Unidade II 3 INFORMAÇÃO ESTRATÉGICA A informação estratégica num conceito mais amplo é aquela associada e derivada das estratégias contidas na visão de futuro da organização. 1 Visão de futuro, simplificadamente, pode ser descrita como um perfil organizacional, futuro que a empresa deseja ter. Embora de forma quantitativa a visão possa ser assim definida, ela é geralmente é um pouco mais elaborada, isto é: considera inúmeros itens. Estratégias são modos possíveis para se atingir um dado objetivo. Desses modos possíveis, um ou mais deles podem ser implementados, constituindo as estratégias eleitas. Três tipos fundamentais de estratégias podem ser consideradas: estratégia corporativa; estratégia de posicionamento; estratégia competitiva. A estratégia corporativa cuida de criar condições para viabilizar vantagens competitivas no longo prazo, ficando, assim, com as decisões relacionadas com o longo prazo e com as questões que são mais pertinentes aos donos da empresa ou seus representantes. A estratégia de posicionamento no setor tenta obter uma diferenciação de produto ou de mercado, e o posicionamento é reconhecido pelos concorrentes. 3
Unidade II A estratégia competitiva busca uma valorização da empresa junto aos consumidores, geralmente num dos possíveis campos de competição apontados por Contador (1996): preço, produto, prazo, assistência e imagem. 3.1 Conceito ampliado de informação estratégica 1 Muitos autores consideram, num conceito limitado, que a informação estratégica é apenas a que possibilita à alta administração a contínua avaliação das tendências econômicas, sociais e políticas que podem influenciar as perspectivas da empresa com relação a risco e sucesso futuro. Este é um conceito limitado. Informação estratégica é muito mais do que a informação de que a empresa precisa para obter sucesso sobre o seu ambiente operacional para poder mudar e desenvolver ações adequadas capazes de agregar valor para os clientes. A informação estratégica num conceito mais amplo é aquela associada e derivada das estratégias contidas na visão de futuro da organização. Este conceito precisa ser discutido, e sua discussão começa pelo polêmico conceito denominado visão de futuro. O que é isto? 2 3.2 Visão de futuro: um perfil organizacional antecipado Quando se lê sobre visão de futuro de longo alcance, percebe-se que os autores não possuem todos um conceito unificado. Isso é típico das disciplinas sociais. Por exemplo, a origem do lucro (o que é que produz o lucro?) também não é pacífica. Num estudo sobre o lucro, os autores marxistas afirmam que ele advém da exploração do trabalhador; já os autores kaleckianos afirmam que parte do lucro provém da inovação tecnológica. Outros autores explicam que o lucro é proveniente da cobertura do risco do empreendimento. 36
1 Isso não significa que os marxistas, os kaleckianos ou outros economistas estejam errados porque olham a origem do lucro de forma diferente: apenas significa que possuem referenciais teóricos distintos. O referencial teórico é o marco teórico de referência, é o paradigma para leitura, pesquisa e interpretação de fatos, adotado por um pesquisador, um autor, um indivíduo, expressando a sua forma especial de ver o mundo, isto é, as lentes pelas quais percebe, entende e questiona a realidade. Em administração, dependendo do referencial adotado, o conceito de visão de futuro de longo alcance, ou simplesmente visão, varia. E podemos estabelecer que há duas grandes correntes quanto à forma de conceituar visão: as qualitativas que se prendem às características gerais e difusas da visão; e as quantitativas que valorizam parâmetros descritivos e passíveis de serem medidos. Tregoe et alli (1993, p.14) definem visão ou estratégia como a estrutura que orienta as escolhas determinadas da natureza e do rumo da organização. É o que as empresas desejam ser. Muitas das expressões qualitativas de visão são do tipo: Queremos ser líderes de mercado em pigmentos para tintas metálicas. Algumas são um pouco mais cautelosas e precisas: 2 Queremos ser líderes de mercado, no Brasil, em pigmentos para tintas metálicas, dentro de cinco anos. Visões deste tipo pouco auxiliam o administrador, pois não são instrumentais. A visão não é um texto que denota intenções mais ou menos claras, mas um grande conjunto de projetos que, postos 37
