CALIBRAÇÃO DE UM MULTI-FILTER ROTATING SHADOWBAND RADIOMETER A PARTIR DA TÉCNICA LANGLEY PLOT E DO MÉTODO GERAL



Documentos relacionados
NOTA II TABELAS E GRÁFICOS

TEORIA DE ERROS * ERRO é a diferença entre um valor obtido ao se medir uma grandeza e o valor real ou correto da mesma.

CONGRESSO DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA E PÓS-GRADUAÇÃO - I CICPG SUL BRASIL Florianópolis 2010

Estimativa da fração da vegetação a partir de dados AVHRR/NOAA

Introdução à Análise de Dados nas medidas de grandezas físicas

Expressão da Incerteza de Medição para a Grandeza Energia Elétrica

Estimativa da Incerteza de Medição da Viscosidade Cinemática pelo Método Manual em Biodiesel

Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Cálculo do Conceito Preliminar de Cursos de Graduação

MAPEAMENTO DA VARIABILIDADE ESPACIAL

POLARIMETRIA ÓPTICA E MODELAGEM DE POLARES OBSERVADAS NO OPD/LNA NO PERÍODO DE

Variabilidade Espacial do Teor de Água de um Argissolo sob Plantio Convencional de Feijão Irrigado

PARTE Apresente as equações que descrevem o comportamento do preço de venda dos imóveis.

Influência dos Procedimentos de Ensaios e Tratamento de Dados em Análise Probabilística de Estrutura de Contenção

Nota Técnica Médias do ENEM 2009 por Escola

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS - UnilesteMG

Algarismos Significativos Propagação de Erros ou Desvios

Controlo Metrológico de Contadores de Gás

Aula Características dos sistemas de medição

7. Resolução Numérica de Equações Diferenciais Ordinárias

CQ110 : Princípios de FQ

Cálculo do Conceito ENADE

Introdução e Organização de Dados Estatísticos

Estimativa dos fluxos turbulentos de calor sensível, calor latente e CO 2, sobre cana-de-açúcar, pelo método do coespectro.

Regressão e Correlação Linear

BALANÇO HÍDRICO: UMA FERRAMENTA PARA GESTÃO INDUSTRIAL E OTIMIZAÇÃO AMBIENTAL.

Princípios do Cálculo de Incertezas O Método GUM

Controle de qualidade de produto cartográfico aplicado a imagem de alta resolução

Distribuição de Massa Molar

Covariância e Correlação Linear

Sistemas de Filas: Aula 5. Amedeo R. Odoni 22 de outubro de 2001

Uso dos gráficos de controle da regressão no processo de poluição em uma interseção sinalizada

IX CONGRESSO BRASILEIRO DE ENGENHARIA E CIÊNCIAS TÉRMICAS. 9th BRAZILIAN CONGRESS OF THERMAL ENGINEERING AND SCIENCES

PLANEJAMENTO DE EXPERIMENTOS E OTIMIZAÇÃO DE SISTEMAS MISTOS

Informação. Nota: Tradução feita por Cláudio Afonso Kock e Sérgio Pinheiro de Oliveira.

PLANILHAS EXCEL/VBA PARA PROBLEMAS ENVOLVENDO EQUILÍBRIO LÍQUIDO-VAPOR EM SISTEMAS BINÁRIOS

Sistemas Robóticos. Sumário. Introdução. Introdução. Navegação. Introdução Onde estou? Para onde vou? Como vou lá chegar?


Análise Econômica da Aplicação de Motores de Alto Rendimento

Otimização de Custos de Transporte e Tributários em um Problema de Distribuição Nacional de Gás

Figura 8.1: Distribuição uniforme de pontos em uma malha uni-dimensional. A notação empregada neste capítulo para avaliação da derivada de uma

Cap. IV Análise estatística de incertezas aleatórias

UNIVERSIDADE DE PERNAMBUCO. Física Experimental. Prof o José Wilson Vieira

Universidade Federal da Bahia Instituto de Física Departamento de Física da Terra e do Meio Ambiente TEXTOS DE LABORATÓRIO T E O R I A D E E R R O S

7 Tratamento dos Dados

1 Princípios da entropia e da energia

LOCALIZAÇÃO ESPACIAL DA MÃO DO USUÁRIO UTILIZANDO WII REMOTE. Ricardo Silva Tavares 1 ; Roberto Scalco 2

