GESTÃO DO CONHECIMENTO MÓDULO 3

Documentos relacionados
Aula 2. Histórico da Gestão de Processos de Negócio. Prof. Carina Frota Alves

Aula 2. Professor Douglas Pereira da Silva. dps aula 2

Administração Prof. Esp. André Luís Belini Bacharel em Sistemas de Informações MBA em Gestão Estratégica de Negócios

O QUE É ADMINISTRAÇÃO? Administração é o processo de conjugar recursos humanos e materiais de forma a atingir fins desejados, através de uma

Campus Capivari Análise e Desenvolvimento de Sistemas (ADS) Prof. André Luís Belini /

Anotações LIDERANÇA - MÓDULO 2 ESCOLA DAS RELAÇÕES HUMANAS

Prof. Fabiano da Veiga GESTÃO DA PRODUÇÃO

Clique para editar o estilo do. título mestre

A Escola das Relações Humanas. Prof. Fernando Rodrigues

AP02-ADMINISTRAÇÃO DA PRODUÇÃO EVOLUÇÃO HISTÓRICA

Evolução histórica da. Administração e. Administração. Empreendedorismo. . Administração e Empreendedorismo. Professor Dr. Alexandre Silva de Oliveira

mai-19 PENSAMENTO MECANICISTA PENSAMENTO SISTÊMICO Pensamento Mecanicista Pensament o Sistêmico Pensamento Mecanicista Pensamento Mecanicista

ASPECTOS DA DIMENSÃO HUMANA NA ESTRATÉGIA ORGANIZACIONAL

Administração. Visão Geral das Teorias Administrativas. Professor Rafael Ravazolo.

ADMINISTRAÇÃO 22/02/ HISTÓRICO NOVOS MODELOS GERENCIAIS ADMINISTRAÇÃO JAPONESA

TEORIA GERAL DOS SISTEMAS Teoria Geral da Administração - TGA. Professores: Jailson Castro Freitas Sâmya Aguiar Lôbo

Introdução à Remuneração

Organização, Sistemas e Métodos

A Administração e suas perspectivas

A Abordagem Excedentária

ADMINISTRAÇÃO GERAL. Introdução e Antecedentes Históricos Parte 6. Prof. Fábio Arruda

AULA 4 ADMINISTRAÇÃO

Resumo Aula-tema 01: Desafios para o Gestor Contemporâneo.

APRESENTAÇÃO DOS TRABALHOS

REVOLUÇÃO INDUSTRIAL E INDUSTRIALIZAÇÃO

Gestão de pessoas. Prof. Dr. Alexandre H. de Quadros

Patrimonialismo, Burocracia e Administração por Objetivos

Teorias Contemporâneas da

Administração. Direção. Professor Rafael Ravazolo.

ADMINISTRAÇÃO GERAL. Abordagem Clássica. Administração Científica - Parte 1. Prof. FábioArruda

Patrimonialismo, Burocracia e Administração por Objetivos

RECURSOS HUMANOS DEFINIÇÃO DE CARGOS / JOB DESIGN

Qualidade de Vida no Trabalho. QVT Uma visão mais conceitual

EVOLUÇÃO DOS MODELOS DE PRODUÇÃO

GESTÃO EM SAÚDE. Teorias da Administração. Renata Loretti Ribeiro - Enfermeira

27/04/2018 PENSAMENTO MECANICISTA PENSAMENTO SISTÊMICO. Pensament o Sistêmico. Pensamento Mecanicista. Pensamento Mecanicista. Pensamento Mecanicista

Teorias das Organizações. Prof. Doutora Maria José Sousa

ADMINISTRAÇÃO GERAL. Modelo Burocrático de Organização Parte 3. Prof. Fábio Arruda

Gestão de pessoas: desenvolvimento de liderança e organização de equipe (GP)

1ª Revolução Industrial

A Competição Empresarial tem a capacidade de transformar complexidade e especialização em desempenho. A competição permite construir organizações que

Teoria Básica da Administração. Administração Científica. Professor: Roberto César

Afundamentos da Administração

Disciplinas Opcionais Curso de Especialização em Administração Industrial (CEAI)

Administração de Cargos e Salários

Definições. Tarefa: atividades individualizadas e executadas por um ocupante de cargo. Cargos simples e repetitivos.

