Propostas para melhorias da fala de crianças com síndrome de down



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Transcrição:

Propostas para melhorias da fala de crianças com síndrome de down Resumo Esse vídeo pretende oferecer instrumentos aos professores da educação infantil e do ensino fundamental para as tarefas da educação inclusiva, auxiliandoos a lidar com as dificuldades no desenvolvimento da linguagem oral em crianças com síndrome de down, especialmente até os 7 ou 8 anos. Esse recurso possibilita ampliar o conhecimento dos aspectos fisiológicos que trazem alguns limites para essas crianças conquistarem plenamente a comunicação por meio da fala. Por outro lado, também aponta possibilidades lúdicas, cognitivas e terapêuticas para a superação destes mesmos limites, valorizando outras linguagens, como a linguagem gestual, a expressão facial, assim como a própria linguagem escrita que costuma ser mais facilmente desenvolvida por eles. Palavras-chave Educação inclusiva, linguagem oral, gestual e escrita, comunicação, síndrome de down. Nível de ensino Educação infantil e primeiro ciclo do ensino fundamental. Modalidade Formação de professores: série com sugestões direcionadas aos professores com discussões e orientações didático-pedagógicas.

Componente curricular Linguagens, Educação inclusiva, Didática. Disciplinas relacionadas Língua Portuguesa, Educação Física, Educação Artística, Música, Ética. Aspectos relevantes do vídeo - A valorização da auto-estima da criança com síndrome de down é essencial, por isso não subestime suas capacidades cognitivas. - A atenção que é dada à linguagem não verbal destas crianças, pois ela é importante diante das dificuldades fisiológicas com a fala que este grupo enfrenta: esse apoio no gestual e na expressão facial, assim como a linguagem escrita e até mesmo a linguagem de libras (especialmente na educação infantil), podem ser poderosos auxílios na conquista da comunicação e, consequentemente, na interação social desses alunos. - Há dificuldade especial deles em transições e na receptividade de coisas novas, mas a socialização das crianças e jovens com síndrome deem salas de aula com outras vinte crianças ou mais é um desafio necessário. - O estímulo à coordenação motora, pois seu desenvolvimento é essencial para o aprimoramento da linguagem oral desses alunos e a conquista de uma boa fala. - É muito comum a essas crianças criarem outro padrão de desenvolvimento da fala, em geral mais lento do que um desenvolvimento gradual: às vezes, alternam períodos de estagnação com saltos em suas conquistas esteja atento. - Perceber que o importante não é o ritmo da aprendizagem, mas construir uma base sólida e avançar hierarquicamente, sem pular etapas:

. primeiro introduzir pequenas palavras, substantivos concretos, como água, comida, um brinquedo, a mãe ou outro familiar; depois, aos poucos, associe esses objetos a uma qualidade e só depois da associação de dois sintagmas estar conquistada, introduza outra informação associada. Exemplo: 1º: sapatos; 2º: sapatos vermelhos; 3º: sapatos vermelhos da mamãe e, por fim, 4º: introduza as ações e seus verbos representativos, sempre colocando a criança em experiência. De preferência mostre ou desenhe tudo quanto for possível ao seu aluno com síndrome de down. Duração da atividade Duas aulas duplas, cada qual com dois tempos de 45 ou 50 minutos de duração. Na 1ª aula dupla, realizam-se as etapas 1 e 2 da atividade, podendo esta etapa da exibição do vídeo ser dividida entre as duas aulas e, na segunda aula dupla, realizase a etapa 3 da atividade proposta. O que o professor poderá aprender com esta aula - A superar os preconceitos que existem com relação aos portadores de síndrome de down ou outras necessidades especiais, encarando com dedicação o desafio da educação inclusiva, afinal todo professor é um agente transformador da realidade. - A não ter medo da exposição dessas crianças: leve-as ao mundo e apresente o mundo a elas, estimulando a família a fazer o mesmo, não as protegendo da vida, em toda sua beleza e dificuldade. - A conversar com a criança com síndrome de down sobre as atividades do dia a dia em sala de aula, pois o desenvolvimento da fala dela está sempre aquém do seu desenvolvimento cognitivo, logo, ela compreende muito mais do que fala e mesmo

do que demonstra, portanto vale estimular a prosódia na escola e em casa, mesmo que a criança pareça alheia. - Perceber que a complexidade do conteúdo afeta a inteligibilidade da fala, por isso procure repetir a fala simples, cotidiana, evitando relatar episódios muito abstratos ou inéditos, por exemplo. Conhecimentos prévios que devem ser trabalhados com o professor na tarefa de inclusão do seu aluno Algumas informações são importantes para o professor que vai ser facilitador desta inclusão da criança com síndrome de down na rotina escolar cotidiana: o desenvolvimento da fala entre os 2 e 7 anos é muito desigual entre os portadores de síndrome de down e as demais crianças, especialmente devido a alguns aspectos fisiológicos e neurológicos; em geral, crianças com síndrome de down têm complicações auditivas o que torna difícil para elas começar a falar só pelo que ouvem. Alguns fatores afetam sua audição e outros afetam sua oralidade, interferindo na fala, os mais relevantes são: elas comumente têm otite média devendo ser acompanhadas por otorrinos e realizar audiometria regularmente; enquanto os dutos auditivos das demais crianças tendem a se alargar após os 2 ou 3 anos, nas crianças portadoras de down, só mais tardiamente, aos 6 ou 7 anos, isso ocorre; é anatomicamente difícil para as crianças com síndrome de down manter a língua na boca, pois o espaço entre os maxilares é achatado e isso deve ser observado, pois a anatomia do rosto também influencia a fala;