CAPÍTULO VI Introdução ao Método de Elementos Finitos (MEF)

Estatística stica Descritiva

Geração de poses de faces utilizando Active Appearance Model Tupã Negreiros 1, Marcos R. P. Barretto 2, Jun Okamoto 3

RM 68 INCERTEZA DE MEDIÇÃO: GUIA PRÁTICO DO AVALIADOR DE LABORATÓRIOS SUMÁRIO 1 OBJETIVO E CAMPO DE APLICAÇÃO 2 REFERÊNCIAS 3 DEFINIÇÕES 4 METODOLOGIA

Aula 03 Erros experimentais Incerteza. Aula 03 Prof. Valner Brusamarello

Probabilidade e Estatística. Correlação e Regressão Linear

5.1 Seleção dos melhores regressores univariados (modelo de Índice de Difusão univariado)

REGRESSÃO LOGÍSTICA. Seja Y uma variável aleatória dummy definida como:

Variáveis dummy: especificações de modelos com parâmetros variáveis

Laboratório de Mecânica Aplicada I Estática: Roldanas e Equilíbrio de Momentos

OTIMIZAÇÃO DO FLUXO REVERSO DE PNEUS INSERVÍVEIS ATRAVÉS DE UM MODELO DE LOCALIZAÇÃO DE FACILIDADES: UM ESTUDO DE CASO

METROLOGIA E ENSAIOS

2 CONSIDERAÇÕES TEÓRICAS

ÍNDICE NOTA INTRODUTÓRIA

ANÁLISE DE CONFIABILIDADE DO MODELO SCS-CN EM DIFERENTES ESCALAS ESPACIAIS NO SEMIÁRIDO

XX SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NOVO MODELO PARA O CÁLCULO DE CARREGAMENTO DINÂMICO DE TRANSFORMADORES

MODELOS DE REGRESSÃO PARAMÉTRICOS

Fast Multiresolution Image Querying

COMPARATIVO ENTRE MÉTODOS DE CÁLCULO DE PERDAS EM TRANSFORMADORES ALIMENTANDO CARGAS NÃO-LINEARES

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA COLEGIADO DO CURSO DE DESENHO INDUSTRIAL CAMPUS I - SALVADOR

Variação ao acaso. É toda variação devida a fatores não controláveis, denominadas erro.

INTRODUÇÃO AO CÁLCULO DE ERROS NAS MEDIDAS DE GRANDEZAS FÍSICAS

Experiência V (aulas 08 e 09) Curvas características

1 a Lei de Kirchhoff ou Lei dos Nós: Num nó, a soma das intensidades de correntes que chegam é igual à soma das intensidades de correntes que saem.

3ª AULA: ESTATÍSTICA DESCRITIVA Medidas Numéricas

Análise de Regressão. Profa Alcione Miranda dos Santos Departamento de Saúde Pública UFMA

ABSTRACT. Keywords: solar radiation, photosynthesis and sugar cane. 1. INTRODUÇÃO

CORRELAÇÃO DO EQUILÍBRIO DE FASES DO SISTEMA MULTICOMPONENTE ÉSTERES ETÍLICOS DO ÓLEO DE MURUMURU/DIÓXIDO DE CARBONO COM A EQUAÇÃO SRK

Metodologia IHFA - Índice de Hedge Funds ANBIMA

AVALIAÇÃO NA PRECISÃO DE RECEPTORES GPS PARA O POSICIONAMENTO ABSOLUTO RESUMO ABSTRACT

CAPÍTULO 1 Exercícios Propostos

ÍNDICE DE CONSISTÊNCIA TEMPORAL: UM NOVO MÉTODO PARA AVALIAÇÃO DA ESTABILIDADE TEMPORAL DE ARMAZENAMENTO DE ÁGUA NO SOLO

LQA - LEFQ - EQ -Química Analítica Complemantos Teóricos 04-05

AVALIAÇÃO SIMPLIFICADA DOS CONSUMOS DE ENERGIA ASSOCIADOS À VENTILAÇÃO

Energia de deformação na flexão

A ESTIMATIVA DA INCERTEZA DE MEDIÇÃO PELOS MÉTODOS DO ISO GUM 95 E DE SIMULAÇÃO DE MONTE CARLO

Despacho Econômico de. Sistemas Termoelétricos e. Hidrotérmicos

Controle Estatístico de Qualidade. Capítulo 8 (montgomery)

Sinais Luminosos 2- CONCEITOS BÁSICOS PARA DIMENSIONAMENTO DE SINAIS LUMINOSOS.

