FACULDADE DE PARÁ DE MINAS Curso de Administração. Evando Braga Júnior



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Transcrição:

FACULDADE DE PARÁ DE MINAS Curso de Administração Evando Braga Júnior CONTROLE DE ESTOQUE: UM ESTUDO DE CASO DESSA FERRAMENTA PARA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DE VAREJO Pará de Minas 2013

1 Evando Braga Júnior CONTROLE DE ESTOQUE: UM ESTUDO DE CASO DESSA FERRAMENTA PARA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DE VAREJO Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Administração da Faculdade de Pará de Minas como requisito parcial para a Conclusão do Curso de Administração. Orientadora: Prof. Ms. Annévia Palhares Vieira Diniz Oliveira Pará de Minas 2013

2 Evando Braga Júnior CONTROLE DE ESTOQUE: UM ESTUDO DE CASO DESSA FERRAMENTA PARA EMPRESA DE PEQUENO PORTE DE VAREJO Monografia apresentada à Coordenação do Curso de Administração de Empresas da Faculdade Pará de Minas como requisito parcial para a Conclusão do Curso de Administração. Aprovada em: / / Prof. Ms. Annévia Palhares Vieira Diniz Oliveira Prof. Ms. Ruperto Benjamin Cabanellas Vega

3 Dedico este trabalho à minha mãe, pelo amor, carinho, companheirismo e incentivo a mim oferecidos; as minhas irmãs que sempre estiveram presentes; aos meus amigos por todo o apoio que me deram nesta caminhada; e a Deus por permitir que este sonho fosse alcançado.

4 AGRADECIMENTOS Agradeço primeiramente a Deus pela graça e misericórdia, que tudo pode e tudo nos dá. Agradeço a minha mãe, fonte inesgotável de incentivo e força. Aos minhas irmãs pela admiração e pelo constante carinho. À minha equipe: Everton, Fabrício, Flávia Viegas, Silvimar e Victor pelos trabalhos realizados juntos e pela amizade sincera que construímos ao longo desses anos. À professora orientadora Annévia Palhares pelo conhecimento passado a cada dia, pela dedicação e atenção. Finalmente, aos mestres e familiares, que de alguma forma me ajudaram e incentivaram a vencer esta etapa da minha vida!

5 O que distingue vencedores de perdedores é que um vencedor sempre se concentra no que é capaz de fazer não no que não é. Bob Butera

6 RESUMO A empresa constante no presente estudo é do ramo de supermercado, localizada na cidade de Pequi. Este trabalho tem como objetivo, propor melhorias no controle de estoque de um supermercado, através da análise da média das vendas e da identificação de problemas ocorridos no estoque. O estoque é uma importante função da Administração, e interage com outros departamentos da empresa. O seu planejamento e controle são fatores essências para uma boa administração. De acordo com o resultado, foi constatado que o controle de estoques do supermercado não é eficiente, de maneira que foi desenvolvida uma proposta técnica sugerindo melhorias para um bom funcionamento do controle de estoque como: definir o estoque mínimo e máximo, ponto de pedido, implantar a ferramenta para classificação de todos os itens do estoque e a utilização melhor do software. Os problemas expostos são de fácil correção e adaptação, e servirá de ferramenta para o gestor rever seus conceitos em relação ao controle de estoques. Desta maneira, foram então propostas algumas ações para se iniciar um processo de melhorias, onde através de uma sistematização se determinou os passos a serem dados pra que no final do processo se possa obter um estoque que atenda as necessidades da empresa, tornando-a competitiva no mercado atual. Palavras-chave: Estoque. Controle.

7 LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 - Classificação das organizações varejistas.... 15 FIGURA 2 - Alguns motivos para o surgimento dos estoques... 17 FIGURA 3 - Construção curva ABC... 23 FIGURA 4 - Representação da Curva ABC para classificação dos itens... 24 FIGURA 5 - Modelo de previsão da demanda... 26 FIGURA 6 - Software... 39 FIGURA 7 - Processo pedido de compra... 40 FIGURA 8 - Fluxograma pedido de compra... 41 FIGURA 9 - Cadastro de fornecedores... 44 FIGURA 10 - Critérios para seleção de fornecedores... 44 FIGURA 11 - Cadastro de produtos... 46 FIGURA 12 - Lançamento de nota fiscal... 47 FIGURA 13 - Estrutura de armazenagem do supermercado... 57

8 LISTA DE TABELAS TABELA 1 - Representação percentual da classificação ABC dos itens em estoque... 25 TABELA 2 - Cálculo de acurácia de estoques... 33 TABELA 3 - Curva ABC... 47 TABELA 4 - Tempo de reposição... 50 TABELA 5 - Estoque de segurança... 52 TABELA 6 - Ponto do pedido... 54 TABELA 7 - Causas da falta de acuracidade de estoque... 56

9 SUMÁRIO 1 INTRODUÇÃO... 11 1.1 Considerações iniciais... 11 1.2 Situação Problemática... 11 1.3 Objetivos... 12 1.3.1 Objetivo geral... 12 1.3.2 Objetivos específicos... 12 1.4 Caracterização da empresa... 12 1.5 Justificativa... 12 2 REFERENCIAL TEÓRICO... 14 2.1 Conceito de Varejo... 14 2.2 Estoques... 15 2.2.1 Função do estoque... 16 2.3.2 Tipos de estoques... 17 2.3.3 Políticas de estoques... 18 2.3.4 Administração de estoques... 20 2.3.5 Controle de estoques... 21 2.3 Sistema ABC... 22 2.4 Previsão da demanda... 25 2.6 Giro de estoques... 27 2.7 Estoque mínimo ou de segurança... 28 2.8 Ponto do pedido... 30 2.9 Tempo de ressuprimento... 31 2.10 Armazenagem... 32 2.11 Acurácia de estoque... 33 2.12 Inventário Físico... 34 3 METODOLOGIA... 36 3.1 Delineamento da Pesquisa... 36 3.1.1. Pesquisa aplicada... 36 3.2 Técnicas de coleta de dados... 36 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS... 38 4.1. Sistema... 38 4.2. Compras... 39

10 4.2.1 Fornecedores... 42 4.2.2 Cadastro de produtos... 45 4.2.3 Lançamento de nota de compra... 46 4.3 Curva ABC... 47 4.4 Tempo de reposição... 49 4.5 Estoque de segurança... 51 4.6 Ponto do pedido... 53 4.7 Acuracidade... 56 4.8 Armazenagem... 57 5 CONSIDERAÇÕES FINAIS... 59 5.1 Limitações do trabalho... 59 5.2 Sugestão para trabalhos futuros... 59 REFERÊNCIAS... 61

