ESPAÇO PEDAGÓGICO VIRTUAL:Teias de conhecimentos e saberes ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL



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Transcrição:

ESPAÇO PEDAGÓGICO VIRTUAL:Teias de conhecimentos e saberes ESTRUTURA E ORGANIZAÇÃO DA EDUCAÇÃO DO ENSINO FUNDAMENTAL Angela Freire O Ensino Fundamental é obrigatório e gratuito, na escola pública, com duração de 9 (nove) anos, iniciando-se aos 6 (seis) anos de idade. Terá por objetivo a formação básica do cidadão, mediante: I - o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meios básicos o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo; II - a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamenta a sociedade; III - o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista a aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e valores; IV - o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social. 1 A Secretaria Municipal de Educação e Cultura (SMEC), amparada nas normatizações das Leis Federais nº 11.114/2005 e nº 11.274/2006, implantou no ano de 2007, em todas as escolas da Rede Municipal de Ensino de Salvador (RME), de forma progressiva, o Ensino Fundamental de 9 (nove) anos, uma política pública afirmativa de equidade social, implementada pelo Governo Federal. Com a ampliação do Ensino Fundamental de 8 (oito) para 9 (nove) anos em 100% das Unidades Escolares UE s, a SMEC acrescentou um ano a mais no Ciclo de Aprendizagem I, que passou de 2 (dois) para 3 (três) anos de escolarização. Deste modo, a RME de Salvador apresenta a seguinte estrutura organizacional. ENSINO FUNDAMENTAL I 5 anos de escolarização Ciclo de Aprendizagem I: 6 a 8 anos - 1º ano 6/7 anos - 2º ano 7/8 anos - 3º ano 8/9 anos Ciclo de Aprendizagem II: 9 e 10 anos - 4º ano 9/10 anos - 5º ano 10/11 anos ENSINO FUNDAMENTAL II 4 anos de escolarização - 5ª série 11/12 anos - 6ª série 12/13 anos - 7ª série 13/14 anos - 8ª série 14/15 anos 1 Lei n.º 9.394/1996, Art. 32. 1

DIRETRIZES PEDAGÓGICAS ENSINO FUNDAMENTAL I As diretrizes que orientarão as ações dos anos iniciais do Ensino Fundamental se baseiam nos seguintes princípios: 1. A Infância, dos seis a dez anos, é um período que se caracteriza por grandes mudanças na vida da criança. Neste período, são tecidos os fios da trama e do drama do desenvolvimento físico, cognitivo, psicológico e social, onde a criança descortina a multiplicidade de descoberta do mundo e de construção de conceitos, regras e limites. Embora a família continue a desempenhar um papel importante nos processos de desenvolvimento, a escola surge nesta época como espaço fértil para desenvolver as habilidades cognitivas e acadêmicas, como também representa um ambiente em que os grupos de pares podem influenciar a socialização da criança. Neste espaço, a criança constrói a base do repertório científico que irá sustentar toda a sua vida acadêmica, além de iniciar um vínculo positivo (ou não) com a escola, com o conhecimento e com o professor. A qualidade desse vínculo, bem como a solidez dessa base, depende não só dos recursos internos da criança (cognitivo), mas, sobretudo, da qualidade da formação humana, ética e acadêmica do professor que faz a mediação. 2. A Criança é concebida como sujeito de direito / sujeito do desejo, que pensa, sente e age no e com o mundo, no e com o outro ; sujeito de cultura, pessoa que produz cultura e é nela produzida; sujeito histórico e cultural, ativo e interativo, protagonista de sua própria história. 3. Brincar espaço do sagrado, do simbólico, do imaginário, da criatividade, da fantasia, da inventividade, do lúdico, da singularidade, da socialização, da cultura infantil, da solidariedade, da amizade, de crescimento, de autonomia, de troca de experiências vivenciais e culturais, de descobertas, de aprendizagens, de ser e estar no mundo... Brincar sempre foi (e será) essencial ao ser humano. "Um homem somente brinca quando ele é humano..., e ele somente é humano quando brinca..." (Schiller). Nesta perspectiva, entende-se o brincar como uma atividade essencial para o desenvolvimento das dimensões que compõem a subjetividade das crianças: física, psicológica, cognitiva e social. Deve-se, portanto, tomar a brincadeira como uma expressão legítima e única da 2

