DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL: CONTRIBUIÇÕES PARA O TRABALHO PEDAGÓGICO EM ESPAÇOS COLETIVOS
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- Gabriella Rosa Mirandela
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1 ISBN DIRETRIZES CURRICULARES NACIONAIS PARA A EDUCAÇÃO INFANTIL: CONTRIBUIÇÕES PARA O TRABALHO PEDAGÓGICO EM ESPAÇOS COLETIVOS Resumo Ivone Kamaura Terra Steindorff Aluna do 2º ano do curso de Pedagogia da Universidade Estadual de Londrina ivonekamaura11@gmail.com Jaqueline Delgado Paschoal Professora Dr.ª no Departamento de Educação da Universidade Estadual de Londrina jaquelinedelgado@uol.com.br Eixo 1: Didática e Práticas de Ensino na Educação Básica Este estudo tem o propósito de apresentar os resultados parciais do Projeto de Pesquisa em Ensino, intitulado: A Organização do trabalho pedagógico na Educação Infantil à luz dos documentos do Ministério da Educação, promovido pelo Departamento de Educação da UEL. Justifica-se a importância da temática, pois a legislação e as políticas públicas avançaram em relação aos direitos da criança na sociedade contemporânea, sobretudo no que diz respeito ao direito à educação desde o nascimento. Como metodologia, optou-se pela pesquisa bibliográfica na modalidade: análise documental. Para tanto, foi realizada a leitura e análise do documento, Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2010) no que tange à concepção de infância, currículo, brincadeiras e interações. Os resultados evidenciam que muitos são os desafios para um atendimento de qualidade nesta etapa da educação básica, visto que nem sempre as determinações legais se concretizam no cotidiano dessas instituições. Portanto, a formação inicial e continuada é condição necessária para a superação de práticas assistencialistas e compensatórias na educação da criança. Palavras-chave: Educação Infantil; Diretrizes Curriculares; Práticas Pedagógicas. Introdução O objetivo desse estudo de caráter bibliográfico é apresentar os resultados parciais do Projeto de Pesquisa em Ensino (cadastro nº 00717), intitulado: A Organização do trabalho pedagógico na Educação Infantil à luz dos documentos do Ministério da Educação, promovido pelo Departamento de Educação da UEL. A proposta é analisar os documentos do MEC que orientam o trabalho pedagógico na Educação Infantil e relacioná-los às disciplinas que tratam de tal temática no curso de Pedagogia. 141
2 Participam do referido projeto, acadêmicos e professores da área de formação docente para a Educação Infantil do curso de Pedagogia. As atividades iniciaram no ano de 2017 e se desenvolvem por meio de grupos de estudos e pesquisa bibliográfica na modalidade: análise documental. Para concretização dos objetivos propostos, foram selecionados os seguintes documentos do Ministério da Educação que deverão ser estudados durante a vigência do projeto: Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2009), Política Nacional de educação infantil: pelo direito da criança de 0 a 6 anos à educação (2006); Parâmetros Nacionais de Qualidade para a educação infantil (2006) e Base Nacional Comum Curricular (2018). É importante esclarecer que a elaboração e implementação dos documentos supracitados, são resultados das reivindicações nas últimas décadas da sociedade civil, ongs e estudiosos na área da infância sobre o direito da criança à educação de qualidade desde o nascimento. Dessa maneira, a Lei de Diretrizes e Bases (1996) reconhece a Educação Infantil como primeira etapa da educação básica e determina sua função principal, que é promover o desenvolvimento integral da criança até cinco anos de idade seus aspectos físico, psicológico, intelectual e social, complementando a ação da família e da comunidade (BRASIL, 1996). Para Didonet (2001) além do aspecto pedagógico determinado pela legislação, outros dois importantes objetivos, devem, necessariamente, fazer parte dessa etapa, ou seja, o objetivo social, afinado com a questão da mulher enquanto participante da vida social, econômica, cultural e política e o objetivo político, associado à formação da cidadania infantil, em que, por meio deste, a criança tem o direito de falar e de ouvir, de colaborar e de respeitar e ser respeitada pelos outros. Segundo esse autor, o objetivo educativo deve ter como ponto de partida, a promoção de novos conhecimentos e habilidades da criança. O Ministério da Educação em parceria com o Conselho Nacional de Educação expediu normas, diretrizes e documentos para orientar os níveis e modalidades de ensino a estruturarem seus projetos e propostas pedagógicas, respeitando os conteúdos mínimos comuns de cada etapa educativa. Para efeitos desse estudo, serão apresentadas as orientações da Resolução nº 5 de 17 de dezembro de 2009, que fixa as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Esse documento articula-se com as Diretrizes 142
3 Curriculares Nacionais para a educação básica e reúne princípios, fundamentos e procedimentos que orientam as políticas, elaboração, planejamento, execução e avaliação de propostas pedagógicas e curriculares de Educação Infantil (BRASIL, 2009, p. 11). Desenvolvimento De caráter mandatório, as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2009), reconhecem as creches e pré-escolas como espaços institucionais não domésticos que constituem estabelecimentos educacionais públicos ou privados que cuidam e educam de crianças de 0 a 5 anos de idade (BRASIL, 2009, p. 12). Por esse motivo, define a criança como sujeito histórico e de direitos que, nas interações, relações e práticas cotidianas que vivencia, constrói sua identidade pessoal e coletiva, brinca, imagina, fantasia, deseja, aprende, observa, experimenta, narra, questiona e produz cultura (BRASIL, 2009, p. 12). Ao