11 1 INTRODUÇÃO 1.1 Considerações iniciais Os estoques representam uma parte de grande importância dentro das organizações, o seu planejamento e controle são fatores essenciais para uma boa administração do processo produtivo, seja ele realmente produtivo, comercial ou de serviços. A preocupação em gerenciar o estoque envolve aspectos quantitativos, qualitativos e financeiros dos materiais, sejam eles em matérias-primas, materiais auxiliares, materiais em processo ou produtos acabados. Cabe ao setor responsável pelos materiais ter competência para realizar o controle das disponibilidades e das necessidades totais do processo produtivo, envolvendo não só os almoxarifados de matérias-primas e auxiliares, como também os intermediários e os de produtos acabados. O objetivo principal do controle de estoque é otimizar o investimento em estoque, aumentando o uso dos meios internos e externos da organização, no sentido da diminuição do volume investido nestes materiais. Este trabalho visa buscar informações sobre o gerenciamento, ferramentas e ações propostas para um bom andamento dos aspectos pertinentes ao assunto aqui proposto. O estudo de caso foi desenvolvido numa empresa de pequeno porte, sendo um dos principais supermercados de Pequi. 1.2 Situação Problemática A situação problemática, de acordo com Roesch (1999), pode ser definida como um problema o qual a organização não tenha identificado até o momento. Após o diagnóstico inicial, surgem oportunidades de mudanças e aprimoramentos. Devido a isso pergunta-se: Como propor soluções de controle de estoque em uma empresa do setor supermercadista?

12 1.3 Objetivos 1.3.1 Objetivo geral Propor soluções de controle de estoque em uma empresa do setor supermercadista. 1.3.2 Objetivos específicos Levantar se a empresa faz ou não o controle de seus estoques; Identificar os problemas no estoque e as causas geradoras; Apurar se há muita perda de material em seus estoques; Fazer um estudo da área física do estoque, avaliando as condições do local, modo como os itens são movimentados e forma como é recebido; Propor indicadores de controle de estoque. 1.4 Caracterização da empresa O supermercado é uma empresa pequena, familiar, situada na região centro oeste de Minas Gerais, iniciando suas atividades em 2005, sendo direcionada pelo proprietário, que trabalha diariamente no local, dirigindo e desempenhando diversas funções. A empresa conta com a colaboração de 18 funcionários e comercializa gêneros alimentícios e utilidades domésticas. O supermercado vem trabalhando para distribuir e comercializar produtos de qualidade com preço competitivo e atendimento diferencial, colocando á disposição de seus clientes uma grande variedade de produtos. A empresa vem buscando inovação, liderança na cidade e superar as expectativas de nossos clientes e colaboradores internos e externos. 1.5 Justificativa

13 Levando em consideração a crescente competitividade no mercado local, a empresa precisa de um aumento em sua eficiência na prestação dos serviços oferecidos aos seus clientes. O fato do supermercado está localizado em uma cidade pequena onde só possui um concorrente direto, enxerga-se a oportunidade de melhorias na empresa, começando pela gestão de estoques: primeiramente pelo levantamento dos itens que estão com variações de estoque no supermercado, buscando a quantidade correta e estoque de segurança dos itens de maior giro, levantar o nível de estoque para os diversos itens; reduzir o estoque dos itens com excesso para a quantidade ideal, buscando adequar estoque com a demanda, assim pode-se diminuir o valor em reais de produtos estocados, reduzir o número de faltas de produtos, aumentar a eficiência de atendimento ao cliente e obter controle sobre a compra.

14 2 REFERENCIAL TEÓRICO Um bom controle de estoque é aquele que atende a demanda e proporciona paralelamente o aumento dos lucros. Mas para que isso aconteça estrategicamente e de maneira organizada algumas premissas direcionam o caminho e descrevem alguns pontos específicos que, após análise tendem a trazer benefícios para a organização. Portanto, o assunto deste trabalho de conclusão de curso tratou as diversas maneiras de adequação de controle de estoque. 2.1 Conceito de Varejo O comércio varejista apresenta-se, atualmente, como uma das principais receitas para o desenvolvimento econômico do Brasil. Ao passar dos anos o crescimento deste segmento leva à um número significativo de empregos gerado pelo mesmo. O varejo supermercadista é o comércio que vende diversos produtos aos clientes, normalmente sem intermediários, com destaque para as mercadorias caracterizadas como alimentos e bebidas, seguidas pelos gêneros de higiene e limpeza, tendo outros produtos, inclusive nos grandes supermercados, a venda de bens duráveis (POLESE, 1990). Parente (2000, p.22) define varejo como sendo todas as atividades que englobam o processo de venda de produtos e serviços para atender a uma necessidade pessoal do consumidor final. O mesmo autor define como vocação dos varejistas comprar, receber e estocar produtos de fabricantes ou atacadistas para oferecer aos consumidores a conveniência de tempo e lugar para a aquisição de produtos. Ainda segundo Parente (2000) o varejista é diferente do atacadista, pois a base do atacado consiste no processo de venda para clientes institucionais que compram produtos e serviços para revendê-los, ou como insumo para suas atividades. Quando esse mesmo atacadista vende diretamente ao consumidor final, está desempenhando uma atividade de varejo, mesmo assim, não é considerado como varejistas, pois essa não é sua principal fonte de receita.

15 Parente (2000, p.25), apresenta uma classificação que caracteriza o varejo primeiramente de acordo com o tipo de propriedade e, em seguida, caracterizado no sistema de varejo com loja e do varejo sem loja. Os varejistas com lojas estão classificados em três espécies: Varejo Alimentar, Varejo Não Alimentar e Varejo de Serviços. FIGURA 1 - Classificação das organizações varejistas. Figura 1: Classificação das organizações varejistas. Organizações Varejistas Classificação Organizações Organizações de acordo com com Lojas sem Lojas a propriedade * Independentes * Alimentícias * Marketing Direto * Redes * Não * Franquias Alimentícias * Vendas Diretas *Departamentos * Serviços * Máquinas de Alugados Vendas * Sistemas * Varejo Virtual Verticais Fonte: (PARENTE, 2000, p.25), (Adaptado pelo autor da monografia). 2.2 Estoques Observando o conceito de estoque segundo Arnold (1995, p. 265) são materiais e suprimentos que uma empresa ou instituição mantém, seja pra vender ou para fornecer insumos ou suprimentos para o processo de produção. A boa administração de estoques é essencial.

