ESCOLA ESPECIAL RENASCER- APAE PROFESSORA: JULIANA ULIANA DA SILVA
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- Ruth Ramalho Neiva
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1 ESCOLA ESPECIAL RENASCER- APAE PROFESSORA: JULIANA ULIANA DA SILVA PROJETO: ARTES NA EDUCAÇÃO ESPECIAL O CORPO E A MENTE EM AÇÃO LUCAS DO RIO VERDE 2009
2 APRESENTAÇÃO Em primeiro lugar é preciso compreender a importância do fazer artístico, como manifestação de atividade criativa do homem no mundo, para compreender a importância da arte na escola. Com esse objetivo surgiu o presente projeto que considera a pessoa com necessidades educativas especiais como um ser capaz de aprender, mas que necessita de propostas condizentes com as suas especificidades, considerando as limitações individuais. O projeto abrange várias oficinas: Teatro, Artes Visuais e Danças. Os temas propostos, para cada oficina, partem da vivência dos educandos de acordo com os interesses, expectativas e necessidades. Esses são aprofundados e transformados. Interagindo com o mundo o aluno vai compreendendo os seus próprios sentidos. Através de arte/cultura, vai dando forma a seus próprios valores e fatos já incorporados e repassados diariamente na dinâmica histórica. Existem dois pontos fundamentais neste projeto: o professor arteeducador e o aluno com necessidades educativas especiais. As duas se unem para que seja feita a observação e reflexão de como o professor deve ser para buscar um pleno desenvolvimento de seu aluno. O projeto então acontece quando é preciso sair do convencional e realmente buscar parcerias com voluntários e fazer algo pelos alunos, tomando como ponto de partida a proposta feita pela APAE Educadora. É importante falar a respeito da diversidade dos alunos que participam das oficinas, e que não estarão sendo separados por suas deficiências, mas pela sua faixa etária, pois precisamos começar a ter uma postura inclusiva até mesmo trabalhando a diversidade existente dentro da própria instituição APAE, que é uma escola especial.... postura inclusiva não é aquela que desconsidera as diferenças, ou faz de conta que todos são iguais, mas, ao contrário, aquela que pressupõe que é a partir das diferenças que podemos construir um universo mais rico
3 de aprendizagem e de produção da vida sociocultural (Martins, 2002:38). A melhor maneira de se trabalhar com as diversas deficiências é estar sempre considerando a sua idade cronológica, valorizar a sua produção e sua criatividade durante as aulas, usar as experiências corporais e musicais explorando as e introduzindo novos conceitos dentro das atividades.
4 JUSTIFICATIVA Trazer a disciplina de Artes para a escola significa criar mecanismos de organização pedagógica para o seu desenvolvimento, dotando a instituição escolar de espaços e tempos curriculares para educadores e educandos buscarem seus saberes estéticos. De acordo com a APAE Educadora, o ensino de Arte entra como componente curricular na Educação Infantil, no Ensino Fundamental e Educação Profissional, conforme a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDBEN) Lei 9.394, de 20/12/96, artigo 26, parágrafo 2º: O ensino de arte constituirá componente curricular obrigatório, nos diversos níveis da educação básica, de forma a promover o desenvolvimento cultural dos alunos (BRASIL,1997: 32). Dentro da proposta do Movimento Apaeano, a arte tem duas grandes linhas de ação: a primeira orientada pela APAE Educadora, integrando a proposta pedagógica das escolas especializadas das APAEs, como componente curricular, e a segunda se alinham com o desenvolvimento de projetos especiais nas diversas linguagens artísticas. A primeira linha de ação tem objetivos, conteúdos e metodologias orientadas pelo Referencial Curricular Nacional para Educação Infantil e pelos Parâmetros Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental e Médio. Já a segunda objetiva vivências para realização de mostras, festivais, concursos visando o reconhecimento social da família e comunidade onde vive (FEDERAÇÃO NACIONAL DAS APAES, 2001: 19). Para dizer que existe o ensino de artes dentro da escola é preciso antes saber o que significa arte e o que ensinar. Não se ensina arte sem ter experiência e sensibilidade artística, um depende do outro, o conceito e a realização. O conceito de arte deve ser ampliado e sua atuação preocupada com questões que envolvem a expressão pessoal de valores, sentimentos,
5 relações, cognição e significações, visto que envolvem subjetividade. Ela vai ser um veículo para a interação dos alunos edificando uma relação de autoconfiança, com propostas pedagógicas e de produção. Não pode ficar somente do âmbito do fazer irrefletido, sendo que a arte tem conceitos a serem aprendidos e utilizados por qualquer ser humano, os tornando mais sensíveis e criativos. No entanto, a arte deve considerar a pessoa com necessidades educativas especiais enquanto humano, histórico, social, cultural e também simbólico. O aluno com necessidades educativas especiais aprende, mas é necessário que o professor saiba o que propor e em que situações devem elaborar as atividades, dentro de suas especificidades, habilidades e dificuldades. É preciso compreender a importância do fazer artístico, como manifestação de atividade criativa do homem no mundo, para compreender assim a importância da arte na escola. Os temas deverão partir da vivência dos educandos e assim serem aprofundados e transformados em novos saberes. Interagindo com o mundo o aluno vai compreendendo os seus próprios sentidos. Através de arte/cultura, o aluno vai dando forma a seus próprios valores e fatos já incorporados e repassados diariamente na dinâmica histórica.
