A RETENÇÃO ESCOLAR E O PAPEL DO EDUCADOR NUMA PERSPECTIVA VYGOTSKYANA Rosa Elisabete Militz Wypyczynski Martins UPF RESUMO - Este ensaio tem por objetivo analisar a problemática da retenção escolar e o papel do educador diante dessa questão, que ocorre em grande parte de nossas escolas. Proceder-se-á à reflexão à luz dos referenciais da perspectiva Histórico- Cultural Vygotskyana. Inicialmente, será feito um relato da biografia e do percurso intelectual e profissional de Vygotsky. Entre os conceitos trabalhados por ele, optou-se em fazer uma análise sobre a mediação simbólica e o conceito de zona de desenvolvimento proximal (ZDP). Num segundo momento, será abordada a questão da prática avaliativa, que se evidencia na escola como um fator de retenção escolar. Para finalizar, pretende-se fazer a relação entre as concepções teóricas de Vygotsky e o papel do educador/escola nesse processo. PALAVRAS CHAVE - retenção escolar educador avaliação Lev Semynovytch Vygotsky nasceu em Orsha Rússia Ocidental, no dia 05 de novembro de 1896. Morreu precocemente, vítima de tuberculose, em 11 de junho de 1934. Sua trajetória intelectual e profissional foi intensa. Iniciou sua educação formal em casa, assistido por tutores particulares. Aos 15 anos, ingressou em um colégio particular para concluir o ensino secundário. Na universidade, cursou direito, formandose em 1917. Também estudou história, filosofia, psicologia e literatura. Mais tarde, estudou medicina, que o ajudara a compreender melhor os problemas neurológicos, ligados ao funcionamento psicológico do homem, tema central do seu estudo. Vygotsky trabalhou em diversas cidades dentro da ex-união Soviética. Foi professor e pesquisador nas áreas de pedagogia, psicologia, literatura, filosofia e deficiência física e mental. Criou um laboratório de pesquisa na área de psicologia e juntamente, com seus colaboradores, especialmente Luria e Leontiev, pesquisou o processo de desenvolvimento do homem como um processo sócio-histórico, inspirado nos postulados do materialismo histórico e dialético.
2 É importante destacar que seu percurso profissional e intelectual foi marcado pelo contexto sócio-político em que esteve inserido. Segundo Rego, tanto o clima de renovação da sociedade soviética pós-revolucionária quanto os dilemas presentes na psicologia da época em que Vygotsky viveu foram definidores do seu programa de trabalho (1995, p.26). Com o objetivo de pesquisar os processos mentais ou características psicológicas humanas, Vygotsky procurou identificar as diferenças ou semelhanças entre o ser humano e o psiquismo dos animais. Seus estudos provaram que o desenvolvimento do psiquismo animal é determinado pelas leis da evolução biológica e o do ser humano está submetido às leis do desenvolvimento sócio-histórico. (idem, p.48) As características do funcionamento psicológico humano são constituídas ao longo da vida social, através de um processo de interação entre o indivíduo e seu meio físico e social. Através dessa interação e numa relação dialética, o homem se constitui como um ser social e promove a transformação de si e do ambiente. As concepções de Vygotsky sobre o funcionamento do cérebro humano fundamentam a tese de que as funções psicológicas superiores, especificamente humanas, se desenvolvem ao longo da sua história social, numa relação mediada pelo uso de instrumentos e signos. A presença de elementos mediadores introduz um elo a mais nas relações organismo/meio, tornando-as mais complexas. Ao longo do desenvolvimento do indivíduo as relações mediadas passam a predominar sobre as relações diretas. Vygotsky trabalha, então, com a noção de que a relação do homem com o mundo não é uma relação direta, mas, fundamentalmente, uma relação mediada. As funções psicológicas superiores apresentam uma estrutura tal que entre o homem e o mundo real existem mediadores, ferramentas auxiliares da atividade humana (Oliveira, 1993 p.27). Na perspectiva sociointeracionista, o papel mediador dos instrumentos e dos signos constitui um elemento importante no desenvolvimento dos seres humanos. O
