PAINEL A MÚSICA NA LINGUAGEM DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS
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1 PAINEL A MÚSICA NA LINGUAGEM DOS PORTADORES DE NECESSIDADES ESPECIAIS Tirza Sodré Almeida (graduanda em Licenciatura em Música) Universidade Federal do Maranhão - UFMA Resumo: O presente trabalho visa reivindicar o que desde a Constituição de 1824 no período do Brasil Império, foi consagrado: o direito à educação para todos os brasileiros. Direito esse que se manteve em todas as Constituições (1934, 1937 e 1946), e na Declaração Universal dos Direitos do Homem aprovada pela Assembléia Geral das Nações Unidas, afirma o princípio da não discriminação e proclama o direito de toda pessoa à educação em Entre as décadas de 50 e 60, surge a discussão sobre o conceito de Normalização, que tem como princípio, fazer com que a pessoa com necessidade especial se assemelhe às condições normais de sociedade. A educação especial no Brasil começa a ter um cunho educacional, apesar de ainda manter características assistencialistas. A partir daí a Educação Especial passou por importantes mudanças. Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei n 9.394/96 pela primeira vez tem-se um capítulo destinado à Educação Especial. Os Parâmetros Curriculares Nacionais de 1997 vêm contribuindo ainda mais com a questão da forma de ensino na Educação Especial. Observemos, portanto a importância e urgência em aplicar esses textos legais, visto que na prática ainda falta muito para alcançarmos toda a teoria proposta no tocante à Educação Especial não só em leis, mas também na realidade bem como em livros e artigos. Estudos comprovam que por meio de um programa de educação musical bem estruturado e com objetivos bem definidos é possível promover o desenvolvimento físico, intelectual e afetivo da pessoa com necessidades especiais. É possível estimular a interação social por meio de atividades musicais e tirar um indivíduo portador de necessidades especiais do isolamento. Por meio de atividades que envolvam movimento associado à música desenvolve-se o tônus muscular e coordenação psicomotora. Nessa perspectiva, pretende-se com esse trabalho explorar mais a fundo este tema, bem como debater sobre a importância da formação de profissionais especializados para tão importante tarefa. PALAVRAS-CHAVE: Educação Especial; Profissionais Especializados; Música. 1. Introdução Na Lei de Diretrizes e Bases da Educação, Lei n 9.394/96 pela primeira vez têm-se um capítulo destinado à Educação Especial, cujos detalhamentos são fundamentais: Garantia de matrícula para os Portadores de Necessidades Educacionais Especiais, preferencialmente na rede regular de ensino; Criação de apoio especializado, para atender às peculiaridades dos alunos especiais; Oferta de educação especial durante a educação infantil; Especialização de professores. Os Parâmetros Curriculares Nacionais de 1997 vêm contribuindo ainda mais com a questão da forma de ensino na Educação Especial. Observemos, portanto a importância e urgência em aplicar esses textos legais, visto que na prática ainda falta muito para alcançarmos toda a teoria proposta no tocante à Educação Especial.
2 2. A importância da Música na Educação Especial A música indubitavelmente é fator que contribui para o desenvolvimento de qualquer ser humano e não deixaria de ser também aos portadores de necessidades especiais, pois se sabe que a música desenvolve desde os aspectos intelectuais, até os emotivos, físicos (através do movimento que a música estimula) e desenvolve ainda a própria fala através de trava-línguas, parlendas, etc. 3. A qualificação de pessoal especializado Deve-se haver um interesse maior na formação de profissionais especializados de música, por exemplo, através de pós-graduações, através de uma literatura maior sobre o tema; não esquecendo também que deve haver abertura de oportunidades de emprego nessa área no mercado de trabalho, bem como o reconhecimento do seu valor; pois com pessoas qualificadas nesse ramo, é necessário inseri-las em equipes para tratamento e desenvolvimento de pessoas especiais, pois só teriam a somar e a influenciar positivamente o trabalho. 4. Vivendo a Educação Especial Muito se lê e se ouve sobre a Educação Especial em um curso de Licenciatura, mas ninguém nunca sabe como realmente será ao se deparar com essa realidade em sala de aula. Em um estágio no Ensino Fundamental, com uma criança portadora de autismo, vivenciei na prática os benefícios da música para pessoas nesta situação. Além da criança se animar e se envolver nas aulas, percebi o benefício de não colocar alguém assim junto com outras pessoas especiais; o próprio pai da criança comentou que ele repetia o comportamento de crianças a sua volta então, ela sempre apresentava um quadro melhor em sala de aula e em casa quando ficava com outras crianças não portadoras de deficiência, ainda que não acompanhasse o ritmo de aprendizado dessas. Na aula de música, tal criança esforçava-se para imitar os colegas cantando, dançando e até em atividades como desenho, ela rabiscava a folha imitando os amiguinhos que estavam desenhando algum instrumento. Outra situação vivenciada na prática foi em uma sala de Ensino Médio me deparar
3 com uma aluna surda. Na escola havia intérpretes para alunos assim. Mas despertou-se o desejo em mim em perguntar para a aluna como ela vivia a música; e ela me respondeu através da intérprete que ela sentia a música, as vibrações, que até saía para dançar com seu namorado. Aprendi com esses, e outros casos assim, o grande alcance que a música possui ao consegue atingir todas as pessoas sem distinção, sendo essas deficientes ou não Conclusão Há muito a se fazer no que se refere à música e a Educação Especial, pois existe uma imensa diversidade de necessidades especiais, como: deficientes visuais, auditivos, amputados, autistas, enfim, para alguns casos até já existe uma solução como para o caso dos deficientes visuais: o Musibraille, mas às vezes não há o fácil acesso, ou o próprio conhecimento de tal; para muitos outros casos os estudos ainda precisam avançar muito; e seria de grande valor se alunos de licenciatura em música aprendessem a lhe dar com essa realidade, que muitos provavelmente terão de encarar, ainda na universidade, e como supracitado haver também especializações nesse ramo para pessoas que tenham o interesse de se aprofundar e trabalhar com esse público, pois eles merecem o melhor de todos, inclusive dos profissionais da música.
4 Anexo (fotos extraídas da web) Criança Especial brincando no piano Grupo de pessoas especiais cantando Grupo de pessoas especiais em apresentação usando a Libras (língua brasileira de sinais) Grupo de crianças especiais em apresentação natalina e Grupo apresentando com Libras
5 Grupo de crianças especiais em apresentação Grupo de crianças especiais em oficina musical 1 Grupo de crianças especiais em oficina musical 2
6 Musibraile
7 Referências JOLY, I. Música e Educação Especial: uma possibilidade concreta para promover o desenvolvimento de indivíduos. Vol. 28, nº 02, Edição VIANA, V. Os Caminhos da Inclusão no Brasil ALVIN, J. Musica para el ninõ disminuído. Buenos Aires, Ricordi Editora, 1966.
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