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Transcrição:

Boletim de Conjuntura Econômica Boletim n.56, Abril -2014 AGROPECUÁRIA Análise do Quarto trimestre/2013 Resumo* Julyerme Matheus Tonin Professor da Universidade Estadual de Maringá (UEM) e coordenador da equipe de conjuntura agropecuária do projeto de extensão Conjuntura econômica brasileira divulgação de análises. jmtonin@uem.br Camila Spurio Garcia spuriocamila@gmail.com Erica Yumi Onoue yumi_erica@hotmail.com Gabrielle Franciane Garcia gabrielegarcia_f@hotmail.com Leandro Melo dos Santos leandro.lms@live.com Mariana Canaver Katz mackatz@hotmail.com Natália Greche do Nascimento nataliagreche@gmail.com Natália Aline Morangueiro Zanchetti nataliazanchetti@hotmail.com William Monarin william_monarin@hotmail.com No quarto trimestre de 2013, após um ano de sucessivas quedas de preço do café arábica, o setor cafeeiro finda o ano de 2013 mais otimista, em ano de bienalidade negativa e provável queda na produção, não deve ocorrer excedente do grão durante o ano, o que aliado a expectativa de recorde no consumo deve contribuir para elevação dos preços. Quanto ao setor citrícola, apesar da quebra de safra, o Brasil mantém sua participação na produçãoo de laranja e no comércio do suco de laranja concentrado e congelado. Com a estimativa de forte queda de produção da Flórida (EUA), e como a quantidade de laranja produzida em São Paulo ainda é incerta, a estimativa é um patamar ainda menor de estoques para o ciclo atual, fato que pode repercutir em preços mais elevados ao longo de 2014. Para o setor grãos, estima-se um novo recorde para a produção de milho, com os Estados Unidos recompondo sua parcela nas exportações desse cereal. Para o soja, as expectativas são que o Brasil assuma em breve a liderança na produção mundial, e no trigo, o Brasil deve enfrentar dificuldades para cobrir as suas necessidade de consumo, dado que a Argentina, principal fornecedor do produto vivencia uma série de problemas relacionados a essa cultura. Enfim, para o complexo carnes, na avicultura o Brasil voltou a ter um desempenho considerado como normal, fechando 2013 com uma recuperação do setor. Na produção de leite, o Brasil se mantém na sexta posição e os indicadores de produção vaca/ano ou produção vaca/dia demonstram um lento crescimento da produtividade nesse país. Na suinocultura, a China amplia ainda mais sua participação na produção mundial e a crise vivenciada em 2013, fez com que o setor reduzisse a suas exportações, reduzindo inclusive o plantel de matrizes. * Elaborado por Orlando Lisboa de Almeida, responsável Técnico da Terra Firme Assessoria Técnica Agropecuária Ltda., Curitiba-PR. Palavras-chave: setor grãos; setor carnes. *Acadêmicos do curso de ciências econômicas da Universidade Estadual de Maringá UEM Universidade Estadual de Maringá (UEM) Correspondência/Contato Av. Colombo, 5.790 Bloco C-34 Sala 11 Jd. Universitário - Maringá - Paraná - Brasil CEP 87020-900

22 BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA: AGROPECUÁRIA CAFÉ S egundo dados obtidos do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA, em inglês), no comparativo entre as safras de 2012/2013 e 2013/2014, a previsão é de aumento consumo mundial de café, sendo que, esse aumento deve ser na ordem de 2,60% no Brasil, 2,61% na União Europeia e 1,72% nos Estados Unidos. Ou seja, o consumo de café nos grandes produtores mundiais deve crescer durante o período analisado. Por sua vez, a produção mundial de café arábica deve reduzirse em 3,58% (Tabela 1). Tabela 01 - Produção mundial de café arábica e robusta, países selecionados Tipo Dados 2012 2013 2014* Var % Brasil 34,70 41,10 39,20-4,62% Colômbia 7,65 9,92 10,00 0,81% Peru 5,20 4,30 3,85-10,47% Mundial 83,56 89,89 86,67-3,58% Brasil 14,50 15,00 13,90-7,33% Vietnã 25,20 25,60 27,50 7,42% Indonésia 7,00 8,80 7,85-10,80% Mundial 60,48 63,38 63,80 0,62% Arábica Robusta Fonte: Production, Supply and Distribution (USDA, 2014). Levantamento Dez,2013. * Dados estimados Dentre os principais países produtores de café arábica, cabe destacar que o Peru, terceiro produtor de café da América do Sul, deve apresentar o segundo ano consecutivo de queda da produção (-10,47%), devido a escassez de mão-de-obra e avanço de doenças fúngicas. A necessidade de mão-de-obra é decorrente do baixo uso de tecnologia e de mecanização, enquanto que as plantações antigas propiciam o avanço de doenças. Dentre os principais produtores de café robusta, o Brasil deverá apresentar queda (-7,33%) devido ao ciclo de baixa bienalidade. A Indonésia, que produz o famoso café especial "Kopi Luwak" também deve sofrer os efeitos da bienalidade negativa (-10,88%). Essas alterações nos produção devem afetar o nível de estoques finais de café (Tabela 2). Tabela 02 - Estoques de café nos principais países consumidores e produtores (mil ton.) País 2011/12 2012/13 2013/14* Var. % U.E. 10,40 11,20 11,50 2,68% E.U.A. 5,10 5,45 5,60 2,75% Brasil 2,14 7,06 7,97 12,89% Japão 2,14 2,90 2,80-3,45% Vietnã 1,09 1,96 3,81 94,39% Outros 1,82 1,62 1,47-9,26% Fonte: Production, Supply and Distribution (USDA, 2014). Levantamento Dez,2013. * Dados estimados Para a safra 2013/14, o USDA prevê estoques