estabelecer normas para a construção e implementação de propostas pedagógicas, o documento parte dos seguintes princípios: Art. 6º- I: Éticos: da autonomia, da responsabilidade, da solidariedade e do respeito ao bem comum, ao meio ambiente e às diferentes culturas, identidades e singularidades; II- Políticos: dos direitos de cidadania, do exercício da criticidade e do respeito à ordem democrática; III- Estéticos: da sensibilidade, da criatividade, da ludicidade e da liberdade de expressão nas diferentes manifestações artísticas e culturais (BRASIL, 2009, p. 16). No que diz respeito à função sociopolítica e pedagógica, as DCNEIs (2009), reconhece a importância da Educação Infantil como espaço pedagógico, que proporciona às crianças o desenvolvimento pleno, sobretudo no que tange aos direitos civis, humanos e sociais. Isso significa, finalmente, considerar as creches e pré-escolas na produção de novas formas de sociabilidade e de subjetividades comprometidas com a democracia e a cidadania, com a dignidade da pessoa humana, com o reconhecimento da necessidade de defesa do meio ambiente e com o rompimento de relações de dominação etária, socioeconômica, étnico-racial, de gênero, regional, linguística e religiosa que ainda marcam nossa sociedade. Sobre a elaboração do currículo as DCNEIs (2009) orientam que: Art. 3º O currículo da Educação Infantil é concebido como um conjunto de práticas que buscam articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do 143
4 patrimônio cultural, artístico, ambiental, cientifico e tecnológico, de modo a promover o desenvolvimento integral de crianças de 0 a 5 anos de idade. Para tanto, faz se necessário a elaboração e implementação de propostas que tenham como ponto de partida a tríade: cuidados, educação e brincadeiras, visto que as crianças são sujeitos de direitos, portanto, aprendem e se desenvolvem nas interações que estabelecem com os pares. Contudo, é importante ressaltar que os momentos que envolvem a rotina de cuidados e os momentos de atividades orientadas, assim como as brincadeiras devem ser desenvolvidas ao mesmo tempo. Além disso, a prática pedagógica deve ser intencional, para assim cumprir a finalidade da Educação Infantil, que é promover o desenvolvimento integral da criança. De acordo com as DCNEIs (2009), o projeto pedagógico é o [...] plano orientador das ações da instituição e define as metas que se pretende para a aprendizagem e o desenvolvimento das crianças que nela serão educadas e cuidadas (BRASIL, 2009, p. 13). Desse modo, o currículo deve ser entendido como um conjunto de práticas que busca articular as experiências e os saberes das crianças com os conhecimentos que fazem parte do patrimônio cultural, artístico, ambiental, científico e tecnológico, de modo a promover seu desenvolvimento pleno (BRASIL, 2009). Para Faria e Angotti (2014, p. 222), todas as crianças devem ter não só o acesso à Educação Infantil, mas a qualidade no atendimento oferecida a atender e promover sua aprendizagem e desenvolvimento integral necessário e determinante para toda sua vida. As autoras argumentam que as DCNEIs (2009), recomendam que a avaliação não deve servir para promover ou classificar a criança, mas sim pela observação crítica e criativa das atividades, das brincadeiras e interações das crianças no cotidiano (FARIA; ANGOTTI, 2014, p. 226). Nesse sentido, a criança é reconhecida nas DCNEIs (2009) como cidadã e sujeito de direitos, pois são nas práticas cotidianas que ela vivencia e constrói sua identidade pessoal e coletiva. Daí a importância de uma formação inicial e continuada de qualidade dos professores que atuam nessa etapa da educação básica. Conclusão 144
5 Ao analisar as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil (2009), verifica-se que a elaboração e implementação do currículo, assim como as práticas pedagógicas são importantes na garantia da qualidade dos serviços prestados na Educação Infantil. Nesse sentido, o referido documento destaca que a organização do trabalho pedagógico deve respeitar as crianças em suas singularidades, considerando que elas são sujeito de direitos e cidadãs. A integração entre cuidados, educação e brincadeiras, portanto, se constituem elementos fundamentais na ação dos professores, pois a garantia de padrões de qualidade, segundo as DCNEIs (2009), se pautam no direito das crianças a se desenvolverem de maneira integral. Como espaço que complementa a educação da família, as escolas infantis devem proporcionar atividades que promovam diferentes aprendizagens e o reconhecimento da identidade pessoal das crianças, de suas famílias, dos professores e de outros profissionais (BRASIL, 2006). A inclusão das crianças com necessidades educacionais especiais, assim como a autonomia das instituições para a elaboração das propostas pedagógicas e a necessária formação de professores e gestores, contribui para a qualidade dos serviços prestados. Referências Bibliográficas BRASIL, Ministério da Educação e do Desporto. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Nacionais de Qualidade para a Educação Infantil. Secretaria de Educação Básica. Brasília, v. 1 e 2., Parecer CNE/CEB 020/2009; Resolução CNE/CEB N. 5/2009. Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil. Brasília, DF: Conselho Nacional de Educação/Câmara da Educação Básica, DIDONET, Vital. Educação Infantil: a creche, um bom começo. Revista, Em Aberto/Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais. v 18, n. 73. Brasília, p FARIA, Alessandra de Carvalho; ANGOTTI, Maristela. As Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Infantil: em busca de um trabalho pedagógico de qualidade. Revista: Zero-a-seis, Florianópolis, v. 16, n. 30, p , jul-dez,
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