Unidade II em prática, fazem com que a empresa atinja, ao fim de algum tempo, seu objetivo. 1 2 A visão é a especificação do estágio que a empresa pretende ter num determinado momento futuro. Por isso ela não deve ser expressa por palavras que denotem apenas um desejo, mas sim por um conjunto de objetivos e de projetos que mostrem como se alcançam tais objetivos. Desta forma, a visão não pode ser expressa por meio de cinquenta palavras de um parágrafo. Uma visão do tipo pretendemos ser a empresa líder em qualidade no setor, nada diz enuncia apenas um desejo. Uma visão quantitativa está estruturada em perfis organizacionais temporais isto é, que evoluem ao longo do tempo. Se quisermos descrever como é hoje uma organização, podemos fazer isso por meio do seu perfil, considerando, entre outras coisas: a linha de produtos e serviços e o faturamento anual com eles; a quantidade de instalações, área e seu valor (ativo imobilizado); a carteira de clientes; o quadro de pessoal (quantidade, nível médio de instrução, segurança); as tecnologias instaladas; o atendimento aos requisitos dos clientes (prazos médios de entrega; segurança etc); a situação no ramo perante a concorrência (porte relativo, ritmo de crescimento); as vantagens competitivas focadas em relação ao principal concorrente; 38
as fontes de tais vantagens competitivas (grau de excelência das armas da competição, produtividade etc.). E muitas outras coisas. Fazendo uso destes elementos do perfil, podemos quantificá-los, com relação a hoje, como mostra a próxima figura: Figura 8: Alguns elementos do perfil de uma empresa. Perfil organizacional Item unidade Hoje linha de produtos e serviços qtde 33 faturamento anual US$mil 2870 quantidade de instalações Unid 3 área instalada m 2 1800 ativo imobilizado US$mil 80 carteira de clientes Qtde 1360 pessoal: quantidade Qtde 86 pessoal: nível médio de instrução anos 13,4 pessoal: segurança acidentes/ano tecnologias instaladas idade média 4,3 prazos médios de entrega dias 16,2 acidentes com produtos acidentes/ano 16 vantagem competitiva (VC) focada tipo preço VC em relação ao principal concorrente relação 1,03 grau de excelência média das armas Likert (1 a ) 3,2 produtividade vendas/h/ano 333 Fonte: COSTA, Manuel António Meireles da. Sistemas de Informação: quesitos de excelência dos sistemas de informações operativos e estratégicos. V. 1. Série: Indicadores Gerenciais. São Paulo: Arte & Ciência, 01. É óbvio que poderia ser feita uma comparação com um perfil anterior, por exemplo, de cinco anos atrás. A figura 9 mostra um exemplo disso. Olhando tal figura, é possível ver as diferenças ocorridas entre os dois perfis organizacionais, com cinco anos de diferença. 39
Unidade II A estrutura da visão quantitativa é exatamente a mesma: requer apenas que se trace o perfil alguns anos para a frente normalmente, cinco anos, embora, obviamente, empresas precisem traçar perfis ainda mais distantes de dez a quinze anos, como é o caso de mineradoras, fábricas de papel, fábricas de cimento e semelhantes, que estão sempre preocupadas com suas fontes de insumos. A esse perfil desejado, no futuro, chamamos de visão. É o que mostra a figura. Figura 9: Perfil organizacional ontem e hoje Perfil organizacional -ontem e hoje Item unidade Há anos hoje linha de produtos e serviços qtde 7 33 faturamento anual US$mil 71 2870 quantidade de instalações Unid 1 3 área instalada m 2 6076 1800 ativo imobilizado US$mil 142 80 carteira de clientes Qtde 1706 1360 pessoal: quantidade Qtde 428 86 pessoal: nível médio de instrução anos 6,7 13,4 pessoal: segurança acidentes/ano 13,7 tecnologias instaladas idade média 8,9 4,3 prazos médios de entrega dias 4,6 16,2 acidentes com produtos acidentes/ano 14 16 vantagem competitiva (VC) focada tipo preço preço VC em relação ao principal concorrente relação 1,19 1,03 grau de excelência média das armas Likert (1 a ) 2,6 3,2 produtividade vendas/h/ano 1670 333 Fonte: COSTA, Manuel António Meireles da. Sistemas de Informação: quesitos de excelência dos sistemas de informações operativos e estratégicos. V. 1. Série: Indicadores Gerenciais. São Paulo: Arte & Ciência, 01. 40
