JOVENS APRENDENTES: O QUE DIZEM AS ESTATÍSTICAS SOBRE A PROFICIÊNCIA DE ALUNOS EM MATEMÁTICA NO PISA E NA PROVA BRASIL RESUMO

Documentos relacionados
ESTATÍSTICA APLICADA. 1 Introdução à Estatística. 1.1 Definição

REGULARIDADES NUMÉRICAS E PROGRESSÃO ARITMÉTICA

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

Universidade Federal do Rio Grande FURG. Instituto de Matemática, Estatística e Física IMEF Edital 15 - CAPES MATRIZES

EDITAL 001/2017 SELEÇÃO DE BOLSISTAS

Plano de Trabalho Docente Ensino Médio

Plano de Trabalho Docente Ensino Médio

SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA INSTITUTO SUPERIOR TUPY

Incertezas e Propagação de Incertezas. Biologia Marinha

SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA INSTITUTO SUPERIOR TUPY

Material Teórico - Módulo de Razões e Proporções. Proporções e Conceitos Relacionados. Sétimo Ano do Ensino Fundamental

SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA INSTITUTO SUPERIOR TUPY

Plano de Trabalho Docente Ensino Técnico

Plano de Trabalho Docente Ensino Médio

Estágio Supervisionado

Plano de Trabalho Docente Ensino Médio

SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA INSTITUTO SUPERIOR TUPY

LOGARITMO E FUNÇÃO LOGARÍTMICA

Aos pais e professores

PLANO DE ENSINO. METODOLOGIA DE PESQUISA CIENTÍFICA I Núcleo Comum CARGA HORÁRIA - (h) TEÓRICA PRÁTICA TOTAL ANO / PERÍODO / 12

SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL Ministério da Educação

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR UNIDADE ACADÊMICA DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DISCIPLINA: FÍSICA I INFORMAÇÕES GERAIS. Prof.

Sumário. Volta às aulas. Vamos recordar? Regiões planas e seus contornos Números Sólidos geométricos... 29

LINGUAGEM DE PROGRAMAÇÃO ESTRUTURADA CAPÍTULO 6 ARRAYS (VETORES E MATRIZES)

AULA 1. 1 NÚMEROS E OPERAÇÕES 1.1 Linguagem Matemática

PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM ENGENHARIA AGRÍCOLA

EDITAL PPGH/UFGD Nº 27, DE 21 DE DEZEMBRO DE 2017

3. ANÁLISE DA REDE GEODÉSICA

Plano de Trabalho Docente Ensino Médio

SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA INSTITUTO SUPERIOR TUPY

Ensino Técnico Integrado ao Médio FORMAÇÃO PROFISSIONAL. Plano de Trabalho Docente Etec Profª Ermelinda Giannini Teixeira

Escola Secundária de Porto de Mós Ano letivo 2014/2015. Informação - Prova de EXAME de Equivalência à Frequência. FÍSICA 12º ANO Código da prova: 315

FREEIMAGES.COM/JKLMNHOP MATEMÁTICA B

Plano de Trabalho Docente Ensino Médio

Hewlett-Packard PORCENTAGEM. Aulas 01 a 04. Elson Rodrigues, Gabriel Carvalho e Paulo Luiz Ramos

PLANIFICAÇÃO ANUAL PROFIJ II T2 Ano letivo 2015 / 2016

COORDENAÇÃO DE EXTENSÃO AÇÕES 2017 CRONOGRAMA DE ATIVIDADES - ÁREA DA EDUCAÇÃO PARA SE INSCREVER VEJA O PASSO A PASSO PARA INSCRIÇÃO

PLANO DE AÇÃO NEAD - ANO LETIVO 2014

& fé ISSN por Rodolfo Petrônio Unirio.

SEI/UFU Resolução

Agrupamento de Escolas de Anadia INFORMAÇÃO PROVA FINAL DE CICLO MATEMÁTICA PROVA º CICLO DO ENSINO BÁSICO. 1. Introdução

Plano de Trabalho Docente Ensino Médio

MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO FUNDAÇÃO UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS PRÓ-REITORIA DE ENSINO DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA

ESTUDO SOBRE A INTEGRAL DE DARBOUX. Introdução. Partição de um Intervalo. Alana Cavalcante Felippe 1, Júlio César do Espírito Santo 1.