3 instrumento é utilizado pelo homem para transformar a natureza, possibilitando sua intervenção e provocando mudanças no seu contexto. Os signos são usados como meios auxiliares na solução de problemas de ordem psicológicas, ampliando a capacidade de atenção e memória. O conceito de mediação simbólica significou um avanço no estudo dos processos mentais superiores, característicos dos seres humanos, evidenciando a importância das relações sociais na construção dos processos psicológicos. Nesse processo de mediação, a linguagem tem um papel fundamental de intercâmbio social entre os grupos humanos. O surgimento do pensamento verbal e da linguagem como sistema de signos é um momento crucial no desenvolvimento da espécie humana, momento em que o biológico transforma-se no sócio-histórico (idem,p.45). Outro tema de grande importância na obra de Vygotsky é o estudo da relação entre desenvolvimento e aprendizagem. Ele considera que essa relação acontece desde o nascimento da criança, fazendo parte da sua constituição e resultante de um processo dialético socialmente construído. Essa perspectiva defendida por Vygoysky deixa clara a importância das relações sociais para o desenvolvimento do ser humano. Nesse sentido, a escola tem um papel fundamental no processo de socialização e desenvolvimento da aprendizagem. Para melhor explicar a relação entre aprendizagem e desenvolvimento, Vygotsky identifica dois níveis no processo de aprendizagem: um que se chamaria nível de desenvolvimento real, que compreende o conjunto de atividades que a criança desenvolve de forma autônoma; o outro, nível de desenvolvimento potencial, que compreende aquilo que a criança é capaz de fazer com ajuda de outras pessoas adultas ou crianças mais experientes. A constatação desses dois níveis de desenvolvimento possibilitou a Vygotsky formular o conceito de zona de desenvolvimento proximal, que é a distância entre aquilo que a criança é capaz de fazer sozinha (nível de desenvolvimento real) e aquilo que ela consegue fazer com a colaboração de alguém (nível de desenvolvimento potencial). Segundo Vygotsky, a zona de desenvolvimento proximal (ZDP) é: a distância entre o nível de desenvolvimento real, que se costuma determinar através da solução independente de
4 problemas, e o nível de desenvolvimento potencial, determinado através da solução de problemas sob a orientação de um adulto ou em colaboração com companheiros mais capazes (1998, p.112). O conceito de zona de desenvolvimento proximal é de fundamental importância para a ação dos educadores. É na zona de desenvolvimento proximal que a interferência de outros indivíduos é a mais transformadora (Oliveira, 1993 p.61). Cabe, então, ao professor a elaboração de estratégias pedagógicas que permitam interferir na ZDP dos seus alunos, proporcionando avanços na sua aprendizagem. O professor tem o papel explícito de interferir na zona de desenvolvimento proximal dos alunos, provocando avanços que não ocorreriam espontaneamente. O único bom ensino, afirma Vygoysky, é aquele que se adianta ao desenvolvimento (idem, p.62). Na segunda parte deste ensaio, será abordada a retenção escolar e o papel do educador diante dessa problemática, considerando os fatores intra-escolares para analisar essa questão. No Brasil, o problema da retenção escolar vem sendo discutido há décadas, e as tentativas para sua solução têm sido variadas e acompanham cada mudança de governo. A busca de culpados por esse problema, e a transferência de responsabilidades têm-se perpetuado em ações ineficazes, com políticas educacionais que pouco têm contribuído