Avaliação da Tendência de Precipitação Pluviométrica Anual no Estado de Sergipe. Evaluation of the Annual Rainfall Trend in the State of Sergipe

PROJEÇÕES POPULACIONAIS PARA OS MUNICÍPIOS E DISTRITOS DO CEARÁ

CORRELAÇÃO E REGRESSÃO

3 A técnica de computação intensiva Bootstrap

IV - Descrição e Apresentação dos Dados. Prof. Herondino

Caderno de Exercícios Resolvidos

Os modelos de regressão paramétricos vistos anteriormente exigem que se suponha uma distribuição estatística para o tempo de sobrevivência.

O migrante de retorno na Região Norte do Brasil: Uma aplicação de Regressão Logística Multinomial

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA, VIÇOSA, MG, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, GOIANIA, GO, BRASIL.

Avaliação do tamanho da amostra de segmentos regulares para estimar a área plantada com café na região sul de Minas Gerais

Métodos de Monitoramento de Modelo Logit de Credit Scoring

3ULQFtSLRVGDGLIUDomRGHUDLRV;

Uso do NDVI para determinação da biomassa na chapada do Araripe. Ziany Neiva Brandão 1,2 Marcus Vinícius Cândido Bezerra 2 Bernardo Barbosa da Silva 2

Coordenação Geral de Acreditação

Transcrição:

CALBRAÇÃO DE UM MULT-FLTER ROTATNG SHADOWBAND RADOMETER A PARTR DA TÉCNCA LANGLEY PLOT E DO MÉTODO GERAL Nlton E. do Rosáro 1*, Márca A. Yamasoe 1, André C. Sayão 1, Rcardo A. Squera 1, Paulo Artaxo 2 RESUMO: A técnca Langley Plot (LP é consderada padrão na calbração de fotômetros solares. Entretanto, devdo às restrtas condções atmosfércas sob as quas esta pode ser aplcada, métodos alternatvos têm sdo propostos. Neste trabalho é realzada a calbração de um Mult-Flter Rotatng Shadowband Radometer (MFRSR utlzando o Método Geral (MG proposto por Forgan (1994 a partr de dados coletados na cdade de São Paulo. A precsão com que foram estmadas as constantes de calbração do referdo nstrumento é comparável com a obtda calbrando o mesmo pela técnca Langley Plot em condções de topo de montanha, como sugerdo na lteratura. Este resultado é partcularmente mportante na estmatva de profunddades óptcas do aerossol. ABSTRACT: Calbraton constants of a Multflter Rotatng Shadowband Radometer were determned usng a General Method formulated by Forgan (1994 at an urban ste. The method was appled wth data collected at the operatonal ste of the MFRSR at Sao Paulo cty. The obtaned results are comparable wth Langley Plots appled on mountan tops, far from mportant polluton sources. The results show that t s possble to calbrate the radometer on a sem-contnuous bass at polluted stes lke São Paulo cty and provde successful Aerosol Optcal Depth (AOD retrevals. Palavras-Chave: sensoramento remoto, fotometra solar, aerossol atmosférco. NTRODUÇÃO A fotometra solar é uma das prncpas técncas de sensoramento remoto da atmosfera (Shaw, 1983, o que se deve à sua smplcdade e acuráca. Entretanto, a acuráca das nformações dervadas dependem sgnfcatvamente da establdade e da calbração dos fotômetros. A establdade é especalmente crítca quando se trata de montoramento de longo prazo. Os prncpas problemas estão assocados à degradação do sstema óptco (Alexandrov et al., 22; varação acma de 1% na sensbldade dos detectores tem sdo regstrada para períodos nferores a um ano (Forgan, 1994. sso obrga as redes de fotometra a calbrarem regularmente os seus nstrumentos. 1 nsttuto de Astronoma, Geofísca e Cêncas Atmosfércas, Unversdade de São Paulo. 2 nsttuto de Físca, Unversdade de São Paulo. * Rua do Matão, n o 1226, Cdade Unverstára, São Paulo, +55 113912833, e-mal: nrosaro@model.ag.usp.br

