RECONSTRUÇÃO DE FARINGE E ESÔFAGO COM TUBO ISOPERISTÁLTICO DA CURVATURA GÁSTRICA MAIOR APÓS FARINGOLARINGOESOFAGECTOMIA CERVICAL



Documentos relacionados
Carcinoma Medular da Tireóide

Regulamento da Feira de Ciência

Regulamento para realização do Trabalho de Conclusão de Curso

Este documento tem como objetivo definir as políticas referentes à relação entre a Sioux e seus funcionários.

Instruções para as apresentações científicas

AUTOR NICOLAU BELLO 1. N I c o b e l h o t m a I l. C o m

ANÁLISE DE DESEMPENHO DOS GRAFICOS DE x E R.

Novo Sistema Almoxarifado

OBJECTIVO. Ligação segura às redes públicas de telecomunicações, sob o ponto de vista dos clientes e dos operadores;

Legenda da Mensagem de Resposta à Verificação de Elegibilidade (respostaelegibilidade)

Boletim Técnico. CAGED Portaria 1129/2014 MTE. Procedimento para Implementação. Procedimento para Utilização

Agenda. A interface de Agendamento é encontrada no Modulo Salão de Vendas Agendamento Controle de Agendamento, e será apresentada conforme figura 01.

CÂMARA DOS DEPUTADOS Gabinete do Deputado FERNANDO JORDÃO - PMDB/RJ Brasília, 21 de março de 2011.

AMBULATÓRIO DE ENDOCRINOLOGIA OBSTÉTRICA ENDOB. 1- Hipóteses diagnósticas que devem ser encaminhadas para este ambulatório

A nova metodologia de apuração do DI propõe que o cálculo seja baseado em grupos de taxas e volumes, não mais em operações.

Capítulo V. Técnicas de Análise de Circuitos

Análise da Mobilidade Humana em Eventos de Larga Escala baseada em Chamadas de Telefones Celulares

METAS DE COMPREENSÃO:

TECNOLOGIAS DE MICRO-GERAÇÃO E SISTEMAS PERIFÉRICOS. 6 Painéis Solares Fotovoltaicos

Florianópolis, 25 de janeiro de 2016 EDITAL PARA CANDIDATURA À SEDE DO 6º ENCONTRO NACIONAL DE ESTUDANTES DE ENGENHARIA CIVIL 2017

- Diretor do Programa Internacional de Ortodontia da New York University. - Autor do primeiro livro sobre o tema: Biomecânica Interativa Autoligante

Capítulo VII Projetos de eficiência energética em iluminação pública Por Luciano Haas Rosito*

Cintilografia Óssea. Tecnologia em Medicina Nuclear Prof. Leonardo

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS FACULDADE DE CIÊNCIAS APLICADAS Cidade Universitária de Limeira

1) A faculdade mediúnica é indício de algum estado patológico ou simplesmente anormal?

Anexo 03 Recomendação nº 3: estatuto padrão, estatuto fundamental e contrato social

Pontifícia Universidade Católica do RS Faculdade de Engenharia

3 Fundamentos do Comportamento dos Hidrocarbonetos Fluidos

DOENÇA TROFOBLÁSTICA GESTACIONAL

Neurorradiologia I Professor Luciano Farage

ALTERAÇÕES NO SISTEMA ORION

Pesquisa Oficial de Demanda Imobiliária SINDUSCON Grande Florianópolis. NÃO ASSOCIADOS Apresentação

O projeto Key for Schools PORTUGAL

XVIII Seminário Nacional de Distribuição de Energia Elétrica

Glaucoma. O que é glaucoma?

DISCIPLINA: Matemática. MACEDO, Luiz Roberto de, CASTANHEIRA, Nelson Pereira, ROCHA, Alex. Tópicos de matemática aplicada. Curitiba: Ibpex, 2006.

Regras para Anulações e Devoluções 2014

Aula 11 Bibliotecas de função

INSTITUTO SUPERIOR POLITÉCNICO DE VISEU ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO DE LAMEGO EDITAL


Artigo 12 Como montar um Lava Jato

Transformadores. Transformadores 1.1- INTRODUÇÃO 1.2- PRINCÍPIO DE FUNCIONAMENTO

Manual. Autorizador da UNIMED

5. PLANEJAMENTO E ORGANIZAÇÃO DA MANUTENÇÃO:

Informações Importantes 2015

GESTÃO DE LABORATÓRIOS

FKcorreiosg2_cp1 - Complemento Transportadoras

NORMAS PARA ELABORAÇÃO DO RELATÓRIO DE ESTÁGIO SUPERVISIONADO OBRIGATÓRIO (ESO)

Anexo V. Software de Registro Eletrônico em Saúde. Implantação em 2 (duas) Unidades de Saúde

Processo/Instruções de Pagamento para Aplicação no Programa de Sustentabilidade de Pequenas Empresas

Vensis PCP. Rua Américo Vespúcio, 71 Porto Alegre / RS (51) comercial@vensis.com.br

DÚVIDAS SOBRE OS BENEFÍCIOS ATRIBUÍDOS AOS ANTIGOS COMBATENTES?

PADRÃO DE RESPOSTA. Pesquisador em Informações Geográficas e Estatísticas A I PROVA 3 FINANÇAS PÚBLICAS

Dissídio Retroativo. Cálculos INSS, FGTS e geração da SEFIP

REGULAMENTO DE ESTÁGIO DE INICIAÇÃO PROFISSIONAL

3. TIPOS DE MANUTENÇÃO:

Direitos e Obrigações no âmbito dos Acidentes Profissionais e Doenças Profissionais

INFORMAÇÃO COMPLEMENTAR

Poder e escola: Uma analise acerca das relações entre professor e aluno.