para alguma mudança nesse sentido. Enquanto isso, segundo Soares, de cada 1000 crianças que iniciam a 1ª série, menos da metade chega à 2ª, menos de um terço consegue atingir a 4ª, e menos de um quinto conclui o 1º grau (2002, p.09). Esta realidade de repetência e abandono da escola é que vai constituindo a chamada pirâmide educacional brasileira, que atinge os alunos das camadas populares. O interesse em pesquisar o papel do educador no processo da retenção escolar está ligado ao trabalho que realizo como orientadora educacional, preocupada com a realidade problemática, do ponto de vista pedagógico, que vivem as escolas brasileiras. Esta temática faz parte de um grupo de estudo, do qual faço parte, que semanalmente
5 se encontra para discutir questões relacionadas ao ensino e aprendizagem. Atualmente, trabalho em uma escola estadual de ensino médio, localizada na zona urbana do município de Ijuí, RS. Esta escola enfrenta problemas relacionados à retenção escolar, como repetência e evasão. Esta situação é preocupante se pensarmos que, de cada dez turmas de primeiro ano que entram na escola, somente seis turmas de terceiro ano concluem o ensino médio. Algumas pesquisas educacionais têm apontado como justificativa para o fracasso escolar problemas de ordem familiar e social dos educandos. Outros pesquisadores partem do princípio de que o fracasso escolar deve ser considerado não somente como problema do educando, mas sim como de responsabilidade, também, da escola. De acordo com Mello: Os aspectos pedagógicos do funcionamento da escola currículos, programas, interações professor aluno, normas de avaliação têm sido freqüentemente apontados como responsáveis pelo caráter seletivo da educação formal brasileira. Acredito que esses aspectos designados aqui como fatores intra-escolares de fato discriminam a criança pobre: existe uma forte associação entre fracasso escolar e a origem social desfavorecida da clientela (1986, p.29). A literatura aponta divergências quanto às causas do fracasso escolar. Alguns teóricos admitem como causas os fatores extra-escolares, principalmente de ordem social; outros defendem a idéia de que o sistema escolar tem participação nesse processo e buscam analisar os mecanismos intra-escolares de seletividade social da escola, privilegiando a investigação de aspectos estruturais, funcionais e da dinâmica interna da instituição escolar (Patto,1999, p.152). Nos anos setenta, pesquisas procuravam investigar o fracasso escolar sob a ótica da participação do próprio sistema escolar na produção do fracasso, através da atenção ao que se convencionou chamar de fatores intra-escolares e suas relações com a seletividade social operada na escola (idem, p.152). Essas pesquisas contribuíram para diagnosticar a precariedade da escola pública e a sua inadequação à realidade da clientela atendida, situação que se perpetua até hoje nas escolas brasileiras. Não raras vezes, as dificuldades de aprendizagem são atribuídas às
6 precárias condições de vida dos alunos e justificam-se as dificuldades de aprendizagem escolar como sendo de responsabilidade do aluno ou da família, argumentos que ainda podem ser observados no meio educacional. Esse pressuposto só tem contribuído para que a escola continue operando como um mecanismo de seletividade. Uma pesquisa exploratória foi realizada com alunos do primeiro ano do ensino médio de uma escola pública estadual, onde aparecem os maiores índices de retenção escolar neste grau de ensino, para verificar quais os fatores intra-escolares que mais se evidenciavam como causas de retenção. Esta pesquisa apontou quatro fatores: relação professor-aluno; uso da linguagem; organização curricular/metodologias e prática avaliativa. Dentre esses fatores, analisar-se-á neste ensaio, a questão da prática avaliativa ou seja, a avaliação. O conceito de