Roberto Rodrigues. GV Agro Centro de Estudos em Agronegócio da FGV

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Transcrição:

Roberto Rodrigues GV Agro Centro de Estudos em Agronegócio da FGV 05 de Maio de 2015

AGENDA 1. Cenário Macroeconômico 2. A Importância das Cooperativas 3. Tendências 4. Desafios 5. Conclusões

PREVISÃO DE CRESCIMENTO ECONÔMICO - 2015 MUNDO (EM %) Fonte: FMI, 2015.

CENÁRIO MACROECONÔMICO BRASIL Piora da qualidade econômica. Aperto no crédito e aumento da taxa de juros. Ajuste fiscal (aumento das tarifas + imposto + corte de gastos). Racionamento de água e energia elétrica. Inflação acima da meta. Piora do mercado de trabalho. Uma recessão é inevitável Projeções 2014 2015 Mundo 3,4 3,5 Países Desenvolvidos 1,8 2,4 EUA 2,4 3,1 Zona do Euro 0,9 1,5 Alemanha 1,6 1,6 França 0,4 1,2 Itália -0,4 0,5 Espanha 1,4 2,5 Japão -0,1 1,0 Reino Unido 2,6 2,7 Países Emergentes 4,6 4,3 China 7,4 6,8 Brasil 0,1-1,2 Índia 7,2 7,5 Fonte: FMI, 2015.

PROJEÇÕES - BRASIL Previsões econômicas Colunas1 2014 2015 (p) 2016 (p) PIB (a preços de mercado) - % 0,1-1,18 1,0 Câmbio (final do período) - RS/US$ 2,65 3,20 3,30 SELIC (final de período) - % aa 11,75 13,50 11,50 IPCA - % 6,51 8,26 5,60 IGP-M - % 3,7 7,06 5,50 Balança Comercial - US$ -3,9 4,02 9,95 Fonte: BCB, Boletim Focus, 30/04/2015 (mediana agregado). Elaboração: GV Agro PIB: se confirmada a retração de 1,18% em 2015, será o pior resultado em 25 anos, desde 1990 quando foi registrada uma queda de 4,35%. Inflação: se confirmada a previsão do mercado para a inflação de 2015 (de 8,26%), atingirá o maior patamar desde 2003, quando ficou em 9,3%.

AS COOPERATIVAS NESSE CENÁRIO Com uma provável recessão, as cooperativas podem promover inserção no mercado, economias de escala e ganhos de eficiência. Redução dos custos de transação, em consequência de seu maior poder de negociação. Ganhos de eficiência por sua capacidade coordenadora, por meio de economias de escala e redução dos riscos em ações conjuntas. Promoção de novas tecnologias e mecanismos de gestão São legítimas balizadoras de preços em mercados concorrenciais, com precificação razoável e justa, o que evidencia seus diferenciais competitivos, de fortalecimento pela união.

GESTÃO NA CRISE 1. Riscos x oportunidades 2. Fortalecimento das cooperativas 2.1 Apostar na Tecnologia para cooperados 2.2 Hedge: a volatilidade cambial 2.3 Gestão interna: aperto severo 2.4 Cortar custos: cooperados e cooperativas 2.5 Direcionar o crédito

2. A IMPORTÂNCIA DAS COOPERATIVAS

Fonte: ACI, OCB Mundo Cooperativo As COOPERATIVAS estão presentes em mais de 100 países e geram mais de 100 milhões de empregos 1 bilhão de pessoas estão envolvidas direta ou indiretamente com cooperativismo.

IMPORTÂNCIA DAS COOPERATIVAS As cooperativas tem grande importância para a inclusão social no Brasil. O número de associados a cooperativas representa 5,7% da população brasileira. Se somadas as famílias, estima-se que o movimento agregue mais de 46 milhões de pessoas, 22,8% da população brasileira. Fonte: OCB

NÚMEROS DO COOPERATIVISMO - BRASIL Dados referentes a 2014 6,8 mil É o número de cooperativas atuantes em 13 ramos de atividades econômicas 11,5 milhões É o número de associados a cooperativas filiadas a OCB 44 milhões Número estimados de brasileiros envolvidos no cooperativismo US$ 5,3 bilhões Foi o total das exportações das cooperativas brasileiras em 2014. Fonte: OCB, MDIC

NÚMEROS DO COOPERATIVISMO - BRASIL Em 10 anos O crescimento de cooperados no sistema OCB foi de 6,2 MI 11,5 MI 85% Cooperados (2004) Cooperados (2014) O número de empregos gerados no sistema OCB aumentou em 185 mil 340 mil Empregos gerados Empregos gerados (2004) (2014) 84% Fonte: OCB