Operação Metalose orientações básicas à população

Questão 1. Questão 3. Questão 2. alternativa B. alternativa E. alternativa B

SITUAÇÃO EPIDEMIOLÓGICA ATUAL

O Centro Universitário UNINOVAFAPI, situado à rua Vitorino Orthiges Fernandes, nº 6123, Bairro do

Dr. Pedro Antonio Pierro Neto CRM

Regulamento Biblioteca FACULDADE IPEL

WORKSHOPS SOBRE AS POSSIBILIDADES DE COOPERAÇÃO / CONCENTRAÇÃO NO SECTOR AUXILIAR NAVAL

Traz para sua empresa:

Análise de Desempenho utilizando Diversidade de Transmissão e Multiplexagem Espacial em Malha Aberta para Redes LTE com Repetidores Fixos

Vensis Manutenção. Rua Américo Vespúcio, 71 Porto Alegre / RS (51) comercial@vensis.com.br

Novas Salvaguardas Ambientais e Sociais

Passo 1 - Conheça as vantagens do employeeship para a empresa

Esvaziamento Cervical Seletivo em Pescoço Clinicamente Positivo

Manual de Operação WEB SisAmil - Gestão

FACULDADE DE EDUCAÇÃO EM CIÊNCIAS DA SAÚDE

Modelo de Negócios. TRABALHO REALIZADO POR: Antonio Gome // Jorge Teixeira

ISO 9001:2008 alterações à versão de 2000

Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São Paulo Departamento de Cirurgia Disciplina de Cirurgia de Cabeça e Pescoço

REQUISITOS PRINCIPAIS: Regulamentação final sobre controles preventivos de alimentos para consumo humano Visão rápida

Unidade 7: Sínteses de evidências para políticas

CURSO DE TRIPULANTE DE AMBULÂNCIA DE SOCORRO

Programa provisório -

RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA AQUISIÇÃO DE IMAGENS RADIOLÓGICAS PARA CRIAÇÃO DE RÉPLICAS FETAIS ATRAVÉS DE IMPRESSÃO 3D

BENEFÍCIO AUXÍLIO CUIDADOR DO IDOSO

INFLUENZA A H1N1 PREVENÇÃO E PRECAUÇÃO

Alteração à Linha de Crédito para apoio às Empresas de Produção, Transformação e Comercialização de Produtos Agrícolas, Pecuários e Florestais

Profa. Dra. Silvia M de Paula

DISCIPLINA: Matemática e Matemática Aplicada

TESTE DE SOFTWARE (Versão 2.0)

SMART CONTROLE DO ESTOQUE DE GONDOLA

Requisitos técnicos de alto nível da URS para registros e registradores

Alterações na aplicação do Critério Brasil, válidas a partir de 01/01/2013

TÉCNICAS NÃO-PARAMÉTRICAS

ENCONTROCAS 2º SEMESTRE ORIENTAÇÕES GERAIS PARA O CURSO DE PEDAGOGIA. O ENCONTROCAS é um evento semestral realizado pelo Instituto Superior de

Manual de Procedimentos

CATÁLOGO DE APLICAÇÕES Geração de Guias para ST, DIFAL e FCP

Processo TCar Balanço Móbile

CURSO NOVA NBR 5419 Proteção contra Descargas Atmosféricas

GUIA RÁPIDO DE CONFIGURAÇÃO PARA WINDOWS

SEGURANÇA DO PACIENTE: A PRESCRIÇÃO MÉDICA E A PREVENÇÃO

Informática II INFORMÁTICA II

Transcrição:

Artig Original RECONSTRUÇÃO DE FARINGE E ESÔFAGO COM TUBO ISOPERISTÁLTICO DA CURVATURA GÁSTRICA MAIOR APÓS FARINGOLARINGOESOFAGECTOMIA CERVICAL PHARYNGEAL AND ESOPHAGEAL RECONSTRUCTION WITH ISOPERISTALTIC GASTRIC TUBE OF GREAT CURVATURE AFTER CERVICAL PHARYNGOLARYNGOESOPHAGECTOMY 1 JOSÉ FRANCISCO DE SALLES CHAGAS 2 JOSÉ LUIS BRAGA DE AQUINO 3 MARIA BEATRIZ NOGUEIRA PASCOAL 4 ONIVALDO CERVANTES RESUMO Intrduçã: O carcinma espincelular (CEC) da hipfaringe é uma dença devastadra que cntinua tend um prgnóstic pbre, prtant, as técnicas cirúrgicas devem prpiciar um restabeleciment rápid da deglutiçã, para prprcinar alguma qualidade de vida. Objetiv: Avaliar a viabilidade da recnstruçã faringesfágica cm tub gástric isperistáltic de grande curvatura e suas cmplicações n tratament cirúrgic d CEC avançad da hipfaringe. Casuística e Métd: Fram estudads 16 pacientes cm CEC de hipfaringe, epiglte e recidiva lcal na faringe, em estádi clínic IV e tratads cm faringlaringesfagectmia cervical cm u sem esvaziament cervical radical, n Serviç de Cirurgia de Cabeça e Pescç d Hspital e Maternidade Cels Pierr da Pntifícia Universidade Católica de Campinas, n períd de janeir de 1997 a març de 2000. A cntinuidade d trânsit digestiv fi feita cm tub isperistáltic da curvatura gástrica mair através da via retresternal. Resultads: Nã huve tractmia e nenhuma anastmse 1. Dutr em Medicina pel Curs de Pós-Graduaçã em Otrrinlaringlgia e Cirurgia de Cabeça e Pescç da Universidade Federal de Sã Paul Escla Paulista de Medicina. 2. Dutr em Medicina pela Universidade Estadual de Campinas 3. Mestre pel Curs de Pós Graduaçã em Ciências da Saúde d Hspital Helióplis 4. Prfessr Livre Dcente da Disciplina de Otrrinlaringlgia da Universidade Federal de Sã Paul Escla Paulista de Medicina Instituiçã: Disciplina de Cirurgia da Faculdade de Ciências Médicas da Pntifícia Universidade Católica de Campinas e Serviç de Cirurgia de Cabeça e Pescç e Serviç de Cirurgia Trácica d Hspital e Maternidade Cels Pierr da Pntifícia Universidade Católica de Campinas. Crrespndência: Jsé Francisc de Salles Chagas, av. Heitr Pentead, 1780 13075-460 Campinas, SP. e-mail: jsefcchagas@terra.cm.br Recebid em: 03/03/2006; aceit para publicaçã em: 21/03/2006. 102 fi realizada sb tensã, mesm sem manbras de liberaçã d duden. A média de temp cirúrgic fi de 5 hras e 30 minuts e huve apenas uma equipe cirúrgica. Cnclusões: A técnica mstru-se nclgicamente adequada, pr nã ser necessária a preservaçã d esôfag trácic para a recnstruçã; a anastmse cm a base da língua fi feita sem tensã; a tractmia e a dissecçã intratrácica fram desnecessárias; a mrtalidade fi aceitável; e as cmplicações fram de fácil resluçã. As cmplicações cirúrgicas mais freqüentes fram as fístulas salivares e as deiscências parciais da anastmse. Apenas um óbit fi relacinad à cirurgia. Descritres: faringe; esôfag; recnstruçã; transpsiçã gástrica. ABSTRACT Intrductin: Hyppharyngeal squamus cell carcinma (SCC) is a devastating disease that still presents pr prgnsis. Therefre, the surgical techniques shuld take int cnsideratin a fast re-establishment t swallwing in rder t prvide a better life quality. Objective: T evaluate pharyngeal and esphageal recnstructin with isperistaltic gastric tube f great curvature after the cervical pharynglaryngesphagectmy. Patients and methds: We studied 16 patients with SCC f the hyppharynx, epiglttis and lcal recurrence in the pharynx, in clinical stage IV. They underwent pharynglaryngectmy and cervical esphagectmy with r withut neck dissectin, in the Service f Head and Neck Surgery f Hspital e Maternidade Cels Pierr, Universidade Católica de Campinas, in the perid frm January, 1997 t Rev. Bras. Cir. Cabeça Pescç, v. 35, nº 2, p. 102-108, abril / mai / junh 2006