16 O setor de estocagem de uma empresa é fundamental para seu funcionamento. O estoque deve estabelecer regras de decisão e armazenagem, atendendo sempre a necessidade de seus clientes. Slack (1997, p. 383): O estoque é definido como a acumulação armazenada de recursos materiais em sistema de transformação. Também é usado para descrever qualquer recurso armazenado. Apesar dos custos e de outras desvantagens associadas à manutenção de estoques, eles de fato facilitam a acomodação entre fornecimento e demanda. Dias (1997, p. 14) diz que: O estoque é necessário para que o processo de produção vendas da empresa opere com um número mínimo de preocupações e desníveis. O setor de controle de estoque acompanha e controla o nível de estoque e o investimento financeiro envolvido. Cada organização deve utilizar tipos e métodos de controle de estoque, observando a sua necessidade e analisando a melhor forma para atender a demanda e manter um equilíbrio no fluxo de entradas e saídas do estoque da empresa. Os estoques ajudam a maximizar o atendimento aos clientes protegendo a empresa da incerteza, devendo sempre assim manter estoques extras. 2.2.1 Função do estoque A manutenção de estoque e o manuseio de materiais são fatores-chaves para a gestão de estoque. A estocagem tem a função de abrigar e acumular os produtos por um período de tempo, enquanto o manuseio de materiais é a atividade de movimentação do produto no interior do depósito. (BALLOU apud OLIVEIRA, 2005, p. 37). As principais funções da estocagem são a, manutenção, estabilização, e o fracionamento do produto. A manutenção do estoque e o manuseio de materiais são de

17 fundamental importância, por serem pontos em que a má conservação ou movimentação pode causar perdas. De acordo com Dias (1993), a administração do controle de estoque deve minimizar o capital total investido em estoques, pois ele é dispendioso e sempre aumenta, uma vez que, o custo financeiro também se eleva. Uma empresa não poder á trabalhar sem estoque, pois, sua função amortecedora entre vários estágios de produção vai até a venda final do produto. FIGURA 2 - Alguns motivos para o surgimento dos estoques Fonte: Gianesi, Correa e Caon, 1993. Uma organização ao optar em manter estoques, baseia-se em algumas questões antes de tomar tal decisão. Para entender a finalidade de estoques, Slack (1997) aponta que, independente de sua localidade, este servirá para adequar não só o ritmo, mas também a diferença entre oferta e demanda. 2.3.2 Tipos de estoques As empresas podem utilizar diferentes tipos de estoques, observando assim como a empresa estoca seus produtos e insumos.

18 Para Slack (1997, p. 383) as várias razões para desequilíbrio entre a taxa de fornecimento e de demanda em diferentes pontos de qualquer operação leva a diferentes tipos de estoque. Segundo Bertaglia (2005, p. 320) "A formação do estoque está relacionada ao desequilíbrio existente entre a demanda e o fornecimento." Arnold (1999, p. 265), "os estoques são materiais e suprimentos que uma empresa ou instituição mantém seja para vender ou para fornecer insumos ou suprimentos para o processo de produção." Nesse âmbito de acordo com Garcia e Strassburg (2007, p. 05) os estoques podem ser: Matéria-prima: esse tipo de estoque requer alguma forma de processamento para ser transformada em produto acabado. A utilização é diretamente proporcional ao volume de produção. Produtos em processo: em um processo de produção, consideram-se produtos em processo os diversos materiais que estão em diferentes fases do processo produtivo. Corresponde a todos os matérias que sofreram algum tipo de transformação, porém não atingiram forma final do produto a ser comercializado; Materiais de embalagem: correspondem as caixas para embalar produtos, recipientes, rótulos etc. Produtos acabados: compreendemos produtos que sofreram um processo de transformação e estão prontos para ser vendidos; Suprimentos: neste tipo de estoque, estão inseridos todos os itens não regularmente consumidos pelo processo produtivo. É o componente utilizado para a manutenção de equipamentos, instalação predial, dentre outros. 2.3.3 Políticas de estoques

19 Dias (1993), defende que políticas de estocagem são regras definidas para a compra de qualquer material, essas regras podem ser definidas por vários fatores, como análise de saída do material, para que uso é esse material, conforme lote de produção, entre outros. Também é importante ter uma atualização constante do modelo das políticas. O mesmo autor completa afirmando que as definições das políticas são muito importantes para o bom funcionamento da administração dos estoques, pois com base nos níveis e na rotatividade dos estoques é que será medido o capital investido em estoques. Viana (2002) completa sua opinião afirmando que, gerir estoque economicamente consiste na busca da racionalidade e equilíbrio com o cliente, a ponto de atender as necessidades dos consumidores ao menor custo e menor risco de possível falta e ainda assegurar a continuidade de seu fornecimento. Dias (1993) deixa claro que o administrador da empresa deverá estabelecer critérios para medir o desempenho do departamento de controle de estoque. Estas políticas são diretrizes que na maioria das vezes são metas que as empresas usam para determinar o tempo gasto pela entrega de produtos ao cliente, definir a quantidade de depósitos e ou almoxarifado e até que nível os estoques deveram flutuar para atender uma baixa ou alta das vendas. Pode-se dizer que estoque é um dos setores de suma importância para a empresa, pois ele é responsável em manter todos os produtos necessários para seu funcionamento, tornandose essencial para uma gestão eficiente. Estoques existem por ser difícil prever a demanda futura dos consumidores. De modo geral são eficientes para garantir a disponibilidade das mercadorias no momento em que elas são solicitadas (DIAS, 2006). A política de estoque vem complementar a gestão de estoque nas organizações, e deve ser implantadas pela gerência, com intuito de elaborar objetivos a serem atingidos, ou seja, formular um padrão a ser seguido pela equipe que trabalhará diretamente com o estoque da empresa.

20 2.3.4 Administração de estoques A administração de Estoques é de grande importância para as organizações, pois se trata de um fator decisivo para a redução de custos, redução no tempo de serviço e ganho na qualidade no serviço prestado. De acordo com a citação de Viana, (2002), a administração do controle de estoque deve minimizar o capital total investido em estoques, pois ele é caro e aumenta continuamente, uma vez que, o custo financeiro também se eleva. Hoje na administração moderna, a responsabilidade dos estoques fica sob um único setor. Os departamentos tradicionais ficam livres desta responsabilidade e podem dedicar-se à sua função primária. O objetivo do controle de estoque é otimizar o investimento em estoque, aumentando o uso dos meios internos da empresa, diminuindo as necessidades de capital investido. O estoque do produto acabado, matéria-prima e material em processo não serão vistos como independentes. Todas as decisões tomadas sobre um dos tipos de estoque influenciarão os outros tipos. Dias (1993), reforça que todos os objetivos que são declarados pela empresa, podem destacar como principal, a alta de seus lucros, para obter, o retorno do que foi investido dentro dela. Na visão do mesmo autor, a função de fazer este tipo de gestão é claramente aumentar o seu feedback sobre as vendas não realizadas, podemos então colocar: A função da administração de estoques é justamente maximizar este efeito lubrificante no feedback de vendas não realizadas e o ajuste do planejamento da produção" (DIAS, 1993, p. 21). Para Arnold (1999), administrar estoques possui a responsabilidade pelo planejamento e controle dos produtos envolvidos neste processo, não somente a matéria-prima, mas, todo o processo de alimentação de uma produção, até o produto acabado ser entregue ao cliente. Esse autor relata que os objetivos da administração de estoques tem como seu principal objetivo, o de oferecer o nível exigido de atendimento ao cliente e reduzir a soma de todos os custos envolvidos, e para atingir esses objetivos, devem-se responder as duas perguntas básicas que são o quanto deve ser pedido e quando ele deve ser emitido. Relata ainda que, na