PROCESSOS GERENCIAIS

O QUE É ADMINISTRAÇÃO? Administração é o processo de conjugar recursos humanos e materiais de forma a atingir fins desejados, através de uma

O ENFOQUE COMPORTAMENTAL NA ADMINISTRAÇÃO

Modelos Contemporâneos de Organização

PMR3507 Fábrica Digital

Frederick Taylor e a Administração Científica

Introdução à Administração Geral 11/02/2014. Introdução à Administração. Humberto Arantes 1. Unidade 02 A Administração e suas Perspectivas

PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO DA GESTÃO DE PESSOAS

Empresas e Sistemas. Disciplina: Gestão da Tecnologia de Sistemas. Professor: Thiago Silva Prates

GESTÃO DA QUALIDADE GESTÃO DA QUALIDADE

Fundamentos da Direção

Ementa. Conteúdo Programático. Eduardo Joukhadar. Apresentação. Bibliografia Básica. Printed with FinePrint - purchase at

Tecnologias da informação com aplicabilidade ao RH. O Modelo Competitivo de Gestão de Pessoas

Aula 5. Abordagem Humanística da Administração (Teoria das Relações Humanas)

Concurso TCM Ciências da Administração

Considerando os milhares de anos da história da humanidade, faz pouco tempo que as pessoas trabalham o dia inteiro, têm horários rígidos e vivem com

Abordagens teóricas recentes da Administração: O sistema japonês. Prof. Dr. Jorge Caldeira

Teorias Motivacionais

INICIO: 1º. SEMESTRE Carga Horária Semanal: 4 - Ano: 2011

TEORIAS MOTIVACIONAIS Preceitos para Liderança

Qualidade de Software

Administração Interdisciplinar

Como estudar e obter nota para aprovação? Teorias da Administração II. Quem é a professora responsável? Qual o objetivo da disciplina?

Da Escola Clássica à Produção Enxuta

Abordagens Organizacionais

FACULDADE ANHANGUERA EDUCACIONAL SANTO ANDRÉ SP

PROCESSOS ADMINISTRATIVOS

ESCOLA CLÁSSICA DA ADMINISTRAÇÃO

A Liderança das Mulheres no Terceiro Milênio

O COMPORTAMENTO DO TRABALHADOR DA INDÚSTRIA DE ESTOFADOS COMO CONSEQUÊNCIA DO MODELO DE GESTÃO ORGANIZACIONAL

Administração de Serviços. Prof. Marcos Cesar

Aula 2 Os Primórdios da Administração EPA

É a base do desenvolvimento econômico mundial. Ocorre quando há transformação em algum bem, acabado ou semiacabado;

ADMINISTRAÇÃO GERAL. Abordagem Comportamental Teoria Comportamental / Teoria do Desenvolvimento Organizacional DO Parte 2. Prof.

OS PRIMÓRDIOS DA ADMINISTRAÇÃO

24/03/2014. Revisão de conteúdo. A educação e a utilização do conhecimento. Inteligências. Profa. Helenrose A da S Pedroso Coelho

Concurso TCM Ciências da Administração

Núcleo de Materiais Didáticos 1

07/04/2017 ANDRÉIA RIBAS GESTÃO DE PESSOAS

Trabalho no Capitalismo

CONCEITOS BÁSICOS DE MARKETING PROFESSOR MARCOS SOLANO

Processo responsável pela intensidade, direção e persistência dos esforços de uma pessoa para o alcance de uma determinada meta.

Organização e Normas

Pós-graduação Lato Sensu Especialização em Gestão Escolar

TRABALHO EM GRUPOS E PRODUTIVIDADE NO ARRANJO CELULAR

Teoria da. Administração Científica. Professor: Roberto César

Princípios da Organização do Trabalho

Administração Estratégica

O papel da área de Gestão de Pessoas

Antecedentes Históricos da Administração. Professor Maurício Teixeira

Teoria Geral da Administração

Gestão de Produção Aula1: Conceitos e Fundamentos da Administração da Produção. Prof. Valdir Tavares de Lucena

PSICOLOGIA ORGANIZACIONAL E TEORIAS MOTIVACIONAIS

Evolução da Disciplina. Modelo de Gestão CONTEXTUALIZAÇÃO TEORIAS DA. Modelos de Gestão

Transcrição:

GESTÃO DO CONHECIMENTO MÓDULO 3

Índice 1. A Primeira Onda Revolução Agrícola (até 1750)...3 2. A Segunda Onda A Revolução Industrial (1750-1970)..3 3. Primeira Revolução Industrial (1750 1900)...3 4. Segunda Revolução Industrial (1900 1950)...4 5. Terceira Revolução Industrial (1950 1970)...4 6. A Terceira Onda A Revolução da Informação (1970-1990)...4 7. A Quarta Onda A Reengenharia de Processos e a Tecnologia da Informação (após 1990)...5 2