March, 2000. The cntinuity f the digestive tract was prvided with isperistaltic gastric tube f the great curvature. The cervical area was reached thrugh the retrsternal via. Results: There was n thractmy apprach. The anastmsis was nt accmplished under tensin, even withut maneuvers f dudenal liberatin. The average f surgical time was 5 hurs and 30 minutes and there was nly ne surgical team. Cnclusins: The mst frequent surgical cmplicatin was salivary fístulas and anastmsis partial dehiscences. Only ne pstperative dead was related t the surgery. Since the preservatin f the thracic esphagus fr the recnstructin was nt necessary, the technique was shwn nclgically adequated. The anastmsis with the base f the tngue was perfrmed withut tensin, and the thractmy was unnecessary. The prcedure is relatively simple and the mrtality was acceptable. The cmplicatins were easily slved and the recnstructin was fast. Key wrds: pharynx; esphagus; recnstructin; gastric transpsitin. INTRODUÇÃO O carcinma espincelular (CEC) da hipfaringe é uma dença devastadra, que cntinua tend um prgnóstic pbre, além de apresentar dificuldade n seu manusei cirúrgic, quand se faz necessária recnstruçã d trânsit 1 digestiv. Várias tentativas de recnstruçã da faringe têmse mstrad mais prmissras, cm uma série de métds que envlvem a transpsiçã de víscera abdminal, se 2 cmparadas cm s métds descrits pr Wkey (1942), 3 4 5 Bakamjian (1965), Ariyan (1980) e Baek (1980). Em 1905, 6 Beck e Carrel relataram a cncepçã de tub cm a curvatura gástrica mair, ainda cm trabalh experimental em cães. O estômag fi utilizad em sua ttalidade para recnstruçã d 7 8 trânsit digestiv pr Shefts & Fischer, em 1949 eong & Lee, em 1960. Jejun e cóln direit u esquerd fram utrs 9 métds utilizads cm mesm bjetiv. A interpsiçã gástrica é um bm métd para recnstruçã da hipfaringe, pis apresenta incidência baixa de fístulas e estenses e permite grandes margens de ressecçã. N entant, é necessária cirurgia abdminal de grande prte e dissecçã d mediastin psterir, para a transpsiçã d estômag para a regiã cervical. A cnfecçã de tub cm a curvatura gástrica mair parece apresentar facilidade em sua cnfecçã e em sua transpsiçã à regiã cervical pr via retresternal, evitand-se manusei d mediastin, manbras para mbilizaçã d órgã em sua ttalidade e utrs incnvenientes da transpsiçã gástrica. Nss bjetiv é avaliar a viabilidade da recnstruçã faringesfágica cm tub gástric isperistáltic de grande curvatura e suas cmplicações n tratament cirúrgic d CEC avançads da hipfaringe, já que esse tip de recnstruçã apresenta mair facilidade de cnfecçã em relaçã a utrs métds recnstrutivs e nã ser referida para esses tumres. CASUÍSTICA E MÉTODO Este trabalh fi aprvad pela Cmissã de Ética em Pesquisa Médica da Pntifícia Universidade Católica de Campinas. Fram avaliads 16 pacientes submetids à faringlaringesfagectmia cervical, cm u sem esvaziament cervical radical, pr CEC da hipfaringe, epiglte u recidiva lcal na faringe e recnstruçã d trânsit digestiv pr mei de tub isperistáltic da curvatura gástrica mair, n períd de janeir de 1997 a març de 1999, n Serviç de Cirurgia de Cabeça e Pescç d Hspital e Maternidade Cels Pierr, da Pntifícia Universidade Católica de Campinas, Sã Paul. Tds s pacientes eram d gêner masculin, cm idades que variavam de 39 a 71 ans, cm média de 54 ans (desvi padrã de 10,072; mediana de 53; e mda de 51 ans). A lcalizaçã primária das lesões encntra-se na tabela 1. Em relaçã a estadiament da lesã primária, tds s pacientes eram T 4, send que dis pacientes apresentavam trataments cirúrgics prévis, um deles fi submetid à raditerapia e um utr sfreu recnstruçã cm tub gástric isperistáltic pr falha d métd recnstrutiv utilizad anterirmente (retalh mifascial d múscul peitral mair). A disseminaçã linfndal cervical encntra-se na tabela 2. Nenhum ds pacientes apresentava metástase à distância n mment d prcediment cirúrgic. O estadiament ds pacientes seguiu as nrmas da Uniã Internacinal de Cmbate a Câncer (UICC 1997). Tabela 1 Distribuiçã numérica e percentual ds pacientes em relaçã à lesã primária. Tabela 2 Distribuiçã numérica e percentual ds pacientes em relaçã à disseminaçã linfndal Em relaçã a estad nutricinal, s pacientes fram classificads cm eutrófics em nve cass (56,3%), desnutrids grau I em quatr cass (25%) e, em três cass, desnutrids grau II (18,7%). O seguiment mínim ds pacientes fi de quatr meses e máxim, de 38 meses. Fi realizada faringlaringesfagectmia cervical e esvaziament cervical radical bilateral em dez cass, faringlaringesfagectmia cervical e esvaziament 103