mundiais de 36,33 milhões de sacas, o maior volume desde a safra 2008/2009, devido principalmente ao aumento na produção mundial, em um nível mais acelerado que a demanda. Em destaque, o Vietnã deve expandir seus estoques de 1,09 para 3,81 milhões de toneladas entre as safras 2011/12 e 2013/14, respectivamente, sendo um recorde histórico para o país. Desde a safra 2007/08 o Vietnã vem apresentando sucessivos recordes de produção, diferente dos demais produtores, seu consumo de café é baixo (abaixo de 2 milhões de toneladas), o que permite a esse país ocupar uma importante parcela do comércio mundial desse produto (cerca de 25 milhões de toneladas) e ainda elevar seus estoques. No Brasil a previsão de aumento dos estoques de café é de 12,89% no encerramento da safra atual, o maior desde a safra 2006/2007. Quanto a produção de café no Brasil, na primeira estimativa realizada pela Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), em em janeiro de 2014, mostra uma produção estimada entre 46,53 e 50,15 milhões de sacas de 60 quilos de café beneficiado. Esse resultado representa, desde uma redução de 5,4% a um crescimento de 2,02% comparando a produção no ciclo anterior de 49,15 milhões de sacas. Vinha se observando desde 2005, no ciclo de alta bienalidade, uma tendência de crescimento na produção, mas com o resultado desta nova safra quebra-se essa tendência de crescimento, inclusive ficando a abaixo da última safra de baixa bienalidade. A área plantada de café no Brasil reduziu-se 1,25% em relação à safra passada, que passou de 2.301.599 hectares para 2.282.619 hectares. Em Minas Gerais se concentra a maior área com 1.238.270 mil hectares, onde 98,87% do estado esta na produção da espécie arábica, essa área representa 54,25% da área cultivada com café no Brasil, com uma produtividade media atingindo 26,4 sacas de café por hectare. Nesse estado, a estimativa da CONAB mostra uma diminuição da produção cafeeira em 3,7% em comparação com a safra anterior (Tabela 3). Tabela 03 - Produção de café no Brasil, principais estados produtores. UF 2011/12 2012/13 2013/14 * Var.% MG 26.944 27.660 26.640-3,69 ES 12.502 11.697 12.005 2,63 SP 5.356 4.010 4.441 10,75 PR 1,580 1.650 640-61,21 BA 2,149 1.803 2.023 12,20 RO 1.367 1.357 1.613 18,87 Fonte: CONAB (2014) Levantamento de Jan./2014 Para Minas Gerais, as regiões de produção que se destacaram, em relação à safra passada, tem-se a produção na Zona da Mata (-29,6%); na região do Sul de Minas, (+2,9%); na Serra da Mantiqueira e no Cerrado Mineiro (+ 20,3%) e na região Norte de Minas, Jequitinhonha e Mucuri (+0,85%). Por sua vez, no Espírito Santo se concentra a segunda maior área plantada, com 489.796 hectares sendo 310.420 hectares com a espécie conilon (robusta). Esse estado é o maior produtor de conilon com 63,25% da área semeada com a espécie no país, e com uma produtividade média estimada em 31,81 scs/ha. No estado no geral houve um acréscimo na

Tonin et al. 23 produção de 2,64%, ocorrendo um decréscimo de 18,77% para a espécie arábica, este decréscimo deveaos baixos preços se a uma grande safra em 2013/14, e aos efeitos de chuvas muito intensa no mês de dede 10,47% para o zembro de 2013, e a um acréscimo conilon, que acorreu devido ao programa de renovação e revigoramento de lavouras, a baixa produção de 2013/14, ao elevado vigor das plantas, a queda florada e sua fertilização e as condições climáticas favoráveis ate meados de 2013. Quanto ao Paraná, cabe destacar que a queda da produção de café no Paraná, pode comprometer um dos blends (composição de grãos diferentes) mais im- do café portantes do Brasil. Com o desaparecendo paranaense, haverá "uma redução no mix de produtos disponíveis no mercado", segundo diretor-executivo da ABIC. 450 350 250 150 Figura 1 - Preços do café, série diária, bro de 2012 a Março de 2013). Fonte: CEPEA (2014) em R$/saca (Outu- Em relação à análise de preços, pode-se identifi- é mais alto, car que o preço do café da espécie arábica pelo motivo de ter melhor qualidade, mas ao observar os preços do café colombiano, este tem seus preços superior ao café do Brasil. Os ciclos de alta e baixa nos preços devem-se ao ciclo plurianual dessa cultura. LARANJA O Brasil é o maior produtor mundial de laranja, com estimativa de produção de 16,36 mi- na safra lhões de toneladas produzidas 2013/2014, redução de 25,,69% na produção comparada com a safra anterior. A falta de água afeta o crescimento da fruta, e o sol forte provoca rachadu- relata Flá- ras, com influência direta na produtividade, vio Viegas, presidente da Associação Brasileira de Citricultores (ASSOCITRUS). Tabela 04 - Quadro de Oferta e Demandaa de laranja Dados 2011/12 2012/13 2013/14* Var.