Bacharelado CIÊNCIAS CONTÁBEIS. Parte 6
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- Maria de Begonha Lage Camilo
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1 Bacharelado em CIÊNCIAS CONTÁBEIS Parte 6 1
2 NBC TG 16 - ESTOQUES 6.1 Objetivo da NBC TG 16 (Estoques) O objetivo da NBC TG 16 é estabelecer o tratamento contábil para os estoques, tendo como questão fundamental na contabilização dos estoques o valor do custo a ser reconhecido como ativo e mantido nos registros até que as respectivas receitas sejam reconhecidas Principais pontos abordados 1) Os estoques devem ser apresentados no menor valor entre custo e o valor líquido de realização (VLR); 2) Custos incluem o custo de aquisição, de conversão de matérias-primas em produtos acabados (materiais, mão-de-obra e custos gerais de produção) e outros custos para levar o estoque até a sua localização e condição atuais, mas não as variações cambiais (associadas com efeito cambial na compra a prazo de matéria-prima de fornecedor no exterior); 3) No caso de itens de estoque que não são intercambiáveis, são atribuídos custos específicos a determinados itens individuais (método da identificação específica); 4) Nos itens intercambiáveis, o custo é determinado pelo PEPS-FIFO ou pela MPM, não sendo permitido o UEPS-LIFO; 5) Quando os estoques são vendidos, o valor contábil deve ser registrado como despesa no período (CMV ou CPV) em que a respectiva receita é registrada Alcance da NBC TG 16 É aplicável a todos os estoques, com exceção dos seguintes: a) Produção em andamento proveniente de contratos de construção, incluindo contratos de serviços diretamente relacionados (NBC TG 17 Contratos de Construção); b) Instrumentos financeiros (NBC TG 38, 39 e 40 Instrumentos Financeiros); c) Ativos biológicos relacionados com a atividade agrícola e o produto agrícola no ponto da colheita (NBC TG 29 Ativo Biológico e Produto Agrícola) Definições Estoques são ativos: a) Destinados à venda, referentes ao curso normal dos negócios da empresa (produtos acabados e mercadorias); 2
3 b) Produtos em elaboração para venda; c) Sob a forma de matéria-prima ou materiais para serem consumidos no processo de produção ou na prestação de serviços Mensurações a) Os estoques devem ser avaliados ao custo ou pelo valor líquido realizável, prevalecendo o menor; b) O custo deve ser compreendido por todos os custos de aquisição, transformação e outros para trazer os estoques à sua condição e localização atuais; c) O custo de aquisição compreende o preço de compra, os gastos de importação e tributos (salvo os tributos subsequentemente recuperáveis pela empresa), transporte, manuseio e outros custos diretamente atribuíveis à aquisição de matérias-primas, materiais e serviços e deduzidos dos descontos comerciais, abatimentos e outros itens, se aplicável Custos de transformação Para os custos de transformação incluem os custos diretamente relacionados às unidades de produção, como MOD (mão-de-obra), bem como a alocação sistemática das despesas indiretas fixas e variáveis de produção incorridas na transformação das MPs (matérias-primas) em produtos acabados Custos diretos a) Os custos com salários de empregados diretamente ligados à produção devem ser alocados na produção com base nas condições normais de operação; b) Os custos diretos que são provenientes de ineficiência não deverão ser incluídos na mensuração dos estoques Custos Indiretos a) Despesas fixas de produção são todos os custos indiretos de produção que permanecem constantes independentemente do volume de produção. Exemplos: depreciação, aluguel, manutenção das máquinas e dos equipamentos e gerenciamento e administração da fábrica; b) A alocação de despesas indiretas fixas de produção aos custos de transformação é baseada na capacidade normal de produção; c) Despesas variáveis de produção são custos indiretos de produção que variam diretamente, ou quase diretamente, com o volume de produção. Exemplos: materiais indiretos e MOI (mão-de-obra indireta); d) A alocação de cada unidade de produção está baseada no uso atual das instalações de produção Dois ou mais produtos No processo de produção, quando dois ou mais produtos são produzidos simultaneamente e os custos entre um e outro não são facilmente identificáveis, eles devem ser alocados entre os produtos usando uma base constante e racional. 3
4 6.1.8 Outros custos Existem ainda alguns custos que devem ser lançados como despesa (DRE): - valor anormal de desperdício de materiais, MO ou outros custos de produção; - custos de armazenagem, a não ser que tais custos sejam necessários ao processo de produção; - despesas administrativas e com vendas Valor líquido realizável a) É o preço estimado de venda no curso normal dos negócios, menos os custos estimados para completar o produto e menos as despesas necessárias para realizar a venda, e é, portanto, o valor específico da empresa; b) O valor realizável líquido difere do conceito de valor justo. O valor justo mensura o montante para o qual o mesmo estoque pode ser comercializado entre compradores e vendedores no mercado e, portanto, não se caracteriza como o valor específico da empresa; c) Geralmente, as estimativas do valor