cervical radical unilateral em três cass, glssectmia ttal cm faringectmia ttal e esfagectmia cervical e rtaçã de retalh micutâne de múscul peitral mair em um paciente, faringectmia ttal e esfagectmia cervical em um paciente e rtaçã de tub isperistáltic da curvatura gástrica mair em um paciente (tabela 3). A recnstruçã cm tub gástric fi realizada n mesm at peratóri a da ressecçã em 12 cass, send restante recnstruíd em um segund at cirúrgic. O menr temp cirúrgic gast fi de 2 hras e 30 minuts e mair fi de 8 hras, que crreu em apenas um paciente, send que a média fi de 5 hras e trinta minuts. Tabela 3 - Distribuiçã numérica das cirurgias realizadas Quand tub da curvatura gástrica mair isperistáltic fi utilizad primariamente para a recnstruçã d trânsit alimentar, a técnica cirúrgica seguiu s seguintes passs: a) esvaziament cervical; b) ressecçã da lesã primária e; c) lapartmia, cnfecçã d tub gástric e anastmse. A cnfecçã d tub gástric era iniciada após a ressecçã da peça cirúrgica, trca d material cirúrgic e nva paramentaçã pr parte da equipe cirúrgica, de acrd cm a seguinte padrnizaçã: lapartmia mediana xifumbelical; inventári da cavidade abdminal e fixaçã de cmpressas; abertura d ligament gastr-cólic a mais u mens 5 cm da curvatura gástrica mair para preservaçã da artéria gastr-mental direita, desde 10 cm d pilr até próxim d fund gástric, quand a esse nível ligam-se s rams da artéria gastr-mental esquerda e s vass curts gástrics, liberand-se fund gástric (figura 1); clcaçã d aparelh de sutura mecânica linear-crtante TLC 75 a mais u mens 7 cm da cárdia e em angulaçã de 90 graus em relaçã à parede da curvatura gástrica mair cm realizaçã de dispar d aparelh, cnseqüente secçã e sutura de 5 cm de extensã n fund gástric; clcaçã de utr aparelh de sutura mecânica linear-crtante TLC 75, agra em psiçã paralela à curvatura gástrica mair, cnfeccinand-se, assim, um tub de mais u mens 2 a 3 cm de largura; ressecçã d apêndice xifóide e dissecçã rmba d espaç retresternal até ultrapassar manúbri esternal, alcançand-se, dessa maneira, a regiã cervical (figura 2); passagem de snda retal pel espaç retresternal e fixaçã d tub gástric a essa snda cm fi inabsrvível para transpsiçã d tub gástric até a regiã cervical; nesse mment, cuidad era para que nã huvesse rtaçã d tub, cm cnseqüente prejuíz de sua vascularizaçã (figura 3); iníci da anastmse entre tub gástric isperistáltic e a cntinuidade d trat digestiv, após verificaçã da clraçã e cndições de perfusã d tub gástric; primeiramente, fazia-se um plan sermuscular entre a parede psterir d tub gástric e a musculatura pré-vertebral para fixaçã e alívi na traçã d tub pel seu pes; realizava-se a um segund plan ttal entre a parede psterir d tub gástric e a parede psterir da hipfaringe e, a seguir, intrduzia-se snda nasgástrica númer 16; sutura em plan ttal entre a parede anterir d tub gástric e a base da língua u cm s retalhs usads, para refazer trat digestiv; sutura, em segund plan, entre a musculatura da base da língua e a camada sermuscular d tub gástric; tdas essas suturas fram realizadas em pnts separads cm fi multifilamentar de ácid pliglicólic 3-0; drenagem uni u bilateral da regiã cervical cm drens de aspiraçã a vácu em sistema fechad; fechament da regiã cervical em plans separads; a cavidade abdminal passava pr inventári minucis e, após cntagem das cmpressas utilizadas, revisã da hemstasia e drenagem, quand necessária, iniciava-se seu fechament cm cuidad de evitar estrangulament d tub gástric em sua passagem na regiã retresternal; fechament da parede abdminal em plans separads; tub gástric btid tinha cerca de 3 cm de diâmetr; nã huve necessidade de manbras de liberaçã d duden (manbra de Kcher) em nenhum ds pacientes. O tub gástric fi anastmsad na base da língua e faringe em 14 cass e em retalhs de múscul peitral mair, utilizads para refazer salh da cavidade ral, em utrs dis cass, send um deles um retalh micutâne e utr um retalh mifascial. Após a anastmse, a regiã cervical fi drenada cm dren a vácu em 15 cass e cm dren laminar em um ds pacientes. Em tds s cass, a anastmse para refazer a cntinuidade d trânsit digestiv pôde ser realizada sem tensã (figura 4). Em quatr pacientes, fram realizads prcediments cmplementares, que cnsistiram na rtaçã de retalh micutâne de múscul peitral mair, em três cass e de retalh de vizinhança, em um cas. Fi necessári realizar esplenectmia em seis pacientes pr lesã esplênica acidental n intra-peratóri. Executu-se jejunstmia em quatr cass, prém, esse prcediment fi abandnad após perda da snda, crrend septicemia de rigem abdminal e óbit n vigésim dia de pós-peratóri, em um paciente. N pós-peratóri imediat, era slicitada radigrafia simples de tórax n leit para a verificaçã da expansibilidade pulmnar pel risc da crrência de pneumtórax, fat este crrid em dis cass, send que um nã necessitu de drenagem (20% de extensã) e, n utr, fi realizada drenagem trácica, sb anestesia lcal, n segund dia de pós-peratóri. Entre 7 e 10 dias de pósperatóri, paciente era submetid a um deglutgrama, se nã huvesse sinais de fístula salivar (figura 5). 104