% Mundial 55,97 53,93 49,40-9,17 Brasil 22,60 20,56 16,36-25,69 EUA 8,08 8,17 7,57-7,82 China 5,90 6,90 7,00 1,42 Fonte: World Agricultural Supply and Demand Estimates (WASDE), USDA, Jan/2014. * Estimativa em milhões de toneladas Os Estados Unidos são o segundo maior produ- tor de laranja do mundo, com produção de 7,57 milhões de toneladas (-7,92%), e em terceira posição a China com 7,00 milhões de toneladas (1,42%), conforme essafra 2013/14.Nos Estados timativas do USDA para na Unidos, o declínio da produção foi causado pelo clima seco e alta incidência do greening, o que prejudicou os pomares, principalmente no estado da Flórida. "Saiba Mais" O greening, provavelmente originário na China, é uma doença causada por uma bactéria que afeta os vasos que distrielaborada na planta, sen- buem a seiva do que o vetor de transmissão é um pequeno inseto, que mede de 3 a 4 mm e que é comumm nos pomares brasileiro Cabe destacar que o principal destino da laranja no mundo é para a venda do produto in natura. Enquan- to o Brasil e Estados Unidos utilizam a maior parte da produção para o processamento de suco (Figura 2). 100% 80% 60% 40% 20% 0% Mundial Fruta Fresca Figura 2 - Destino da produção de laranja mundial e dos principais produtores, safra 2012/2013 Fonte: USDA (2014) Desde a safra 2011/2012 a África do Sul vem se mantendo como a maior exportadora de laranja in natura do mundo. Seguida de Egito, com 1.000 milhão de toneladas exportadas na safra 2012/2013; e Estados Unidos com 681 milhões de toneladas exportadas na última safra. 1000 500 0 Figura 3 - Principais países natura *em milhões de toneladas Fonte: USDA (2014) Brasil EUA Para Processamento 2010/2011 2011/2012 2012/2013 África do Sul Egito Estados Unidos exportadores de laranja in

24 BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA: AGROPECUÁRIA O Brasil tem pequena participação na exportação de laranja in natura, entretanto, se destaca na produção de suco de laranja, sendo o maior produtor do mundo. Quanto a análise do suco de laranja, nota-se um decréscimo de 14,45% na produção mundial de suco de laranja na safra 2012/2013 em relação a safra 2011/2012. Enquanto que o consumo mundial de suco de laranja apresentou um pequeno crescimento de 4,55% na última safra. Com a queda na produção mundial, e o aumento no consumo, observa-se uma redução nos estoques mundiais de suco de laranja. Tabela 05 - Quadro de demanda e oferta do suco laranja País Dados 2010/11 2011/12 2012/13 Var. % Produção 2.531,1 2.228,9 1.906,8-14,45% Exportação 1.517,5 1.478,0 1.543,8 4,45% Consumo 2,025,8 1.914,3 2.000,5 4,50% Estoques 792,6 856,3 571,0-33,32% Produção 1.600,0 1.268,0 981,0-22,63% Exportação 1.185,0 1.190,0 1.200,0 0,84% Consumo 40,0 44,0 50,0 13,64% Estoques 440,0 474,0 205,0-56,75% Produção 660,1 684,8 607,0-11,36% Exportação 150,8 109,2 122,0 11,72% Consumo 809,7 703,5 778,4 10,65% Estoques 290,1 322,4 331,0 2,67% Fonte: World Agricultural Supply and Demand Estimates (WASDE), USDA, Jan/2014 * em milhões de toneladas Mundial Brasil EUA Para o Brasil, com o decréscimo na produção (-22,63%), a participação na produção mundial que era de 56,89% na safra 2011/12 passou para 51,45% na safra 2012/13 e a participação na exportação passou de 80,51% para 77,73%, respectivamente. Sendo que mais de 90% da laranja produzida no país foi destinada para a produção de suco de laranja concentrado e congelado, destinado para as exportações. A queda da produção na safra 2012/13 ocasionou uma redução importante no nível de estoques. Somando-se a estimativa de forte queda de produção da Flórida (EUA), e como a quantidade de laranja produzida em São Paulo ainda é incerta, a estimativa é um patamar ainda menor de estoques para o ciclo atual. Segundo o relatório do CEPEA, a organização do comércio dos dois maiores produtores de laranja é distinta. O Brasil destina a maior parte da sua produção de suco concentrado e congelado para o mercado internacional, enquanto os Estados Unidos destina sua produção para o mercado domestico, e ainda importa suco de outros países, principalmente do Brasil. Tabela 06 - Indicador ESALQ/BM&F do preço da laranja Laranja pera in Trimestre Laranja Industria natura 4 Tri/2012 6,46 6,04 1 Tri/2013 6,09 10,82 2 Tri/2013 6,62 8,75 3 Tri/2013 7,15 6,72 4 Tri/2013 7,93 12,15 4 Tri 2013/4 Tri2012 18,53% 50,29% Fonte: CEPEA/ESALQ, caixa de 40,8 kg A laranja para indústria apresentou um aumento de preços de 18,53% no 4 trimestre de 2013 em relação ao 4 trimestre do ano anterior. Esse aumento foi decorrente dos acréscimos nos valores do custo de produção. Enquanto a laranja pera in natura teve um acréscimo de 50,29% nos preços no último trimestre de 2013. Um dos principais fatores no aumento de preço da fruta de mercado foi a falta de investimento na citricultura, que foi causada pela baixa remuneração da fruta nos períodos anteriores. Assim, houve escassez de laranja de qualidade, o que fez valorizar o preço da laranja pera in natura. Outro motivo para esse aumento de preços no 4 trimestre, é que esse período coincide com o fim da safra de frutas de casca mole (tangerina), assim tem-se um aumento na demanda de laranja pêra in natura, pressionando a elevação dos preços. MILHO O levantamento do (USDA), de janeiro de 2014, mostra que houve aumento na produção mundial de milho em 12,06%, sendo que no período de 2012/2013 foram produzidos 863,42 milhões de toneladas e para 2013/2014 a estimativa é de 967,51 milhões de toneladas. Se essas estimativas se confirmarem, haverá um aumento da exportação em 21,26% e do estoque em 17,67%. Assim como, os Estados Unidos que teve um aumento de 122,77% nas exportações. Mundial EUA China Brasil Tabela 07 - Balanço da oferta e demanda de milho nos principais