A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS VISUAIS COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA NO PROCESSO DE ENSINO - APRENDIZAGEM DE ALUNOS SURDOS.
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- Angélica Beretta Gusmão
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1 A UTILIZAÇÃO DE RECURSOS VISUAIS COMO ESTRATÉGIA PEDAGÓGICA NO PROCESSO DE ENSINO - APRENDIZAGEM DE ALUNOS SURDOS. Rosane Batista Miranda¹ Eliane Vasconcelos Soares² Introdução O presente artigo visa á contribuição no processo de ensinoaprendizagem de alunos surdos com a utilização de recursos visuais, buscando identificar em quais disciplinas os professores fazem uso de recursos visuais, percebendo de que forma se dá o uso destes recursos visuais. A oportunidade de ser colega de classe de um aluno com deficiência auditiva proporcionou-me grandes aprendizados e em uma mesma proporção questionamentos sobre o seu processo de ensino aprendizagem e da falta de metodologias que auxiliem os professores nesse processo. Os estudos de metodologias que possa auxiliar o professor no processo de ensino aprendizagem de alunos com deficiência é de grande necessidade, pois com esses estudos os futuros e já atuantes professores podem tomar conhecimento das mesmas, assim como suas possíveis contribuições para o aprendizado de seus alunos. Educação e Inclusão de Surdos Por muito tempo indivíduos com qualquer tipo de deficiência eram excluídos das instituições de ensino, ficavam em casa ou internados em clínicas psiquiátricas entre outras situações. O certo era que eles eram considerados incapazes de frequentar uma instituição regular de ensino. Todavia, hoje vivemos uma realidade bem diferente, vivemos o que chamamos de educação inclusiva a qual se pressupõe escolas abertas, onde todos aprendem junto quaisquer que sejam sua dificuldade. Faz-se necessário nesse processo identificar o papel da escola e do professor como agentes de consolidação do processo de inclusão. Uma escola para todos, com uma educação de qualidade onde o espaço da sala de aula seja um lugar de
2 integração e interação entre todos os alunos, considerados normais e os que apresentam algum tipo de necessidade educativa especial. A inclusão causa uma mudança de perspectiva educacional, pois não se limita a dar equidade educacional aos alunos que apresentam dificuldade na escola, mais apoia a todos: professores, alunos, pessoal administrativo, para que obtenha sucesso na corrente educativa geral. Surdo ou Deficiente Auditivo Entre pessoas com necessidades educativas especiais estão os surdos ou deficientes auditivo, mas qual é a forma correta de chamá-los. Podemos identificar ou denominar a pessoa surda através das duas terminologias distintas: deficiente auditivo ou surdo. Contudo o termo deficiente auditivo é mais usado na área da saúde. Em educação utiliza-se Surdo, com inicial maiúscula, onde ele é concebido como parte de um povo com cultura e características próprias. Decreto nº5.626 de 22 de dezembro de 2005: Art 1º Para fim deste decreto, considera-se pessoa surda aquela que, por ter perda auditiva, compreende e interage com o mundo por meio de experiências visuais, manifestando sua cultura principalmente pelo uso de Língua Brasileira de Sinais Paragrafo único: Considera-se deficiência auditiva a perda bilateral, parcial ou total, de quarenta decibéis (db) ou mais aferida por audiograma nas frequências de 500 Hz, 100 Hz, 200Hz, e 300Hz. Quem não tem contato com a comunidade surda, acha que chamar de Surdo é ofensivo, o que não é verdade, Kendrick afirma:...os próprios surdos esclarecidos querem ser chamados assim, pois o termo se refere a todo um conjunto de circunstância que compõe essa pessoa, principalmente a necessidade de comunicação essencialmente visual para suprir a falda de um sentido (apud Santos). O Uso De Recursos Visuais No Ensino
3 Entende-se que a aprendizagem só acontece à medida que a escola tem o aluno como centro de suas ações, acredita no seu potencial e valoriza a sua história de vida. É um espaço acolhedor seguro e agradável além de ter a capacidade de inovar nas suas práticas pedagógicas. Estudos comprovam que para o aluno desejar aprender é preciso que ele tenha motivos, que desencadeiem aprendizagem e não se dissociem de suas características, efetiva e psicológica. No caso de alunos surdos, a motivação deve parti de suas experiências visuais, artefato cultural das comunidades surda (Strobel,2008). As estratégias metodológicas utilizadas na educação de surdos devem necessariamente privilegiar os recursos visuais como um meio facilitados do pensamento, da criatividade e da língua viso espacial. Segundo