avaliação é muito discutido no sistema educacional, desde a escola básica até o nível superior. Essa prática revela diversas concepções acerca do assunto, e acaba por se configurar como um instrumento de disciplina, de controle, com o objetivo de normatizar, homogeneizar e determinar quem sabe e quem não sabe, excluindo os que não se encaixam nos padrões pré-determinados. O conceito de avaliação tem uma amplitude variável de significados possíveis. Impõem-se ou não na prática segundo as necessidades às quais a avaliação serve e em função das diferentes formas de concebê-la (Sacristán,1998 p.298). A avaliação, usada de uma maneira tradicional, como um instrumento de massificação, cumpre uma função de seleção e classificação, contribuindo para uma prática de controle dos alunos. Na sociedade capitalista, a avaliação adquire uma função de controle e regulação do sistema educacional, legitimador do processo educacional, passando a fazer parte da própria organização do trabalho pedagógico. As formas de conceber a avaliação estão ligadas à função que a escola cumpre na sociedade. De acordo com Luckesi, o atual exercício da avaliação escolar não está sendo efetuado gratuitamente. Está a serviço de uma pedagogia que nada mais é do que uma concepção teórica da educação, que por sua vez, traduz uma concepção teórica da sociedade (1984, p.06). Esse caráter de reprodução social foi incorporado pelo sistema escolar e é reproduzido pela avaliação, contribuindo para dissimular a verdadeira função da escola. O caráter seletivo da avaliação fica claro em estudos como o de Freitas, para quem:
7 A avaliação não é apenas mais um ato pedagógico destinado a diagnosticar o desempenho do aluno e corrigir os rumos da aprendizagem em direção aos objetivos instrucionais propostos pelas disciplinas escolares. Ela reúne um conjunto de práticas que legitima a exclusão da classe trabalhadora da escola e está estreitamente articulada coma organização global do trabalho escolar (1995 p.254). Enquanto a avaliação continuar sendo vista somente como um instrumento de classificação, sua prática se manterá baseada em testes e provas, e será traduzida em nota, contribuindo para a desvalorização de qualquer outro instrumento que permita revelar a aprendizagem ou constatar as dificuldades dos alunos. Essa forma tradicional de conceber a avaliação contribui para o fracasso escolar, e descaracteriza seu papel de diagnóstico do processo de ensino e aprendizagem, impedindo o professor de fazer desse mecanismo uma oportunidade para conhecer o progresso dos alunos e proceder às devidas interferências. A avaliação como diagnóstico do processo de aprendizagem se justifica como um recurso que tem o fim de estabelecer as estratégias de intervenção do professor junto aos seus alunos. Algumas reflexões precisam ser feitas acerca da avaliação e o seu papel na escola para que o educador assuma não mais uma postura de controlador do ensino, mas de mediador do processo de ensino-aprendizagem. O desafio é repensar a prática pedagógica e fundamentá-la em referenciais que dêem suporte para uma ação que considere a aprendizagem como uma construção mediada. Esse processo envolve sujeitos que se constituem socialmente e se desenvolvem pela interação com outros sujeitos. Nesse sentido, a escola como um espaço cultural, que trabalha com a produção de um conhecimento formal e sistemático, precisa privilegiar ações que contribuam para a socialização e propiciem o desenvolvimento da aprendizagem. Esse processo exige repensar a avaliação, e requer que se elaborem estratégias metodológicas que considerem a aprendizagem como um processo ativo, que se desenvolve na interação entre os sujeitos e destes com o objeto. A intervenção do professor tem, pois, um papel central na trajetória dos indivíduos que passam pela escola (Castorina, 2002p.62).