21 administração de seus estoques, a empresa deve estabelecer regras de decisão para responder essas questões, de modo que o pessoal da administração de estoques saiba quanto pedir e quando pedir. 2.3.5 Controle de estoques O controle de estoque é um sistema de gestão que tem por função, basicamente, registrar, fiscalizar e gerir a entrada e saída de mercadorias e produtos da organização. Seu objetivo principal é evitar a falta de produtos/materiais, sem que resulte em estoques excessivos às reais necessidades da empresa. Estoques são todos os bens e materiais mantidos por uma empresa para suprir demandas futuras. O termo controle de estoques é uma função da necessidade de estipular os diversos níveis de materiais e produtos que a organização deve manter, dentro de parâmetros econômicos (POZO, 2007 p. 38). O controle procura manter os níveis estabelecidos em equilíbrio com as necessidades de consumo ou das vendas e os custos daí decorrentes. Segundo Francischini e Gurgel (2004, p. 147) "a função controle é definida como um fluxo de informações que permite comparar o resultado real de determinada atividade com seu resultado planejado". O comércio varejista é um ramo onde cada detalhe se torna importante,e a gestão de estoque vem para ajudar as empresas a reduzir os custos e ao mesmo tempo não perder a qualidade perante seus consumidores. Para que isso ocorra a empresa tem que manter regularmente um estoque de segurança. Nesse sentido Dias (2006, p.253) complementa: Um eficiente de controle é elemento básico em todas as fases de desenvolvimento, planejamento e administração de empresas comerciais e indústrias. O executivo da área de materiais/logística de qualquer companhia é o responsável pelo sucesso das operações na sua área. (DIAS, 2006, p.293)

22 Conforme Dias (2006, p.293), "A definição de controle seria, então, a medição do progresso em relação aos objetivos padrões, análise do que precisa ser feito e tomada de iniciativas para devida correção, a fim de realizar os objetivos ou alcançar o padrão!". Ainda segundo Dias (2006) o controle não pode apenas focar na verificação de obediência; mas têm que verificar primeiramente os objetivos traçados pela organização, e não apenas as faces intermediarias. O processo de controle de estoques é indispensável dentro de uma organização, pois sem estoque é impossível uma empresa trabalhar, sendo que ele funciona como um amortecedor entre os vários estágios existentes na produção de um produto, minimizando as necessidades de capital investido em estoques e aumentando o uso eficiente dos meios internos da empresa. Para Slack (1997, p. 380): Os gerentes de produção usualmente têm uma atitude ambivalente em relação a estoques. Por um lado, eles são custosos e algumas vezes empatam considerável quantidade de capital. Também são arriscados porque itens mantidos em estoque podem deteriorar, tornarem-se obsoletos ou apenas perder-se e, além disso, ocupa espaço valioso a produção. Por outro lado, proporcionam alguma segurança em um ambiente complexo e incerto. Sabendo disso, mantêm-se itens em estoque, para o caso de consumidores ou programas de produção os demandar; É uma garantia reconfortante contra o inesperado. De fato, para ter um bom controle de estoques, as organizações utilizam sistemas disciplinados para reduzir seus custos e atender a demanda instantaneamente, com qualidade perfeita e sem desperdícios, observando alguns métodos. 2.3 Sistema ABC De acordo com Ballou (1993, p. 97): A curva ABC deriva da observação dos perfis de produtos em muitas empresas - que a maior parte das vendas é gerada por relativamente poucos produtos da linha comercializada - e do princípio conhecido como curva de Paretto.

23 A curva ABC tem sido usada para administração de estoques, para definição de políticas de vendas, estabelecimento de prioridades para a programação da produção e uma série de outros problemas usuais na empresa. O sistema de classificação ABC de estoques responde as primeiras duas perguntas, determinando a importância dos itens permitindo assim diferentes níveis de controle baseados na importância relativa dos itens. Dias (1997, p. 85): A curva ABC é um importante instrumento para o administrador, ela permite identificar aqueles itens que justificam atenção e tratamento adequado quanto a sua administração. Obtém-se a curva ABC através da ordenação dos itens a sua importância relativa. Para construção das curvas ABC Dias (1993, p. 78) apresenta métodos utilizados: FIGURA 3 - Construção curva ABC Fonte: DIAS (1993, p. 78). Arnold (1999, p. 286) verifica que existem duas regras para a utilização de uma abordagem ABC:

24 Ter grande número de itens de baixo valor. Os itens C correspondem cerca de 5% do valor total do estoque. Manter um estoque extra de itens C acrescenta pouco ao valor total do estoque. Os itens C são realmente importantes apenas se houver a falta de um deles - quando se torna extremamente importante, portanto, deve ser mantido sempre um estoque disponível; Utilizar o dinheiro e o esforço de controle economizado para reduzir o estoque de itens de alto valor. Os itens A representam cerca de 20% dos itens e aproximadamente 80% do valor do estoque. São extremamente importantes e merecem controle mais cerrado e a revisão mais frequente. É indispensável à aplicação do sistema ABC dentro da organização, pois a maioria das empresas utiliza para manter um controle com melhores qualidades e conhecer o custo de seus produtos. Alem de administrar seu estoque há uma diferenciação, pois ele separa seus itens de acordo com sua importância relativa, estabelecendo regras de decisão sobre os itens do estoque, de modo que toda a organização desempenhe suas funções de controle de estoque de modo eficiente. A representação gráfica demonstrada na figura a seguir, trás o conceito utilizado pelo cálculo da curva ABC. FIGURA 4 - Representação da Curva ABC para classificação dos itens Fonte: Dias (1993)