países produtores País Dados 2011/12 2012/13 2013/14 * Var. % Área 171,46 176,69 176,75 0,03% Produção 885,99 863,42 967,51 12,06% Produtividade 5,17 4,89 5,47 11,86% Consumo 865,47 865,65 940,23 8,62% Exportação 116,97 94,45 114,53 21,26% Estoques 132,75 134,67 158,47 17,67% Área 33,99 35,36 35,48 0,34% Produção 313,95 273,83 353,71 29,17% Produtividade 9,24 7,74 9,97 28,81% Consumo 279,03 263,64 297,19 12,73% Exportação 39,18 18,58 41,28 122,17% Estoques 25,12 20,86 36,99 77,33% Área 33,54 35,03 36,10 3,05% Produção 192,78 205,61 217,73 5,89% Produtividade 5,75 5,87 6,03 2,73% Consumo 188,00 202,00 216,00 6,93% Exportação 91 81 100 23,46% Estoques 59,33 65,57 72,20 10,11% Área 15,20 15,80 14,70-6,96% Produção 73,00 81,00 70,00-13,58% Produtividade 4,80 5,13 4,76-7,21% Consumo 50,50 52,00 55,00 5,77% Exportação 24,34 25,00 20,00-20,00% Estoques 9,21 14,11 9,91-29,77% Fonte: World Agricultural Supply and Demand Estimates (WASDE), USDA, Janeiro/2014. * Estimativa; ** Área: milhões ha, produtividade: ton,/ha e demais variáveis em milhões de ton, Se a projeção de área cultivada dos Estados Unidos se confirmar será um marco histórico, assim

Tonin et al. 25 como a produção que chegou ao marco de 353,71 milhões de toneladas. Nesse contexto, a relação estoque/consumo foi de 16,85%, demonstrando que a demanda continua maior que a oferta. Tabela 08 Comparativo de área, produtividade e produção de milho no Brasil 1ª Safra 2ª Safra Total Milho Dados 2012/2013 2013/2014 Var.% Área 6.824,10 6.500,50-4,74% Produção 34.827,70 32.788,10-5,86% Produtividade 5.104,00 5.044,00-1,18% Área 8.997,80 8.997,80 0,00% Produção 46.179,50 46.179,5 0,00% Produtividade 5.132,00 5.132,00 0,00% Área 15.821,90 15.498,30-2,05% Produção 81.007,20 78.967,60-2,52% Produtividade 5.120,00 5.095,00-0,49% Fonte: Conab, levantamento jan./2014. Área em mil hectares; produção em mil ton.; produtividade:kg/ha. Para o Brasil, na estimativa da safra 2013/2014, a área, produção e produtividade total do Brasil reduziram,em relação ao mesmo período do ano anterior, em decorrência da diminuição da área planta da primeira safra, que reduziu 4,74%. Tabela 09 Preços Médios Nominais mensais recebidos pelos Produtores no Paraná. R$/saca 4º Tri Out. Nov. Dez. 2012 24,33 26,35 26,92 2013 17,26 17,81 18,62 Var.% -29,06% -32,41% -30,83% Fonte: SEAB/DERAL Por sua vez, quanto as exportações brasileiras, o terceiro e o quarto trimestre de 2013 apresentaram melhoras na exportação, sendo a variação total de 3,71% comparada com o mesmo período do ano anterior. Nesse período, também houve redução nos preços médios recebidos pelos produtores do Paraná. SOJA P ara a soja, o quadro de oferta e demanda internacional do Departamento de Agricultura Americano (USDA) de Dezembro/2013 mostra que o consumo e a exportação brasileira avançaram, respectivamente em 6,7% e 9,75%. No mês de novembro a soja sofreu alta volatilidade nos preços na bolsa de Chicago. A demanda crescente pelo produto e um maior ritmo de esmagamento,contribuíram para que no final do mês fechasse com a cotação de US$ 13,36/bushel (US$ 491,04/ton). No mercado interno, com o plantio encerrado, a área de plantio de soja brasileira fecha com 29,5 mil hectares. O que representa um aumento de 6,49% comparado à safra 2012/2013 (27,7 mil hectares). O aumento da área de plantio foi incentivado pelo fato de que a oleaginosa apresentou nos últimos trimestres vantagem nos preços para comercialização. Tabela 10 Balanço da oferta e demanda de soja nos principais países produtores Dados 2011/12 2012/13* 2013/14 Var.% Área** 102,88 108,16 112,57 4,11% Produção 239,77 267,48 285,43 6,71% Produtiv. 2,33 2,474 2,54 2,46% Consumo 256,03 267,91 269,70 0,66% Exportação 91,94 97,74 108,22 10,72% Estoques 55,13 61,55 70,64 14,76% Área** 29,86 30,8 30,70-0,32% Produção 84,19 82,06 89,51 9,07% Produtiv. 2,82 2,664 2,92 12,42% Consumo 48,81 48,56 48,69 0,26% Exportação 37,06 35,79 41,64 16,34% Estoques 4,61 3,41 3,954 15,95% Área** 7,89 6,75 6,85 1,48% Produção 14,48 12,8 12,20-4,68% Produtiv. 1,84 1,896 1,781-0,48% Consumo 72,07 75,83 79,65 5,03% Exportação 0,28 0,30 0,23-23,33% Estoques 15,92 12,09 13,698 13,30% Área 25,00 27,7 29,50 6,49% Produção 66,5 82,00 88,50 7,92% Produtiv. 2,66 2,96 3,06 3,24% Consumo 40,04 37,84 40,377 6,70% Exportação 36,32 41,00 45,00 9,75% Estoques 12,97 15,99 19,03 19,01% Fonte: World Agricultural Supply and Demand Estimates (WASDE), USDA, Janeiro/2014 Estimativa; ** Área: milhões ha, produtividade: ton./ha e demais variáveis em milhões de ton. Mundial EUA China Brasil A produtividade estimada para a safra 2013/14 é de 3,056 kg por hectare, um incremento de 3,24%. influenciadas pelas oscilações climáticas que ocorreram até março de 2014. Nesse contexto, as condições climáticas normais aliada ao controle de pragas e ao aumento da área de plantio foram determinantes para o sucesso da safra 2013/2014. Na região Centro- Oeste, principal produtora da oleaginosa, a instabilidade das chuvas escassas no início da semeadura acabaram,dando lugar à normalização climática antes do plantio encerrar-se. Desse modo, a normalidade pluviométrica e climática durante o estágio de desenvolvimento da lavoura tornou a produção nacional recorde atingindo 31.567,3 milhões de toneladas. Tabela 11 Comparativo de área, produtividade e produção. Safras 2011/2012, 2012/2013 e 2013/2014. Área Produção Produtiv. Safras 2011/12 2012/13 2013/14 Var.