Uma comparação entre os perfis organizacionais possibilita visualizar a evolução da empresa. Considerou-se alguns elementos do perfil, apenas. Figura : Visão de futuro de longo alcance: o perfil desejado Visão de futuro de longo alcance: o perfil desejado Item unidade Há anos Hoje Visão Valores observados Desejados linha de produtos e serviços qtde 7 33 02 faturamento anual US$mil 71 2870 74 quantidade de instalações Unid 1 3 4 área instalada m 2 6076 1800 40 ativo imobilizado US$mil 142 80 1360 carteira de clientes Qtde 1706 1360 33792 pessoal: quantidade Qtde 428 86 14 pessoal: nível médio de instrução anos 6,7 13,4 14,2 pessoal: segurança acidentes/ano 13,7 2 tecnologias instaladas idade média 8,9 4,3 3,1 prazos médios de entrega dias 4,6 16,2 9,6 acidentes com produtos acidentes/ano 14 16 4 vantagem competitiva (VC) focada tipo preço preço qualidade VC em relação ao principal concorrente relação 1,19 1,03 1,02 grau de excelência média das armas Likert (1 a ) 2,6 3,2 4,2 produtividade vendas/h/ano 1670 333 3948 Fonte: COSTA, Manuel António Meireles da. Sistemas de Informação: quesitos de excelência dos sistemas de informações operativos e estratégicos. V. 1. Série: Indicadores Gerenciais. São Paulo: Arte & Ciência, 01. A visão de futuro de longo alcance, quando quantitativa, expressa os valores desejados para o perfil organizacional. 41
Unidade II 3.3 A visão e os autores de estratégia 1 2 Já sabemos que a informação estratégica num conceito mais amplo é aquela associada e derivada das estratégias contidas na visão de futuro da organização, e que esta visão, simplificadamente, pode ser descrita como um perfil organizacional, futuro que a empresa deseja ter. Embora o conceito de visão quantitativa possa ser assim definido, a visão geralmente é um pouco mais elaborada, isto é: considera inúmeros itens. É como se fosse um perfil organizacional completo e complexo. Nos exemplos das figuras 8 a, considerou-se 16 elementos mas uma visão típica é mais complexa e abarca mais de duzentos itens, se considerar uma empresa de médio porte. Não se consegue unanimidade quanto ao conceito de visão, tampouco a sua importância é reconhecida pelos autores de estratégia. Borgatti Neto (00) analisou renomados autores sobre estratégia quanto à presença de certos temas e destacou, quanto à visão: Michael Porter: considera que uma visão pode ajudar a pensar nas áreas de mudança. A estratégia não pode ser formulada sem uma previsão explícita ou implícita de como a indústria vai evoluir ; sugere o uso de cenários apenas para as indústrias emergentes. Kenichi Ohmae: a visão funciona como um impulso inicial e deve ter naturezas diferentes para empresas equilibradas e empresas em declínio. Igor Ansoff: parece sugerir que deveria haver uma declaração de qual seria o papel da empresa e seus objetivos em relação à sociedade, mas não explora esta questão. Craig e Grant: quando a missão e a visão não apresentam quaisquer unidades, mas apresentam três níveis de estratégia: 42
corporativa (em quais setores deveríamos estar); empresarial (como deveríamos competir); funcional (por quais meios nossa estratégia será implementada, relativos a cada função: produção, finanças, marketing etc.). Propõem a seguinte sequência de gerenciamento estratégico: 1. missão; 2. objetivos; 3. estratégia; 4. tática. Sérgio Zaccarelli: considera ser necessária apenas uma visão de curto prazo que seja melhor que a dos concorrentes. 1 3.4 A estratégia na visão Já que a informação estratégica está associada e deriva das estratégias contidas na visão de futuro, é necessário conhecer o conteúdo de tais estratégias. A figura 11 mostra, esquematicamente, os elementos básicos de uma visão. Figura 11: Componentes mínimos de uma visão. Visão Estratégia corporativa Estratégia de posicionamento Estratégia competitiva campo da competição armas adequadas ao campo Informação estratégica Funcionalidade interna Gestão sistêmica Fonte: COSTA, Manuel António Meireles da. Sistemas de Informação: quesitos de excelência dos sistemas de informações operativos e estratégicos. V. 1. Série: Indicadores Gerenciais. São Paulo: Arte & Ciência, 01. 43
Unidade II Três dos componentes da visão referem-se a estratégias: estratégia corporativa, estratégia de posicionamento e estratégia competitiva. Mas o que significa estratégia? Os autores, sobre estratégia, nem sempre são felizes ao conceituar estratégia empresarial. Estratégias são modos possíveis para se atingir um dado objetivo. Desses modos possíveis, um ou mais deles podem ser implementados, constituindo as estratégias eleitas. 