Rely( o processo de ensino do aluno surdos se beneficia do uso de imagens- visuais. Nery (2004 ) defende que a formação de conceitos seria facilitada utilizando representações visuais, e sua adoção, nas atividades educacionais auxiliaria no processo de desenvolvimento do pensamento conceitual, pois a imagem permeia os campos do saber, trás uma estrutura e potencial que podem ser aproveitado para transmitir conhecimento. Além destas funções a imagem favorece um pensamento relacional, utilizando os elementos visuais para estabelecer relações e comparações. Na linguagem verbal, a palavra possibilita a generalização e o raciocínio classificatória no caso dos surdos, a representação visual poderá auxiliar nesse processo de aprendizagem. Pedagogia Visual A Pedagogia Visual tem hoje como um dos grandes expoentes a pesquisadora surda Karin Strobel a qual afirma que o primeiro artefato da cultura surda é experiência visual na qual a pessoa com surdez percebem o mundo de maneira diferente, através principalmente da utilização dos sinais viso-espaciais (Strobel, 2008). As técnicas, recursos e perspectiva utilizados na pedagogia visual, estão relacionados com o uso da visão, em vez da audição, sendo que a imagem
4 na apreensão do estimulo visual e perspectiva emergem de acordo com as forças bidimensionais e tridimensionais, o que exige uma nova forma de pensar o processo perceptivo e o processamento visual daquilo que rodeia o sujeito surdo e qual o seu olhar sobre o mundo no processo de olhar e aprender (Campello 2008 p.138) A técnica da pedagogia visual exige, sobre tudo, o uso da imagem, captando em todas as suas essências o que nos rodeiam, traduzindo todas as formas de interpretações e do seu modo de ver, de forma subjetiva. Que segundo Campello (2007 p.108) :... não é somente usar a língua brasileira de sinais, como uma língua simples, mecanizada, e sim muito mais. Exige captação de todos os elementos que rodeiam os sujeitos surdos para transforma-los em signos visuais. A pedagogia visual direciona práticas docentes para uso das imagens que visem às experiências adaptadas a quem não dispõe da audição. Possui uma forma estratégica de transmitir a representação de objetos, de imagem e de língua, cuja a natureza e aspecto são precisamente de aparato visual (Campello 2007 p.113). É um novo campo de estudos e demanda da sociedade, por sua vez, pressionar a educação formal a modificar ou criar novos conceitos ou denominações para a pedagogia visual, a fim de reorientar os processos de ensinar e aprender. Isto ajudará a propor uma educação que não só beneficie o individuo surdo, mas que garanta a participação de todos os professores, docentes, pesquisadores, alunos ou seja, a escola em sua totalidade. Conclusão Tendo em vista isso é necessário analisar o uso de recursos visuais no processo de ensino- aprendizagem dos alunos, buscando também conhecer de que forma esses recursos auxiliam nesse processo, para que assim os educadores compreendam o poder construtivo dos recursos visuais para adotálos e utilizá-los adequadamente nas atividades educacionais e assim ajudá-los no processo de ensino- aprendizagem dos mesmos. Temos que ter em mente
5 e refletido em nossa prática que incluir não é tratar igualmente todos os alunos, pois todos são diferentes um dos outros. É perceber que em suas diferenças todos são capazes de alcançar objetivos. Se compreender que a pessoa com necessidades educativas especiais é humano, com capacidades a serem desenvolvidas, com imperfeições e limitações como qualquer outra pessoa, estaremos caminhando na direção da efetiva inclusão. Referência BRASIL. Secretaria de Educação Especial Deficiência Auditiva BARSIL. Declaração de Salamanca.1994.( Acesso em 07/05/2013) CAMPELLO, Ana Regina e Souza. Pedagogia Visual na Educação de Surdos Mudos. Tese( Doutorado em Educação)- Programa de pós Graduação em Educação, Universidade Federal de Santa Catarina Florianópolis. Pedagogia Visual: Sinal na educação de Surdos. In: Quadros, Ronice Müller(Org.). Estudo Surdos II.Petrópolis, RJ : Arara Azul, QUADROS, Ronice Müller. Educação de surdos: Efeitos e modalidades e práticas pedagógicas. Publicado no livro pós-congresso Temas em Educação Especial IV, pela EDUFSCar. BRASIL. Ministério da Educação- Secretaria da Educação Básica. CADERNO DE EDUCAÇÃO ESPECIAL- Alfabetização de crianças com deficiência: uma proposta inclusiva. Brasília: Ministério da Educação, SCHUBERT, Silvana Elisa de M.; COELHO, Luiz André Brito. A matemática e a surdez: existem barreiras na aprendizagem dessa disciplina?.in. X Congresso Nacional de Educação. Resumos. Curitiba
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