Exercícios sobre as três primeiras aulas do livro do Emmon Bach

ÁLGEBRA LINEAR Equações Lineares na Álgebra Linear EQUAÇÃO LINEAR SISTEMA LINEAR GEOMETRIA DA ESQUAÇÕES LINEARES RESOLUÇÃO DOS SISTEMAS

PROJETO CIDADANIA EM MOVIMENTO. Direções de escolas / Coordenadores Pedagógicos do PTE

SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA INSTITUTO SUPERIOR TUPY

Propriedades Matemáticas

PLANO DE ENSINO. METODOLOGIA DA PESQUISA CIENTÍFICA Núcleo Comum CARGA HORÁRIA - (h) TEÓRICA PRÁTICA TOTAL ANO / PERÍODO / 1

PARTE I. LISTA PREPARATÓRIA PARA RECUPERAÇÃO FINAL MATEMÁTICA (8º ano)

EDITAL Nº 02/PPG EM BIOTECNOLOGIA E BIODIVERSIDADE DE 21 DE DEZEMBRO DE 2017

UNIDADES DE ESTUDO 3ª ETAPA

REGULAMENTO DA HOMOLOGAÇÃO E AVALIAÇÃO DA VI IFCITEC FEIRA DE CIÊNCIAS E INOVAÇÃO TECNOLÓGICA DO IFRS CAMPUS CANOAS

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DE FAFE Escola Secundária de Fafe. Plano de Melhoria

Como calcular a área e o perímetro de uma elipse?

3 Teoria dos Conjuntos Fuzzy

Cotidiano. Revista Zero-a-seis. Relato de Experiências Tema: tudo bem ser diferente Discussão Sobre as Questões Étnico-Raciais

Laboratório de avaliação de experiências de Responsabilidade Sócio-ambiental Prof. Dra. Rosana Boullosa Setembro/Dezembro 2008

Ensino Técnico Integrado ao Médio FORMAÇÃO PROFISSIONAL. Plano de Trabalho Docente Etec Profª Ermelinda Giannini Teixeira

MINISTÉRIO DA AGRICULTURA, PECUÁRIA E ABASTECIMENTO

Aula 27 Integrais impróprias segunda parte Critérios de convergência

Plano de Trabalho Docente Ensino Médio

CENTRO DE CIÊNCIAS E TECNOLOGIA AGROALIMENTAR UNIDADE ACADÊMICA DE TECNOLOGIA DE ALIMENTOS DISCIPLINA: FÍSICA I INFORMAÇÕES GERAIS. Prof.

SOCIEDADE EDUCACIONAL DE SANTA CATARINA INSTITUTO SUPERIOR TUPY

Revisão EXAMES FINAIS Data: 2015.

Canguru Matemático sem Fronteiras 2010

Calendário Escolar Ano Letivo 2018/2019

E m Física chamam-se grandezas àquelas propriedades de um sistema físico

Definição de áreas de dependência espacial em semivariogramas

NOTA DE AULA. Tópicos em Matemática

Material envolvendo estudo de matrizes e determinantes

Universidade Estadual do Sudoeste da Bahia

Os números racionais. Capítulo 3

Noções Básicas de Medidas e Algarismos Significativos

Calendário Escolar Ano Letivo 2016/2017

EDUCAR PARA TRANSFORMAR

Área entre curvas e a Integral definida

ESMAFE/PR Escola da Magistratura Federal do Paraná

CPV conquista 70% das vagas do ibmec (junho/2007)

AGRUPAMENTO DE ESCOLAS DR. FRANCISCO SANCHES. Construir uma Escola de Qualidade Ser uma Escola para a Cidadania

EDITAL SUPLEMENTAR 01 DE 21 DE DEZEMBRO DE 2017 DO PROGRAMA DE PÓSGRADUAÇÃO EM ZOOTECNIA (PPGZ) - EDITAL 38/PROPP DE 21 DE DEZEMBRO DE 2017

Administração Central Unidade de Ensino Médio e Técnico - CETEC. Ensino Técnico

Apoio à Decisão. Aula 3. Aula 3. Mônica Barros, D.Sc.