Figura 2 Dissecçã rmba d espaç retresternal, após ressecçã d manúbri esternal. Figura 3 Fixaçã d tub gástric em uma snda retal e passagem através d espaç retresternal em d ireçã cervical. RESULTADOS O temp de internaçã desses pacientes variu de 5 a 20 dias, cm média de it dias. A cmplicaçã cirúrgica mais freqüente fi a fístula salivar, crrida em sete ds 16 pacientes (43,8%). Em apenas um cas huve a necessidade de fechament cirúrgic da fístula, que fi realizad sb anestesia lcal. A deiscência parcial fi a segunda cmplicaçã mais freqüente, presente em quatr pacientes (25%). Huve apenas um cas de estense e necrse parcial d tub (6,25%). A estense crreu pr vlta d 40 dia de pós-peratóri e necessitu de intervençã cirúrgica para a resluçã d quadr e liberaçã da fibrse existente. A infecçã da área perada crreu em três pacientes (18,8%); em um deles, secundária à fístula na regiã cervical e, em utr, à deiscência da jejunstmia, levand a septicemia cm psterir óbit n 20 dia de pósperatóri. Um utr paciente apresentu infecçã lcal (regiã cervical), tratada clinicamente cm sucess. As cmplicações clínicas crreram em seis pacientes (37,5%) e estã demnstradas na tabela 4, send a mais freqüente a brncpneumnia, em quatr cass (25%). Ocrreu um acidente vascular cerebral em um paciente (6,3%), que levu a óbit n 62 dia de pós-peratóri. Assim, ds 16 pacientes, dis evluíram a óbit n períd pós-peratóri até 3 mês. Dis pacientes apresentaram apenas cmplicações clínicas, nve apenas cirúrgicas e quatr pacientes tiveram s dis tips de cmplicações. Em relaçã à reabilitaçã para alimentaçã via ral, quatr pacientes nã fram reabilitads, send um deles devid a óbit n 20 dia de pós-peratóri e três deles pr fístula, cm psterir recidiva tumral lcal. Tabela 4 Distribuiçã numérica e percentual das cmplicações cirúrgicas e clínicas. 105