SALDO COMERCIAL DAS COOPERATIVAS BRASILEIRAS Importação: + 79% 22,5 Exportação: + 134% Saldo: + 141% 40,1 36,3 33,0 28,3 34,7 33,2 30,3 26,4 44,2 41,5 62,1 62,3 58,3 58,4 60,7 56,8 52,8 48,7 20,2-2,3-1,9-2,8-5,4-3,1-2,7-3,9-4,0-4,0-4,1 Fonte: MDIC

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DAS COOPERATIVAS PRODUTOS 2005 US$ 2,2 bi 2014 US$ 5,3 bi Açúcar - 23% Café - 9% Soja em grão - 13% Carne de frango - 13% Etanol - 8% Farelo de soja - 12% Carne suína - 7% Demais - 14% Açúcar - 18% Carne de frango - 17% Café - 14% Soja em grão - 12% Farelo de soja - 13% Etanol - 4% Carne Suína - 4% Demais - 17% Fonte: MDIC

EXPORTAÇÕES BRASILEIRAS DAS COOPERATIVAS DESTINOS 2005 US$ 2,2 bi 2014 US$ 5,3 bi Fonte: MDIC EUA - 3% China - 8% Em.Arab.Unidos - 6% Alemanha - 11% Holanda - 9% Japão - 7% Rússia - 8% Argélia - 1% Demais - 49% China - 16% Alemanha - 10% EUA - 8% Em. Árabes Unidos - 6% Holanda - 6% Japão - 5% Hong Kong - 3% Rússia - 3% Outros - 43%

TENDÊNCIAS DO COOPERATIVISMO GOVERNANÇA Aplicação compromissada de princípios de governança corporativa: Participação igual e efetiva dos cooperados na tomada de decisão, sendo corresponsáveis por suas ações Transparência é princípio fundamental para a participação dos cooperados e para transmitir confiança a todo o sistema. PROFISSIONALIZAÇÃO DA GESTÃO Vigor na defesa dos interesses dos cooperados: Inteligência de mercado Emprego de técnicas de gestão e negociação eficazes Orientação ao mercado Ganhos de escala Dados cedidos pela OCB

UMA AGENDA PARA O COOPERATIVISMO Uma nova visão: da interpretação à proposição Coragem para separar o joio do trigo em todos os níveis Profissionalizar a gestão sem perder os valores Intercooperação Juventude e gênero Relação com o Estado Propaganda dos valores e não dos produtos Parcerias novas, até com antigos adversários, inclusive internacionais Inovação tecnológica, inclusive TI

DESAFIOS A partir do ano de 2012, declarado pela ONU como o Ano Internacional das Cooperativas, a ACI montou um ambicioso projeto baseado em 3 premissas: Aumentar de forma significativa o número de cooperativas e seus associados em todos os continentes; Conseguir que os países apoiem o movimento com legislações que não criem privilégios, mas também não excluam as cooperativas e; Alavancar fundos que alimentem o crescimento deste setor socioeconômico fundamental da sociedade.

PLANO DE AÇÃO PARA AS COOPERATIVAS O objetivo deste documento é propor um plano de ação para a Década Cooperativa, com uma orientação clara para os próximos anos. O desafio para a ACI, organizações nacionais, grupos setoriais e membros individuais reside agora em implementar este plano de ação.

DÉCADA DAS COOPERATIVAS A década chamada pela ACI de Década das Cooperativas (2011 a 2020) estará considerando, neste esforço, as tendências contemporâneas centrais, tais como: degradação ambiental e esgotamento de recursos naturais; instabilidade do setor financeiro, com consequente desigualdade de renda; falta crescente de governança e lideranças globais; marginalização aparente de gerações mais jovens.

Conclusões 1 Em seu papel de inclusão social, econômica e cultural, o cooperativismo pode ser considerado o modelo de negócio mais viável para o desenvolvimento sustentável. 2 - Baseado na união de pessoas, o movimento se destaca pela busca dos referenciais de participação democrática, independência e autonomia. 3 O setor precisa obter a compreensão pelo poder público do papel do cooperativismo como modelo econômico sustentável, capaz de aprimorar as políticas de inclusão social e de geração de renda.

Conclusões 4 Mais que um desafio, a busca pelo desenvolvimento sustentável faz parte da filosofia e princípios cooperativistas. 5 - O mundo precisa reconhecer as cooperativas como parte valiosa da economia global, defensoras que são da democracia. Como são empresas baseadas em valores e princípios, ajudam a construir um mundo melhor.

Muito Obrigado! Roberto Rodrigues gvagro@fgv.br +55 (11) 3799-3645