infância e inseri-la no cotidiano da escola por meio de estudo nos espaços de debates pedagógicos, nos programas de formação continuada, nos tempos de planejamentos. 4. Escola espaço de construção e formação da subjetividade, da identidade, da ética, da cidadania, da estética, do intelecto, de ação-reflexão-ação..., da interação dialética, de interferência e produção de mudanças mútuas. É o lugar onde a intervenção pedagógica intencional desencadeia o processo ensino-aprendizagem. A escola organiza e planeja, de maneira formal, científica e relacional, os conhecimentos acumulados históricoculturalmente pela humanidade; portanto, sua função será fazer com que os conceitos espontâneos ou cotidianos (assistemáticos, informais), aqueles que as crianças desenvolvem na convivência social, evoluam para o nível dos conceitos científicos (sistemáticos, formais), aqueles adquiridos pelo processo de escolarização. Para tanto, a escola deve se engajar e se inserir na sociedade e na cultura, ao mesmo tempo, se comprometer com o desenvolvimento dos sujeitos, numa prática que integre a dimensão social e individual. 5. A Aprendizagem é o processo pelo qual o indivíduo adquire informações, habilidades, atitudes e valores a partir da interação com seus pares na cultura. O aprendizado ocorre na interação social, no âmbito da zona proximal 2. Nesta perspectiva, o aprendizado adequadamente organizado resultará em desenvolvimento mental. A aprendizagem ocorre a partir de um intenso processo de interação social, através do qual a criança vai internalizando instrumentos culturais. Por meio das interações com outras pessoas e com a realidade social como um todo, os indivíduos observam condutas, apropriam-se de valores e significados. 6. O Conhecimento é resultante da interação entre o sujeito e o objeto do conhecimento. É na troca com outros sujeitos (professores e alunos) e consigo próprio que vão se internalizando conhecimentos, papéis e funções sociais, permitindo assim a formação da consciência e do conhecimento. Neste sentido, todos os alunos aprendem e se desenvolvem, desde que lhes sejam oportunizadas situações e intervenções pedagógicas qualificadas. 7. O Professor é aquele que ajuda o aluno a desenvolver o que ele ainda não atinge sozinho. É um mediador que orienta o aprendizado no sentido de adiantar o desenvolvimento potencial dos alunos, tornando-o real. O lugar do professor é essencial na infância, sua prática pedagógica não se dá no vazio e no espontaneísmo, tampouco é um ato inocente e apolítico. Pelo contrário, tem uma intencionalidade, e, de modo consciente ou inconsciente, explicito ou implícito, essa prática é embasada por um corpo teórico-metodológico que reflete o seu modo de atuação, suas crenças, seus valores e a sua maneira de perceber/conceber o homem, a sociedade, a educação, a escola, o conhecimento, o currículo, o processo ensino e aprendizagem, a avaliação, o aluno, o professor. A intervenção pedagógica é determinante na construção de todo e qualquer conhecimento. 2 2 De acordo com Vygotsky, a Zona de Desenvolvimento Proximal é a distância ou o caminho que o indivíduo vai percorrer para desenvolver funções que estão em processo de amadurecimento e que, com a ajuda do outro, tornar-se-ão funções consolidadas e estabelecidas na Zona de Desenvolvimento Real (determinada por aquilo que a criança é capaz de fazer sozinha, porque já tem conhecimento consolidado). Já a Zona de Desenvolvimento Potencial, é determinada por aquilo que a criança ainda não domina, mas é capaz de realizar com o auxílio de uma pessoa mais experiente, colegas e professores. A Zona de Desenvolvimento Proximal permite explorar aquelas funções que ainda não se desenvolveram, mas que estão em estado embrionário. 3