EDITAL DE SELEÇÃO DE ALUNO PARA O CURSO DE ESPECIALIZAÇÃO CONSTRUINDO A INCLUSÃO EM EDUCAÇÃO 2018

Ensino Técnico Integrado ao Médio FORMAÇÃO PROFISSIONAL. Plano de Trabalho Docente Etec Profª Ermelinda Giannini Teixeira

Potencial Elétrico. Evandro Bastos dos Santos. 14 de Março de 2017

MODELAGEM MATEMÁTICA E A EDUCAÇÃO BÁSICA: UM PASSEIO PELAS DIFERENTES SÉRIES

Disponível em: < Acesso em: 1 nov A seja igual ao oposto aditivo

PLANO DE AÇÃO EXERCÍCIO 2019

Ensino Técnico Integrado ao Médio FORMAÇÃO PROFISSIONAL. Plano de Trabalho Docente Etec Profª Ermelinda Giannini Teixeira

Plano de Atividades do Desporto Escolar 2017 / º CEB 1

ALGEBRA LINEAR AUTOVALORES E AUTOVETORES. Prof. Ademilson

Prova 3 Matemática QUESTÕES APLICADAS A TODOS OS CANDIDATOS QUE REALIZARAM A PROVA ESPECÍFICA DE MATEMÁTICA. QUESTÕES OBJETIVAS GABARITO 4

Transcrição:

02563 JOVENS APRENDENTES: O QUE DIZEM AS ESTATÍSTICAS SOBRE A PROFICIÊNCIA DE ALUNOS EM MATEMÁTICA NO PISA E NA PROVA BRASIL Delci Heinle Klein Universidde Federl do Rio Grnde do Sul/CESUCA Clrice Slete Trversini Universidde Federl do Rio Grnde do Sul//MEC RESUMO O presente rtigo trz um nálise sobre proficiênci em Mtemátic de jovens prendentes brsileiros ns vlições externs. Est nálise se dá prtir de ddos do PISA 2012 e d Prov Brsil 2011. Est escolh se deve o fto dests vlições terem váris semelhnçs: mbs são plicds jovens em torno de 15 nos, s provs são de Língu Portugues e Mtemátic (Ciêncis já plicd no PISA e em testgem n Prov Brsil) e o esclonmento d proficiênci se dá por níveis. Os ddos revelm preocupções com o prendizdo em Mtemátic, pois, em mbs s testgens, os índices demonstrm que miori dos estudntes está quém do prendizdo desejdo. De posse destes ddos, os professores, s escols e gestões municípis podem proceder nálise e o estudo dos mesmos, e, desse modo vlir o (não)prendizdo dos lunos e s prátics possíveis de serem implementds pr lcnçr um melhor produtividde. Assim, o sber esttístico torn populção conhecid os números, s crcterístics, os problems, s zons de risco - e, prtir deste conhecimento, é possível pensr estrtégis e ções pr intervir nesss zons de risco. O sber esttístico, então, o tornr populção conhecid e reconhecer sus necessiddes, possibilit o governmento. PALAVRAS-CHAVE: Avlição extern. Mtemátic. Proficiênci MATEMÁTICA E AVALIAÇÕES EXTERNAS O ensino d Mtemátic tulmente ocup lugr de destque ns pesquiss, pois têm provocdo preocupções professores, lunos, pis e à sociedde, dinte do bixo rendimento escolr pontdo pelos testes de lrg escl plicdos os lunos brsileiros. Desse modo, torn-se necessári um reflexão no cmpo d Educção Mtemátic, no sentido de minorr esse imenso descompsso entre o que é trblhdo em sl de ul e o que sociedde impõe à formção dos lunos. O Reltório Ncionl PISA i 2012, elbordo pel Orgnizção de Cooperção e de Desenvolvimento Econômico OCDE, trz vlição do desempenho dos lunos brsileiros no PISA, e este reltório refere-se à Mtemátic como: [...] um elemento fundmentl n preprção dos jovens pr vid modern, permitindo que enfrentem desfios em su vid profissionl, socil e científic.

