CURSO DE PÓS-GRADUAÇÃO EM DIREITO TRIBUTÁRIO - 03 Aula Ministrada pelo Prof. Pedro Bonifácio 26/10/2017 E-mail: tributario@legale.com.br AULA 16 Legislação Tributária... continuação da aula 15 Quem determina a competência para o Ente é a Constituição Federal. A Competência atribui 04 funções ao Ente. Funções Características - Criar o tributo Facultativo - Arrecadar Indelegável - Fiscalizar Irrevogável - Legislar Imprescritível
O Poder Fiscal é representado pelo acumulo das 04 funções pelo ente. Observação: A competência legislativa é concorrente, porém, no que tange a regra geral, a competência é exclusiva da União, podendo apenas outro ente legislar sobre regra geral quando a união não a fizer. - Caso do IPVA, que não possui norma geral feita pela União, logo, cada Estado fez a sua. Art. 24. CF. Compete à União, aos Estados e ao Distrito Federal legislar concorrentemente sobre: I - direito tributário, financeiro, penitenciário, econômico e urbanístico; A Função Fiscal é delegável e revogável, atribuído a Pessoa Jurídica de Direito Público, e é caracterizado pelo acumulo das funções de fiscalizar e arrecadar, representado pela capacidade tributária. Exemplo: Art. 153, 4º, III, CF - será fiscalizado e cobrado pelos Municípios que assim optarem, na forma da lei, desde que não implique redução do imposto ou qualquer outra forma de renúncia fiscal.
IR dos servidores dos Entes ITR se o município não arrecadar fica com 50%, se arrecadar com 100%. Observação: Quem é destinatário do produto arrecadado não tem necessariamente a capacidade e nem competência. EXCEÇÕES PARA A REPARTIÇÃO OBRIGATÓRIA - Quando o Ente destinatário é devedor. - Se o Ente não destinar o mínimo legal para a saúde (art. 160, CF), pode haver o impedimento. COMPETÊNCIA CAPACIDADE DESTINATÁRIO Poder fiscal Função fiscal Recebe o produto arrecadado Entes PJDP Entes, PJDP e PJDP Sujeito Ativo Observação: O Ente destinatário só será sujeito ativo se ele acumular também a competência ou a capacidade.
Se o destinatário for Pessoa Jurídica de Direito Público, este ente também acumulará a competência legislativa. Ocorre a parte final não foi recepcionada pela Constituição, posto que no texto constitucional, a competência é indelegável.
Art. 109. Aos juízes federais compete processar e julgar: I - as causas em que a União, entidade autárquica ou empresa pública federal forem interessadas na condição de autoras, rés, assistentes ou oponentes, exceto as de falência, as de acidentes de trabalho e as sujeitas à Justiça Eleitoral e à Justiça do Trabalho; A regra é que o Ente competente que deve figurar no polo da ação Ocorre que o STJ vem entendendo que no caso de Repetição tributária, é necessário verificar quem ficou com o produto arrecadado, pois será ele que deverá devolve-lo. Se a matéria for só restituição, aplica-se a súmula. Ocorre que se além de repetir valor indevido, houver discussão de mérito, deverá chamar o ente competente para debater o mérito, e o destinatário para devolver o dinheiro caso haja êxito. Verbas indenizatórias - Com cunho de verba remuneratória: acresce patrimônio, é tributada, pois, está recebendo algo que não tinha antes. - Verba indenizatória: verba que recompõem, como o valor está suprindo algo, não paga IR. Exemplo: 1 após acidente de carro, veículo teve perca total, a assegurada paga o valor do seguro, não incide IR porque é recomposição.
2 terceiro bate em veículo uber, e em razão do impedimento ao trabalho é indenizado por lucro cessantes, deve incidir IR. Resposta: Em razão de compor acréscimo patrimonial, a hora extra é base de cálculo para IR.
ITR Lançado por homologação, pois é o contribuinte que preenche a guia e realiza o pagamento, assim, o fisco tem 05 anos para homologar o pagamento.
Sujeito Ativo: Quem detém competência ou capacidade. Competente :União Capacidade: Município No caso de ITR, o contribuinte paga o tributo para a união, e posteriormente a União faz o repasse do valor para o município. - Neste caso o polo passivo terá a união e o município, posto que não é possível identificar o ente que está com o produto do tributo arrecadado. No caso de fiscalização, e o município lavra um auto de infração, é o município que será o destinatário direto. - Ingressar direto contra o município, pois, este que arrecadou e foi o destinatário no produto. O banco central do brasil é destinatário, mas destinatário NÃO faz parte da relação jurídica.