8. O Aluno é sujeito ativo e interativo que constrói sua inteligência a partir da interação com os objetos do conhecimento e com os agentes sociais (professores e colegas) na cultura, local de negociações no qual seus membros estão em constante processo de recriação e reinterpretação de informações, conceitos e significações. 9. O Currículo deve levar em consideração tudo o que está no entorno do aluno, ou seja, o desenvolvimento da aprendizagem, as características bio-psico-sociais, as diversidades social, econômica, étnica e cultural, e, sobretudo, incorporar que as crianças não são tábulas rasas, elas trazem conhecimentos e saberes ao entrar para a escola. Faz-se necessário se pensar em práticas curriculares que privilegiem a problematização, o questionamento, situações desafiadoras, a inventividade, a criatividade, a criticidade. Urge transformar o currículo monocultural em multicultural, para que as crianças não venham sofrer violências simbólicas, impondo visão, concepção, saber e cultura da escola em detrimento do universo cultural dos alunos. 10. A Concepção do Processo de Ensino e Aprendizagem da Leitura e da Escrita deve contemplar, de maneira articulada e simultânea, os processos de alfabetização e letramento, ou seja, esta se deve desenvolver por meio do letramento, e este, na dependência da alfabetização. Nesta direção, deve-se orientar o alfabetizando para que ele aprenda a ler e a escrever, interagindo com práticas reais de leitura e de escrita que circulam no ambiente escolar e no contexto social, utilizando a língua escrita nas situações comunicativas significativas, lendo e produzindo textos. 11. A Língua Escrita é concebida como um sistema discursivo que tem origem na interlocução, centrada na interação verbal, que se dá por meio de textos ou discursos, falados ou escritos. A construção do conhecimento sobre ela deverá ser um processo ativo e construtivo, onde o sujeito será o aluno, que trará para o ambiente escolar hipóteses sobre a leitura e escrita, e aprenderá interagindo com os objetos de aprendizagem, na cultura e com seus pares. Entretanto, o processo de aquisição da língua escrita não acontecerá no vazio, de forma assistemática, posto que o aluno não aprenderá a ler e escrever sozinho, apenas convivendo com muitos e diversos materiais escritos; ao contrário, dependerá da mediação de um ensino sistemático, progressivo e seqüencial, que tome o uso e a reflexão sobre a língua escrita como objeto de conhecimento e de pesquisa, nas mais diferentes situações sociais, funções, variedades de estilos e modos de falar. Isto implica na rejeição de um ensino meramente transmissivo, baseado na memorização de regras e conceitos, bem como numa aprendizagem focada em automatismos e reproduções mecânicas e lineares. 12. As Situações de Aprendizagem devem se organizar em torno do uso e privilegiar a reflexão dos alunos sobre diferentes possibilidades de emprego da língua, nas práticas de leitura e escrita, fala e escuta. Portanto, faz-se necessário planejar uma diversidade de situações que possam, em diferentes momentos, centrar seus esforços no processo de alfabetizar-letrando, que é diferente de um trabalho baseado no espontaneísmo das descobertas ao acaso. 13. O Texto é concebido como unidade de ensino, lugar de enunciação e produto de interação verbal, espaço de interação de sujeitos sociais; um construto histórico e social, complexo e multifacetado; um instrumento de manifestação da linguagem que não pode prescindir de uma dimensão social; uma unidade de sentido. Em síntese, o texto deve constituir-se em objeto de conhecimento para o ensino e aprendizagem da língua escrita. É nele que a língua se configura em sua "concretude". Isto posto, fica caracterizada a necessidade do trabalho com o texto em todo o processo de aquisição da língua escrita. 4

Por meio do texto, realiza-se a análise e a reflexão das letras, fonemas, sílabas, frases, palavras, textos, parágrafo, sinais de pontuação, dentre outras matérias-prima trabalhadas na alfabetização. OBJETIVOS Geral _ Promover uma educação de qualidade para crianças e jovens que estão nos anos iniciais do Ensino Fundamental que garantam a permanência e o respeito aos diferentes tempos, ritmos e formas de aprender, assegurando-lhes o direito de aprender a ler e escrever com autonomia, criticidade e criatividade; o direito de desenvolver o raciocínio lógico matemático, aplicando-o na resolução de problemas escolares e cotidianos; e, o direito de desenvolver as competências e as habilidades de outras áreas do conhecimento, a fim de ampliar a visão de mundo e se reconhecer como sujeito biológicohistórico-social-cultural. Específicos 1. Garantir que 100% das crianças e adolescentes que estão no Ciclo de Aprendizagem I, aprendam a ler e escrever com autonomia e compreensão, conquistando a base alfabética / ortográfica e operem matematicamente as 4 (quatro) operações, ou seja, que desenvolvam as competências e habilidades de cada área do conhecimento pertinente a cada ano do Ciclo. 2. Assegurar que 100% das crianças e adolescentes que estão nos Ciclos de Aprendizagem I e II, desenvolvam as competências e habilidades de cada área do conhecimento, pertinente a cada ano dos Ciclos. 3. Apoiar pedagogicamente as crianças e os adolescentes que estão em situação de distorção ano-idade, a fim de que eles possam seguir seu percurso escolar normal e corrija o fluxo escolar na RME de salvador. 4. Elevar a qualidade da educação nos anos iniciais do Ensino Fundamental através da implantação de políticas da alfabetização, de formação continuada dos profissionais da educação e de avaliação, bem como apoiar pedagogicamente os professores e os alunos que se encontram, respectivamente, em situação de dificuldade de ensinagem e dificuldade de aprendizagem. 5. Adquirir equipamentos, materiais e jogos pedagógicos para as crianças que estão nos Ciclos de Aprendizagem I e II, ajudando-as no processo de alfabetização, letramento e raciocínio lógico matemático. 6. Reduzir o índice de repetência e evasão escolar nos Ciclos de Aprendizagem I e II. 7. Proporcionar condições de acesso, permanência e sucesso do aluno nos anos iniciais do Ensino Fundamental, reduzindo assim as desigualdades sociais e promovendo a cidadania. DIRETRIZES GERAIS ENSINO FUNDAMENTAL II As diretrizes que orientarão as ações do Ensino Municipal de Ensino de Salvador baseiam-se nos seguintes princípios: 1. O Ensino Fundamental II faz parte da Educação Básica e destina-se a préadolescentes em condições ideais de 11 a 14 anos. 2. O oferecimento do Ensino Fundamental II é de competência do Sistema Municipal de Ensino, sendo sua a responsabilidade de organizar, manter e desenvolver políticas educacionais com vistas à formação integral do educando. 3. A Carga Horária anual do Ensino Fundamental II é de 800 horas, distribuídas por 200 dias letivos, excluindo o tempo das avaliações finais, sendo o seu currículo, composto por uma Base Comum e uma Participação Diversificada. 5