8 A partir das concepções de Vygotsky sobre desenvolvimento e aprendizagem, pode-se considerar que o papel do ensino escolar é de extrema importância. Na escola, a intervenção pedagógica é intencional e fundamental para promover o desenvolvimento. Em termos de atuação pedagógica, os postulados Vygotskyanos traduzem claramente que o papel do professor é de extrema relevância para provocar nos alunos os avanços que não ocorreriam espontaneamente. Consiste esse papel em uma interferência na zona de desenvolvimento proximal (Castorina, 2002). Ao considerar que o homem é um ser social e culturalmente constituído, Vygotsky permitiu que se passasse a pensar o processo de construção do conhecimento como um processo dinâmico e construído pela mediação. Sua obra oferece grandes contribuições para a educação, fornecendo elementos que ajudam a compreender o processo de construção da aprendizagem, permitindo que se possa avaliar e repensar as práticas efetivadas nas escolas. É importante ressaltar que a escola tem como função primordial promover o desenvolvimento psicológico dos indivíduos, e transmitir sistemas organizados de conhecimento, num processo dialético, que são fundamentais para o desenvolvimento pleno dos sujeitos. (idem,p.61). Os postulados de Vygotsky parecem apontar para a necessidade de criação de uma escola bem diferente da que conhecemos. Uma escola em que as pessoas possam dialogar, duvidar, discutir, questionar e compartilhar saberes. Onde há espaço para transformações, para as diferenças, para o erro, para as contradições, para a colaboração mútua e para a criatividade. Uma escola em que professores e alunos tenham autonomia, possam pensar, refletir sobre o seu próprio processo de construção de conhecimentos e ter acesso a novas informações. Uma escola em que o conhecimento já sistematizado não é tratado de forma dogmática e esvaziado de significado (Rego,1995 p.118). A compreensão das teorias psicológicas e a sua relação com a prática educativa é importante para a superação dos modismos e a criação de propostas que realmente contribuam para a realização de uma prática pedagógica eficiente. Segundo Rego, a qualidade e originalidade do pensamento de Vygotsky é inegável, assim como suas contribuições ao plano educacional, já que sugere um novo paradigma que possibilita um modo diferente de olhar a escola, o conhecimento à criança, o professor e até a
9 sociedade (idem,p.124). Todavia, a autora alerta que a escola não deve se ater exclusivamente aos princípios dessa abordagem como um único referencial possível de resolver as questões que afetam a escola, mas, sim, como um ponto de partida para novos estudos e descobertas (idem,p.126). Repensar as práticas pedagógicas e, conseqüentemente, a avaliação, requer um processo de reflexão, de pesquisa, de diálogo e de reconstrução. Isso só é possível com a apropriação de um saber que permita ao educador refletir sobre o seu papel na escola, bem como, uma discussão sobre a questão da retenção escolar, considerando esta como um elemento central da problemática educacional. A busca de alternativas para os problemas vivenciados no cotidiano escolar é essencial para a construção do conhecimento e o entendimento dos sujeitos que convivem nesse ambiente, considerando esses como seres humanos e não somente como intelectos.
10 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS CASTORINA, José Antonio. Piaget, Vygotsky: novas contribuições para o debate. 6ª edição. São Paulo: Editora Ática, 2002. FREITAS, Luiz Carlos de. Crítica da organização do trabalho pedagógico e da didática. Campinas, SP: Papirus, 1995. LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação educacional escolar: para além do autoritarismo. São Paulo: Cortez, 1984. MELLO, Guiomar Namo de. Educação escolar: paixão, pensamento e prática. São Paulo: Cortez, 1986. OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky: aprendizado e desenvolvimento, um processo sócio-histórico. São Paulo: Editora Scipione, 1983. PATTO, Maria Helena Souza. A produção do fracasso escolar: histórias de submissão e rebeldia. São Paulo: Casa do Psicólogo, 1999. REGO, Teresa Cristina. Vygotsky: uma perspectiva histórico-cultural da educação. Petrópolis, RJ: Vozes, 1995. SACRISTÁN, J. Gimeno. Compreender e transformar o ensino. 4ª edição. Porto Alegre: ArtMed, 1998. SOARES, Magda. Linguagem e escola: uma perspectiva social. 7ª edição. São Paulo: Editora Ática, 2002. VYGOTSKY, L. S. A formação social da mente. 6ª edição. São Paulo: Martins Fontes, 1998. ZANELLA, Andréa Vieira. Vygotsky: contexto, contribuição à psicologia e o conceito de Zona de Desenvolvimento Proximal. Itajaí: Editora UNIVALI, 2001.