1 Modo quer dizer maneira, forma particular, jeito, método, via, caminho, alternativa. Portanto, dado um certo objetivo, e havendo diversas maneiras para o alcançar (estratégias), deve-se escolher uma ou mais maneiras. A seguir, implementam-se tais maneiras de forma que o objetivo seja alcançado. Exemplo simplificado: a empresa tem como objetivo elevar o retorno sobre o investimento (RSI), que é de 4% ao ano, para % ao ano. A fórmula do retorno sobre o investimento é: Receitas - Despesas RSI = ------------------------------------------- Patrimônio líquido Para se elevar o valor RSI, é necessário elevar o numerador, diminuir o denominador ou fazer as duas coisas ao mesmo tempo. Para elevar o numerador, é necessário elevar as receitas ou reduzir as despesas. Desta forma, para o objetivo de elevar o RSI, há três estratégias possíveis: 2 1. Elevar as receitas. 2. Reduzir as despesas. 3. Reduzir o patrimônio líquido. A opção por uma ou mais de uma das estratégias é feita considerando restrições ambientais ou a adequabilidade 44
da estratégia com outros objetivos. Assim, pode ser que a empresa descarte a redução do patrimônio líquido por não ser conveniente, para uma empresa que quer crescer, reduzir o PL. Quando muito, pode adequá-lo, isto é, otimizá-lo vendendo imóveis ou áreas sem uso, vendendo máquinas praticamente sucateadas etc. E que estratégias devem estar presentes na visão? E o que elas abrangem? Para responder a essas questões, vamos fazer uso de Zaccarelli (1996). Para cada estratégia considerada, Zaccarelli definiu: tipos de estratégias e estrategistas; temas das decisões; ação / reação; caracterização dos oponentes. 1 Estratégia corporativa Indispensável a participação do dono ou seu representante. Temas das decisões Redefinição do mix (quantitativo e qualitativo) das bases para o sucesso ou da entrada ou saída de certos negócios Ação / reação: 2 orienta outros tipos de estratégia; define o caminho escolhido para o sucesso; manobras para ser entrante em novo negócio; retaliação contra a entrada de nova empresa no negócio. 4
Unidade II Caracterização dos oponentes Grande variedade de oponentes: da cadeia de valor, de grupos de empresas, de associações, de lobbies etc. Estratégia de posição É a estratégia de participação na cadeia de valor, para a qual é indispensável a participação da alta administração. Temas das decisões Busca de qualquer diferença na atuação na cadeia de valor que resulte em maior participação na distribuição do valor adicionado pela cadeia de valor. Ação / reação: 1 ações e reações geralmente não percebidas pelos clientes / consumidores; define a vantagem na divisão do valor total acrescido na cadeia de fornecimento. Caracterização dos oponentes Os oponentes são fornecedores ou fornecidos na cadeia de suprimentos que perderão participação no valor acrescido. Estratégia competitiva Indispensável a participação de conhecedores das operações de produção e marketing. Temas das decisões: 2 busca de qualquer diferenciação no produto / serviço que possa ser aproveitada para ter de fato a preferência dos clientes / consumidores; 46
define a vantagem na competição com todas suas consequências. Ação / reação: as ações e reações têm como juízes os clientes / consumidores. Caracterização dos oponentes Os oponentes são os competidores procurando anular, suplantar ou equilibrar as vantagens competitivas. 3. Objetivos da estratégia 1 O objetivo das estratégias da empresa de todas as estratégias: corporativa, de posicionamento e competitiva é dar vantagem à empresa, para que ela se diferencie dos concorrentes, ficando com a parte melhor e maior do mercado pelo qual compete. A estratégia de uma empresa, segundo Zaccarelli, não deve objetivar liquidar com os concorrentes, embora isso possa, eventualmente acontecer. Ela objetiva ter mais sucesso do que os concorrentes embora erros estratégicos possam produzir insucessos. É uma ferramenta dentre várias possíveis cujo uso pode resultar em sucesso (ou insucesso) da empresa e insucesso (ou sucesso) dos nossos concorrentes. A moderna estratégia é muito diferente do tradicional planejamento estratégico. 2 Hoje, não é só a alta administração que se envolve com problemas estratégicos: empregados sem qualquer função de chefia frequentemente participam da discussão da forma de obter vantagens competitivas; operadores de crédito pedem às empresas a descrição de sua estratégia, compradores são treinados na interpretação da estratégia dos fornecedores para melhor negociar com eles etc. 47