Por exemplo, a rede AErosol RObotc NETwork (AERONET calbra a cada ses meses os seus nstrumentos de referênca em Mauna Loa, Hawaí, a 34 m de alttude, utlzando a técnca LP (Holben et al., 1998. A aplcação do LP exge condções atmosfércas estáves e baxa concentração de aerossós, requstos observados apenas em regões especfcas, como por exemplo, topos de montanhas dstantes de fontes poludoras. Devdo aos custos elevados poucas são as redes que possuem condções para adotar o procedmento da AERONET. Por outro lado, a calbração em laboratóro não atende a acuráca requerda (Schmd e Wehrl, 1995. Métodos alternatvos, mas flexíves em relação às condções atmosfércas, e que possbltam a calbração dos fotômetros em sua própra base operaconal têm sdo propostos (Forgan, 1994. Neste trabalho é avalada a aplcação do MG sugerdo por Forgan (1994 na calbração de um MFRSR a partr de medções realzadas na cdade de São Paulo. O mesmo nstrumento é calbrado posterormente utlzando a técnca LP para medções realzadas no Observatóro Pco dos Das do Laboratóro Naconal de Astrofísca (OPD-LNA, localzado em Brasópols, Mnas Geras, a uma alttude de 18 metros, dstante de fontes sgnfcatvas de polução. MATERAS E MÉTODOS O MFRSR é um radômetro mult-espectral que utlza dferentes fltros de nterferênca e a técnca de sombreamento para medr a rradânca solar global e o componente dfuso nos canas espectras: 415, 67, 87, 94, 136 nm (Harrson et al., 1994. A rradânca solar dreconal ( DN,λ é estmada a partr da dferença entre a rradânca global e o componente dfuso. O MFRSR operou entre junho de 24 e março de 26 no topo do edfíco Pelletron do nsttuto de Físca da USP (FUSP ao lado do fotômetro CE-318A da AERONET. Entre julho e agosto de 25 fo deslocado para o OPD-LNA para a calbração. O CE-318A mede a radânca solar dreta em oto canas espectras: 12, 94, 87, 67, 5, 44, 38 e 34 nm. A sua calbração é realzada anualmente nos laboratóros da AERONET a partr de fotômetros referênca (Holben et al., 1998. Le de Beer-Bouguer-Lambert A técnca da fotometra solar fundamenta-se na le de Beer-Bouguer-Lambert, doravante, por smplcdade, denomnada le de Beer, que descreve a atenuação de um fexe de radação solar monocromátco ao atravessar um meo. Para a atmosfera, esta le é aproxmada pela segunte expressão: DN, λ, λ 2 m ( τ m, λ g, λ a, λ = e (1 R

onde é a rradânca solar dreta normal ncdente à superfíce para o comprmento de onda λ,,λ DN,λ é a rradânca solar observada no topo da atmosfera (TOA, do termo nglês Top Of Atmosphere para a dstânca Terra-Sol de 1 Undade Astronômca (U.A., 2 R é o fator de correção da dstânca Terra-Sol, m é a massa óptca relatva da atmosfera, τ m, λ é a profunddade óptca molecular, τ, λ g é profunddade óptca devdo à absorção gasosa e τ a, λ é a profunddade óptca de extnção devdo aos aerossós (AOD. A calbração dscutda neste trabalho está relaconada com,λ, denomnado de constante de calbração e representa o valor que o nstrumento regstrara caso localzado no TOA para uma dstânca Terra-Sol de 1 U.A. A obtenção da constante de calbração pode ser feta em laboratóro através de fontes artfcas de radação ou por meo de métodos de campo como, por exemplo, o LP e o MG, ambos utlzados no presente trabalho. Langley Plot (LP A técnca de calbração LP é baseada na forma lnearzada da le de Beer ln, λ = (2 2 R DN, λ m( τ m, λ g, λ a, λ + ln O logartmo da rradânca medda à superfíce ( versus a massa óptca ( m fornece uma ln DN,λ reta cujo declve representa a profunddade óptca total da atmosfera, e o seu coefcente lnear, o logartmo da rradânca solar no TOA. A massa óptca total da atmosfera usualmente é estmada por meo de aproxmações empírcas como função do ângulo zental solar (Shaw, 1983; Kasten e Young, 1989. Entre julho e agosto de 25 o MFRSR fo nstalado no OPD-LNA, onde as condções atmosfércas são favoráves à aplcação do LP. Método Geral (MG O MG relaxa as restrções que o LP mpõe às condções atmosfércas. Ao nvés de requerer que as condções de extnção permaneçam constantes, o método exge apenas que a dependênca espectral seja preservada. Para quasquer dos canas espectras, λ e λ τ a ( λ = cons tan te = Ψ, τ ( λ a A constante de calbração de um dos canas do fotômetro deve ser conhecda a pror. Uma alternatva, é que o componente de extnção do aerossol seja obtdo de um outro nstrumento calbrado. Admtndo λ como o canal de referênca, para qualquer outro canal λ temos que (3 { ln + m[ τ ( λ τ ( λ ]} ψ, [ mτ a ( λ ] ln, = m + g (4