02564 Esper-se que os jovens desenvolvm cpcidde de rciocínio mtemático, utilizem ferrments e conceitos mtemáticos; que sejm cpzes de descrever, explicr e prever fenômenos. (OCDE, 2012, p. 18). O Brsil prticip ds Provs do PISA, que contecem cd três nos, desde o no de 2000. Ddos divulgdos pelo Reltório Ncionl PISA resultdos brsileiros (2012), sobre o desempenho dos lunos brsileiros n últim prov, demonstrm um pequeno vnço n áre d Mtemátic, comemordo pelo Ministro d Educção em 2013, Aloizio Mercdnte. Em entrevist à Folh de São Pulo, no di 03 de dezembro de 2013, o Ministro firmou que A noss fotogrfi ind não é bo e não temos que nos comodr com isso. Porém, o nosso filme é muito bom. Qundo olhmos o filme, somos o primeiro d sl. (Folh de São Pulo, 03/12/2013). Nest frse, o ministro refere-se o crescimento d proficiênci em Mtemátic num dimensão temporl/longitudinl, isto é, considerndo s vlições no--no, pontundo não stisfção com o resultdo de 2012, pois pesr d pequen melhor, o pís ciu no rnking pr 58ª posição, dentre os 65 pises vlidos. O gráfico1, mostr o desempenho dos lunos brsileiros ns vlições prtir do no de 2003. A prov do PISA tem seis níveis de proficiênci, e pr cd nível é esperdo um conjunto de conhecimentos e hbiliddes mtemátics dos lunos, determindo pel escl de proficiênci em Mtemátic, formuldo pel OCDE. Considerndo o gráfico cim, verific-se que médi de proficiênci dos lunos brsileiros evoluiu de 356 pontos (2003) pr 391 pontos (2012). A tbel 1 mostr os níveis de proficiênci do PISA e s respectivs pontuções. O gráfico e tbel demonstrm que médi de proficiênci dos lunos brsileiros em 2012 encontr-se no nível 1. Neste nível, segundo OCDE, [...] os estudntes são cpzes de responder questões definids com clrez, que envolvem contextos conhecidos, ns quis tods s informções relevntes estão presentes. Conseguem identificr informções e executr procedimentos rotineiros de cordo com instruções direts em situções explícits. São cpzes de executr ções óbvis e dr continuidde imedit o estímulo ddo. (OCDE, 2012, p. 19). De posse do conhecimento esttístico, de seus ddos, o Estdo tem, n populção, seu cmpo de intervenção, exigindo um elbordo plnejmento dministrtivo pr um bom governo. O sber esttístico torn populção conhecid os números, s crcterístics, os problems, s zons de risco - e, prtir deste conhecimento, é possível pensr estrtégis e ções pr intervenção. Em outrs plvrs, é o sber esttístico que,