1. A PRIMEIRA ONDA REVOLUÇÃO AGRÍCOLA (ATÉ 1750) Segundo Munford,citadoporBrown(1976),sãocaracterísticas dessa fase: a) população senhor feudal, artesão (mestre, aprendiz e diarista); b) poder da religião (católica); c) relações primárias (afetivas - divisão social vista com naturalidade); d) status rigidamente definido; e) trabalho para o bem comum, sem usura; f) ideia de justo preço; g) deficiências rigidez e falta de iniciativa. Segundo Zavattaro (2003), antes da Revolução Industrial as relações entre o homem e o trabalho eram substancialmente diferentes das de hoje. Naquela época a sociedade não estava habituada às rápidas mudanças e possuía uma estrutura social consideravelmente menos flexível do que a atual, o que fica evidenciado só pelo fato de as pessoas manterem o mesmo padrão de vida durante gerações. Outra diferença importante estava na composição de seu serviço que, em grande parte, era executado em todas as suas etapas e consistia de tarefas completas executadas pela mesma pessoa. Assim, o carpinteiro, além de provavelmente ter de vender o que fazia, deveria estar envolvido na preparação de sua matéria-prima, inclusive derrubando árvores. 2. A SEGUNDA ONDA A REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1750-1970) A Revolução Industrial foi dividida em três períodos: 1º - Revolução Industrial (1750 1900); 2º - Revolução Industrial (1900-1950) e 3º - Revolução Industrial (1950 1990). 3. PRIMEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1750 1900) Brown (1976) ainda faz referência a Munford que caracteriza essa fase pelo aperfeiçoamento do motor a vapor, fabricação em grande escala, maiores suprimentos de capital e trabalho, o trabalho desligando-se do seu contexto social, os sistemas que passam a ser desenvolvidos em: S.A, Corporações e Sindicatos, o império do individualismo, a competitividade e a possibilidade de mobilidade social. Zavattaro (2003) afirma que, durante os primeiros anos da Revolução Industrial, as máquinas eram mais bem cuidadas do que os trabalhadores, visto que estes poderiam ser substituídos quando desgastados, porém as máquinas eram mais difíceis de repor. Com o desenvolvimento do sistema fabril desaparece o proprietário individual, surgindo uma classe de administradores para dirigir indústrias que eles próprios não possuíam. Ainda, segundo a mesma autora, a doutrina originada com os fisiocratas e apoiada por Adam Smith, Ricardo e outros, pregava que a livre competição e a livre concorrência resultariam no máximo benefício para a humanidade. Morgan (1996) nos diz que a divisão do trabalho privilegiada pelo economista Adam Smith, em seu livro A riqueza das nações (1776), tornou-se intensa e crescentemente especializada, à medida que os fabricantes procuravam aumentar a eficiência, reduzindo a liberdade de ação dos trabalhadores em favor do controle exercido por suas máquinas e supervisores. 3

