ANÁLISE DO SETOR SIDERÚRGICO BRASILEIRO



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Transcrição:

ANÁLISE DO SETOR SIDERÚRGICO BRASILEIRO COM A METODOLOGIA DE MATRIZ INSUMO-PRODUTO 1 Ior L. Morera 2 Carlos Tadao Kawamoto 3 Frederco Araujo Turolla 4 RESUMO Este trabalho faz uma análse do setor sderúrco braslero através da metodoloa da Matrz Insumo-Produto (MIP). Para tanto, utlza-se um ferramental dentro do contexto macroeconômco desenvolvdo por Wassly Leontef, a Matrz Insumo-Produto. Em prmero luar, o trabalho faz uma breve apresentação da hstóra recente do setor sderúrco no Brasl. Em seuda, o trabalho desenvolve os elementos fundamentas da metodoloa de manpulação da MIP. Fnalmente, são dentfcados pontos para pesqusa sobre a aplcação da MIP à estratéa de neocação comercal do Brasl frente à formação da Área de Lvre Comérco das Amércas, a ALCA. Os anos otenta marcaram o esotamento do modelo de substtução de mportações que vorou nas décadas anterores. De forma tarda, somente no níco dos anos noventa o país começou a perseur uma nova aenda, baseada em maor atenção aos aspectos de compettvdade, produtvdade, efcênca, qualdade, redução do Estado, entre outros. Esse novo consenso fo mplantado de forma radual - embora ncompleta e mutas vezes atabalhoada - durante os anos noventa. Entre os avanços mas mportantes que ocorreram a partr dos anos noventa, destacam-se a substtução do controle de preços por um moderno sstema de defesa da concorrênca e reulação, a mplementação de um amplo prorama de desestatzação de empresas estatas e a amplação do rau de abertura da economa. Em meados da década, o Plano Real consttuu um marco fundamental na medda em que permtu a establzação da nflação crônca que assolou a economa braslera durante décadas. A establzação teve como coadjuvante prncpal a estratéa de aprecação da taxa de câmbo. Embora tenha permtdo um amplo movmento de modernzação da ndústra naconal através da mportação de máqunas e equpamentos mas modernos, o câmbo artfcalmente aprecado erou acumulação de desequlíbros macroeconômcos e uma forte pressão compettva sobre a ndústra naconal. Sob o ponto de vsta das empresas, esse conjunto de movmentos pode ser entenddo como uma mudança em dreção a um ambente de competção aberta, em âmbto lobal. Ao contráro do ambente anteror, em que a ênfase era dada à produção voltada para um mercado catvo e autárquco em relação ao resto do mundo, no novo ambente os aspectos de efcênca da produção e de compettvdade passaram a ser vtas para a sobrevvênca Reduzu-se sensvelmente a possbldade que fo nsttuconalzada em épocas anterores de realzação de socorro estatal de últma nstânca para setores nefcentes. Além dsso, a própra reordenação setoral que 1 Arto aceto para apresentação e publcação nos anas do II Encontro Centífco da Campanha Naconal das Escolas da Comundade (II EC-CNEC), Varnha, 9-10 de julho de 2004 2 Bacharelando do curso de Cêncas Econômcas das Faculdades Oswaldo Cruz 3 Professor do curso de Economa das Faculdades Oswaldo Cruz 4 Professor do curso de Economa das Faculdades Oswaldo Cruz

