétrica (COV) nos filtros deverá apresentar-se entre 0,5 e 1,0 kg DBO5/ (Gonçalves et al., 001). Mas a ABNT NBR 109:011, no ite 6.5.1.6.b refere que nos FB de alta taxa a esa não deve exceder a 1, kg DBO5/.. COV005 = 890 kg DBO/ / 68 = 1,4 kg DBO5/. COV04 = 556 kg DBO/ / 68 = 0,88 kg DBO5/. Observa-se que a COV é satisfeita para as condições de fi de plano (ano 04), sendo excedida para as condições de início de plano (ano 005). O onitoraento da ETE ANGLO, ua vez iplantada, fornecerá dados de DBO afluente reais, podendo a própria CONTRATANTE verificar se a COV estará ou não sendo excedida. Se isto ocorrer, será recoendável que a iplantação da segunda linha de trataento seja estabelecida coo prioridade, dentro do plano de iplantação de estações de trataento de esgotos. Eficiência dos filtros A eficiência da filtração biológica é calculada de acordo co a Equação 1.1 (Jordão e Pessoa, 1995). 5

IPH 058: Trataento de Água e Esgoto, Capítulo 1 100 E W 1 0,44 V F E = eficiência (%); w = carga orgânica aplicada (kg/); V = volue do eio suporte ( ); F = fator de recirculação (Equação 1.) (Eq. 1.1) 1 r F (Eq. 1.) r (1 ) 10 Aplicando-se a Equação 1.1 para as condições de início e fi de plano, te-se: F = 1 (se recirculação) E E 10,44 100 005 serecircu lação 1 0,44 890kg 68 100 1,0 04 serecircu lação 556kg 68 1,0 65% 70% De acordo co a Equação 1.1, a recirculação resulta e u auento da eficiência do processo ua vez que o valor de F fica aior. As cargas de DBO reovidas riaente, e início e fi de plano, serão: Carga DBO5re início de plano = 0,65 x 890 kg DBO5/ = 578,5 kg DBO5re/ Carga DBO5re fi de plano = 0,70 x 1.11 kg DBO5/ = 778,4 kg DBO5re/ Para as condições de início e fi de plano, a DBO5 efluente do filtro biológico seguido de decantador secundário será: DBO Efluente filtro 005 = 99 x (1 0,65) = 5 g/l (= 5 g DBO5/L, padrão FEPAM) (OK) DBO Efluente filtro 04 = 99 x (1 0,70) = 0 g/l (< 5 gdbo5/l, padrão FEPAM) (OK) A eficiência global do sistea reator UASB seguido de filtro biológico e decantador secundário, co relação à DBO5, será: 6

IPH 058: Trataento de Água e Esgoto, Capítulo 1 10 5 Eficiência005 100 10 10 0 Eficiência04 100 10 89% 90% Para o leito do filtro adotar-se-á brita 4. Após o descenso pela brita, o efluente escoará por sistea de drenage de fundo que direciona o percolado a u canal de saída, a partir do qual o efluente vai para o decantador secundário. Produção de lodo A produção de lodo nos dois filtros biológicos é estiada através da Equação (1.). Plodo = YDBOre (Eq. 1.) Plodo = produção diária estiada de lodo [kg SST/]; Y = coeficiente de produção celular (kg SST/kg DBO reovida); DBOre = carga diária de DBO reovida [kg/]; SST = sólidos suspensos totais Adotando-se o valor do coeficiente de produção celular sugerido por Gonçalves et al., (001), 0,75 g SST/g DBO reovida, a produção diária de SST nos dois filtros, para a situação de fi de plano, será: Plodo = 0,75 g SST/g DBOre x (0,70778,4 kg DBOre/) = 409 kg SST/ Sendo 0,70 a fração da carga de DBO que é reovida por. Se a fração de sólidos suspensos voláteis para sólidos suspensos totais for 0,75, a produção diária de sólidos voláteis será 0,75 x 409 = 07 kg SSV/. O volue diário de lodo, a ser direcionado por recalque aos reatores UASB é calculado pela Equação 1.4. V P lodo L (1.4) L fs VL = volue diário de lodo [ /]; L = densidade do lodo [kg/ ]; fs= fração de sólidos suspensos totais no lodo [ - ] Confore estiativa anterior, a produção de lodo total estiada nos dois filtros biológicos é de 778,4 kg/. Aditindo-se que a densidade e o teor de sólidos do lodo do decantador secundário seja, respectivaente, 1.00 kg/ e 1%, o volue diário de lodo por reator deverá ser: 7

IPH 058: Trataento de Água e Esgoto, Capítulo 1 778,4 kg 76, 100kg 0,01 V L de lodo a purgar, no total dos decantadores A produção total de lodo para fi de plano será então de 76, /, a sere direcionados para os reatores UASB. Verificação do canal de drenage de fundo dos filtros O efluente clarificado será coletado e u canal retangular operando e condições de descarga livre. A largura adotada será a ínia recoendada por Crespo (004), 0,40. A declividade no canal será de 0,%. Neste caso, as incógnitas a conhecer serão: (a) altura ho, que corresponde a profundidade da lâina de água no ponto ais alto do fundo do canal; (b) altura hc, a altura crítica de escoaento no canal, que corresponde a profundidade do nível de água no ponto ais baixo do fundo da canal. As respectivas equações são: Q Profundidade crítica: h c (Eq. 1.5) g b Profundidade no ponto ais alto: h o i l (h c ) h c i l (Eq. 1.6) (válida para descarga livre) b = largura do canal central, ; i = declividade do fundo do canal, /; l = copriento do canal, ; Q = vazão de diensionaento do canal, igual a etade da vazão afluente ao decantador. Para a ETE Anglo, a vazão de diensionaento do canal será a vazão áxia de prieira etapa, que escoará no único filtro iplantado e início de plano: Q = 0,167 L/s A vazão de 0,167 /s corresponde a vazão áxia de início de plano. Para fi de plano, a vazão áxia será 0,15 /s, as haverá dois decantadores, cada qual recebendo 0,1075 /s. O períetro do canal de coleta, calculado e seu eixo, é: P D' (D b / ) (Eq. 1.7) b = largura do canal = 0,40 ; D = diâetro do decantador O períetro do decantador secundário será dividido e dois canais, cada u co extensão igual ao períetro dividido por dois. 8

IPH 058: Trataento de Água e Esgoto, Capítulo 1 P l (0,0 0,40 / ) 61,57 0,79 O copriento do canal central de coleta é: 0 - (0,40) = 19,0 As profundidades hc e ho são calculadas substituindo-se os respectivos valores nas Equações (1.5) e (1.6). (0,167 s) h c 0, 1768 (lâina na cabeceira do canal) 9,81 s 0,40. h o 0,00 19,0 (0,1768 ) 0,1768 0,74( Lâ in aficanal ) 0,00 19,0 Cotas Cota do canal efluente, se enchiento: 0,00 (aditido por hora) Cota do ponto ais baixo do canal efluente, co enchiento: 0,01 Altura do nível d água no ponto ais baixo do canal efluente: 0,7 Cota do nível d água no ponto ais baixo do canal efluente: 0,01 + 0,7 = 0,8 Cota do ponto ais alto do canal efluente, co enchiento: Cota = 0,01 + 0,00 / 19,0 = 0,05 0,05 Altura do nível d água no ponto ais alto do canal efluente: 0,7 Cota do nível d água no ponto ais alto do canal efluente: 0,07 + 0,7 = 0,4= 0,0 O canal efluente terá largura de 0,40, altura interna de 0,40 e altura externa de 0,50. 9