DISCUSSÃO O manusei das lesões malignas avançadas da hipfaringe ainda se mantém cntrvers, prque apresentam prgnóstic pbre e já se apresentam 10 inicialmente em fases avançadas. Apesar de, em muits centrs, a cirurgia ser tratament de esclha, smente 25% desses pacientes sbrevivem mais de 2 ans, muits deles cm dença recidivada u cm alguma cmplicaçã d 11 tratament cirúrgic. Assim, as medidas recnstrutivas devem ser mens cmplexas pssível, frnecend qualidade de vida, a mens razável e levand a prcediment recnstrutiv que fereça baixa mrtalidade e mrbidade e que permita a menr taxa de hspitalizaçã, cm menr interval para retrn à alimentaçã ral e que limite a 12,13 extensã da ressecçã nclógica. Os métds recnstrutivs d trânsit digestiv passaram pr fases de preferência até a ppularizaçã e padrnizaçã d us de vísceras abdminais cm métd mais vantajs. As técnicas cirúrgicas baseadas na ressecçã radical da faringe e laringe e recnstruçã d esôfag cm retalhs cutânes cervicais apresentavam a necessidade de váris prcediments cirúrgics, que era sua desvantagem principal, além de apresentarem altas taxas de estense, restriçã da recnstruçã em cerca de 10 a 12 cm e muits dias de hspitalizaçã, crrend alguns cass 2,14 de recidiva tumral lcal antes d términ da recnstruçã. Os retalhs livres, apesar de apresentarem recnstruçã satisfatória n que diz respeit à funçã e às taxas de cmplicações, necessitam de anastmse vascular micrcirúrgica, que representa uma grande barreira para sua utilizaçã em nss mei, devid à necessidade de equipe cirúrgica altamente especializada e temp cirúrgic muit mais lng d que das utras técnicas, além d risc de fístula na regiã d mediastin devid à presença de 5 anastmse dentr d tórax. A utilizaçã d estômag para a recnstruçã d trânsit digestiv apresenta as vantagens de serem frrads cm mucsa; pderem ser cnfeccinads tubs cm extensões cnsideráveis, atingind inclusive a nasfaringe; supriment sangüíne excelente; e, n estômag d hmem, s vass sangüínes situam-se na parede d órgã, trnand desnecessária a transferência de mesentéri para manter a vascularizaçã íntegra. O estômag é muit elástic e seu 13,15,16 pder de cicatrizaçã é muit bm. 17 Após trabalh de Swensn & Magruder (1944), s tubs gástrics passaram a ser denminads de acrd cm sentid d peristaltism d estômag: tub gástric anisperistáltic (TGA) e tub gástric isperistáltic (TGI). Na cnstruçã d TGA, sempre é realizada esplenectmia, que tem cm bjetiv permitir mair mbilizaçã e ampliar sua irrigaçã. N TGI, a esplenectmia nã é realizada rtineiramente. N TGA, a mucsa antral, cnstantemente estimulada pela passagem de aliment u secreçã alcalina, seria desvantajsa e respnsável pel ptencial ulcergênic 18-21 da peraçã. A transpsiçã gástrica para recnstruçã d trânsit digestiv, após faringlaringectmia ppularizu-se 22 depis que Orringer & Slan (1978) difundiram a técnica de 7 esfagectmia sem tractmia, apesar de Ong & Lee terem descrit este métd, em 1960. Apresenta cm vantagens fat de ter estômag cm substitut esfágic, n que diz respeit a sua ótima vascularizaçã; realizaçã em um únic estági; e necessitar apenas de uma anastmse, diminuind a pssibilidade de estense e/u fístula; além de nã 23 apresentar cmplicações referentes às esfagectmias. Cm desvantagens, apresenta necessidade de equipe experiente em cirurgia gástrica, temp cirúrgic extens e necessidade de pós-peratóri desses pacientes em unidade de terapia intensiva, devid a manusei d mediastin psterir, cm riscs de penumtórax uni u bilateral, 24,25 pneummediastin e hemrragia mediastinal. Devid as incvenientes da transpsiçã gástrica e à experiência adquirida pel Serviç de Cirurgia Trácica de nss hspital, cm 35 cass de by pass esfágic cm tub isperistáltic de curvatura gástrica mair isperistáltic para câncer inperável d esôfag, reslvems recnstruir t r â n s i t d i g e s t i v c m e s t e m é t d a p ó s faringlaringesfagectmia cervical. A via de acess esclhida à regiã cervical fi a retresternal, mesm cntrariand a afirmativa de que t r a q u e s t m a p e r m a n e n t e, q u e r e s u l t a a p ó s faringlaringectmia n tratament d câncer da hipfaringe e de alguns cass de esôfag cervical, impede us da via retresternal para a passagem de um substitut esfágic. A via retresternal é mais lnga d que a mediastinal psterir, prém, s mtivs para sua seleçã fram a facilidade de dissecçã da regiã retresternal, permitind atingir a regiã da anastmse faringgástrica cm rapidez, sem dificuldade e sem mrbidade cirúrgica, além de nã ter extensã muit 26,27 mair d que acess pel mediastin psterir. Nã huve dificuldade na dissecçã rmba da regiã retresternal nem da passagem d tub gástric pr essa via. A única manbra cirúrgica utilizada para esse fim fi a ressecçã d prcess xifóide d estern, que nã apresentu nenhum efeit deletéri. Em nsss cass, fi desnecessária a realizaçã da tractmia, pis nã se realizu esfagectmia ttal e, dessa maneira, evitu-se mrbidade mair. Segund alguns autres, a manutençã de segment d esôfag pde levar a perig teóric de desenvlviment de carcinma em um órgã sujeit, pr muit temp, a fatres cancerígens, cm álcl, irritaçã crônica pr esfagite etc. N entant, apresenta enrmes vantagens n que se refere à mrbimrtalidade d at cirúrgic, pis a ausência de dissecçã às cegas d esôfag trácic diminui a pssibilidade de crrência de cmplicações relativas à esfagectmia. N que se refere à pssibilidade de surgiment de segund carcinma sincrônic u metacrônic n esôfag trácic u abdminal restantes, a incidência desse event relatada na literatura varia de 8% a 17%. Se separar-se pr lcalizaçã, verifica-se que a incidência de segunda lesã primária n esôfag situa-se entre 2% a 4%, além d que a avaliaçã cm endscpia digestiva pré- 28 peratória é bastante precisa. Harrisn, em 1970, demnstru a inexistência de segunda lesã esfagiana e de lesões pr disseminaçã submucsa em 20 peças cirúrgicas de esfagectmia ttal estudadas cm secçã de td 29,30 órgã. Além desses fatres, a margem de ressecçã esfágica ideal ainda se mantém cntrvertida e, segund 31 Kirschner (1975), uma extensã de 5 cm é nclgicamente suficiente, prque nã é usual a disseminaçã inferir ds carcinmas de hipfaringe para esôfag. Prtant, acreditams que a ressecçã ttal d esôfag nã está justificada cm um prcediment prfilátic cntra um risc duvids de câncer. A duraçã d prcediment cirúrgic parece estar diretamente relacinada à incidência de cmplicações subseqüentes. Temps cirúrgics curts resultam em períds curts de risc para paciente. Diminuiçã d temp peratóri diminui temp de anestesia geral, a quantidade de sangrament e temp de expsiçã ds tecids as efeits d ressecament e da cntaminaçã. Nã há substitut para um prcediment bem planejad, rápid e meticuls. Em nsss cass, nã huve aument d temp cirúrgic gast cm a cnfecçã d tub isperistáltic da 106