acompanha qualquer movmento de abertura econômca mudou as feções da economa braslera. Nesse novo contexto dos anos noventa, o setor sderúrco despontou como uma força compettva da economa braslera. Consderado como setor estratéco no modelo anteror, o setor fo o prmero da lsta de alvos do Prorama de Naconal de Desestatzação lançado em 1991. Entretanto, a prvatzação do setor se ncou anda no fnal dos anos otenta, com a transferênca de quatro usnas de médo porte ao setor prvado. A partr dos anos noventa, sob operação prvada, o setor manteve sua efcênca e sobrevveu às pressões do novo ambente, lorando competr em âmbto nternaconal mesmo sofrendo restrções no acesso aos prncpas mercados externos. A análse setoral anha mportânca nesse contexto de maor competção. O prncpal desafo setoral dos próxmos anos é a formação da Área de Lvre Comérco das Amércas (Alca). A perspectva de reoranzação setoral e espacal de város setores econômcos nos países que partcparão do processo de nteração contnental mpõe o entendmento das cadeas produtvas, vsando a um desenho do processo que asseure menores custos, ou maores benefícos, em termos de produção e de empreo. Nesse contexto, a análse de nsumo-produto desponta como uma metodoloa com elevado potencal de subsído à análse das neocações brasleras no processo de nteração, bem como na avalação dos mpactos de possíves neocações. Este trabalho faz um esboço de uma análse da cadea sderúrca com base nessa metodoloa. 1. Breve Hstórco do Setor Sderúrco Braslero 5 O setor sderúrco braslero tem como marco hstórco o estado de Mnas Geras (que até hoje é o estado com maor representatvdade no cenáro sderúrco naconal) onde fora nstalada a Companha Sderúrca Belo-Mnera pelo consórco belo-luxemburuês e empresáros locas que já em 1917 craram a Companha Sderúrca Mnera. A seunda planta da Belo-Mnera fo nstalada em meados de 1935 em João Monlevade tornando-se a maor sderúrca nterada a carvão veetal do mundo. Com uma capacdade ncal de 50 ml toneladas e após todas as undades nstaladas em 1943, sua capacdade produtva dobrou, atnndo 100 ml toneladas de aço, onde aproxmadamente um terço da produção era de trlhos e o restante de arame farpado. Após sucessvas expansões a planta de João Monlevade representa anda a prncpal planta da empresa. Com o nco das operações da CSN - Companha Sderúrca Naconal em 1946, Volta Redonda (RJ), proporcona ao Brasl a maor usna produtora de aço nterada a coque da Amérca Latna com uma capacdade de 270 ml toneladas, tornando a CSN ponera na produção de aço plano, lamnados (a quente e a fro) e produtos revestdos (exemplo, folhas-de-flandres e chapas alvanzadas). Conforme relatado por MANGABEIRA (1993, p.65), o que estava mplícto na construção de uma usna sderúrca do porte da CSN (nesse período, os equpamentos utlzados pela usna eram superores ao encontrados na sderura européa) era o mpulso para fomentar o desenvolvmento do parque ndustral no Brasl. No ntervalo de 1924 a 1946, o Brasl obteve um salto da produção sderúrca de 4,5 ml para 342 ml toneladas, sendo que a Belo-Mnera era detentora de aproxmadamente 70% desse volume. Durante a década de 50, mpulsonado pela cração do BNDE - Banco Naconal de Desenvolvmento Econômco - atual BNDES -, passando então a contar com um 5 Esta seção basea-se nos seuntes documentos: Estudo da Compettvdade de Cadeas Interadas no Brasl: Impactos das zonas de lvre comérco Cadea Sderura, Campnas, 2002 e BNDES 50 Anos Hstóras Setoras - O Setor Sderúrco, BNDES, 2002.