Observação: apenas os sujeitos da relação processual devem compor a lide
Posicionamento do STJ Se Sindicado pode entrar com uma ação de cobrança comum contra o contribuinte devedor da contribuição sindical. Art. 119. Sujeito ativo da obrigação é a pessoa jurídica de direito público, titular da competência para exigir o seu cumprimento. Nesse sentido o Sindicato deve entrar com ação de cobrança comum, e não com execução fiscal.
Art. 164. A importância de crédito tributário pode ser consignada judicialmente pelo sujeito passivo, nos casos: III - de exigência, por mais de uma pessoa jurídica de direito público, de tributo idêntico sobre um mesmo fato gerador. Por não haver bitributação, consequentemente não há como ocorrer solidariedade ativa. O CTN estabelece que somente o sujeito passivo tem solidariedade A Seção 02 estabelece regras para o sujeito passivo. Art. 124. São solidariamente obrigadas: I - as pessoas que tenham interesse comum na situação que constitua o fato gerador da obrigação principal; II - as pessoas expressamente designadas por lei. Efeitos da solidariedade Art. 125. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade: I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais;
II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo; III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais. Os efeitos da solidariedade só dizem respeito ao sujeito passivo (contribuinte), SUJEITOS Sujeito ativo Art. 119 CTN Competência Capacidade Sujeito Passivo Art. 121 CTN Solidários (duas hipóteses) 1. Interesse em comum * Destinatário não é sujeito ativo 2. Se a lei determinar Mas pode ingressar com ação de cobrança SOLIDARIEDADE PASSIVA Interesse em comum deve ser relativo na relação jurídico tributário Só há o interesse em comum quando os sujeitos estiverem no mesmo lado da relação jurídico tributaria. Exemplo: A e B são coproprietários de um imóvel, neste caso como os dois são proprietários do imóvel, estes são solitários de IPTU. Exemplo: SILVIO SANTOS / SBT JEQUITI BAÚ DA FELICIDADE IRPJ
- Se a jequiti empresa independente, aufere renda e contribuinte de IRPJ, - Há interesse em comum no negócio jurídico, mas não na relação, pois não estão no mesmo lado da relação jurídico tributário. EFEITOS DA SOLIDARIEDADE Art. 125, CTN. Salvo disposição de lei em contrário, são os seguintes os efeitos da solidariedade: I - o pagamento efetuado por um dos obrigados aproveita aos demais; II - a isenção ou remissão de crédito exonera todos os obrigados, salvo se outorgada pessoalmente a um deles, subsistindo, nesse caso, a solidariedade quanto aos demais pelo saldo; III - a interrupção da prescrição, em favor ou contra um dos obrigados, favorece ou prejudica aos demais. 1 o pagamento efetuado por um deles, aproveita aos demais; 2 As isenções e remissões beneficiam a todos, exceto quando concedida pessoalmente a um deles. Persiste a responsabilidade pelo saldo de forma solidaria aos demais que não são isentos. (Retirada a parcela isenta) 3 - A interrupção da prescrição para um deles, prejudica ou favorece os demais. Prescrição Perda do direito de executar o tributo, da data do vencimento, conta-se 05 anos. Passado esse prazo prescreve o credito e extingue-se. Porém este prazo pode ser interrompido. E nos casos de interrupção SUJEITO PASSIVO CONTRIBUINTE Praticou o F.G. RESPONSÁVEL Não praticou o F.G., mas paga em razão da lei
Não se presume responsabilidade, pois deve estar expressamente prevista na lei.
Resposta: Não há responsabilidade a ser imputada ao vendedor, visto que não há tal responsabilidade prevista em lei, e mesmo assim não existe interesse em comum na relação jurídico tributaria. A lei ordinária não é o veículo competente para disciplinar a responsabilidade tributaria, visto que é norma geral. Sumula 399 STJ: Cabe à legislação municipal estabelecer o sujeito passivo do IPTU. O município define o contribuinte do imposto, de acordo com o que já foi estabelecido na lei complementar.
Interesse em comum é só quanto a contribuinte, não quanto a responsável. Responsabilidade deve estar expressamente prevista em lei. Logo, a Controladora não é responsável pelo debito das controladas, por falta de previsão legal.
BONS ESTUDOS!!!! Prof. Ramiru Louzada