4. SEGUNDA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1900 1950) Essa é uma fase caracterizada pela produção em massa e pelo crescimento da grande empresa industrial, imperando o pensamento mecanicista, o que implicava numa visão de empregador na qual ninguém possuía habilidade especial, criando uma separação entre o trabalhador, o produto e os meios de produção. A ideia predominante era a de que é a organização que produz e não o indivíduo. Esse período é marcado pela contribuição de teóricos e profissionais que estabeleceram a base do que é hoje conhecido como: teoria da administração clássica e administração científica. O foco desse modelo de gestão está no planejamento e na administração de cargos individualizados. Frederick W. Taylor (1856-1915) foi considerado O Pai da Organização Científica do Trabalho e contribuiu significativamente para o desenvolvimento da Teoria da Administração do século XX. A originalidade de sua teoria consistia na decomposição da tarefa em movimentos elementares. No que se refere à administração, a concepção taylorista impôs uma reorganização do trabalho e atribuiu esta responsabilidade aos especialistas. Taylor partia da premissa de que o homem é um ser econômico e que deveria ser motivado e incentivado por meio do pagamento. Havia, portanto, uma simplificação e especialização da tarefa e um pagamento por peça produzida. Essa ideia de homem econômico perdurou por muito tempo nas relações patrão-em pregado. Esse enfoque mecanicista, apesar do aumento de produção e das ideias tayloristas terem sido recebidas como a grande saída para a produção em massa e absorvidas em sua totalidade pelas organizações, tende a limitar o desenvolvimento das capacidades humanas, ocorrendo uma cisão entre pensamento e sentimento, planejamento e execução. 5. TERCEIRA REVOLUÇÃO INDUSTRIAL (1950 1970) Essa seria a Era da Eficiência, caracterizada pelo controle interno das operações, hierarquização, rotinização dos processos com ênfase na precisão, rapidez, confiabilidade e eficiência, conseguidas por intermédio da divisão de tarefas, supervisão hierárquica, regras detalhadas e regulamentos. Esse período também é marcado por vários autores da área de comportamento organizacional, tais como Maslow, Herzberg, McGregor, entre outros, que se preocuparam com questões como motivação e satisfação no trabalho. Por volta de 1950 começou o movimento de qualidade total no Japão, que mais tarde viria servir como modelo de gestão para as organizações, constituindo a terceira onda na administração. 6. A TERCEIRA ONDA A REVOLUÇÃO DA INFORMAÇÃO (1970-1990) A partir de 1970 até meados da década de 80, o ambiente organizacional foi marcado pela Era da Qualidade. O modelo japonês enfatizou: a qualidade, o foco no cliente e a participação dos funcionários (que passam a ser chamados colaboradores) na resolução de problemas, círculos de qualidade, brainstorming, kaisen,justintime etc.esse modelo 4

começou a ser universalizado e as empresas ocidentais sentiram-se pressionadas pela competição e viram a necessidade de reagir, tal reação se manifestou pela busca de novos mecanismos de gestão, constatado que aqueles, até então praticados, estavam exaurindo sua possibilidade de manter aquelas empresas competitivas. Pereira, citado por Santos, (2001) diz que, começam a emergir nesse período novas abordagens da administração, tais como: a) administração participativa caracterizada muito mais por um estilo de gestão do que propriamente por um modelo com práticas e instrumentos. As teorias sobre liderança eram predominantes nessa época. b) Administração empreendedora caracterizadaporunidades independentes de negócios, equipes empreendedoras, intrapreuneur (empreendedor interno), alianças e parcerias com o objetivo de atingir o nível de competitividade, participação nos resultados e alternativas de carreira. Esse modelo irá desenvolver instrumentos e práticas que incentivam a inovação e a criatividade na empresa. c) administração holística busca pela integração dos objetivos individuais e organizacionais, a estrutura está baseada em células autônomas de produção, a equipe deverá desenvolver uma visão do todo, não fragmentada e não há especialistas e nem cargos formais. 7. A QUARTA ONDA A REENGENHARIA DE PROCESSOS E A TECNOLOGIA DA INFORMAÇÃO (APÓS 1990) Segundo Dreyfuss (2002), o paradigma de empresa era uma coleção de funções bem desenvolvidas e administradas, criando um padrão de excelência operacional. Como consequência os produtos eram os melhores possíveis, e bastava expô-los adequadamente que os clientes vinham. Criavam-se os manuais funcionais, que deviam ser obedecidos e durar para sempre. O sucesso dependia de seguir à risca as instruções, e o trabalho dos gestores era zelar pelo cumprimento delas. Como as coisas começaram a não funcionar, surgiram os projetos de reengenharia, que vieram para transformar radicalmente as organizações. Os projetos de reengenharia abordaram os processos, tornando-os ágeis e flexíveis, a partir de fluxos de informação. Ao analisar a evolução dos modelos de gestão verifica-se que as empresas adotam práticas de gestão, utilizando seus instrumentos como ferramentas de transição na busca de um modelo que permita sua sobrevivência e competitividade. Na Era Industrial a razão entre a quantidade de trabalho e a quantidade de capital dominava a equação geral. Manter uma mão de obra barata e desqualificada permitia a obtenção do excedente de capital pela manutenção das pressões sociais, portanto as quantidades que dominam a equação da Era Industrial são limitadas e tendem a um valor constante. Para superar esse problema introduziu o conhecimento como fator fundamental de produção. Segundo Santos (2001), ao longo dos anos 90 a abordagem foi feita a partir do ponto de vista de fluxos de informação e, mesmo considerando que processos ágeis e informações precisas sejam importantes, por si só não são suficientes e, com isso, surgem inúmeros estudos e a inclusão de reflexões e discussões sobre a Gestão do Conhecimento. 5