aente proporconando recursos fnanceros de cunho estratéco overnamental, o setor sderúrco obteve uma evolução notóra. Confrma-se a prordade do Estado quanto ao setor sderúrco e que aora é repassado ao então BNDE, como tentatva de vablzar a estratéa de ndependênca ndustral que objetvava o Governo nesse período. Anda na década de 50 e mas especfcamente em 1956, duas antes surem no cenáro sderúrco contando com partcpações fundamentas do BNDES. A prmera fo nstalada em Cubatão: Cospa Companha Sderúrca Paulsta, ao qual coube ao BNDES completar a partcpação aconára ncada pelo Estado de São Paulo e que ao lono de doze anos, proporconou ao Banco (BNDES) o controle de mas de 58% do seu captal, e completando o total, 23,3% do Estado de São Paulo e o restante dssemnado entre o Tesouro Naconal e outras companhas mstas e rupos prvados. Em 1975 o BNDES dexa de ser controlador da prncpal controlador da Cospa, onde assumra a Sderbrás. A seunda, nstalada em Mnas Geras, fo a Usmnas Usnas Sderúrcas de Mnas Geras (jot-venture npo-braslera). Neste caso, coube ao BNDES completar um captal ncado pela ncatva prvada lderada por um consórco de empresas japonesas, representando 40% do todo. Dado o nco das operações com o alto-forno 1 em 1962, o BNDES já era detentor de mas de 24% do captal ordnáro da Usmnas, contra 23.9% de partcpação do Estado de Mnas Geras, a Nppon Usmnas com 40%, a Companha do Vale do Ro Doce com 9% e outros aconstas com 2,5%. Seundo o própro BNDES (2002, pa. 2), após consecutvos aportes para vablzar o projeto ncal de 500 ml toneladas por ano, tornou-se aconsta majortáro da usna (em 1960, cheou-se a uma cfra de US$ 2,6 blhões de nvestmentos). De fato, o que se observou foram resultados pouco favoráves ao setor sderúrco braslero, onde concdram-se as entradas tanto da Usmnas quanto da Cospa em um momento de estanação econômca, em pleno Plano de Establzação Econômca o Plano Trenal (1963-65). As partculardades observadas no setor sderúrco naconal conduzem em uma característca marcante:...a consttução de uma sderúrca por captas prvados ou por overnos estaduas, e quando o empreendmento já se tornara rreversível e dante da nsufcênca de recursos fnanceros, a responsabldade era transferda para o overno federal ou para o banco de desenvolvmento estatal BNDE [BNDES]" DE PAULA, 1998, P. 227, ctado em UNICAMP, 2002 P. 74. Dentre os mportantes acontecmentos no que se dz respeto ao setor sderúrco naconal, vale menconar que em 1963 é fundado o IBS Insttuto Braslero de Sderura, passando reunr e representar as empresas produtoras de aço. Além desta, em 1968 suru o Consder Conselho Consultvo da Indústra Sderúrca, mplementando alumas propostas do GCIS Grupo Consultvo da Indústra Sderúrca que fora crado em 1962. Em 1970 o Consder é transformado em um Conselho Delberatvo denomnado de Conselho Naconal da Indústra Sderúrca e em 1974, denomnado de Conselho de Não-Ferrosos e Sderura. Coube ao Consder estabelecer as polítcas lobas do setor (BNDES, 2002 p. 3). Após a exposção de um trabalho elaborado pelo Consder em 1971, fo crado o I Plano Naconal Sderúrco PNS, propondo alumas ações que bascamente eram: Aumento da capacdade de produção de aço braslero de 6 mlhões de toneladas/ano em 1970 para 20 mlhões de toneladas/ano em 1980; Cração de uma holdn das companhas estatas denomnadas Brassder; Cração de uma comssão para o desenvolvmento do setor prvado, coordenando e expandndo este semento;

Cração do Funas Fundo Naconal de Sderura, vsando o fnancamento do setor. Evolução da Produção Sderúrca no Brasl 30000 25000 Toneladas 20000 15000 10000 5000 0 1952 1954 1956 1958 1960 1962 1964 1966 1968 1970 1972 1974 1976 1978 1980 1982 1984 1986 1988 1990 Anos Produção Aço Bruto Produção de Lamnados Fonte: Ipea No ano de 1972, três randes companhas sderúrcas estatas CSN, Cospa e Usmnas foram responsáves por 52,8% de um total de 6,5 mlhões de toneladas. Anda neste ano, a representatvdade braslera cheou a 1% do total mundal na produção de aço e fo posconada como o 17 maor produtor. Anda nessa década e raças ao II PND II Plano de Desenvolvmento Econômco o setor sderúrco contnuou a ser prordade por parte do overno federal, e no período compreenddo entre 1974 a 1980, foram nvestdos US$ 13,5 blhões na ndústra, onde 77% desse montante fo destnado a holdn estatal Sderbrás 6. Contudo, no níco de 1980 o Brasl já tnha duplcado sua produção de aço bruto, atnndo um montante de 15,3 mlhões de aço bruto e subndo para o 10 colocado no rankn de volume de produção. A holdn estatal Sderbrás Sderura Braslera S/A fo crada em 1974 afm de coordenar e controlar a produção sderúrca estatal. Houve então um repasse por parte do BNDES dos controles aconáros que representavam um total de atvos de 19% do patrmôno líqudo do Banco para o sstema Sderbrás. A consttução das partcpações do BNDES nas usnas era a seunte: 73% na Usmnas, 87% na Cospa e 93% na Cofav. Anda com relação à década de 70, dado os ncentvos por parte do overno federal va planos estratécos, como o I PND (1972 1974) e II PND (1975 1979), os recursos dreconados ao setor sderúrco e metalúrco representavam 35% dos nvestmentos que foram proramados para o setor ndustral. Além dsso, no período de 1977 a 1979, um ndcatvo de 15% da formação bruta de captal fxo da economa 6 Seundo UNICAMP, 2002 P. 75, a Sderbrás controlou ncalmente sete empresas sderúrcas, sendo elas: CSN, Usmnas, Cospa, Cofav, Cosm, Usba e Pratn.