02565 o tornr populção conhecid, e reconhecer sus necessiddes, possibilit o governmento. Nesse sentido, podemos compreender esttístic como [...] um tecnologi de governmento que objetiv conduzir s conduts individuis e o coletivo d vid por meio do gerencimento/dministrção d populção. (TRAVERSINI; BELLO, 2009, p.9). Os números do PISA, nesse sentido, podem servir como prâmetro, e su nálise poderá conduzir o plnejmento de ções, sej pr mnutenção/fortlecimento do que está bom, sej n melhori do que ind não está bom e/ou dequdo. A emergênci polític d Esttístic, como sber do Estdo, segundo Michel Foucult, está relciond com rte de governr. Os Estdos modernos estruturrm um mquinri informtiv, pois rte de governr não se putv mis nos costumes e trdição, ms no conhecimento rcionl (GIL, 2007, p. 21). Com o deslocmento ds tecnologis do poder disciplinr pr o biopoder, no século XVIII, esttístic torn-se um sber necessário sobre mss globl e sobre os processos e fenômenos que lhe são próprios. Segundo Foucult: [...] Um sber concreto, preciso e mensurdo com relção à potênci do Estdo. A rte de governr, crcterístic d rzão de Estdo está intimmente ligd àquilo que se denomin esttístic ou ritmétic polític quer dizer, o conhecimento ds forçs respectivs dos diferentes Estdos. Tl conhecimento er indispensável o bom governo. (FOUCAULT, 2006, p. 376). PROVA BRASIL: A PROFICIÊNCIA DE ALUNOS DO VALE DO RIO DO SINOS Enqunto o PISA é um vlição extern interncionl, Prov Brsil i é vlição extern nível ncionl. Foi crid pelo Instituto Ncionl de Estudos e Pesquiss Educcionis Anísio Teixeir (INEP), vinculdo o Ministério d Educção (MEC) em 2005 e é plicd binulmente em todos os lunos de escols públics dos 5º e dos 9ºAnos do Ensino Fundmentl, e d 3ª série do Ensino Médio. A prov busc vlir o desempenho dos estudntes ns disciplins de Língu Portugues e Mtemátic (foco n resolução de problems). Segundo o documento Prov Brsil Avlição do rendimento escolr 2011, publicdo pelo INEP, s dus disciplins que compõem vlição, Língu Portugues e Mtemátic form escolhids por serem considerds bsilres pr compreensão ds demis que compõem o currículo escolr (INEP, s/d, p.7). Pr selecionr quis competêncis e hbiliddes em Língu Portugues e em Mtemátic serim vlids, o INEP elborou s Mtrizes de Referênci, que se

02566 constituem em um prâmetro de orientção, pois s questões que compõe Prov Brsil são elbords prtir desss mtrizes. A escl de proficiênci iv d Prov Brsil, em Mtemátic é compost por treze níveis de desempenho, expressos em números de 1 3 e pontuções que vão de 0 500, e que vrim de 25 em 25 pontos. A tbel 2 mostr os níveis e s respectivs pontuções. As hbiliddes mis simples medids pel vlição d Prov Brsil, começm no nível 125 d escl, pois s hbiliddes que estão bixo do nível 125, equivlem os nos nteriores o 5º no. De cordo com o número de pontos obtidos n Prov Brsil, os lunos são distribuídos em 4 níveis em um escl de proficiênci: Insuficiente, Básico, Proficiente e Avnçdo.Consider-se que lunos com prendizdo dequdo são queles que estão no nível proficiente e vnçdo. Pr o 9º no do Ensino Fundmentl, os lunos nos níveis proficiente e vnçdo são queles que obtiverm desempenho igul ou superior 300 pontos em Mtemátic. A nálise, ind que incipiente, que proponho neste trblho, diz respeito os índices de doze municípios gúchos Arricá, Cmpo Bom, Dois Irmãos, Estânci Velh, Ivoti, Lindolfo Collor, Morro Reuter, Nov Hrtz, Novo Hmburgo, Presidente Lucen, São Leopoldo e Spirng municípios que compõem AMVRS v (Associção dos Municípios do Vle do Rio dos Sinos), situdos n região metropolitn de Porto Alegre. Ao lnçr o olhr sobre os mesmos, pretendo, prtir de lgums nálises iniciis, estbelecer possibiliddes de interpretção, pois os números permitem combinção entre objetos distintos, ssocição de nturezs diferentes, seprção ds prtes de lgum todo, enfim, permitem expressão d noção de risco pel preensão do provável. A esttístic surge pr [...] tornr o mundo inteligível e clculável. (POPKEWITZ; LINDBLAD, 2001, p. 111). A tbel 3 present proficiênci em Mtemátic n Prov Brsil 2011, dos lunos dos nos finis do Ensino Fundmentl. Os vlores são ddos pel médi ds proficiêncis ds escols d rede municipl que prticiprm d prov, dos municípios seleciondos. Podemos perceber que miori dos municípios que prticiprm d Prov Brsil encontrm-se no nível de proficiênci 6. Neste nível, segundo o INEP os lunos desenvolverm s competêncis e conseguem fzer: -Identificm plnificções de um figur tridimensionl; resolvem problems: estbelecendo trocs entre céduls e moeds do sistem monetário brsileiro, em função de seus vlores; envolvendo diferentes significdos de dição e