Unidade II A estratégia da empresa está relacionada, basicamente, com as ações para criar um diferencial de sucesso, com relação às outras empresas concorrentes. Não deve ser confundida com a política do negócio. Por isso a estratégia só aborda os aspectos do relacionamento da empresa com o seu exterior. 3..1 Conceito de estratégia 1 A dificuldade de ter uma definição rápida e boa de estratégia, para Zaccarelli (1996), deve-se à amplitude de seu conceito, que impede a condensação em uma única frase. Ele apresenta o conceito de estratégia como um guia para decisões sobre ações interativas em problemas de passagem, isto é, em problemas relacionados à passagem de uma situação atual para uma outra desejável expressa pela visão de futuro. Assim, estratégia pode ser conceituada como a definição de caminhos para se alcançar vantagem competitiva junto aos consumidores e diferenciais mercadológicos que melhorem o posicionamento da empresa frente aos concorrentes. Três tipos fundamentais de estratégias podem ser considerados: 1. Estratégia corporativa. 2. Estratégia de posicionamento. 3. Estratégia competitiva. 2 3..2 Estratégia corporativa A estratégia corporativa, para Zaccarelli (1996), cuida de criar condições para viabilizar vantagens competitivas no longo prazo. Se for prejudicada a estratégia corporativa, só no longo prazo haverá queda da competitividade. 48
A estratégia corporativa fica com as decisões relacionadas com o longo prazo e com as questões que são mais pertinentes aos donos da empresa ou seus representantes. 3..3 Estratégia de posicionamento no setor A estratégia de posicionamento no setor tenta obter uma diferenciação de produto ou de mercado, e o posicionamento é reconhecido pelos concorrentes. Busca a conquista de diferenciais mercadológicos. O posicionamento envolve apenas uma relação com os demais concorrentes ou com outros elementos da cadeia de negócios. O consumidor não percebe o fato. A estratégia de posicionamento obrigatoriamente envolve mudanças na cadeia de fornecimento, afetando fornecedores ou clientes. 3..4 Estratégia competitiva 1 A estratégia competitiva busca uma valorização da empresa junto aos consumidores. Os consumidores reconhecem alguma vantagem que a empresa lhes fornece. Consequentemente, tal vantagem só pode ser nos campos de competição apontados por Contador (1996): custo, produto, prazo, assistência e imagem. 3.6 Funcionalidade interna A funcionalidade interna objetiva prover a organização de eficiência e eficácia. Ter uma maior funcionalidade interna que os concorrentes e evita que o sucesso seja dificultado pelos desperdícios internos à empresa. 2 A funcionalidade interna requer que dia a dia a produtividade e a qualidade sejam maiores em cada departamento da 49
Unidade II organização. Ter maior funcionalidade interna que os concorrentes é ter custos mais baixos que os concorrentes. 3.7 Gestão sistêmica A gestão sistêmica requer que se olhe a empresa como um todo. Nesse sentido, aspectos muitas vezes não relevantes, como relacionamento com a comunidade, imagem cívica e outros são considerados. Analise a figura 12 a seguir e entenda os recursos formadores de uma empresa e sua conexão com os recursos computacionais. Recursos Humanos Usuários finais e especialistas em SI Controle do desempenho do sistema Recursos de software Programas e procedimentos Bancos de dados e bases de conhecimento Recursos de dados Entrada de recursos de dados Processamento de dados em informações Armanezamento de recursos de dados Saída de produtos de informação Máquinas e mídias Recursos de hardware Recursos de rede Meios de comunicação e suporte de rede Fonte: LAPO, Wilson D. 0
4 SISTEMA DE INFORMAÇÕES COMO FONTE DE VANTAGEM COMPETITIVA (VC) 1 2 Um sistema de informações deve prover tanto a informação de cunho estratégico quanto a de cunho operacional. Sistemas desse tipo, que coletam, armazenam, processam e disponibilizam informações para todos os níveis organizacionais, são denominados sistemas de informações gerenciais (SIG). O sistema de processamento de dados é a parte mais básica do SIG, o agrupamento e a organização de dados sobre transações básicas de negócios; esse componente do SIG não envolve a tomada de decisão. Para decisões rotineiras que se repetem dentro da organização, um Sistema de Relatórios Gerenciais (SRG) é criado. Para decisões não rotineiras, um sistema de apoio a decisões (SAD) é utilizado. Existem, ainda, os Sistemas Transacionais (ST), Sistemas Especialistas (SE) e/ou Sistema de Apoio aos Executivos (SAE). Os sistemas integrados compõem um fenômeno razoavelmente recente no panorama empresarial. Sistemas integrados podem ser aplicados, com pequenas adaptações, a qualquer