curvatura gástrica mair, mesm trabalhand cm uma única equipe. Se cnsiderarms temp gast cm a cnfecçã d prcediment recnstrutiv, vims que esse nã ultrapassu mais que 70 minuts. Assim, essa técnica tem ttal pssibilidade de ser realizada pr apenas uma equipe, pis nã demanda temp e desgaste superires a qualquer tip de recnstruçã na área da cabeça e pescç. Esse temp reduzid deve-se a alguns fatres própris ds tubs gástrics isperistáltics, que sã a facilidade de sua cnfecçã, pis dispensam a realizaçã de manbras cirúrgicas mais cmplexas cm liberaçã d duden de seu leit, ausência de necessidade de prcediments cirúrgics adicinais cm pilrplastia, vagtmia e esplenectmia e pssibilidade d us de suturas mecânicas, que agilizam e facilitam em demasia a cnfecçã d tub. Para s tubs gástrics, uma extensã de 28 a 32 cm 15,32 nrmalmente é suficiente, que fi facilmente btid cm essa técnica em tds s nsss cass. A manbra de Kcher nã fi utilizada em nenhum de nsss pacientes, vist que a anastmse d tub gástric, tant à base da língua quant as retalhs a ele suturads, fi realizada facilmente e sem tensã. Váris autres que utilizaram a transpsiçã gástrica empregaram essa manbra para bter alguns centímetrs e facilitar a anastmse d estômag à base da língua. Em nsss cass, nã encntrams dificuldade n esvaziament gástric u regurgitaçã, pis essas cmplicações nã fram relatadas pels pacientes. Iss se deve a fat da nã interferência cm a inervaçã vagal gástrica, nã havend, dessa maneira, prejuíz a seu esvaziament nem 9,33 necessidade de pilrplastia. A esplenectmia só fi feita em cass acidentais de lesã esplênica durante a cirurgia, quand da liberaçã da curvatura gástrica mair. Outra variável imprtante para avaliaçã é a incidência de cmplicações. Elas levam a terapia adicinal, prlngam a hspitalizaçã e, em alguns cass, pdem levar a óbit. Tivems sete pacientes (43,8%) desnutrids entre grau I e grau II, que pde ser um fatr de incidência de cmplicações n pós-peratóri. A decisã de nã se levar em cnsideraçã estad nutricinal ideal para iniciar-se tratament desses pacientes baseu-se n fat de a dença nã permitir perda de temp para seu tratament, sb pena de haver pacientes ressecáveis transfrmads em irressecáveis, durante períd necessári para melhra d estad nutricinal. Dentre as cmplicações encntradas, as mais cmuns fram as fístulas salivares, deiscência parcial da anastmse e brncpneumnia. A cmpararms nssas taxas de mrbidade e mrtalidade às relatadas pr utrs autres, verificams que nsss percentuais de fístulas salivares em sete pacientes (43,8%) e deiscências parciais da anastmse em quatr pacientes (25%) estã dentr ds índices encntrads. Os índices relatads para as fístulas salivares variam de 10% a 67%; prém, se estas séries tiverem uma separaçã entre s pacientes submetids à recnstruçã d trânsit digestiv pr dença neplásica maligna, verems que esses índices situam-se ns valres 20,34 mais alts. Dentre s pacientes cm fístulas salivares, smente um deles precisu de crreçã cirúrgica, que fi realizada sb anestesia lcal. As deiscências parciais e a necrse parcial também fram crrigidas cirurgicamente cm anestesia lcal. As cmplicações clínicas crreram em seis pacientes e a mais incidente fi a brncpneumnia, que é facilmente entendid, vist que tds s pacientes eram prtadres de lesões avançadas, cm interferência na deglutiçã pr mei de estase salivar que prvcava cert grau de aspiraçã, além de serem pacientes tabagistas e etilistas de lnga data. Quant à reabilitaçã da deglutiçã, huve quatr pacientes que nã alcançaram esse bjetiv, prém, nã pdems relacinar esse insucess à técnica cirúrgica recnstrutiva pis esses pacientes apresentaram fístula salivar e recidiva tumral lcal, que impssibilitu a ingestã de aliments pr via ral. Um desses pacientes fi a óbit n 20 dia de pós-peratóri, também impssibilitand us da via ral para alimentaçã. Tds s utrs pacientes adquiriram dieta via ral, de cnsistência pastsa. Os dis pacientes que fram a óbit n períd pósperatóri frmam uma taxa de mrtalidade de 12,5%, cntud, é precis ntar que smente um desses pacientes apresentu relaçã cm a técnica cirúrgica, pr septicemia após deiscência da jejunstmia, que ns fez ptar pela snda nasgástrica cm técnica de intrduçã de alimentaçã, diminuind a prbabilidade de cmplicações cm a eliminaçã da jejunstmia da rtina cirúrgica. Cnsiderand-se que tds s pacientes tinham dença extremamente avançada, essa taxa de mrtalidade pósperatória parece ser aceitável. CONCLUSÕES D estud da recnstruçã da faringe e d esôfag cm tub isperistáltic da curvatura gástrica mair após faringlaringesfagectmia cervical, pde-se cncluir: (1) tub gástric isperistáltic alcançu a base da língua sem dificuldades em tds s cass; (2) a tractmia e a dissecçã intratrácica fram desnecessárias, já que nã huve necessidade de ressecçã ttal d esôfag; (3) nã huve necessidade de prcediments cirúrgics auxiliares cm manbras de liberaçã d duden, pilrplastia e esplenectmia e a mrtalidade fi baixa; (4) as cmplicações mais freqüentes fram as fístulas salivares e estenses, prém, de fácil resluçã; e (5) a recnstruçã fi rápida, viável e funcinal, mesm em pacientes irradiads. REFERÊNCIAS 1. Pingree TF, Davis RK, Reichmann O, Derrick L. Treatment f hyppharyngeal carcinma: a 10-year review f 1,362 cases. Laryngscpe. 1987;97:901-4. 2. Wkey H. The surgical treatment f carcinma f the pharynx and upper esphagus. Surg Gynecl Obstet. 1942;75:499-506. 3. Bakamjian VY. A tw stage methd fr pharyng-esphageal recnstructin with a primary pectral flap. Plast Recnst Surg. 1965;36:173-84. 4. Ariyan S. Pectralis majr, sternmastid, and ther musculcutaneus flaps fr head and neck recnstructin. Clin Plast Surg. 1980;7:89-109. 5. Baek SM, Lawsn W, Biller HF. Recnstructin f hyppharynx and cevical esphagus with pectralis majr island mycutaneus flap. Ann Plast Surg. 1980;7:18-24. 6. Beck C, Carrel A. Demnstratin f specimens illustrating a methd f frmatin f a prethracic esphagus. Illinis Med J. 1905;7: 463-4. 7. Shefts LM, Fischer A. Carcinma f the cervical esphagus with a ne stage ttal esphageal resectin and pharynggasterstmy. Surgery. 1949;25:849-61. 8. Ong GB, Lee TC. Pharynggastric anastmsis after esphag-pharyngectmy fr carcinma f the hyppharynx and cervical esphagus. Br J Surg. 1960;48:193-200. 9. Balasegaram M. Replacement f hyppharynx and esphagus. Am J Surg. 1968;115:279-86. 10. Spectr JG, Sessins DG, Emami B, Simpsn J, Haughey B, Harvey J, Fredricksn JM. Squamus cell carcinma f the pyrifrm sinus: a nnrandmized cmparisn f therapeutic mdalities and lng-term results. Laryngscpe. 1995;105(4 Pt 1):397-406. 11. Rapprt A, Andrade Sbrinh J, Carvalh MB, Magrin J, Quadrs JV. Câncer da hipfaringe. Análise de 560 cass. Rev Cl 107