% MT 6.980,50 7.818,20 8.365,50 7,00% PR 4.460,60 4.752,80 4.971,40 4,60% Brasil 25.042,20 27.721,50 29.556,00 6,62% MT 21.849,00 23.532,80 26.016,70 10,56% PR 10.941,90 15.912,40 16.644,20 4,60% Brasil 66.383,00 81.456,70 90.331,40 10,89% MT 3.130 3.010 3.110 3,32% PR 2.453 3.348 3.348 0,00% Brasil 2.651 2.938 3.056 4,02% Fonte: Conab, levantamento Jan./2014. Área em mil hectares; produção em mil ton.; produtividade:kg/ha. O aumento das aplicações químicas na lavoura ocasionou um aumento no custo da produção da soja para os produtores. Quanto aos preços, a média da saca no mês de Outubro no mercado paranaense foi de R$72,42/sc; R$74,05/sc no mês de Novembro e se

26 BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA: AGROPECUÁRIA manteve praticamente constante em Dezembro, com uma variação de 2,25% na média do preço no 4 trimestre de 2013. Enquanto que, no Mato Grosso, os preços variam entre R$ 59,00 e R$ 67,00/sc, nesse período. Figura 4 - Preços do soja Fonte: Indicador CEPEA/ESALQ, Jan. 2013. Enfim, as estimativas para a safra 2013/14 trazem boas expectativas em razão do clima. No entanto, há uma preocupação em relação ao custo de produção para os agricultores, o que pode afetar os rendimentos. TRIGO A projeção para a safra de trigo 2013/14 no mundo é de 712,52 milhões de toneladas, de acordo com o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), 8,53% a mais que a estimativa da safra de 2012/13. Tal aumento deuse principalmente pela recuperação da produção na Rússia, Cazaquistão e Ucrânia, que tiveram suas lavouras severamente prejudicadas pela seca em 2012. A queda de 15,49% para o biênio 2013/14 nas exportações argentinas é reflexo da redução do excedente exportável em meados de 2013, devido a uma escassez do grão que o país estava enfrentando e que levou o governo a adotar controle de preços. Tabela 12 Produção, consumo e exportação de Trigo nos países selecionados. Dados 2012/13 2013/14 Var.% Mundo EUA Argentina Brasil China Produção 656,49 712,52 8,53% Consumo 685,43 694,86 1,38% Exportação 137,4 160,9 17,10% Produção 61,67 57,96-6,02% Consumo 38,26 34,14-10,77% Exportação 27,41 31,98 16,67% Produção 9,30 10,50 12,90% Consumo 6,20 6,05-2,42% Exportação 3,55 3,00-15,49% Produção 4,38 5,30 21,00% Consumo 10,90 11,40 4,59% Exportação 1,58 0,20-87,34% Produção 121,02 121,72 0,58% Consumo 125,00 123,50-1,20% Exportação 0,97 1,00 3,90% Fonte: World Agricultural Supply and Demand Estimates (WASDE), USDA, Janeiro/2014 * em milhões de ton. Os Estados Unidos tiveram um aumento de 16,64%, passando de 27,4 milhões de toneladas em 2012/13 pra 32 milhões de toneladas em 2013/14, mantendo-se como o maior exportador mundial do grão. Por sua vez, o Brasil deverá importar mais de 7,2 milhões de toneladas de trigo, um dos volumes mais expressivos de toda sua história, isto demonstra a crônica dependência do país no setor. Tabela 13 Balanço da Oferta e Demanda Brasileira de Trigo Indicador 2012/13 2013/14 Var. % Estoques Iniciais 1.220,6 342,2-72,0% Produção 4.379,5 5.527,9 26,2% Importações 7.010,2 6.500,0-7,3% Suprimento 12.610,3 12.313,1-2,4% Consumo 10.584,3 10.979,1 3,7% Exportações 1.683,8 500,0-70,3% Estoques Finais 342,2 834,0 143,7% Fonte: Conab - Levantamento janeiro/2014 * em mil ton. Se as estimativas se confirmarem o Brasil deve produzir 5,3 milhões de toneladas de trigo, especialmente nos estados da região sul do país, uma recuperação de 21% em relação ao ciclo anterior. Porém esse total é insuficiente para atender a crescente demanda interna. Tabela 14 Importações Brasileiras de Trigo VOLUME¹ RECEITA² 2012 2013 Var. % 2012 2013 Var. % TRIGO EM GRÃO Argentina 5060,0 2539,7-49,8% 1369,3 884,2-35,4% Uruguai 628,7 408,0-35,1% 174,5 129,3-25,9% Paraguai 836,3 522,1-37,6% 197,3 171,2-13,2% Amer. Sul 6525,0 3469,8-46,8% 1741,0 1.184,6-32,0% TOTAL 6580,4 7273,3 10,5% 1757,1 2.414,8 37,4% FARINHA DE TRIGO Argentina 589,4 100,7-82,9% 230,4 54,2-76,5% Uruguai 30,8 36,7 18,9% 11,3 18,1 60,1% Paraguai 13,7 47,9 250,0% 5,0 26,9 436,6% Amer. Sul 633,9 185,3-70,8% 246,7 99,2-59,8% TOTAL 636,5 189,3-70,3% 248,1 101,4-59,1% Fonte: Conab, Indicadores da Agropecuária, Jan./2014 A Argentina é, tradicionalmente, o maior fornecedor de trigo para o país, de onde o Brasil comprou 92,60% da farinha de trigo e 76,89% do trigo em 2012. Porém, com a quebra de produção que enfrentou em 2013, houve uma queda de 49,8% no trigo em grão e de 82,9% na farinha de trigo. Com a ausência do vizinho no ano passado, os moinhos precisaram recorrer a outros produtores, como os Estados Unidos, que passou a ser o principal fornecedor de trigo ao Brasil, uma vez que a Argentina novamente não terá volumes suficientes para atender a totalidade da demanda de importação brasileira. AVICULTURA S egundo a Associação Brasileira de Produtores de Pinto de Corte (APINCO), o setor avícola voltou a ter um desempenho considerado normal, e o volume produzido no segundo semestre do ano voltou a apresentar evolução positiva em relação ao mesmo período do ano anterior.

