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Conhecer os princípios de produção em massa preconizados por Henry Ford Estabelecer correlações entre o Taylorismo e o Fordismo 3
Henry Ford e o modelo T Henry Ford (1863-1947) também é um dos precursores da Administração Científica. Tendo começado sua carreira como mecânico, foi o fundador da montadora de automóveis Ford, empresa americana que dirigiu e transformou num grande marco da Administração. 4
No início do século XX, o grande desafio das empresas era produzir em quantidade suficiente e com um preço acessível, para que um maior número de pessoas pudesse consumir bens, e não apenas os muito ricos. 5
6 Ford revolucionou o mercado, fazendo um automóvel suficientemente barato para ser comprado pela classe média. Dessa forma, aumentou bastante o número de pessoas que poderiam consumir esse produto, ampliando ainda mais os lucros da indústria.
7 COMO ERA, ANTES DO SURGIMENTO DO MODELO T Ford Modelo T foi um modelo de automóvel produzido pela fábrica norteamericana Ford que popularizou o automóvel e revolucionou a indústria automobilística. Vigésimo projeto da marca, a partir de 1903, foi produzido por 19 anos entre os anos de 1908 e 1927.
O Modelo T, um veículo confiável, robusto, seguro, simples de dirigir e principalmente barato. Qualquer um era capaz de dirigi-lo ou consertá-lo, sem precisar de motorista ou mecânico. A fabricação desse modelo ganharia notável incremento a partir de 1913, quando Henry Ford, inspirado nos processos produtivos dos revólveres Colt e das máquinas de costura Singer, implanta a linha de montagem e a produção em série, revolucionando a indústria automobilística. O T era o primeiro carro projetado para a manufatura, 8
9 Pode-se afirmar com segurança que a indústria automobilística começou a partir deste momento, pois, até então, fabricado artesanalmente, o automóvel ainda era visto com desconfiança pelos americanos. Não passava de um brinquedo barulhento, perigoso e caro.
Com estas inovações, em vez de um operário ficar responsável pela produção de todas as etapas de um carro, várias pessoas ficavam responsáveis pela produção de etapas distintas de vários carros. Henry Ford criou um engenhoso sistema de esteira, que movimentava o carro em produção em frente aos operários, para que cada um executasse a sua etapa. Isto aumentou em muito a produtividade, pois um carro ficava pronto a cada minuto. 10 COMO ERA A LINHA DE MONTAGEM DO MODELO T
Em consequência, o custo de cada unidade caiu em relação aos concorrentes existentes no mercado. E a queda de preço foi constante: em 1908, ano de seu lançamento, a unidade custava US$ 850; em 1927, último ano de sua fabricação, o preço havia despencado para US$ 290. 11
12 Em 1917, é lançado o caminhão Modelo TT. Em 1919, a Ford se torna o primeiro fabricante de automóveis no Brasil, com a produção do carro e do caminhão dessa linha. Em 1920, mais da metade dos veículos que circulavam ao redor do mundo eram modelos T e podiam ser vistos até em países distantes como Turquia e Etiópia.
O que mudou com Ford Ford aplicou os princípios de Taylor e popularizou o que se conhece hoje como produção em massa. 13 Você pode escolher a cor do seu Ford T, desde que seja preta. Essa frase célebre de Ford expressa bem a forma de trabalhar de sua montadora na época: uma linha de montagem que produzia uma grande quantidade de automóveis iguais, a baixo custo.
Com Ford, o produto ganhou padronização: o mesmo material, operários fazendo uma única tarefa repetitiva o dia todo, usando as mesmas peças, os mesmos processos e com o menor custo possível. 14 Resultado: milhares de carros iguais, produzidos com eficiência, rapidez e baixo custo. O Ford T foi o primeiro carro vendido para um grupo maior do que uma reduzida quantidade de pessoas de alto poder aquisitivo.