02567 subtrção; envolvendo cálculo de áre de figur pln, desenhd em mlh qudriculd; - reconhecem decomposição de números nturis ns sus diverss ordens; -identificm loclizção de números rcionis representdos n form deciml de ret numéric; -estbelecem relção entre uniddes de medids de tempo; -leem tbels comprndo medids de grndezs; -identificm proprieddes comuns e diferençs entre figurs bidimensionis pelo número de ldos e pelo tipo de ângulos; -reconhecem composição e decomposição de números nturis em su form polinomil; -reconhecem s representções decimis dos números rcionis como um extensão do sistem de numerção deciml; -identificm loclizção de números inteiros n ret numéric (INEP, 2011, p.27-28). Embor relção de hbiliddes desenvolvids e conteúdos prendidos sej considerável, neste nível os lunos são considerdos de proficiênci básic. O desejdo é que tinjm o menos 300 pontos e, então, serem considerdos proficientes. É importnte slientr que, embor est sej médi dos municípios, distribuição dos lunos se dá nos diferentes níveis. Assim, poderá hver lunos nos níveis proficiente e té, nível vnçdo. O qudro 1 ilustr est distribuição dos lunos nos diferentes níveis em um escol destes municípios. Ao nlisr como o sber esttístico oper, KLEIN (2010) identificou três movimentos: 1) conhecer - o levntmento de ddos; 2) intervir - implntção de progrms; 3) vlir - vlição dos impctos (resultdos). Assim, o serem divulgdos os índices de proficiênci, comunidde escolr tom conhecimento dos mesmos. A prtir dí, poderá se movimentr no sentido de buscr qulificr estes índices, estbelecendo um plnejmento e ções que concorrm pr est qulificção, pr que, num próxim vlição extern, se efetive um melhor. Importnte slientr, que é nesse sentido que esttístic se coloc como um sber produtivo, quele que, prtir de um leitur tent e dequd, poderá ser um instrumento de qulificção d tividde docente, o pontr os certos e s flhs ocorrids n vlição. FINALIZANDO... Podemos notr que o sber esttístico, tulmente, dquiriu um sttus de verdde e [...] no interior ds esttístics se orgnizm novos sberes e novs prátics, fundmentis à gestão ds populções (TRAVERSINI; BELLO, 2009, p.149). É nesse sentido que podemos compreender produção tul ds esttístics educcionis. A

02568 gerção de ddos sobre educção escolr, trvés de levntmentos, de censos e ds vlições externs de lrg escl prtir dos quis s escols, os municípios e os estdos são clssificdos em rnkings, pode ser entendid como um técnic pr se conhecer e se produzir informções sobre os lunos e, ssim, poder intervir e governr populção escolr (lunos, professores, diretores, coordendores, servidores, pis e comunidde). Nesse sentido, quntific-se pr conhecer, quntific-se pr governr (TRAVERSINI; BELLO, 2010, p.141) e, govern-se pr qulificr. Desse modo, os índices são um indictivo pr elborção de um conjunto de ções trvés ds quis o ensino/prendizgem d Mtemátic se torne cd vez mis eficz. REFERÊNCIAS FOUCAULT, Michel. Omnes et Singultim : um crític d rzão polític. In: MOTTA, Mnoel Brros de (Org.). Estrtégi, Poder e Sber. 2. ed. Rio de Jneiro: Florense Universitári, 2006. P. 355-385. GIL, Ntáli de Lcerd. A dimensão d educção ncionl: um estudo sócio-histórico sobre s esttístics oficiis d escol brsileir. São Pulo: USP, 2007. Tese (Doutordo em Educção) - Progrm de Pós-Grdução em Educção, Fculdde de Educção, Universidde de São Pulo. São Pulo, 2007. KLEIN, Delci H. Os números germ letrs ou s letrs germ números? Estrtégis de governmento do nlfbetismo: um nálise d AÇÃO ABC ALFABETIZANDO. Porto Alegre: UFRGS, 2010. 136 f. Dissertção (Mestrdo) Universidde Federl do Rio Grnde do Sul. Fculdde de Educção. Progrm de Pós-Grdução em Educção, Porto Alegre, 2010. MEC/INEP. Prov Brsil Avlição do rendimento escolr 2011. Brsíli, 2011 OCDE/INEP. Reltório Ncionl do PISA 2012. Brsíli, 2013. POPKEWITZ, T. e LINDBLAD, S. Esttístics Educcionis Como um Sistem de Rzão: relções entre governo d educção e inclusão e exclusão sociis. Educção & Sociedde. São Pulo, v. 22, n. 75, go. 2001. P. 111-148. TRAVERSINI, Clrice Slete; LOPEZ BELLO, S. E. O Numerável, Mensurável e Auditável: esttístic como tecnologi pr governr. Educção & Relidde. Porto Alegre, v. 34, n. 2, mi/go 2009. P. 135-152 OUTRAS FONTES CONSULTADAS FOREQUE, Flávi. Brsil teve grnde vnço no Pis, firm Mercdnte. Folh de São Pulo, São Pulo, 03 dez. 2013. Disponível em < http://www1.folh.uol.com.br/educco/2013/12/1380024-brsil-tevegrnde-vnco-no-pis-firm-mercdnte.shtml.> Acesso em 10/04/13 Site do Instituto Ncionl de Estudos e Pesquiss Educcionis Anísio Teixeir.