onde, é a constante de calbração do canal, a ser determnado. As restantes ncógntas são b conhecdas ou podem ser estmadas. sto nos leva a uma equação do tpo y = ax +, onde a = ψ,, = ln, y = { ln + m[ τ ( λ ( λ ]} e x = [ mτ a ( λ ]. b, m g Pelo fato de não se conhecer, a pror, a constante de calbração dos canas do MFRSR, o canal de 87 nm fo calbrado a partr dos dados do nível 2. 3 da AERONET. Posterormente, este fo utlzado para calbrar os demas canas do MFRSR. A preservação da dependênca espectral fo avalada com base nos valores do coefcente de Ångström (α obtdos para os canas 44 e 87 nm da AERONET, períodos com desvos maores de 5% em α foram rejetados.o α é defndo como ln( τ a 44 / τ,87 α(44,87 =, a (5 ln(44 / 87 A Fgura 1 apresenta um exemplo da aplcação do MG para o da 24/9/24 em São Paulo. 2,2 2, 1,8 1,6 1,4 1,2 1,,8 y = 1,456x-,227 R 2 = R 2 =,9998 y = 1,4557x -,2271,6,4,7,8,9 1, 1,1 1,2 1,3 1,4 1,5 1,6 Fgura 1 - Exemplo de aplcação do MG para dados coletados durante a manhã do da 24/9/24, sendo λ = 87 nm e λ = 67 nm. A constante de calbração do canal 67 nm do MFRSR é estmado utlzando o canal 87 nm como referênca. RESULTADOS Para a cdade de São Paulo, no nverno de 24, foram dentfcados 17 períodos, entre manhãs e tardes, que atenderam ao requsto do MG. A Tabela 1 apresenta os resultados da calbração do canal 87 nm do MFRSR utlzando como referênca quatro canas espectras da AERONET: 44, 67, 87 e 12 nm. Em todos os casos, a ncerteza na constante fnal obtda fo menor que 1%. A estmatva fnal para a constante de calbração do canal 87 nm consstu-se na 3 Dados de máxma qualdade da rede.