Quais eram os princípios do sistema de produção de Ford? 1. Princípio da intensificação: diminuir o tempo de produção de cada unidade com a aplicação imediata de equipamentos e matéria-prima e a rápida colocação do produto no mercado. Para visualizar melhor, vamos utilizar como exemplo a produção de automóveis. Neste caso, o fabricante precisa produzir mais rapidamente para vender maiores quantidades. 2. Princípio da economicidade: reduzir ao mínimo o volume do estoque da matéria-prima em transformação. Seguindo este princípio, o fabricante de carros não deve deixar os veículos estacionados no pátio por mais tempo que o necessário. 3. Princípio da produtividade: aumentar a capacidade de produção do trabalhador por meio da especialização e da linha de montagem, permitindo-lhe ganhar mais e ao mesmo tempo gerar mais lucros para a empresa. Assim, o fabricante precisa produzir mais carros em menos tempo, para que a venda aconteça em maiores quantidades. 15
Como resultado das ideias e das práticas dos representantes da Administração Científica, o mercado pode disponibilizar hoje milhares e milhares de móveis, eletrodomésticos, roupas, alimentos e outros produtos em enorme quantidade. Mas atenção! Esses personagens devem ser compreendidos à luz do seu contexto. As próprias transformações históricas de cada momento possibilitaram uma série de ações. Em História, é preciso olhar sempre o contexto mais amplo, pois quase nunca a mudança das práticas se deve à ação de um único pensador. Pense nisso! 16
Quais foram os benefícios da produção industrial? Padronizou a qualidade dos produtos. Permitiu produzir em série (milhares, até milhões de unidades de produtos). Reduziu os custos de produção, tornando os produtos acessíveis a muitas pessoas. 17
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Fordismo e Taylorismo Com o avanço do sistema capitalista, o início do século XX foi um período de intensas alterações no sistema produtivo. As principais mudanças focaram na relação do trabalhador com o objeto, e foram desenvolvidas por Frederick Taylor com o taylorismo - e Henry Ford- com o fordismo. Frederick Winslow Taylor (1856 1915), norte americano de Filadélfia, era um engenheiro mecânico que em 1911 desenvolveu uma obra chamada Os princípios da administração, que continha uma série de métodos inovadores para a produção industrial. Esse novos métodos ficaram mundialmente conhecidos por taylorismo, em relação ao seu sobrenome. 19
Taylor colocou que o proletário deveria focar em sua parcela do processo produtivo e desempenhá-la no menor tempo possível, não precisando ter conhecimento do todo produzido. Além disso, o empregado deveria evitar o gasto de energia desnecessário, limitando seus atos apenas para a produção do que lhe era determinado pelo patrão. 20
Além das inovações no modo de ação do proletário, Taylor afirmou que a hierarquização educava os funcionários e evitava protesto e desordem. O gerente era responsável por cronometrar e fiscalizar o trabalho de cada funcionário, sendo este passível de repreensão e punições. Em contra partida, Taylor também defendia a competição interna e a premiação para aquele funcionário de melhor desempenho. 21 Era totalmente contra a organização dos trabalhadores, travando grandes conflitos com os sindicatos da época.
Henry Ford (1863 1947) foi um empreendedor americano fundador da Ford Motor Company que, inspirado no método idealizado por Taylor, foi responsável pela criação de um sistema industrial chamado de fordismo. A grande inovação do fordismo em relação ao taylorismo foi à introdução de linhas de montagens, na qual o operário era responsável apenas por uma atividade. 22
Em sua fábrica, Ford determinava a posição de todos seus funcionários, que aguardavam as peças automotivas se deslocarem pelas esteiras de montagem da fábrica para executarem uma única função específica. Cada funcionário tinha apenas uma função em toda linha de montagem, sendo somente responsável, por exemplo, por apertar um determinado parafuso. Além disso, o proletário devia executar sua atividade no tempo determinado pela máquina, pois caso atrasasse alterava toda a produção e era repreendido pelo gerente local. 23
24 A limitação funcional do operário causava uma alienação psicológica no indivíduo, pois limitava o conhecimento do operário a função, não tendo nenhuma noção da compreensão do todo. Sem contar os problemas físicos ocasionados pela excessiva repetição da mesma atividade inúmeras vezes ao dia. A jornada exaustiva de trabalho desses indivíduos e os problemas e abusos sofridos por eles podem ser visualizados no filme Tempos Modernos, do gênio Charles Chaplin.
Esses dois métodos trabalhísticos tinham o mesmo objetivo: ampliação do lucro dos detentores dos meios de produção. Ambos os autores visaram apenas à ampliação da produção, sem levar em conta os direitos ou as condições de trabalho dos funcionários. Pelo objetivo ter sido cumprido, esses modelos se reproduziram com muita velocidade por diversas empresas e países até os dias atuais, assim como as péssimas condições de trabalho e os abusos com os trabalhadores. 25
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