braslera era a comprovação de que o setor sderúrco era uma dretrz de polítca econômca estabelecda pelo overno federal. Nos anos 80 7, dada crses nternaconas que foram mputadas dretamente a economa braslera, o reflexo que ncdra dretamente sobre o setor sderúrco não podera ser dferente. A crse da dívda públca externa erou uma representatva dmnução da demanda nterna por aço, e todo o excedente da produção braslera fo colocada para o resto do mundo com retornos muto menores ao que se verfcava, objetvando a contnudade da produção e a posção braslera no mercado externo. Por exemplo, em 1982 houve uma redução na ordem de 15% da produção em comparação a 1980. A tabela a seur demonstra a varação dos prncpas ndcadores da sderura braslera na década de 80. Indcadores da Sderura Braslera - anos 80 1980 1982 1984 1986 1988 1990 Produção (mlhões de ton) 15,34 13 18,39 21,23 24,66 20,57 % Produção na Amérca Latna 53,2 48,7 55,3 56,7 58,2 53,8 Vendas Internas (mlhões de ton) 10,71 8,84 9,33 12,52 11,08 8,61 Exportações (mlhões de ton) 1,5 2,39 6,46 6,14 10,92 9 Faturamento (US$ Mlhões) nd nd 6.081 7.069 9.905 10.627 Investmentos (US$ Mlhões) 2.713 2.224 509 548 496 494 Produtvdade (base 1980) 100 75 118 118 131 122 Número de Empreados (ml) 135 127,5 137,9 151,3 151,8 132,7 Fonte: IBS Contudo, a década de 80 anda ozou da entrada de alumas das maores usnas naconas, areando a partcpação estatal va Sderbrás. Foram elas: CST -Companha Sderúrca de Tubarão (Vtóra, ES), Mendes Jr e Açomnas (Ouro Branco, MG). Constata-se uma expressva queda nos nvestmentos destnados a sderura, como por exemplo, no ntervalo de 1980 a 1983 fora destnado uma cfra de US$ 2,3 blhões de méda anual para nvestmentos, já no período de 1984 a 1989, esse volume cau para US$ 500 mlhões. Isso fo dado a crse do Estado braslero, forçado a dmnur o repasse de recursos para o setor, afm de proporconar modernzação do parque ndustral. Esse movmento neatvo dstancou o modelo sderúrco naconal do que se observava no resto do mundo quanto a produtvdade, qualdade e no lmte, compettvdade, forçando uma mudança radcal que se observara num curto lapso de tempo. Em 1988 a Consder fo extnta, reflexo da atual estanação do modelo sderúrco naconal. O controle estatal era um mecansmo ultrapassado quanto polítcas de efcênca e, além dsso, nfluencado por decsões polítcas que não eravam externaldades postvas para o traquejo e efcênca no mercado compettvo. As exêncas advndas do mercado já não eram mas prontamente atenddas, e no mesmo ano de 1988 nca-se um dos mas complexos períodos de desestatzação da economa braslera. 2. A Desestatzação do Setor Sderúrco Seundo BNDES, 2001 p. 4, o setor sderúrco braslero possuía antes da prvatzação as seuntes característcas: 7 A década de 80 também é vsta na lteratura como a década perdda.