25 Geralmente os estoques possuem os valores da tabela em seguida, tanto em estoque quanto para valor. Esses números abaixo ajudam como parâmetros para a classificação ABC. TABELA 1 - Representação percentual da classificação ABC dos itens em estoque Classificação ABC % Quantidade em estoque % Valor em estoque R$ A 20% 80% B 30% 15% C 50% 5% Fonte: Site "O gerente" (http://www.ogerente.com.br) De acordo com Dias (1997, p. 86) após os itens terem sido ordenados pela importância relativa, às classes da curva ABC podem ser definidas das seguintes maneiras: Classe A: grupo de itens mais importantes que devem ser tratados com uma atenção bem especial pela administração; Classe B: grupo de itens em situação intermediaria entre as classes A e C; Classe C: grupo de itens menos importantes que justifica pouca atenção por parte da administração. 2.4 Previsão da demanda De acordo com Ballou (2001), a previsão da demanda é essencial para a empresa, pois fornece informações que servem para um melhor controle das áreas funcionais, identificando e harmonizando a demanda às capacidades da empresa. Para Dantas, Isensee e Xavier (2002), pode-se dizer que muitas são as formas e métodos para previsão da demanda, a partir da análise de seu consumo histórica. Para definir-

26 se qual o melhor método para analisar cada produto em relação a sua demanda requer um conhecimento mais abrangente do produto e sua oscilação. No quadro a seguir apresenta-se um modelo capaz de atender as expectativas da empresa em relação ao seu nível ideal de estoques. FIGURA 5 - Modelo de previsão da demanda Fonte: Dantas, Isensee e Xavier (2002, p.88). Dantas, Isensee e Xavier (2002). Cada área da empresa tem interesse em manter níveis de estoques que garantam sua segurança e reduzam o risco de alta ou material para o trabalho. Determinar o consumo de cada produto leva-se ao nível correto de estoques para cada item. A previsão de estoques provém de informações repassadas pelo setor de vendas onde também são elaborados os valores de demanda e os níveis de estoques. Toda gestão de estoque está regulada com a previsão do consumo de materiais. Essa previsão irá guiar as estimativas para o que se deve comprar e quando se deve comprar (Dias, 2006, p. 28). Segundo Pozo (2001, p. 46): A previsão das quantidades que o mercado irá necessitar é uma tarefa importantíssima no planejamento empresarial, e, em função disso, devemos alocar métodos e esforços adequados em seu diagnóstico. A previsão deve levar sempre em consideração os fatores que mais afetam o ambiente e que tendem a mobilizar os clientes.

27 Em um processo de previsão de estoques como nos mostra Dias apud Pozo (2001, p. 46) "devemos considerar duas categorias de informação a se utilizar: quantitativa e qualitativa". As quantitativas estão ligadas a volumes e decorrentes de condições que podem afetar a demanda, como: influência da propaganda, evolução das vendas no tempo, variações decorrentes de modismo, variações decorrentes da situação econômica e crescimento populacional. As qualitativas são referentes as fontes de obtenção da dados mediante pessoas com grande conhecimento e confiabilidade, como: opinião de gerentes, opinião de vendedores, opinião de compradores e pesquisa de mercado. Somente essas duas informações não são suficientes para otimizar os resultados pretendidos e minimizar custos. É necessária a utilização de modelos matemáticos e gráficos de demanda para buscarmos a precisão dos dados desejados. Esses gráficos se subdividem em: Evolução de consumo constante (ECC); Evolução de consumo sazonal (ECS). 2.6 Giro de estoques O giro dos estoques é um indicador do número de vezes em que o capital investido em estoques é recuperado através das vendas. Usualmente é medido em base anual e tem característica de representar o que aconteceu no passado. Para Martins e Alt (2001), giro de estoque consiste em medir a quantidade de vezes por um determinado período o estoque se renovou ou girou. Francischini e Gurgel (2002) têm o mesmo pensamento: Giro ou rotatividade de estoque é definido como o número de vezes em que o estoque é totalmente renovado em um período de tempo, geralmente anual. Dá-se o cálculo pela seguinte fórmula:

28 Giro = Demanda média no período Estoque médio no período Utilizando o exemplo de um item em estoque que sua demanda média anual foi de 1570 unidades e seu estoque médio foi de 135 unidades; Giro = 1570 135 = 11 vezes ao ano Os autores ainda falam que alem do giro de estoque calculado, pode-se calcular o tempo médio dos produtos em estoque, este é definido pelo tempo médio que o estoque é renovado, tem como calculo o inverso do giro de estoque: Tempo médio em estoque Estoque médio no período = Demanda média no período Que ao utilizar o mesmo exemplo do giro de estoques, tem-se o seguinte resultado: Tempo médio 135 = em estoque 1570 = 0,086 anos 2.7 Estoque mínimo ou de segurança Pode-se referir ao estoque mínimo também com estoque de segurança. A organização precisa definir o quanto e necessário para manter no estoque sem que haja desabastecimento. Com o estoque de segurança pode-se garantir um funcionamento sem imprevistos para a organização.

29 Alguns fatores podem levar a falta em estoque como, por exemplo: eventos não previstos, catástrofes naturais, oscilação na demanda, etc. Quando se tem um estoque de segurança bem gerenciado e com um controle bem apurado no abastecimento, pode então se ter uma precisão muito grande no ponto de abastecimento. Dias (2006), relata sobre a importância de se ter um estoque mínino na empresa. "A importância de um estoque mínimo é a chave para o adequado estabelecimento do ponto de pedido. De maneira utópica o estoque mínimo poderia ser tão alto, que jamais haveria, para todos as finalidades práticas, ocasião de falta de material em estoque" (DIAS, 2006 p. 61). Ao se manter um estoque mínimo, a empresa terá que estar preparada para uma eventual falta de estoque. Para se determinar qual o ponto ideal de se manter o estoque de segurança devem-se utilizar dados através de consumos anteriores. Quando encontra o ponto exato entre a quantidade atendida e a quantidade certa atingirá um grau de atendimento adequado. Estoque de segurança é uma reserva estratégica que permite aos gestores uma certa segurança nas suas operações, este tipo de reserva não deixa que a empresa pare por falta de produtos ou deixe de vender algum produto por falta no estoque. Abaixo segue exemplo da criação do estoque mínimo e de segurança para o supermercado Super Bom usando como referência o arroz. Estoque mínimo: EM= DD X TE Onde: EM = Estoque mínimo DD = Demanda diária TE = Tempo de entrega

30 Com essas informações, o gestor de estoques tem segurança para saber quando comprar novamente sem prejudicar a empresa. Com o tempo médio, o gestor poderá saber qual o tempo ideal par renovação de seu estoque e dar maior atenção aos itens que tem maior giro e demanda. Para determinar o padrão do giro de estoque algumas questões devem ser levadas em consideração pela empresa, entre eles, a curva ABC que é utilizada por relevar a importância de cada item no estoque no que refere-se à quantidade e capital investido. Conforme Francishini (2004, p.96): Na atualidade manter estoques causa grandes despesas para a empresa, devido a ocupação de espaço, pessoa, equipamentos, energia, enfim, dinheiro. Que em outros termos significa grandes quantidades de capital parado e custos desnecessários. 2.8 Ponto do pedido É a quantidade de produtos que se tem no estoque e que garante o processo de vendas para que não sofra perda de venda, enquanto se aguarda a chegada do lote de compra, durante o tempo de reposição. Isso que dizer que quando determinado produto de estoque atinge seu ponto de pedido se deve fazer o ressuprimento de seu estoque, solicitando-se um pedido de compra. De acordo com Dias (1996), para calcular o ponto de pedido pode-se usar da seguinte fórmula: Sendo: PP= ponto do pedido; C= consumo médio mensal; TR= tempo de reposição; MN= estoque mínimo. PP= C x TR + MN