6 OBJETIVOS OBJETIVO GERAL Desenvolver os conteúdos pedagógicos, proporcionando um conhecimento global de mundo, dando oportunidade ao aluno para que ele crie, invente e possa transformar a realidade, exercitando a atenção, percepção, colaboração e solidariedade, os quais fazem parte de um procedimento da expressão humana. OBJETIVOS ESPECÍFICOS - Valorizar a produção dos alunos enquanto pessoas que criam, desenvolvendo a sensibilidade, a percepção e imaginação através dos recursos da arte; -Oferecer oportunidades à pessoa com necessidades especiais de conhecer uma forma de linguagem universal de comunicação por meio do movimento; -Desenvolver a psicomotricidade; -Proporcionar condições de melhor consciência e convivência com o próprio corpo; -Reconhecer a importância da arte na sociedade e na vida dos indivíduos; -Buscar o desenvolvimento da percepção sensória do próprio corpo, despertando a consciência de si mesmo e do outro; -Deixar fluir o mundo da fantasia e do faz de conta, corporizando os elementos da vida cotidiana; -Transmitir noções de composição, domínio técnico e valorizar a originalidade dentro da produção; -Experimentação, utilização e pesquisa de materiais e técnicas artísticas (pincéis, lápis, giz de cera, papéis variados, tinta, argila, etc.) -Criação e construção de formas plásticas, fazendo desenhos, pinturas, colagens, etc.;
7 METODOLOGIA ARTES VISUAIS A educação visual deve considerar a complexidade de uma proposta educacional que leve em conta as possibilidades e os modos de os alunos transformarem seus conhecimentos em arte, ou seja, o modo como aprendem, criam e se desenvolvem na área. As artes visuais devem ser trabalhadas a partir da observação, criação, reconhecimento dos elementos visuais, experimentação e pesquisa de materiais com intuito de representar a realidade observada. Ao término destes processos o objeto produzido deve ser analisando e avaliando, onde surgirão comentários a respeito da impressão produzida em cada um a partir do objeto. DANÇA A Arte da dança na escola pode desenvolver na criança a compreensão de sua capacidade de movimento, mediante um maior entendimento de como seu corpo funciona. Assim poderá usá-lo expressivamente como maior inteligência, autonomia responsabilidade e sensibilidade. O trabalho com dança deve ser feito com motivação do educando para que este se expresse de maneira desinibida, sendo capaz de reconhecer ritmos brasileiros e dançá-los. Pode-se também, haver seleções de movimentos e criação de coreografias, visando à integração do grupo e a sincronia na execução dos passos. TEATRO O teatro tem como fundamento a experiência de vida; idéias, conhecimentos e sentimentos. A sua ação e a ordenação desses conteúdos individuais e grupais.
8 O teatro e a representação dos fatos cotidianos, dramatização de histórias infantis, textos escritos produzidos pelo professor e pelos alunos de fatos e acontecimentos cotidianos (violência, crise- econômica, desemprego, drogas etc.). Enfoque aos movimentos, expressões faciais e corporais, estudo dos trabalhos realizados, comentários e avaliações dos mesmos.
9 PÚBLICO ALVO E DURAÇÃO DO PROJETO Os alunos são incluídos nos grupos de acordo com o interesse e habilidade nas áreas que contemplam as linguagens artísticas. Número de alunos envolvidos: Aproximadamente 50 alunos, nas três oficinas oferecidas pelo projeto: Teatro (30 alunos), Artes Visuais (45 alunos), Dança (10 alunos). Modalidades dos alunos envolvidos: Alunos do Ensino Fundamental (Anos iniciais), Educação de Jovens e Adultos, e Educação Profissional (Inclusão digital). Faixa etária dos alunos: Alunos entre 06 e 38 anos. Deficiência que apresentam: Alunos com deficiência mental, alunos com síndrome de Down e um com deficiência auditiva (aluno que freqüenta escola regular e participa do projeto Inclusão Digital). Tempo de desenvolvimento do Projeto: Ano Letivo de 2009, possivelmente tendo continuidade nos anos seguintes.
10 RECURSOS Recursos utilizados para desenvolver o Projeto Dança: aparelho de som com CD, repertório musical diverso (popular, rock, romântica, pop), músicas e exercícios de expressão corporal. Teatro: figurinos e cenários de acordo com as peças a serem apresentadas, livros com histórias semelhantes à de vida cotidiana dos alunos, onde eles possam criar e desenvolver a dramatização junto com a professora, a partir de suas vivências. Artes Visuais: tintas diversas, pincéis, materiais alternativos provenientes de sucata e de uso cotidiano, entre outros que vão sendo procurados de acordo a necessidade dos trabalhos e técnicas aplicadas.
11 AVALIAÇÃO Avaliar observando se o aluno: Consegue reconhecer alguns elementos da linguagem visual bem como o que ele produziu e os materiais que utilizou para sua confecção; Cria, interpreta e consegue se manifestar corporalmente diante de musicas apresentadas, bem como usar sua imaginação e sua emoção, controlando suas frustrações e buscando conquistas; Desenvolveu sua capacidade de atenção, concentração observação e se enfrenta as situações de jogos articulando fala e expressão corporal; Se organiza em grupo ampliando a sua capacidade de ouvir e ver seus colegas com respeito e solidariedade; Empenha-se em ajudar a construir o espaço cênico em todos os aspectos, cenário, figurino, maquiagem etc. Sempre incentivar e valorizar a participação para que o aluno compreenda que é necessário e possível ultrapassar barreiras e superar as dificuldades cotidianas.
12 REFERÊNCIA BIBLIOGRÁFICA: BOAL, Augusto. 200 exercícios e jogos para o ator e o não-ator com vontade de dizer algo através do teatro. Rio de Janeiro: Civilização, CHAN, Telma. Divertimentos de Corpo e Voz. DERDYK, Edith. Formas de Pensar o Desenho. São Paulo: Scipione, FISCHER, Ernest. A Necessidade da Arte. Rio de Janeiro: Guanabara, 1987.
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