4. Os profissionais do Ensino Fundamental II devem ter formação em curso de Licenciatura Plena na especificidade de cada área do conhecimento; 5. Os pré-adolescentes e adolescentes que apresentam necessidades educativas especiais devem ser atendidos preferencialmente na Rede Regular de Ensino. A escola deve garantir o acesso, permanência e sucesso de todos os alunos DIRETRIZES PEDAGÓGICAS _ O currículo do Ensino Fundamental II deve abranger nas diversas áreas do conhecimento a diversidade étnico-racial, sócio-cultural, de gênero e a educação para livre orientação sexual, na perspectiva de uma educação plural com a finalidade da superação de qualquer tipo de discriminação e preconceito. _ O currículo do Ensino Fundamental II deve integrar nas diversas áreas do conhecimento a Educação Ambiental com a finalidade de contribuir para uma sociedade ambientalmente sustentável. _ A atuação docente deve levar em consideração os aspectos bio-psico-sociais e emocionais do alunado que refletem as transformações vivenciadas no período de préadolescência, observando as mudanças físicas, psicológicas e sociais vivenciadas nessa fase, com vistas a garantir o processo efetivo de construção de identidade e projetos de seus alunos. _ Integração das Tecnologias Inteligentes a prática pedagógica para que alunos e professores possam delas se apropriar e usufruir, promovendo a criação de ambientes de aprendizagem significativos ao propiciar a construção de conhecimentos por meio de uma atuação ativa, crítica e criativa. _ Implementação do empreendedorismo no currículo como meio de favorecer e incentivar a formulação e resolução de problemas, a criatividade, autonomia, interação, investigação, tomada de decisões, o trabalho coletivo, a co-responsabilidade e globalização, permitindo aos educandos a ação para empreender a própria vida e da coletividade ao participar de forma efetiva do processo de transformação da sociedade, gerando, assim, possibilidades de sustentabilidade e empregabilidade. _ Garantia de aceleração de estudo para alunos com defasagem idade-série, amparada pelo artigo 24, inciso V, alínea B da Lei 9394/96 Diretrizes e Bases da Educação Nacional. OBJETIVOS Geral Implementar uma política de melhoria no processo educativo do Ensino Fundamental II, com vistas ao sucesso do aluno. Específicos _ Implementar sistemática de monitoramento às escolas de 5ª a 8ª séries; _ Promover a formação e o desenvolvimento individual e coletivo de atitudes éticas e a aquisição de valores em relação ao meio ambiente; _ Possibilitar a construção da autonomia do pensamento, iniciativa e ação para empreender, mediante participação de forma consciente, efetiva e criativa na transformação da sociedade em que vive. _ Garantir a valorização e formação continuada dos professores e coordenadores, considerando a oferta de pós-graduação e mestrado; _ Garantir a efetivação do acesso utilização das tecnologias inteligentes nas escolas de 5ª a 8ª séries; _ Garantir os recursos humanos e didático-pedagógicos necessários à implantação e implementação do Projeto. 6