Tonin et al. 27 Segundo o presidente da União Brasileira de Avicultura (UBABEF), Francisco Turra, o ano de 2013 se consolidou como um período de recuperação do setor avícola, após uma das maiores crises de sua história em 2012. Tabela 15 - Alojamento regional de pintos de corte (milhões de cabeças) REGIÃO Jul. Ago. Set. 3 o Tri 2013* 3 o Tri 2012* Var. % S 296,1 290,6 274,1 286,9 279,0 2,7% SE 99,6 99,6 95,0 98,0 102,0-4,0% CO 81,7 81,5 76,1 79,7 62,4 21,7% NE 43,4 43,2 41,1 42,5 45,3-6,5% N 10,0 9,6 8,4 9,3 9,2 1,0% Total 530,8 524,5 494,7 516,6 497,9 3,6% REGIÃO Out. Nov. Dez. 4 o Tri 4 o Tri 2013* 2012* Var. % S 294,5 264,5 292,4 283,8 269,1 5,1% SE 100,6 92,6 98,0 97,0 97,6-0,6% CO 84,0 74,2 82,1 80,1 78,2 2,3% NE 44,8 42,4 44,4 43,8 46,6-6,3% N 8,7 8,2 8,5 8,4 9,0 7,1% Total 532,6 481,9 525,4 513,1 500,5 2,45% Fonte: AviSite (2013). * Média do trimestre Na Tabela 15 são apresentados dados do alojamento de pintos de corte por região brasileira, na qual verifica-se que o alojamento total aumentou nos dois trimestres, 3,6% no terceiro e 2,45% no quarto. Analisando por regiões, o centro-oeste apresentou grande aumento principalmente no terceiro semestre (fato que também marcou os dois primeiros trimestres do ano). No quarto trimestre o alojamento de aves continuou aumentando, mas não tanto quanto antes. Poucas regiões apresentaram queda, apenas os números da região sudeste e nordeste seguem declinando e a região sul, continua líder em alojamento. Conforme dados da Coordenadoria-Geral de Planejamento Estratégico do Ministério da Agricultura (AGE/MAPA), nos últimos 10 anos, a participação do frango no valor bruto da produção (VBP) pecuário nacional aumentou mais de 26%. Tabela 16 - Produção de carne de frango brasileira (mil toneladas) Período Carne Frango Disp. Interna Exportação 3º Tri 2012 3.129,6 2.194,1 935,6 3 o Tri 2013 3.119,3 2.144,8 974,4 Var. % -0,33% -2,29% 3,98% 4 o Tri 2012 2.998,4 2.003,7 994,7 4 o Tri 2013 3.110,3 2.083,2 1.027,2 Var. % 3,59% 3,81% 3,86% Fonte: AviSite (2013). As previsões da UBABEF de queda na produção e na exportação para o segundo trimestre de 2013 não se confirmaram. Tanto o alojamento, quanto a exportação e a quantidade consumida internamente aumentaram. A receita anual das exportações brasileiras de carne de frango subiu 3,4% e alcançou US$ 7,966 bilhões.quanto ao volume, como mostra a Tabela 16 houve um aumento de 3,98% no terceiro trimestre de 2013, quando as vendas externas somaram 1.910 mil de toneladas, voltando a subir no quarto trimestre, com 3,86% de alta. Quanto ao destino exportações, o Oriente Médio continua como maior importador da carne de frango brasileira, 1,448 milhão de toneladas, seguido pela Ásia, com 1,118 milhão de toneladas e pela África, que importou 525 mil toneladas em 2013. No entanto, a exportação para os dois últimos países citados caiu em relação ao ano anterior, enquanto para o Oriente Médio o número permaneceu positivo. O principal estado exportador de frango de corte do Brasil, em volume em 2013 foi o Paraná, com 1,14 milhões de toneladas. A produção mundial de carne de frango caiu em parte devido a gripe aviária que vem prejudicando produtores e consumidores na China, e derrubando estimativas de produção e em parte por quedas na produção russa, segundo o USDA. Enquanto isso, países como Índia e Alemanha, apresentam elevações na produção e no consumo. Quanto a carne de peru, a exportação em 2013 alcançaram 161 mil toneladas, porém esse numero representa uma queda com relação ao ano anterior, derrubando também a receita em 8%. A União Europeia representa a maior importadora do segmento, com demanda de 47% da produção. A África do Sul é a segunda maior importadora, com 12% da produção total. Patos, gansos e outras aves tiveram produção de 2,52 mil toneladas, montante 18% inferior ao mesmo período do ano anterior, tendo uma receita também menor em 42%, de U$$ 6,5 milhões. Tabela 17 Preço recebido pelo produtor por frango vivo (em kg) Estado Out.2013 Nov.2013 Dez.2013 Dez.2012 CE 3,64 3,75 3,90 3,85 MG 2,76 2,54 2,60 3,00 PE 3,20 2,90 2,59 3,70 PR 2,38 2,46 2,43 2,73 RJ 3,03 2,61 2,65 3,15 SP 2,83 2,50 2,50 2,93 Fonte: Conab (2014). A Tabela 17 apresenta os preços recebidos pelo produtor ao nível de comercialização pelo quilo do frango vivo, nos seis principais estados produtores de aves. Ao comparar dezembro de 2013 com o mesmo mês de 2012, verifica-se que houve queda do preço em cinco dos seis estados mostrados, com exceção do Ceará, que teve um leve aumento. Tabela 18 - Exportação de carne de frango (em mil toneladas) Período 2012 2013 Out. 343,5 355,5 Nov. 312,2 347,7 Dez. 339,0 324,0 Total Anual 3917,6 3891,7 Fonte: AviSite (2014) As exportações de 2013 foram 0,66% menores em comparação com o ano anterior. Essa queda não é