empresa. O ganho de escala traz uma vantagem de custo importante sobre as soluções desenvolvidas especialmente para as necessidades de cada empresa. Sistemas integrados são (teoricamente) capazes de integrar toda a gestão da empresa, agilizando o processo de tomada de decisão. Um software de gestão empresarial mais conhecido como ERP (Planejamento dos Recursos Empresariais) é uma ferramenta de trabalho. Trata-se de sistema de computador (software) composto de vários módulos que se integram com o objetivo de tratar ou processar os dados transformando-os em informações decorrentes. Um sistema de ERP pode ser visto como um reforço para a concentração de esforços nas armas adequadas aos campos 1
Unidade II da competição. Por hipótese, permite a elevação do grau de excelência das armas usadas pela empresa dentre aquelas armas que o ERP pode contemplar. Partindo do planejamento estratégico da empresa (especialmente da visão de longo prazo), os analistas fazem o planejamento estratégico de informação, enfocando a análise das áreas de negócios inicialmente e integrando todas elas depois. Os analistas de sistemas começam a elaborar o projeto do sistema e partem, a seguir, para a construção do sistema fazendo uso de ferramentas CASE. Depois, o sistema é implantado, passando a servir aos usuários. O sistema, entretanto, requer uma contínua manutenção. Figura 13: Usos estratégicos da tecnologia da informação Estratégia Melhorar o processo empresarial Papel da TI Ultiliza TI para reduzir custos de processos empresariais Utiliza TI para criar novos produtos ou serviços - Utiliza TI para melhorar qualidade - Utiliza TI para ligar a empresa a clientes e fornecedores Resultado Melhor eficiência Criar novas oportunidades empresariais Mantém clientes e relacionamentos valiosos Fonte: LAPO, Wilson D. 1 4.1 Informações gerenciais e operacionais Foi dado destaque à necessidade de o sistema de informações estar associado e derivar da visão de futuro da organização, visão construída com estratégias (corporativa, de posicionamento e competitiva), com elementos da funcionalidade interna 2
e elementos da gestão sistêmica. Desta forma, a visão de futuro tem uma característica essencialmente quantitativa, assemelhando-se a um perfil organizacional complexo desejável no futuro para a organização. 1 2 O sistema de informações deve estar, assim, intimamente articulado com os objetivos futuros da organização. Mas quando se fala em sistema de informações estratégicas, destaca-se o sistema de informações gerenciais contrapondo-se ao sistema de informações operacionais. Dentro de uma organização, gerentes diferentes têm tipos diversos de necessidades de informações, e uma perspectiva de informação como um sistema dinâmico permite esses vários tipos de informação. O nível mais alto da administração, que é responsável pela formulação e pela implementação da visão de longo alcance, tem necessidade de informações de natureza ampla e de cunho essencialmente estratégico. Este nível de informação não é apropriado para o nível operacional. Um operador geralmente requer informações detalhadas sobre as operações do dia a dia, e não a informação ampla e estratégica. Cada nível gerencial, cada função requer um tipo específico de informação, e a norma da eficiência exige que a informação fornecida deva ser igual à requerida pelo solicitante. Um sistema de informações deve prover tanto a informação de cunho estratégico quanto a de cunho operacional. Sistemas desse tipo, que coletam, armazenam, processam e disponibilizam informações para todos os níveis organizacionais são denominados sistemas de informações gerenciais (SIG). 4.2 Tipos de sistemas de informações gerenciais O sistema de informações gerenciais provê a integração de todas as funções, os procedimentos, dados e equipamentos da 3