31 Pozo (2007, p. 64) enfatiza que ponto de pedido "é a quantidade de peças que temos em estoques e que garante o processo produtivo para que não sofra problemas de continuidade, enquanto aguardamos a chegada do lote de compra, durante o tempo de ressuprimento". Pozo dá a seguinte fórmula para cálculo do ponto de pedido: PP= (C x TR )+ ES Onde: PP= ponto do pedido; C= consumo; TR= tempo de reposição; ES= Estoque de segurança. Dentro do contexto citado sobre o assunto e de acordo com as premissas abordadas durante a pesquisa realizada, foi levada em consideração a definição e fórmulas abordadas por Dias (1999) e Pozo (2007). 2.9 Tempo de ressuprimento O tempo de ressuprimento é fundamental para calcular o nível do estoque de segurança que a empresa precisa ter antes de fazer novos pedidos. Essa informação ajuda a evitar que a organização passe por transtornos como a falta de produtos. Pozo (2007, p. 64) sustenta que o tempo de reposição como espaço de tempo que vai desde o momento da solicitação de um material no almoxarifado até o momento que ele é liberado para produção ou consumo pela empresa. Dias (1996) relata que o tempo de reposição é composto de três elementos: Emissão do pedido - Tempo que se leva desde a emissão do pedido de compras até ele chegar ao fornecedor;

32 Preparação do pedido - Tempo que leva o fornecedor para fabricar os produtos, separar, emitir faturamento e deixá-los em condições de serem transportados. Transportes - Tempo que leva da saída do fornecedor até o recebimento pela empresa dos materiais encomendados. Tempo de reposição do estoque nada mais é do que o período onde é identificada a falta de produtos até a disponibilidade no mesmo para o consumidor. Apesar de parecer simples, o gestor de materiais precisa estar atendo para que as etapas do processo sejam cumpridas, primeiramente detecta a necessidade de reposição, informar ao setor de compras, entrar em contato com fornecedores, emitir pedido de compra, recebimento das mercadorias no prazo, validade e qualidade cumpridas. A soma de todas as etapas acima se denomina tempo de reposição. 2.10 Armazenagem A armazenagem de materiais é fundamental para uma organização, ali são destinados locais específicos para os produtos comercializados pela empresa, garantindo os cuidados necessários para eles, e sua total qualidade até o momento da exposição na área de venda. Pode ser um local coberto ou não, dependendo do ramo em que a empresa. Para Viana (2002) a armazenagem dos produtos pode ser simples ou complexa, dependendo da variação da armazenagem se da em função do tipo do produto, peso, volume, fragilidade, etc. De acordo com Martins e Laugeni (2003) o armazenamento de materiais é importante para reduzir o custo de fretes, reduzirem o custo de produção e melhor atendimento ao cliente. Os objetivos de um bom armazenamento são: Permitir o sistema PEPS (primeiro ao entrar, primeiro ao sair); Manter a qualidade dos materiais tomando o devido cuidado para que a para que a estocagem não altere as suas características; Obter identificação clara dos materiais; Controle sobre a quantidade estocada; Promover o equilíbrio sobre compra e demanda, identificando materiais com baixo nível de demanda com estoque alto, materiais iguais com

33 denominações diferentes; Diminuir os espaços alocados a estocagem; Diminuição de custos referente a estoques; Manter um sistema de informação rápido e eficaz. Dias (1993) diz que um sistema correto de armazenamento influi no aproveitamento dos produtos e dos meios de movimentação, evita rejeição de peças com danos ocasionados por batidas e impactos, devido ao manuseio inadequado, e reduzem as perdas. O setor de armazenamento de materiais é um dos setores mais qualidade dos produtos, que são responsáveis pelo funcionamento de uma empresa e pelos lucros que a mesma obtém. Dias, Martins e Laugeni, falam que o armazenamento de matérias é responsável pela qualidade dos produtos e pelo controle de que os primeiros materiais que entram são os primeiros a sair. A organização deste setor é que expressa a administração de uma empresa. 2.11 Acurácia de estoque É preciso que os valores físicos de estoques e seus registros no sistema sejam os mais parecidos possíveis. A falta de cuidado das empresas com a alimentação do sistema acaba gerando uma falta de confiança no usuário que acaba muitas vezes abandonando o uso do sistema. A movimentação de itens do estoque deve ser feito em tempo real para que se mantenha a acuracidade dos estoques (CORRÊA, GIANESI E CAON 2001). Ainda para o autor, deve ser calculado o percentual de acuracidade do estoque através da fórmula: acuracidade dos registros = (registros corretos / registros contados) X 100, sendo que o resultado 100% seria o ideal, sendo pouco provável de ser alcançado na prática, devemos adotar um grau de erro tolerável entre as quantidades do físico e o do sistema, sendo 5% um valor máximo. TABELA 2 - Cálculo de acurácia de estoques

34 ITEN CONTAGEM FÍSICA REGISTRO DO SITEMA TOLERÂNCIA ACEITO NÃO ACEITO 1 94 102 + / - 2 X 2 96 97 + / - 5 X 3 96 100 + / - X 4 96 99 + / - 2 X 5 98 96 + / - 2 X 6 99 97 + / - 2 X 7 110 110 + / - 0 X 8 104 105 + / - 0 X 9 97 100 + / - 5 X 10 103 100 + / - 2 X 11 104 102 + / - 5 X 12 105 100 + / - 5 X 13 106 100 + / - 0 X TOTAL 1308 1308 Fonte: Corrêa, Gianesi e Caon (2001) 2.12 Inventário Físico O inventário físico é de grande importância para as empresas, pois é a contagem de todos os estoques, área de venda e depósitos, a fim de bater as informações do sistema de informação com as unidades contadas. Francischini e Gurgel (2002) afirmam que o ideal seria a contagem dos produtos diariamente, assim consegue-se diagnosticar os problemas no estoque com mais facilidade, podendo resolvê-los na hora. De preferência não se deve receber produtos na hora da contagem do inventário físico, se o mesmo ocorrer, deve ser armazenado em locais separados, e se possível receber carimbo como: antes, após inventário para se manter o controle sobre os produtos. Conforme Viana (2002) o inventário físico visa o estabelecimento de uma auditoria de estoques em poder do almoxarifado, cujo objetivo é garantir confiança e exatidão dos registros contábeis e físicos, essencial para que o sistema funcione de forma eficaz. Para Martins e Alt (2001) o inventario físico é o responsável pela informação da quantidade dos itens constantes no estoque. O autor ainda destaca que um dos meios que a

