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14/08/2015 PLENÁRIO REPERCUSSÃO GERAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO SÃO PAULO REGISTRADO

Transcrição:

RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO 793.937 RIO GRANDE DO SUL RELATOR : MIN. LUIZ FUX RECTE.(S) :UNIMED PORTO ALEGRE - SOCIEDADE COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO LTDA ADV.(A/S) : CARLOS SPINDLER DOS SANTOS E OUTRO(A/S) RECDO.(A/S) :RIDAN COLOGNESE RECDO.(A/S) :TAIANA PASSOELLO BANDEIRA ADV.(A/S) :RIDAN COLOGNESE RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. CUSTEIO DE DESPESAS MÉDICO-HOSPITALARES. REEXAME DO CONJUNTO FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. INCIDÊNCIA DA SÚMULA 279/STF. INTERPRETAÇÃO DE CLÁUSULAS CONTRATUAIS. ÓBICE DA SÚMULA 454 DO STF. VIOLAÇÃO AOS PRINCÍPIOS DA AMPLA DEFESA E DO CONTRADITÓRIO. MATÉRIA COM REPERCUSSÃO GERAL REJEITADA PELO PLENÁRIO DO STF NO ARE Nº 748.371. CONTROVÉRSIA DE ÍNDOLE INFRACONSTITUCIONAL. ALEGADA VIOLAÇÃO AO ARTIGO 93, IX, DA CF/88. INEXISTÊNCIA. 1. O custeio de despesas médicohospitalares, quando sub judice a controvérsia, demanda o reexame do conjunto fático-probatório dos autos e a interpretação de cláusulas contratuais. Precedente: ARE 773.740-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 11/11/2013.

2. Os princípios da ampla defesa, do contraditório, do devido processo legal e dos limites da coisa julgada, quando debatidos sob a ótica infraconstitucional, não revelam repercussão geral apta a tornar o apelo extremo admissível, consoante decidido pelo Plenário virtual do STF, na análise do ARE nº 748.371, da Relatoria do Min. Gilmar Mendes. 3. A decisão judicial tem que ser fundamentada (art. 93, IX), ainda que sucintamente, sendo prescindível que o decisum se funde na tese suscitada pela parte. Precedente: AI-QO-RG 791.292, Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe de 13/8/2010. 4. In casu, o acórdão recorrido assentou: CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. PRETENSÃO DE REEMBOLSO DE DESPESAS MÉDICO-HOSPITALARES. GRAVIDEZ ECTÓPICA. CIRURGIA DE LAPARASCOPIA ABRANGIDA PELO PLANO, FATO INCONTROVERSO. ALEGAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE NEGATIVA DE COBERTURA A JUSTIFICAR O AJUIZAMENTO DA AÇÃO. CONJUNTO PROBATÓRIO QUE DEMONSTRA A RECUSA ADMINISTRATIVA DA UNIMED EM CUMPRIR O CONTRATO. VEROSSIMILHANÇA DA VERSÃO DOS AUTORES. PRETENSÃO RESISTIDA. INTERESSE DE AGIR VERIFICADO. 2

DIREITO AO REEMBOLSO RECONHECIDO. SENTENÇA MANTIDA. 5. Agravo DESPROVIDO. DECISÃO: Trata-se de agravo nos próprios autos interposto pela UNIMED PORTO ALEGRE SOCIEDADE COOPERATIVA DE TRABALHO MÉDICO LTDA com o objetivo de ver reformada decisão que inadmitiu seu recurso extraordinário manejado com arrimo na alínea a do permissivo Constitucional, contra acordão assim ementado: CONSUMIDOR. PLANO DE SAÚDE. PRETENSÃO DE REEMBOLSO DE DESPESAS MÉDICO-HOSPITALARES. GRAVIDEZ ECTÓPICA. CIRURGIA DE LAPARASCOPIA ABRANGIDA PELO PLANO, FATO INCONTROVERSO. ALEGAÇÃO DE INEXISTÊNCIA DE NEGATIVA DE COBERTURA A JUSTIFICAR O AJUIZAMENTO DA AÇÃO. CONJUNTO PROBATÓRIO QUE DEMONSTRA A RECUSA ADMINISTRATIVA DA UNIMED EM CUMPRIR O CONTRATO. VEROSSIMILHANÇA DA VERSÃO DOS AUTORES. PRETENSÃO RESISTIDA. INTERESSE DE AGIR VERIFICADO. DIREITO AO REEMBOLSO RECONHECIDO. SENTENÇA MANTIDA (fl. 162). Nas razões do apelo extremo sustenta preliminar de repercussão geral e, no mérito, alega violação aos artigos 5º, caput, XXXVI, LIV e LV, e 93, IX, da Constituição Federal. O Tribunal a quo negou seguimento ao apelo extremo por não vislumbrar ofensa direta à Constituição Federal. É o Relatório. DECIDO. Não merece prosperar o recurso. Os princípios da ampla defesa, do contraditório, do devido processo legal e dos limites da coisa julgada, quando debatidos sob a ótica infraconstitucional, não revelam repercussão geral apta a tornar o apelo 3