Unidade II 1 corporação em um sistema abrangente de forma a produzir as informações necessárias para todos os níveis dentro da organização. Esse SIG tem foco tanto interna quanto externamente, já que fornece informações de dentro da organização (por exemplo, totais semanais de produção) ou de fora (mudanças no Índice de Preços ao Consumidor). Antes de examinar os componentes de hardware e de software do sistema de informações gerenciais e os critérios de seleção que operam em seu projeto, é necessário delinear as características da informação em si. Sabemos que um Sistema de Informações Gerenciais (SIG) é abrangente e produz todas as informações necessárias para todos os níveis dentro da organização. Para ser uma ferramenta útil, a informação deve ser completa, precisa e apropriada para a tarefa e deve ser recebida pelo destinatário com pontualidade. 2 A informação fornecida deve se equiparar à necessária para a tomada de decisão. A. Subsistemas do SIG É sabido que os gerentes precisam tomar decisões rotineiras e não rotineiras. Cada uma dessas decisões requer formas diferentes de informação, e sistemas de informação diferentes são criados para auxiliar a administração em suas tomadas de decisão. Sistemas de Informação Gerencial (SIG) fornecem informação na forma de relatórios e demonstrativos para os gerentes e muitos profissionais da empresa. O sistema de processamento de dados é a parte mais básica do SIG, o agrupamento e a organização de dados sobre transações básicas de negócios; esse componente do SIG não envolve a tomada de decisão. Para decisões rotineiras que se repetem dentro da organização, um Sistema de Relatórios Gerenciais (SRG) é criado. Para decisões não rotineiras, um sistema de apoio a decisões 4
(SAD) é utilizado. Existem, ainda, os Sistemas Transacionais (ST), Sistemas Especialistas (SE) e/ou Sistema de Apoio aos Executivos (SAE). 1 2 Sistemas de Informação Gerenciais ou Orientados ao Gerenciamento (SIG): o objetivo básico de um SIG é ajudar a empresa a alcançar suas metas, fornecendo a seus gerentes detalhes sobre as operações regulares da organização, de forma que possam organizar, controlar e planejar assertivamente. Para tanto, lança-se mão de dados internos provindos dos SPTs e de dados externos captados do mercado. Um SIG provê aos gerentes não só informação e suporte para a efetiva tomada de decisão, mas também as respostas às operações diárias, agregando, assim, valor aos processos da organização, visto que dá informações para a pessoa certa, do modo certo e no tempo certo. Isso é possível porque os bancos de dados alimentados pelos SPTs são os mesmos acessados pelos SIGs. Embora sejam sistemas diferentes, compartilham a mesma base de dados para gerar informações conforme a necessidade de cada usuário. B. Sistema de processamento de dados ou sistema transacional Denomina-se transação qualquer evento que ocorre dentro da organização de negócios ou entre a organização e o ambiente externo. Essas transações normais, por exemplo, incluem o pedido regular de matéria-prima, a cobrança de clientes e os depósitos bancários. Os dados sobre essas transações não estão diretamente envolvidos no processo de tomada de decisão, mas são necessários para a administração. Precisam ser compilados e classificados; às vezes, requerem cálculos e, finalmente, precisam ser resumidos de alguma forma para serem de utilidade máxima para a administração. Esses sistemas são necessários em todos os níveis de uma organização, e embora a natureza exata do sistema empregado
Unidade II seja diferente em cada caso, existem certas similaridades em todas as situações: 1 é preciso haver um grande volume de transações para justificar sua criação; as transações precisam ser repetitivas isto é, essencialmente, a mesma coisa todas as vezes, com nenhuma ou poucas exceções; a maneira pela qual a informação é reunida, processada e apresentada deve ser bem-entendida. O sistema de processamento de dados é caracterizado pela extrema rotina. Já que as etapas de reunir e processar dados são bem conhecidas, frequentemente são chamadas de procedimentos padrões de operação. O computador se adapta de forma ideal ao sistema; já que é capaz do grau necessário de precisão, pode trabalhar com um volume muito grande de transações e não se cansa com a tarefa repetitiva. Tais rotinas também são chamadas de Sistemas Transacionais (ST) e podem incluir transações tanto batch quanto on-line. 2 C. Sistemas de Relatórios Gerenciais (SRG) A maioria das decisões de negócios é de natureza rotineira. Elas se distinguem não apenas porque se repetem com regularidade, mas também porque os parâmetros para as tomadas de decisão são bem-entendidos. Por serem bem-entendidas, essas decisões frequentemente são chamadas de decisões estruturadas, e a informação necessária para tomar essas decisões também é dominada informação estruturada. Essa informação se encaixa em um formato predeterminado que é usado no processo normal de relatórios. A parte específica desse SIG organizacional que gera essa informação é chamada de Sistema de Relatórios Gerenciais 6