setor altamente endvdado; parque ndustral desatualzado; lmtações de nvestmentos; estão burocrátca e/ou polítca; lmtações comercas; baxa autonoma de planejamento e estratéa; e alto passvo ambental. O que se verfcava então era um setor enessado dado a nefcênca de controle estatal, erando raves entraves ao processo de desenvolvmento econômco naconal. O níco da prvatzação do setor sderúrco é datado em 1988 e seu térmno em 1993. Usualmente, dvde-se o processo de desestatzação em dos randes blocos, compreendendo o prmero em 1988 a 1989, onde as usnas de pequeno porte foram prvatzadas e o seundo e prncpal bloco compreenddo no período de 1991 a 1993, onde as randes usnas foram prvatzadas, conforme tabela a seur. Empresas Sderúrcas Prvatzadas no Brasl Empresas Data do Lelão Receta de Venda Dívda Transferda Resultado Geral Prncpas Compradores Usmnas 24/10/91 1941,2 369,1 2310,3 Bozano Cosnor 14/11/91 15-15 Gerdau Pratn 14/02/92 106,7 2,4 109,1 Gerdau CST 16/07/92 353,6 483,6 837,2 Bozano, CVRD e Unbanco Acesta 22/10/92 465,4 232,2 697,6 Prev, Sstel e Safra CSN 02/04/93 1495,3 532,9 2028,2 Bamerndus, Vcunha, Docenave, Bradesco, Itaú Cospa 20/08/93 585,7 884,2 1469,9 Anqula e Brastubo Açomnas 10/09/93 598,6 121,9 720,5 Ca. Mn. Industral TOTAL - 5561,5 2626,3 8187,8 - Fonte: BNDES O resultado desse complexo processo de desestatzação fo uma cfra de US$ 5,6 blhões, alcançando US$ 8,2, seundo o BNDES, ao se consderar a transferênca de dívdas que às então estatas possuíam. Após a prvatzação, o que se observa é um crescmento e fortalecmento do setor, que aora pode usufrur das vantaens comparatvas 8 dada a maor efcênca que a estão prvada começa lhe proporconar. A entrada dos aentes externos na produção, comercalzação e conseqüente competção no mercado do aço braslero fo extremamente benéfca para os consumdores, tanto que os produtos sderúrcos começaram a ser pratcados com um preço menor e por produtos de qualdade muto superor ao que se dsponblzava anterormente. Seundo BNDES, 2001 p. 5,os prncpas anhos obtdos após a desestatzação do setor sderúrco foram em suma, os seunte: níco de nova etapa de desenvolvmento; melhoras de performance nas áreas admnstratva, fnancera e tecnolóca; profssonalzação das admnstrações; reorentação das estões para obtenção de resultados; fortalecmento das empresas como rupos empresaras (compatíves com a abertura econômca); partcpação em novos nvestmentos no exteror e em parceras com clentes; 8 Para maores detalhes, ver KRUGMAN, Paul R.. Economa Internaconal Teora e Polítca. 5ª Ed. Edtora: Makron Books, 2003. Cap. 2 p 13-39.