Bras Cir. 1977;5:159-67. 12. Bnfils P, Laccurreye H, Brasnu D, Dnnadieu S, Cugnenc PH, Menard M, Fabre A, Jant F. [Esphagectmy and pharyngectmy in cancers f the upper respiratry and digestive tracts and the esphagus. Results aprps f 16 cases] Oesphagectmie et pharyngectmie dans les cancers des vies aér-digestives supérieures et esphagiens. Résultats à prps de seize cas. Ann Otlaryngl Chir Cervicfac. 1988;105(2):93-6. 13. Yamagishi M, Ikeda N, Ynemt T. An isperistaltic gastric tube. A new methd f esphageal replacement. Arch Surg. 1970;100:689-92. 14. Shah JP, Spir RH, Shemen L, Strng EW. Selecting variants in pharyngeal recnstructin. Ann Otl Rhinl Laryngl; 1984;93:318-21. 15. Pstlethwait RW. Technique fr isperistaltic gastric tube fr esphageal bypass. Ann Surg. 1979;189:673-6. 16. Ximenes Nett M, Silva RO, Vieira LF. Esfagplastia cm a grande curvatura gástrica. O tub gástric invertid. Rev Cl Bras Cir. 1982;9:206-15. 17. Swensn O, Magruder TV. Experimental esphagectmy. Surgery. 1944;15:953-4. 18. Speranzini MB, Smlentzv H, Menicni MT. Isperistaltic Gastric Tube (IGT) Esphagplasty. (Operative Technique). Arq Bras Cir Dig. 1990;5:12-6. 19. Gavriliu D, Gergescu L. Esfagplastie viscerala directa. Chirurgia. 1955;4:104-8. 20. Heimlich HJ. Esphagplasty with reversed gastric tube. Review f fifty-three cases. Am J Surg. 1972;123:80-92. 21. Gavriliu D. Aspects f esphageal surgery. Curr Prbl Surg. 1975;12:1-64. 22. Orringer MB, Slan H. Esphagectmy withut thractmy. J Thrac Cardivasc Surg. 1978;76:643-54. 23. Bains MS, Spir RH. Pharynglaryngectmy, ttal extrathracic esphagectmy and gastric transpsitin. Surg Gynecl Obstet. 1979;149:693-6. 24. Böttger T, Bumb P, Dutkwski P, Schlick T, Junginger T. Carcinma f the hyppharynx and cervical esphagus: a surgical challenge. Eur J Surg. 1999;165:940-6. 25. Carlsn GW, Schursterman A, Guillamndegui OM. Ttal recnstructin f the hyppharynx and cervical esphagus. Ann Plast Surg. 1992;29:408-12. 26. Câmara-Lpes LH. Esfagplastia cm estômag pr tuneilizaçã retresternal. Rev Paul Méd. 1958;53:149. 27. Ximenes Nett M. Desvi retresternal cm estômag n carcinma inperável d esôfag. Rev Bras Cir. 1978;68:1-6. 28. Harrisn DFN. Pathlgy f hyppharynx cancer in relatin t surgical management. J Laryngl Otl. 1970;84:349-67. 29. Yshin K, End M, Nara S, Ishikawa N. Surgery fr synchrnus duble cancer in the hyppharynx and thracic esphagus. Hepatgastrenterlgy. 1995;42:275-8. 30. Niklau AC, Marku CD, Petridis DG, Danilidis IC. Secnd primary neplasms in patients with laryngeal carcinma. Laryngscpe. 2000;110:58-64. 31. Kirschner JA. Pyrifrm sinus cancer: a clinical and labratry study. Ann Otl Rhinl Laryngl. 1975;84:793-803. 32. Sasaki CT, Salzer SJ, Cahw CE, Sn Y, Ward B. Laryngpharyng-esphagectmy fr advanced hyppharyngeal and esphageal squamus cell carcinma: The Yale experience. Laryngscpe. 1995;105:160-3. 33. Spir RH, Shah JP, Strng EW, Gerld FP, Bains MS. Gastric transpsitin in head and neck surgery. Indicatins, cmplicatins, and expectatins. Am J Surg. 1983;146:483-7. 34. Sullivan MW, Talamnti MS, Sithanandam K, Jb AW, Pelzer HJ, Jehl RJ. Results f gastric transpsitin fr recnstructin f the pharyngesphagus. Surgery. 1999;126:666-71. 108