extremo admissível, consoante decidido pelo Plenário virtual do STF, na análise do ARE nº 748.371, da Relatoria do Min. Gilmar Mendes, conforme se pode destacar do seguinte trecho da manifestação do referido julgado: Ante o exposto, manifesto-me pela rejeição da repercussão geral do tema relativo à suposta violação aos princípios do contraditório, da ampla defesa, dos limites da coisa julgada e do devido processo legal, quando o julgamento da causa depender de prévia análise da adequada aplicação das normas infraconstitucionais. Demais disso, o Tribunal a quo dirimiu a controvérsia referente ao reembolso das despesas médico-hospitalares, com fundamento nas cláusulas contratuais e com apoio do conjunto fático-probatório dos autos, o que atrai a incidência das Súmulas 279 e 454 desta Corte, as quais dispõem, verbis: Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário e Simples interpretação de cláusulas contratuais não dá lugar a recurso extraordinário. Nesse sentido: AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO EXTRAORDINÁRIO COM AGRAVO. PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO DE INDENIZAÇÃO. PLANO DE SAÚDE. NEGATIVA DE ATENDIMENTO DE URGÊNCIA. 1. Inexistência de contrariedade ao art. 93, inc. IX, da Constituição da República. 2. Alegada contrariedade aos princípios constitucionais do contraditório, da ampla defesa e do devido processo legal. Necessidade de análise de matéria infraconstitucional: ofensa constitucional indireta. Precedentes. 3. Impossibilidade de reexame de fatos, provas e cláusulas contratuais: Súmulas ns. 279 e 454 do Supremo Tribunal Federal. 4. Agravo regimental ao qual se nega provimento (ARE 773.740-AgR, Rel. Min. Cármen Lúcia, Segunda Turma, DJe 11/11/2013). Por oportuno, vale destacar preciosa lição de Roberto Rosas acerca da Súmula n. 279/STF, qual seja: 4

Chiovenda nos dá os limites da distinção entre questão de fato e questão de direito. A questão de fato consiste em verificar se existem as circunstâncias com base nas quais deve o juiz, de acordo com a lei, considerar existentes determinados fatos concretos. A questão de direito consiste na focalização, primeiro, se a norma, a que o autor se refere, existe, como norma abstrata (Instituições de Direito Processual, 2a ed., v. I/175). Não é estranha a qualificação jurídica dos fatos dados como provados ( RT 275/884 e 226/583). Já se refere a matéria de fato quando a decisão assenta no processo de livre convencimento do julgador (RE 64.051, Rel. Min. Djaci Falcão, RTJ 47/276); não cabe o recurso extraordinário quando o acórdão recorrido deu determinada qualificação jurídica a fatos delituosos e se pretende atribuir aos mesmos fatos outra configuração, quando essa pretensão exige reexame de provas (ERE 58.714, Relator para o acórdão o Min. Amaral Santos, RTJ 46/821). No processo penal, a verificação entre a qualificação de motivo fútil ou estado de embriaguez para a apenação importa matéria de fato, insuscetível de reexame no recurso extraordinário (RE 63.226, Rel. Min. Eloy da Rocha, RTJ 46/666). A Súmula 279 é peremptória: Para simples reexame de prova não cabe recurso extraordinário. Não se vislumbraria a existência da questão federal motivadora do recurso extraordinário. O juiz dá a valoração mais conveniente aos elementos probatórios, atendendo aos fatos e circunstâncias constantes dos autos, ainda que não alegados pelas partes. Não se confunda com o critério legal da valorização da prova (RTJ 37/480, 56/65) (Pestana de Aguiar, Comentários ao Código de Processo Civil, 2a ed., v. VI/40, Ed. RT; Castro Nunes, Teoria e Prática do Poder Judiciário, 1943, p. 383). V. Súmula 7 do STJ. ( in, Direito Sumular, 14ª ed. São Paulo, Malheiros). Ao comentar a Súmula 454/STF, afirma o ilustre Professor: O CC (1916) não se estende além do art. 85 (art. 112 do CC- 2002) no tocante à interpretação dos atos jurídicos. Nele adota-se o princípio da manifestação da vontade acima do sentido literal da 5

linguagem. Menos regras temos em relação à interpretação dos contratos. Mas podemos verificar que essa interpretação está no plano dos fatos, principalmente como deixa entrever Danz. Como observa Washington de Barros Monteiro, para chegarmos à interpretação do contrato é necessário reconstruir o ato volitivo em que se exteriorizou o negócio jurídico, pesquisando meticulosamente qual teria sido a real vontade do agente e, assim, corrigindo sua manifestação, verbal ou escrita, expressa erradamente ( Curso, v. 5/38). Portanto, os fatos voltariam a ser examinados no STF quando da apreciação do recurso extraordinário. Teríamos o STF como terceira instância, aliás entendida assim por João Mendes, contraditado por José Rodrigues de Carvalho ( Do Recurso Extraordinário, Paraíba, 1920, p. 14; RTJ 109/814). Ver Súmula 5 do STJ. (in, Direito Sumular, 14ª ed. São Paulo, Malheiros) Relativamente à alegada violação ao artigo 93, IX, da Constituição Federal, o Supremo Tribunal Federal firmou jurisprudência no sentido de que a decisão judicial tem que ser fundamentada (art. 93, IX), ainda que sucintamente, sendo prescindível que o decisum se funde na tese suscitada pela parte, nesse sentido, AI-QO-RG 791.292, Rel. Min. Gilmar Mendes, Tribunal Pleno, DJe de 13/8/2010. Ex positis, DESPROVEJO o agravo, com fundamento no artigo 21, 1º, do RISTF. Publique-se. Brasília, 27 de fevereiro de 2014. Ministro LUIZ FUX Relator Documento assinado digitalmente 6