redução de custos; elevação da produtvdade; acesso ao mercado de captas; desenvolvmentos de processos e produtos para atendmento ao clente; defnção de novos nvestmentos em modernzação e atualzação tecnolóca e meo ambente; nvestmentos em loístca e nfra estrutura; autonoma para planejamento e estratéa de atuação; estratéas comercas mas aressvas; e melhora dos ndcadores de resultados. Esses aspectos são em sua rande maora observados no setor sderúrco atual, que dada a conjuntura, talvez passe por novos processos de reestruturação para novamente se adaptar as necessdades dos mercados, prncpalmente os mercados externos. 3. Aplcações da Matrz Insumo-Produto A análse de nsumo-produto fo desenvolvda por Wassly Leontef nos anos 30 do século passado. Seundo MONTORO 1994, a Matrz Insumo-Produto pode ser um nstrumental de rande vala para a prátca de polítca e proramação econômca. Sua afrmação é sustentada na medda que um planejador, que pode ser dentfcado com o Estado, tem amplo conhecmento das relações econômcas e tem na sua função-objetvo a eração de alocações efcentes dos recursos escassos da socedade, necesste reordenar a produção de um setor de bem ou servço e saber quas serão os mpactos decorrentes de tal movmento. Isso mplca dzer que, dado um efetvo aumento da produção de um únco setor pode-se prontamente estmar as necessdades dos outros setores, e as polítcas dssemnadas e estabelecdas para toda cadea produtva (tanto os setores quanto os subsetores) seram ualmente reordenadas e/ou efetvamente reproramadas para atender com maor efcênca a economa. Portanto, para que as proramações setoras e ntersetoras que em suma são estabelecdas pelo Estado terem um real anho de efcênca e prontdão aos mecansmos econômcos, destaca-se a mportânca da Matrz Insumo-Produto. Porém, ao passo em que se tem economas de mercado, onde as decsões são obratoramente descentralzadas quanto as undades produtvas, não há necessdades evdentes para se proramar as produções setoras. O mercado snalza para os aentes as decsões que ora fossem do centralzador ou estor de polítcas econômcas ntersetoras. Os preços e os lucros decorrentes de tal bem ou servço seram os ndcadores para que se aumentem ou dmnuam os níves de oferta no mercado. A matrz nsumo-produto pode ser útl na formação de ndcadores de análse para os eventuas aralos e defcêncas do setor Esse movmento pode ser exemplfcado da seunte manera: suponha que uma polítca na dstrbução de renda elevasse o consumo em determnados setores em relação a outros; ou que anda, em um prorama de habtação os consumos sejam elevados de forma dferencada entre os setores. Nesses casos, a dsponbldade de nformações e cálculos ntersetoras va matrz nsumo-produto sera se rande utldade. Já para FEIJÓ et. al (2003), a matrz nsumo-produto é usualmente dreconada para os cálculos de: 1- Modelo de Produção: será permtdo a obtenção do valor da produção necessára para atender uma varação da demanda fnal pré-determnada, ou seja, dado uma varação (em um setor n) de mantude x no vetor-coluna f (demanda fnal), remos

obter o quanto, tanto o setor n, quanto os outros setores n-1 terão que produzr para satsfazer a relação. 2- Modelo de Preços: será permtdo mensurar o mpacto sobre os preços setoras de varações no pessoal ocupado (entende-se como pessoal ocupado o vetor-lnha Remunerações na MIP); mede o mpacto de varações nos componentes do valor adconado ou nas mportações sobre o nível de preços das atvdades. Contudo, as análses que podem decorrer do estudo da matrz nsumo-produto não se lmtam ao exposto (ver FEIJÓ et al, 2003). 4. Hpóteses do modelo matrz nsumo-produto Bascamente, a análse provenente dos estudos da matrz nsumo-produto elaborada por Leontef, através de uma versão estátca, refere-se a questão de: qual a quantdade produzda deve-se adotar cada uma das n ndustras de uma economa para que a demanda pelos dferentes produtos seja exatamente satsfeta (CHIANG, 1982). Para tanto, é necessáro levar em consderação alumas hpóteses essencas para a realdade do modelo. Serão adotadas as seuntes: a) cada ndústra produz apenas uma mercadora homoênea (admt-se o caso de duas mercadoras produzdas em conjunto, desde que em proporções fxas entre s); b) cada ndústra utlza uma razão fxa de nsumos (ou combnação de fatores) para produção do seu produto; c) a produtvdade em todas as ndústras está sujeta a rendmentos constantes de escala, de modo que dada uma varação dos nsumos numa proporção y, o produto rá varar nessa proporção. Além das três hpóteses ctadas, é mportante dzer que a prncpal crtca ao modelo matrz nsumo-produto refere-se ao fato de em todo o seu plano de análse ocorre de manera estátca 9, não levando em consderação a mudança ou varação dos coefcentes técncos 5. Abertura e estruturação do Modelo Matrz Insumo-Produto 10 Identdades Econômcas MIP: 1) Produção consumo ntermedáro (ntersetoral) + VA na últma etapa + mpostos ndretos 11 + mportações 12. 2) Produção uso ntermedáro (de um únco setor) + consumo fnal do mesmo setor mportações 3) VA soma das rendas prmáras Onde, Identdade 1: é a composção da produção fundamentada através da ótca dos custos, representando então o consumo ntersetoral (consumo entre os setores que compõem a MIP) que é necessáro para se produzr. Identdade 2: reflete o quanto é destnado para o uso ntermedáro, ou seja, o quanto os setores ntermedáros rão utlzar da produção do setor analsado para composção de 9 Para maores detalhes ver CHIANG (1982, p. 373-542) 10 Esta seção é em rande parte baseada em FEIJÓ... [et. al.]. Contabldade Socal O Novo Sstema de Contas Naconas do Brasl. 2ª ed. 2003. 11 Impostos ndretos é defndo como os mpostos que as empresas terão de recolher para poder produzr. 12 As mportações consderadas nesta dentdade são de nsumos para produção.