02569 <www.inep.org.br> Acesso em 10/04/13 Portl do Ministério d Educção. <http://portl.mec.gov.br> Acesso em 10/04/13 www.qedu.org.br. Acesso em 10/04/1. ANEXOS Gráfico 1: Evolução ds médis em Mtemátic no PISA Fonte: Reltório OCDE 2012. Tbel 1: Níveis de Proficiênci em Mtemátic e respectivs pontuções Nível vi 1 2 3 4 5 6 Pontos v 357,8 420 420,1 482 482,4 544 544,7 607 607,1 669 Acim de 669,3 Fonte: Reltório técnico do PISA 2012 Tbel 2: Níveis de proficiênci e respectivs pontuções Níveis de Escl de Mtemátic Nível 0 0 125 Nível 1 125 150 Nível 2 150 175 Nível 3 175 200 Nível 4 200 225 Nível 5 225 250 Nível 6 250 275 Nível 7 275-300 Nível 8 300 325 Nível 9 325 350

02570 Nível 10 350 375 Nível 11 375 400 Nível 12 Mior que 400 Fonte: Reltório técnico do PISA 2012 Tbel 3: Proficiênci em Mtemátic dos lunos do Vle do Rio do Sinos Proficiênci em Mtemátic 2011 dos municípios do Vle do Rio do Sinos Município Pontução Nível Arricá 265,95 6 Cmpo Bom 277,39 7 Dois Irmãos 280,81 7 Estânci Velh 270,44 6 Ivoti 282,81 7 Lindolfo Collor 245,27 5 Morro Reuter* - - Nov Hrtz 264,93 6 Novo Hmburgo 255,49 6 Presidente Lucen* - - São Leopoldo 261,13 6 Spirng 253,72 6 Fonte: microddos INEP (*) não prticiprm d Prov Brsil Qudro 1: Proficiênci em Mtemátic dos lunos Fonte: QEdu, disponível em www.qedu.org.br. Acesso em 10/04/14

02571 i PISA - Progrmme for Interntionl Student Assessment ou, em português, Progrm Interncionl de Avlição de Alunos. Pr Foucult (2005), n segund metde do século XVIII, instl-se um tecnologi de poder centrdo não mis no indivíduo e, sim, no conjunto d populção.a ess form de poder, Foucult denomin biopoder. É prov d Avlição Ncionl do Rendimento Escolr (Anresc) O termo proficiênci é um medid teóric que demonstr, por meio ds resposts dos lunos os itens d prov, quis hbiliddes eles evidencirm ter desenvolvido. Os municípios do Rio Grnde do Sul são ssocidos por regiões, que compõem Federção dos Municípios do Rio Grnde do Sul (FAMURS). Abixo do nível 1: OCDE não especific s hbiliddes desenvolvids. A escl em que os resultdos são presentdos foi construíd form que, no conjuntos dos píses membros d OCDE, médi fosse de 500 pontos e o desvio pdrão, de 100 pontos.