há também algumas diferenças neurológicas às quais devemos estar atentos, pois a coordenação motora dos músculos da face é estimulada pelo cérebro, logo é muito importante insistir no desenvolvimento da expressão facial e em gestos significativos nas crianças com down, especialmente para expressar afetos, sentimentos, emoções elementos mais abstratos; é necessário que as crianças com síndrome de down tenham o acompanhamento de um fonoaudiólogo que estimule sua oralidade, sua fala, para auxiliar o fortalecimento dos músculos da boca e da face, que também se desenvolvem com a própria deglutição, no processo da alimentação, em que se realizarão exercícios lúdicos e muito importantes, como chupar pirulito, assoprar bolinhas de sabão, entre outros. Dentro do possível, a escola deve procurar estabelecer o elo entre a família, o professor e o profissional de saúde, buscando onde se realiza este serviço de saúde no município, orientando e promovendo parcerias; para não desencorajar seu aluno com síndrome de down, procure não corrigi-lo apenas pela beleza ou correção na pronúncia das palavras, quando ele se expressar pela fala: só o corrija quando você não estiver entendendo o que ele diz, isto é, quando o objetivo da comunicação não for alcançado. Estratégias e recursos da aula/descrição das atividades Etapa 1 mobilização Inicie a aula, motivando os professores, aqui em posição de alunos, indagando-os sobre os benefícios e os desafios da educação inclusiva em nossas escolas na atualidade. Procure saber se seus professores-alunos já tiveram a experiência e peça-os para trocar seu conhecimento sobre o assunto. Esse primeiro

momento visa instaurar o debate, trocando informações e estratégias de sucesso, também diagnosticando possíveis preconceitos e resistências. Etapa 2 Exibição do Vídeo Sugere-se a exibição do vídeo em sua íntegra, se possível pausando e recapitulando os principais conteúdos abordados ao final de cada parte nas quais o filme está dividido ou em duas partes: uma parte inicial na 1ª aula e a outra na 2ª aula, antes da atividade prática. Etapa 3 Atividade O forte desses alunos é o estímulo visual (textos, fotos, desenhos, imagens, gestos, encenações) e um dos objetivos a ser alcançado é a ampliação de sua capacidade imitativa, pois como dizia Aristóteles o imitar é congênito no homem e por imitação aprende as primeiras lições. Logo, a atividade aqui proposta terá efeitos diretos no desenvolvimento cognitivo e em especial em melhorias da fala do seu aluno com síndrome de down. A atividade pretende explorar algumas possibilidades dentro desse campo da representação visual ou da mímica, utilizando-se para isso desde palavras impressas como base para a fala (associando desenhos ou figuras à imagem escrita), no caso dos alunos do ensino fundamental já alfabetizados, aos jogos, vivenciados e/ou elaborados pelos próprios alunos, em que o aprendizado ocorre de modo lúdico e prazeroso, além de proveitoso cognitivamente. Seguem abaixo duas propostas de jogos que podem ser trabalhados: 1) Jogo da Memória: confeccionar um jogo da memória temático a partir de pares de figuras iguais que representem o mesmo objeto (pode ser produzido com desenhos,

fotografias, figuras de jornal ou revista), sempre com palavras presentes no campo semântico que está sendo trabalhado (por ex. objetos de higiene, material escolar, animais da fauna brasileira entre outros). Pode-se colar a figura em pedaços recortados de papelão ou de embalagens pack, aproveitando para ensinar a reutilização do lixo que nós mesmos produzimos. Depois que as crianças confeccionarem vários pares, abre-se a roda para jogar o jogo da memória, sempre narrando os objetos a fim de estimular a imitação e a repetição oral por parte das crianças. 2) Jogo de Mímica: toda a turma interage nesse jogo em que cada aluno ou grupo de alunos representa para o restante da turma, por meio da mímica, elementos da vida: ações, frases, títulos de livros, nomes de filmes ou novelas, passagens de histórias e personagens conhecidos, etc. Os demais alunos têm a tarefa de adivinhar o que está sendo apresentado pela linguagem gestual e pelos sons utilizados pelos alunos que não podem durante a representação usar a expressão oral verbal. Realizar essa troca de posição, colocando todos os alunos na posição de prescindir da linguagem oral verbal, é importante tarefa simbólica na conquista da inclusão da criança com down, pois ela se sentirá mais próxima e parecida com os membros do grupo. Por outro lado, também é possível perceber com essa atividade e exposição dos indivíduos da turma características de cada um que os diferenciam, através das expressões faciais, do gestual, dos sons emitidos. Obs.: é importante colocar a criança down em experiências concretas para ensiná-la frases, ações, preposições (como embaixo, em cima, etc.), aliando as imagens e as atividades aos processos verbais.

Sites recomendados: http://www.institutoinclusaobrasil.com.br http://www.portalsindromededown.com Questões para discussão Associar a linguagem a suas funções e desejos, trazendo a importância da comunicação oral, pode enriquecer a socialização da criança com síndrome de down? Quais são as diferentes modalidades de linguagem que podem ser desenvolvidas por nós, seres humanos? Quais são as funções que a linguagem pode ter? A qual(is) dessas funções as diferentes modalidades de linguagem melhor se referem? Quais são as possibilidades e os limites da tarefa da educação inclusiva no ensino brasileiro, especialmente nas escolas públicas? Bibliografia ARISTÓTELES. A poética. São Paulo: Abril Cultural, 1978. WINNICOT, W. A criança e seu mundo. São Paulo: Editora LTD, 1992. Consultor: Joana Tolentino