sua própra produção. O termo Importações que está sendo deduzdo no esquema não se faz necessáro para o caso braslero, uma vez que encontra-se nas publcações de matrz nsumo-produto apenas o consumo de orem naconal. Identdade 3: o valor adconado representa a somatóra das rendas prmáras, onde encontra-se: remunerações + excedente operaconal bruto + mpostos sobre a produção. A Álebra das Identdades Alebrcamente, notamos as dentdades da seunte forma: Identdade 1 n = j + m' j + IIndj + y' j, onde => produção (pela ótca dos custos) n j => somatóra do consumo ntermedáro (ntersetoral) m ' j => mportações IInd j => mpostos ndretos y' j => valor areado na últma etapa (VA) Identdade 2 n = f j +, onde => produção (pela ótca dos destnos) n j => somatóra do consumo ntermedáro (ntersetoral) f => consumo de como fnal Identdade 3 = R emun+ EOB + mp, onde:

=> produção R emun => remunerações (ou saláros) EOB => excedente operaconal bruto mp => mportações Coefcente Técnco O modelo desenvolvdo por Leontef admte a relação ntersetoral dos aentes, ou seja, o consumo dos nsumos em determnada atvdade (ou setor) e a produção total dessa atvdade (ou setor) sera nvarável. A denomnação estabelecda pelo autor fcou conhecda como coefcente técnco de produção e fo notado sendo a j. A relação então é dada por: a j = j j, onde: a j => Coefcente Técnco. O prmero subscrto refere-se ao nsumo e o seundo ao produto. Portanto, no nosso caso, o coefcente técnco ndca quanto do -ésma setor é usada para a produção de cada undade do j-ésma setor. j => Valor da produção da atvdade consumdo na atvdade j; j => Valor total da produção da atvdade j. A varação dessa relação (sto é, do coefcente técnco) é nterpretada como sendo uma varação tecnolóca dentre as atvdades, onde predomnara um aumento ou uma dmnução das relações entre consumo e produção dos setores observados. Conclu-se então que a prncpal crtca ao modelo está justamente nesse aspecto, face a mobldade ou estátca de tal relação técnca. A pauta desse estudo é fncada então na delmtação do curto prazo para análse, ou seja, dado que o aspecto tecnoloa apesar de ser menconado não é devdamente tratado no modelo matrz nsumo-produto, o objetvo e a resposta que o modelo rá nos proporconar é uma relação de curto prazo medante uma smulação qualquer, seja em uma varação da demanda ntermedára ou seja numa varação da produção total de um setor, por exemplo. A representação será exclusvamente técnca, onde o rau de detalhamento da estrutura de contas naconas tratadas na MIP permtrá a observação dos mportantes aspectos mcro e macroeconômcos que reem uma economa, aladas as necessdades conjunturas de tal. Matrcalmente, o modelo é descrto como seue. Se,

= j + f e j = a j j. + j f Então podemos escrever matrcalmente que: = A. + F A. = F ( I A ) = F ( I A ) ( I A ) = ( I A ) 1 1. F, portanto: = ( I A ) 1. F Onde: ( I A ) -1 => Matrz de Leontef; => Produção necessára para atender a demanda F Notação dos elementos matrcas Para efeto ddátco, denomnamos as letras maúsculas para representar as matrzes e as letras mnúsculas para representar os vetores (vetores-coluna). Os vetoreslnha serão notados com apóstrofo (X ), sendo um vetor transposto. A = Matrz a = vetor-coluna a = a t = vetor-lnha 6. A Tabela de Transações da MIP A vsualzação dos fluxos entre as dferentes atvdades econômcas é possível através da Tabela de Transações. Para tanto, utlza-se do seunte esquema básco: Tabela de Transações