méda ponderada pelas correspondentes ncertezas estatístcas. Em seguda, este canal fo utlzado para calbrar os demas canas do MFRSR, 415, 67 e 136 nm. Tabela 1: Constante de calbração,λ (Wm -2 nm -1 do canal 87 nm do MFR34 obtda partr do MG utlzando como referênca os canas 44, 67, 87 e 12 nm do CE-318A. λ 44 nm 67 nm 87 nm 12 nm (σ,87 (4,84 (3,814 (3,815 (3,87 Durante a permanênca do MFRSR no OPD-LNA foram dentfcados 16 períodos com condções favoráves à aplcação do LP. As estmatvas fnas das constantes de calbração foram calculadas a partr da méda das constantes obtdas para todos os períodos, conforme sugerdo por Mchalsky et al. (21. A Tabela 2 apresenta as estmatvas fnas das constantes de calbração dos canas do MFRSR obtdas durante os nvernos de 24 e 25 pelo MG e LP, respectvamente. As ncertezas estatístcas obtdas pelos dos métodos são comparáves, com exceção do canal 415 nm. Entretanto, a dferença entre as constantes obtdas para os dos períodos supera sgnfcatvamente as ncertezas. Atrbu-se esse fato, prncpalmente, à degradação do nstrumento, o que evdenca o problema da establdade e a necessdade da calbração regular do MFRSR. Tabela 2: Constantes de calbração,λ do MG e do LP para os nvernos de 24 e 25, respectvamente. (Wm -2 nm -1 e respectvas ncertezas σ dos canas do MFRSR obtdas a partr Δ, λ representa a dferença relatva. λ 415 nm 67 nm 87 nm 136 nm (σ - MG 1,4 (2 1,26 (3,81 (3,58 (1,λ,λ (σ - LP 1,13 (2 1,186 (2,772 (2,56 (1 Δ,λ (% -3% -6% -5% -3% A Fgura 2 compara médas dáras de AOD em 67 nm dadas pela AERONET e obtdas pelo MFRSR para alguns das dentro dos dos períodos, nvernos de 24 e 25, em que este fo calbrado. Ressaltando que para o cálculo da AOD, em 24, fo utlzada a constante obtda pelo MG e, em 25, pelo LP. AOD - 67 nm,5,4,3,2,1 AERONET MFRSR MFRSR-AERONET (a AOD - 67 nm,5,4,3,2,1 (b, 24-jul 25-jul 26-jul 27-jul 28-jul 29-jul 1-ago Data - 24, 27-ago 28-ago 29-ago 3-set 8-set 9-set 1-set Data - 25 Fgura 1 Comparação entre médas dáras de AOD obtdas pela AERONET e calculadas para o MFRSR a partr das constantes dervadas para os nvernos de 24 e 25 utlzando, respectvamente, o MG (a e o LP (b.

A dferença entre o MFRSR e a AERONET é sstemátca e com equvalente magntude para ambos os períodos analsados. Em outras palavras, o comportamento da AOD do MFRSR em relação à AERONET entre os dos períodos é consstente, o que sugere que a calbração pelo MG fornece resultados comparáves ao LP, quando este é aplcado em regões com condções atmosfércas mas propícas que as de São Paulo. CONCLUSÕES As constantes de calbração do MFRSR obtdas utlzando o MG para São Paulo apresentaram ncertezas menores que 1%. Esse resultado é comparável com o obtdo para a calbração do radômetro a partr do método LP no OPD-LNA. A mportânca deste resultado está assocada à necessdade de calbração rotnera dos fotômetros, almejando nformações mas acuradas e precsas e aos custos que envolvem o deslocamento de nstrumentos para regões remotas. Apesar de se tratar de períodos dferentes, a profunddade óptca méda dára do aerossol estmada com a constante dervada pelo MG apresenta o mesmo comportamento, em relação aos dados da AERONET, que a AOD calculada utlzando a constante obtda a partr do LP, aplcado em condções de topo de montanha. Em se tratando da aplcação dos dos métodos em São Paulo, contraramente ao LP, o MG fornece resultados que permtem obter estmatvas de profunddade óptca de aerossol de qualdade comparável aos dados da AERONET. REFERÊNCAS BBLOGRÁFCAS Alexandrov, M. D.; Lacs, A. A.; Carlson, B. E. Remote sensng of atmospherc aerosols and trace gases by means of multflter rotatng shadowband radometer. Part : retreval algorthms. Journal of the Atmospherc Scences, v. 59, n. 31, p. 524-523, 22. Forgan, B. W. General method for calbratng Sun photometers. Appled Optcs, v. 33, p. 4841-485, 1994. Harrson, L.; Mchalsky, J. E Berndt, J. Automated multflter rotatng shadow-band radometer: an nstrument for optcal depth and radaton measurements. Appled Optcs, v. 33, p. 5118-5125, 1994. Holben, B. N. et al. AERONET- A federated nstrument network and data archve for aerosol characterzaton. Remote Sensng of Envronment, v. 66, p. 1-16, 1998. Kasten F. e Young, A. T. Revsed optcal ar mass tables and approxmaton formula. Appled Optcs, v. 28, p. 4735-4738, 1989. Mchalsky, J. J. et al. Multyear measurements of aerosol optcal depth n the Atmospherc Radaton Measurement and Quanttatve Lnks programs. Journal of Geophyscal Research, v. 16, p.1299-1217, 21. Schmd, B. e Wehrl, C. Comparson of Sun photometer calbraton by Langley technque and standard lamp. Appled Optcs, v. 34, p. 45-4512, 1995. Shaw, G. E. Sun photometry. Bulletn of the Amercan Meteorologcal Socety, v. 64, p. 4-1. 1983.