líquido realizável são feitas item por item. Em certas circunstâncias, talvez seja apropriado agrupar os itens de estoques similares ou relacionados Constituição de provisão para valor líquido realizável a) Quando o valor líquido realizável de um item é menor do que o seu custo, o montante excedido deverá ser objeto de constituição de ajuste estimado para perda, com o débito computado como despesa na DRE; b) As matérias-primas e os outros itens do estoque utilizados na produção do produto acabado não serão trazidos ao seu valor líquido realizável, caso esteja abaixo do seu valor de custo, no caso em que os produtos acabados nos quais estão sendo incorporados possuem expectativas de serem vendidos pelo mesmo ou por um custo maior. Exemplo: A redução de estoques a valores inferiores ao custo histórico deve ser computada separadamente por itens individuais ou grupos similares, conforme o mais adequado. Segue um exemplo de estimação e contabilização desta natureza. A Sociedade apresenta a seguinte posição de estoques de produtos destinados à venda em 31 de dezembro de 20X3: Cálculo: Produtos Valor de custo ($) Valor realizável ($) Valor de ajuste estimado ($) A B C TOTAL
5 Note que a comparação do custo com o valor líquido realizável é feita item a item e, não pelo valor total de todos os itens. Adicionalmente, no caso de ocorrer aumento no valor líquido realizável dos produtos A e C, a Sociedade deverá reverter para o resultado (receita) a parcela correspondente do ajuste estimado. Contabilização: D Despesa com ajuste de estoque ao VLR C Ajuste estimado para perda dos estoques No Balanço Patrimonial: Ativo $ Estoques Ajuste estimado para perda (120) Valor Líquido Reversão da provisão para valor líquido realizável a) Quando avaliações posteriores mostrarem que as circunstâncias que anteriormente levaram à constituição da provisão para perda não existem mais, ou quando é clara a evidência de que houve um aumento do valor líquido realizável devido a uma mudança no cenário econômico, requer-se que o montante correspondente da provisão para valor líquido realizável seja revertido como um ganho na DRE. * Obs.: conforme discussões da nova Contabilidade aplicada no Brasil, a palavra provisão será substituída pela designação ajuste estimado, pois vem convencionando-se que a palavra provisão será utilizada somente para um Passivo e não mais em contas do Ativo Divulgação a) Das políticas contábeis adotadas na mensuração dos estoques, incluindo formas e critérios de valoração. A descrição deve ser sucinta e clara para que o leitor possa saber qual das diferentes políticas permissíveis de acordo com a NBC TG 16 foi adotada; b) Da classificação dos estoques em grupos, tais como almoxarifado, matéria-prima, produto em processo e produto acabado; c) Dos valores dos estoques em que a expectativa de realização seja maior do que um ano da data do balanço; d) Dos valores reconhecidos no resultado do exercício em razão de provisão da não realização dos estoques, ou pela reversão de uma provisão de uma constituída; e) Dos valores dos estoques penhorados que foram dados como garantia de uma obrigação. 5
6 EXERCÍCIOS INDIVIDUAIS Parte 6 1) Assinale com C a frase correta e com F a frase falsa. 1) ( ) os gastos relacionados com a venda do produto acabado para terceiros são classificados como custo do produto em estoque. 2) ( ) a matéria-prima constitui um custo da mercadoria comprada de fornecedores e vendida aos clientes. 3) ( ) a depreciação dos equipamentos da fábrica é alocada aos custos dos produtos que estão em elaboração. 4) ( ) a metodologia último a entrar é o primeiro a sair não aceita para valorização dos estoques. 5) ( ) pela metodologia PEPS, os estoques são valorizados pelas últimas compras. 6) ( ) os impostos recuperáveis representam custos de aquisição de mercadorias. 7) ( ) valor líquido recuperável é igual ao valor justo. 8) ( ) a margem normal de lucro é deduzida para fins de determinar o valor líquido recuperável. 9) ( ) o valor do tributo que incide na venda do produto acabado é deduzido para fins de determinar o VLR. 10) ( ) o ajuste estimado para perdas dos estoques é uma conta de natureza devedora. 11) ( ) o ajuste estimado para perda de estoques gera um aumento do LLE. 12) ( ) a variação cambial sobre a dívida com fornecedores no exterior é debitada na conta de estoques. 13) ( ) a reversão do ajuste estimado para perda dos estoques ocasiona um ganho na DRE. 14) ( ) o método do custo médio é aceito para fins de valorização dos estoques. 15) ( ) o custo fixo de produção é debitado diretamente como despesa na DRE. FFCCCFFFCFFFCCF 2) a Companhia ABC S/A. compra e vende sapatos. Em 1º/set/x3, o estoque inicial era composto de 30 unidades de pares de sapatos, adquiridos por R$ 40,00 cada um e, durante o mês ocorreram as seguintes operações: 02-set: compra de 10 unidades por R$ 42,00 cada; 03-set: venda de 03 unidades por R$ 50,00 cada; 04-set: venda de 28 unidades por R$ 45,00 cada; 05-set; compra de 05 unidades por R$ 41,00 cada; 06-set: venda de 10 unidades por R$ 48,00 cada. Realize uma Ficha de Estoque pelo Método PEPS e outra pela Média Ponderada Móvel. 6
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