Atvdades Atvdades Produ ção Total A1 A2 I II A j f An Importações M Valor Adconado y m j Saláros III IV Impostos e Subsídos Excedente A1 A2.Aj. An I X VE CG CF f Produção Total j A tabela é dvdda em quatro quadrantes que representam as dentdades econômcas. Para a dentdade 1, os quadrantes I e III, para dentdade 2, os quadrantes I e II e fnalmente para dentdade 3, o quadrante III. O IBGE Insttuto Braslero de Georafa e Estatístca utlza-se da mesma notação para publcar a MIP e até a presente data, a últma matrz que fora dvulada fo em 1996. Utlzaremos esta como base para o desenvolvmento dos cálculos apresentados neste trabalho, além das lmtações do modelo. 7. Consderações Fnas e Pontos de Pesqusa A análse de Insumo-Produto permte uma vsão nterada de um setor ou cadea produtva e permte a dentfcação dos mpactos de um choque exóeno sobre esse setor. Essa metodoloa serve como um nstrumento de bom potencal na análse dos efetos e do potencal nas neocações de processos de nteração comercal entre países, como no caso da formação da ALCA. Entretanto, apesar de sua mportânca em termos de polítcas públcas, a metodoloa permanece sub-utlzada, em parte devdo à defasaem da publcação e conseqüente atualzação dos dados prmáros pelo IBGE. Mesmo assm, sob certas hpóteses é possível construr cenáros de nteração econômca e ntroduzí-los como choques exóenos em um sstema de nsumo-produto, permtndo dentfcar mpactos mult-setoras de estratéas de neocação comercal. Um ponto mportante da aenda de pesqusas é a dentfcação desses possíves choques e a sua ntrodução na MIP do setor sderúrco, avalando-se seus efetos prováves. Bblorafa AUSTIN ASIS. Análse Setoral Setor: Sderura. São Paulo, nov. 2003. BNDES (1997). Setor Sderúrco. Ro de Janero: Relatos Setoras, Jun. 1997

BNDES (2001). Impactos da Prvatzação no Setor Sderúrco. Ro de Janero: Relatos Setoras, Jan. 2001. BNDES (2002). Hstóras Setoras O Setor Sderúrco. Ro de Janero: Ro de Janero: Dez. 2002. BNDES (2002). Prvatzação no Brasl:1990-1994 / 1995-2002. Ro de Janero: Estudos Especas, Set. 2002. CHIANG, Alpha C. Matemátca Para Economstas. 1982, 1ª Ed. Edtora Makron Books/McGraw-Hll, Inc. COSSERMELLI, Wllam. Avalação dos Resultados da Prvatzação do Setor Sderúrco sob a Ótca de Valor Econômco. São Paulo, SP: EAESP/FGV, 1998. (Dssertação apresentada ao Curso de Pós-Graduação MBA da EAESP/FGV). DE PAULA, Germano M.. Estudo da Compettvdade de Cadeas Interadas no Brasl: mpactos das zonas de lvre comérco Cadea: Sderura. Campnas, 2002. FEIJÓ et. al. Contabldade Socal O Novo Sstema de Contas Naconas do Brasl. 2003, 2ª Ed. Edtora: Campus. MONTORO F., André Franco. Contabldade Socal Uma Introdução a Macroeconoma. 1994, 2ª Ed. Edtora: Atlas. PAGANO, Leonardo. Compettvdade de Exportações Brasleras do Setor Sderúrco. São Paulo: EAESP/FGV, 1999. (Tese de Doutorado apresentada ao Curso de Pós-Graduação da EAESP/FGV).