35 empresa tem para auxiliar no fluxo de caixa são os inventários. Com um inventário físico alto, a empresa gera custos, que não trarão benefícios. Os recursos utilizados pela empresa para fabricação de seus produtos devem ser bem administrados, com isso pode-se agregar mais valor a ele e o custo final diminuirá. Para Dias (1993), as empresas devem salvar seus dados de inventários em softwares ou em documentos seguros, com estes dados em mãos, auxiliarão o gestor na sua tomada de decisão na hora da compra. Gasnier (2010) diz que existem tipos de inventários de acordo com a necessidade de cada empresa: Inventário geral: é a contagem física de todos os itens da empresa a portas fechadas e em uma data pré-fixada, ou no fechamento contábil do ano; Inventário permanente: consiste na contagem dos produtos pelo menos uma vez ao ano; Inventário rotativo: neste inventário, os produtos são contados semanal ou diariamente conforme a determinação do gestor quanto a freqüência do inventário. A partir do resultado deste, os registros que encontram transações divergentes são reconciliados, buscando identificar e remover as causas das divergências. O inventario físico é mais uma das tantas áreas importantes dentro de uma empresa, com ele o gestor pode ter um levantamento do que a empresa tem em estoque disponível. A maior vantagem de um inventário físico é o de ter controle real sobre os estoques, assim, a organização não corre o risco de vender um produto baseando-se nos seus relatórios e o mesmo não estar na área de venda ou ainda o produto ficar parado no estoque, pelo erro de ter a mercadoria no sistema de informação, e não ter fisicamente.

36 3 METODOLOGIA Neste capítulo, o autor utilizou a metodologia utilizada para que se consiga atingir os objetivos propostos. A escolha do método e da técnica de coleta de dados que melhor se enquadre no estudo é de fundamental importância para estabelecer os rumos do estudo para o idealizador da pesquisa. Pois uma escolha mal feita, segundo Roesch (1999), pode comprometer todo o processo da pesquisa. Segundo Roesch (1999), no capítulo de metodologia é que são descritos todos os passos de um trabalho científico. Roesch (1999) esclarece que nem sempre existe um método pré-estabelecido para um determinado projeto, mais que o método escolhido "seja coerente com a maneira como o projeto foi formulado, com s objetivos do projeto e outras limitações práticas de tempo, custo e disponibilidade de dados" (Roesch, 1999, p. 126). 3.1 Delineamento da Pesquisa Para esse estudo, foram utilizados os princípios das pesquisas a seguir: Pesquisa Quantitativa. Pesquisa Aplicada. 3.1.1. Pesquisa aplicada A pesquisa aplicada se refere à procura de meios de solucionar os problemas que serão levantados neste trabalho. De acordo com Gil (1999, p. 43) a pesquisa aplicada possui muitos pontos de contato com a pesquisa pura, pois depende de suas descobertas e se enriquece com o seu desenvolvimento. 3.2 Técnicas de coleta de dados

37 Neste trabalho foram coletados dados utilizando as fontes primárias e secundárias. De acordo com Marconi e Lakatos (1992), fontes primárias são aquelas de primeira mão, provenientes dos próprios órgãos que realizaram as observações. Englobam todas as matérias, ainda não elaborados, escritos ou não que podem servir como fonte de informação para a pesquisa. Ainda Marconi e Lakatos (1992), fontes secundárias trata-se de levantamentos de bibliografia publicadas em forma de livros, revistas, imprensa escrita e publicações avulsas. Seu objetivo é colocar o pesquisador em contato em tudo aquilo que foi escrito sobre determinado assunto.

38 4 ANÁLISE E INTERPRETAÇÃO DOS DADOS Neste capítulo encontram-se os dados coletados do Super Bom Supermercado, situado na cidade de Pequi MG, com o principal objetivo de esclarecer a importância do controle de estoque dentro do Supermercado. Segundo Dias (2010, p. 13) para organizar o setor onde se controla os estoques, faz-se necessário analisar algumas funções, tais quais o que deve permanecer em estoque, quando reabastecê-lo e a quantidade de compra para um determinado período. A empresa ainda não possui o devido controle de seus estoques, pois como se trata de uma empresa de médio porte e familiar, o gerenciamento de seus estoques era sempre deixado para trás. Dias (1993), relata que o gerenciamento do estoque é a alma de qualquer tipo de empresa. Não ter um produto disponível no estoque e não consegui-lo localizá-lo em tempo hábil, para fornecer ao consumidor pode significar a perda da venda ou até mesmo a perda do cliente, quando ele não encontra o que procura na empresa ele é empurrado para o concorrente, com o risco de não voltar mais. 4.1. Sistema Em relação ao uso de um software para o controle de estoque, atualmente a empresa trabalha com a LSoft; sistema que é utilizado para toda a gestão da empresa e inclui módulos administrativos e financeiros. Possui também estrutura para controle de estoque, no entanto, não é utilizado plenamente devido as suas limitações. Conforme BALLOU (1993), devido a uma série de aperfeiçoamentos, as empresas deixaram o sistema de estoque manual para adotar os estoques automatizados. Esta mudança acarretou pelo menos cinco grandes vantagens na gestão de estoque: fácil adaptação aos computadores; agilidade no setor de faturamento e cobrança; existência de programas para atender às necessidades; redução no capital investido em estoque e, ao mesmo tempo, melhoria no nível de serviço, e elaboração de relatórios mais aperfeiçoados.

39 Atualmente o supermercado usa o sistema da LSoft tanto fiscal e gerencial. FIGURA 6 - Software Fonte - Sistema operacional da empresa, 2013 4.2. Compras O setor de compras de uma empresa tem papel fundamental dentro da organização, sendo que este precisa comprar a mercadoria em um preço competitivo dentro do mercado, em prazo previamente estipulado, na quantidade necessária, e com todas as qualidades que o produto possa oferecer, tendo em vista o funcionamento, manutenção e crescimento da empresa. As compras do supermercado não estão a cargo de um funcionário somente, toda a equipe ajuda fazendo uma relação dos produtos em falta.