28 BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA: AGROPECUÁRIA normal no setor, porém já acontece pelo segundo ano consecutivo, sendo que em 2011 permanece como o recorde de exportações ainda não batido. BOVINOCULTURA DE LEITE Com base no relatório semestral do USDA, a produção mundial de leite registrou um aumento previsto de 0,85% em 2013 em relação a 2012. Com esse aumento há uma expectativa de fechar a produção mundial em 468,4 milhões de toneladas, uma diferença de 3,9 milhões de toneladas. Ainda segundo o USDA, como é apresentado na Tabela 19, pode-se perceber o ranqueamento dos países que tiveram maior participação nessa produção. Tabela 19 Produção leiteira mundial, em milhões de toneladas Países 2012 2013* Var % U.E. 139,0 139,1 0,07 E.U.A. 90,9 91,4 0,63 Índia 55,5 57,5 3,60 China 32,6 34,5 5,83 Rússia 31,9 31,4-1,62 Brasil 31,5 32,4 2,83 Outros 83,1 82,1-1,20 Total 464,5 468,4 0,85 Fonte: USDA (2014). *Previsão para 2013 A União Europeia aparece com a previsão de 139,1 milhões de tonelada de leite produzida em 2013, o que representa um aumento de 0,07% em relação a 2012. Logo em seguido vem os Estados Unidos com a estimativa de 91,4 milhões de toneladas de leite produzida para 2013, representativamente um aumento de 0,63% em relação ao ano anterior. Esses dois países detêm uma participação de, aproximadamente, 50% da produção mundial, porém vale lembrar que quando se trata de União Europeia trata-se de 27 países. O maior aumento percentual registrado dentre os países relacionados do ano de 2012 para 2013 foi realizado pela China, que aumentou sua produção em 5,83%, o que equivale à 3 milhões de toneladas. A China é hoje o quarto maior produtor de leite do mundo, com o registro previsto de 34,5 milhões de toneladas para o ano de 2013. O Brasil aparece na sexta posição, com a produção prevista de 32,4 milhões de toneladas em 2013, representando um aumento de 2,83% em relação a produção registrada em 2012. O Brasil segue nessa posição durante anos, apesar de possuir o maior rebanho leiteiro do mundo. Com base na Tabela 20, podese verificar não só a produção brasileira de leite, mas também o rebanho em lactação, bem como a produtividade por animal, em uma relação de 2002 a 2012. Tabela 20 - Vacas ordenhadas, produção total de leite, produção vaca/ano, produção vaca/dia, (2002-2012). Variável 2002 2012 Var % Volume Produzido¹ 21,60 31,50 50,46 Cabeças² 18,79 22,80 21,34 Produção Vaca/Ano³ 1151 1416 23,02 Produção Vaca/Dia³ 4,20 5,20 23,81 Fonte: Elaborado a partir de Agricultura.PR, 2014 ¹bilhões de litros; ²milhões de cabeças; ³litros Segundo os dados obtidos no portal do Ministério da Fazenda PR, a produtividade brasileira é relativamente baixa se considerada a outros países com produções inferiores a brasileira, por exemplo, o Japão que tem uma produtividade dia/vaca de 9,3 litros. Em 2002, o Brasil teria um rebanho de vaca em lactação de 18,7 milhões de cabeças, onde em um período de 10 anos sofreu um aumento de 21,34%, representando um crescimento médio de 2,13% a. a.. Enquanto que, em relação à produtividade a evolução nesses 10 anos registrada na produção dia/vaca foi de 1 litro. Quando se fala em produção por regiões brasileira, percebe-se que as regiões sul e sudestes juntas são responsáveis por 75,6% de toda a produção registrada no Brasil. A Tabela 21 apresenta a variação percentual registrada entre o quarto trimestre de 2012 e o quarto trimestre do 2013. Tabela 21 - Produção leiteira por regiões brasileira, em tonelada Região 4 o Tri 2012 4 o Tri 2013 Var % Norte 335,8 343,69 2,35% Nordeste 290,35 308,24 6,16% Sudeste 2.257,22 2.650,09 17,41% Sul 2.124,14 2.290,82 7,85% Centro Oeste 794,78 943,55 18,72% Total 5.802,31 6.536,41 12,65% Fonte: Elaborado a partir de IBGE, 2014 A região Centro Oeste brasileira foi a que registrou o maior crescimento percentual dentre as demais, com o crescimento de 18,72% registrado no quarto trimestre de 2013 referente a idêntico período do ano anterior, o que equivale a produção de 148,7 toneladas. Logo em seguida aparece a região Sudeste, a maior produtora de leite, com a produção de 2,56 mil toneladas de leite, representando um crescimento de 17,41% no quarto trimestre de 2013, comparado ao quarto trimestre de 2012. No cenário externo as exportações brasileiras de leite in natura, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), registraram queda no quarto trimestre de 2013, tanto relativamente ao quarto trimestre de 2012, quanto ao terceiro trimestre de 2013, conforme apresentado na Tabela 22.

Tonin et al. 29 Tabela 22 - Exportações brasileiras de leite Volume (kg) Receita (US$) TRI Líquido Em pó Líquido Em pó 4 2012 a 5.034 47.371 6.736 285.359 3 2013 b 7.728 54.942 11.301 347.231 4 2013 c 4.036 2.503.709 7.567 4.514.881 Var% c/a -19,83 5.185,32 12,34 1.482,18 c/b -47,77 4.457,00-33,04 1.200,25 Fonte: Elaborado a partir de IBGE, 2014 Verifica-se que o comércio de leite em pó e de cremes tiveram aumentos significativos no período em questão. Quanto ao faturamento obtido na comercialização de leite in natura pode ser observado um aumento com relação a idêntico período de 2012 e queda comparativamente ao terceiro trimestre do mesmo ano. Quanto ao faturamento do leite em pó verifica-se aumento significativo no quarto trimestre de 2013 comparado ao mesmo período de 2012 e também no comparativo com o terceiro trimestre de 2013. SUINOCULTURA Segundo o USDA, dentre os maiores produtores mundiais de carne suína, a China vem apresentando um forte crescimento no setor, e a expectativa é de que o volume de sua produção, deve ultrapassar o somatório da produção do resto do mundo Figura 5 - Produção Mundial de Carne Suína, China versus Resto do Mundo Fonte: USDA (2014) As exportações de carne suína brasileira fecharam o terceiro trimestre de 2013 com uma queda no volume de 6,67%, com uma receita de 4,43% menor e aumento de 2,40% em seu preço, no comparativo com o mesmo período de 2012. No quarto trimestre, o volume exportado caiu 16,47%, na receita, a queda foi de 15,08% e o preço teve um acréscimo de 1,66%. Esse acréscimo no preço pago, deve-se à cotação do dólar, que remunerou melhor os produtores brasileiros. A queda no volume exportado está ligado à crise que o setor enfrentava, os produtores se viram diante custos acima do preço e foram obrigados a diminuir a oferta do produto, visando minimizar os prejuízos, sacrificando suas matrizes. Tabela 23 Exportações de carne suína do Brasil Ano Dados Volume Receita US$/ ton 3º Tri 159,40 400,35 2,51 4º Tri 153,29 407,36 2,66 Var. 3º-4º tri -3,83% 1,75% 5,81% 3º Tri 148,77 382,63 2,57 4º Tri 128,04 345,92 2,70 Var. 3º-4º tri -13,93% -9,59% 5,04% 3º Tri 2013/2012-6,67% -4,43% 2,40% 4º Tri 2013/2012-16,47% -15,08% 1,66% 2012 2013 Fonte: ABIPECS (2014). A carne suína enfrenta uma série de restrições no exterior, ligado a questões religiosas e fitossanitárias. O que tem se observado ultimamente, é uma conjuntura mais favorável na área. Os preços baixos anteriormente, com a matéria prima também em queda (milho), vem sinalizando um ciclo de boa rentabilidade, os focos de aftosa bem controlados, permite uma boa imagem no cenário internacional, que contribui ao otimismo. Portanto, no curto prazo, em que a oferta se encontra limitada devido ao abate das matrizes, a taxa de retorno do negócio pode apresentar médias históricas elevadas. Tabela 24 Volume exportado por estado, estados selecionados MG SP PR SC RS 2012 1,83 187,00 3,86 19,60 25,92 2013 5,69 182,00 4,65 14,75 18,18 Var. % 210,93% -2,67% 20,47% -24,74% -29,86% 2012 5,47 185,00 3,62 15,63 18,72 2013 3,56 943,00 4,34 12,88 10,51 Var. % -34,92% 409,73% 19,89% -17,59% -43,86% 2012 2,31 288,00 3,79 13,03 13,13 2013 4,01 2,00 3,80 10,36 8,76 Var. % 73,59% -99,31% 0,26% -20,49% -33,28% OUT NOV DEZ Fonte: Abipecs (2014), elaboração própria, O volume que os estados exportaram, segundo a Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora da Carne Suína (ABIPECS), são variáveis devido à produção de cada um e por conta de históricos de febre aftosa. Nota-se que os volumes no último semestre do ano passado em relação ao anterior, a região sul são os mais prejudicados. REFERÊNCIAS ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DAS INDÚSTRIAS EXPORTADORAS DE CARNES - ABIEC. Exportações de carne bovina. Disponível em: <http://www.abiec.com.br>. ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DA INDÚSTRIA PRODUTORA E EXPORTADORA DE CARNE SUÍNA - ABIPECS. Exportação Brasileira de Carne Suína. Disponível em:< http://www.abipecs.com.br/> AVISITE. Exportações de carne de frango. Disponível em:< http://www.avisite.com.br>

30 BOLETIM DE CONJUNTURA ECONÔMICA: AGROPECUÁRIA CENTRO DE ESTUDOS AVANÇADOS EM ECONOMIA APLICADA - CEPEA/ESALQ. Relatórios Diversos. Disponível em: <http://cepea.esalq.usp.br/>. COMPANHIA NACIONAL DE ABASTECIMENTO - CONAB. Relatórios Diversos. Disponível em: <http://www.conab.gov.br>. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Pesquisa Trimestral de Abate de Animais: Produção Animal no 4º Trimestre de 2013, Fev./2014. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br>. UNIÃO BRASILEIRA DE AVICULTURA - UBABEF. Relatórios diversos. Disponível em: <http://www.abef.com.br/ubabefnovo/index.php>. UNITED STATES DEPARTMENT OF AGRICULTURE - USDA (2014). World Agricultural Supply and Demand Estimates., Monthly Circular Series WASDE. Washington, DC: Foreign Agricultural Service (FAS/USDA), Feb., 2014. Disponível em: <http://www.fas.usda.gov>.