40 A compra é realizada a partir do momento que percebe a necessidade de reposição de estoque, essa verificação é realizada apenas de um aspecto visual, o tipo do produto e quantidade certa. Em seguida, abre um processo de cotação com vários fornecedores cadastrados e a procura do menor preço. Depois de realizada a cotação identificada à empresa ganhadora, emitindo a ordem de compra. Processo atual do processo de compra do supermercado: FIGURA 7 - Processo pedido de compra Fonte: Auditoria do autor, 2013. Os pedidos de compras aos fornecedores não possuem datas certas para serem realizados, ocorrem de acordo com a necessidade, e o lead time leva em média um a sete dias para chegar ao supermercado. Após chegar à empresa todos os produtos são colocados no corredor ou no depósito para que seja feita a conferência e o cadastro das mercadorias, feito isso são liberados para o estoque ou reposição. Existe um elevador de cargas interligando a área de venda com o depósito somente para transporte de mercadorias. Quando o repositor necessita de mercadorias para expor na área de venda o mesmo carrega um carrinho normal e transporta

41 até a saída para a área de vendas através do elevador, é através de diversos funcionários, conforme a responsabilidade de cada um na reposição de mercadorias nas gôndolas. A segregação de função é um procedimento de controle interno que significa dividir responsabilidades em determinado processo, principalmente quando relacionadas com compras e vendas. Quando duas transações são processadas por pessoas diferentes, cada uma exerce controle sobre a outra. Esse processo de conferência das mercadorias é importante, pois de acordo com Francischini e Gurgel (2004) é através dele que se verificam as características dos produtos e sua documentação pela cópia do pedido, verificando se as quantidades correspondem com o pedido de compra. Já com os produtos em estoque é feito o lançamento deles no sistema. Porém às vezes esse processo demora um pouco devido ao acúmulo de serviços do funcionário responsável, que realiza vários outros serviços. De acordo com o supermercado, 41% das compras de mercadorias são realizadas de representantes que fazem visita ao estabelecimento, os outros 59% são realizadas por cotação. Processo de compra sugerido para o supermercado: FIGURA 8 - Fluxograma pedido de compra Fonte: Auditoria do autor, 2013.

42 Legenda do fluxograma A = Início processo B = Análise níveis estoque C = Análise fluxo clientela D = Análise cotações fornecedores E = Requisição compras F = Cancelamento da requisição compras G = Ordem compras H = Chegada fornecedor / produtos I = Conferência / produtos J = Reprovado K = Aprovado L = Comunicado defeito ao fornecedor M = Recebimento Cadastro / produtos comprados N = Armazenagem Ressuprimento estoques O = Abastecimento Gôndolas P = Checkout Q = Entrega aos consumidores / produtos vendidos R = Fim processo 4.2.1 Fornecedores O supermercado conta hoje com um total de 330 fornecedores, sendo que apenas 70% estão ativos mensalmente, os outros 30% fornecem apenas ocasionalmente. Martins e Laugeni (2001, p. 24), relata que a seleção de fornecedores consiste em avaliar as condições de qualidade, financeiras e confiabilidade de entrega de cada fornecedor.

43 Gráfico 1 - Fornecedores O Supermercado realiza suas compras 83% de atacadistas e 17% diretamente da fábrica como pode ser visualizado a seguir: Gráfico 2 - Realização das compras Todos os fornecedores são cadastrados no sistema, permitindo consulta aos fornecedores baseando-se no nome jurídico da empresa, fantasia ou pelo CNPJ. Gera relatórios com detalhes de cada fornecedor, bem como detalhes entre as operações realizadas entre as empresas.

44 FIGURA 9 - Cadastro de fornecedores Fonte - Sistema operacional da empresa, 2013. Para a escolha dos fornecedores a empresa usa os seguinte critérios: FIGURA 10 - Critérios para seleção de fornecedores Fonte: Auditoria do autor, 2013. Arnold (1999, p. 218) diz que: Uma vez tomada a decisão sobre o que comprar, a segunda decisão mais importante

45 refere-se ao fornecedor certo. Um bom fornecedor é aquele que tem a tecnologia para fabricar o produto na qualidade exigida, tem a capacidade de produzir as quantidades necessárias e pode administrar seu negócio com eficiência suficiente para ter lucros e ainda assim vender um produto a preços competitivos. 4.2.2 Cadastro de produtos Hoje a empresa conta com 19.783 produtos cadastrados no sistema, sendo que destes apenas 6.358 produtos estão ativos. Gráfico 3 - Cadastro de produtos Pelo fato do programa ser recente eles copiaram banco de dados de outro supermercado e implantaram no Super Bom, gerando cadastro de produtos nunca vendidos no estabelecimento.

46 FIGURA 11 - Cadastro de produtos Fonte - Sistema operacional da empresa, 2013. Essa aba tem como objetivo controlar todas as mercadorias comercializadas no supermercado, como quantidades, preço de custo, preço de venda, natureza fiscal, grupo e subgrupo a que pertencem. Entre outras ferramentas, possibilita emitir relatórios com todas as informações cadastradas de cada produto, histórico do produto, ou apenas as informações que são necessárias no momento da consulta. Esses relatórios são de grande importância para melhorar o controle de estoque da empresa. Pelo módulo de cadastro de produtos, também é possível emitir relatórios sobre estoque, podendo assim consultar o valor total investido em estoques, bem como o capital comprometido em um tipo de produto, ou em produtos de uma marca única. 4.2.3 Lançamento de nota de compra O supermercado não compra nenhuma mercadoria que não tenha nota fiscal, nessa aba é feito o lançamento manual dos produtos, e está em andamento para ser lançado pelo XML.

47 FIGURA 12 - Lançamento de nota fiscal Fonte - Sistema operacional da empresa, 2013. 4.3 Curva ABC Segundo Dias (2006), devido à importância da curva ABC, esta foi utilizada neste trabalho para identificar os produtos que deverão receber maior atenção por parte do supermercado. Deste modo, a curva ABC demonstrou para o supermercado que os produtos considerados de maior necessidade, demandam controle e dedicação por parte do responsável pelas compras. Eles representam grande consumo por parte dos clientes, além de seu elevado valor de custo na composição de estoque. Esses resultados ajudarão na decisão de compra e estocagem de produtos com valor alto, mas que ao mesmo tempo com uma grande demanda. TABELA 3 - Curva ABC Nome do Produto Qt.Venda Custo Total Classificação % ACUCAR BOM GOSTO 5KG 3.856 R$ 21.902,08 13,56% A CERVEJA 600ML BRAHMA GARRAFA 4920 R$ 17.669,98 10,94% A CERVEJA 600ML SKOL GARRAFA 4800 R$ 17.232,00 10,67% A ARROZ NAMORADO 5KG 1.135 R$ 10.793,85 6,68% A CERVEJA 600ML ANTARTICA SUBZERO 2352 R$ 7.502,88 4,65% A Curva ABC