XLVI Pesquisa Operacional na Gestão da Segurança Pública



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Transcrição:

AVALIAÇÃO MULTICRITÉRIO DE SOLUÇÕES SUSTENTÁVEIS PARA LATICÍNIOS DO AGRESTE PERNAMBUCANO Djur Tafnes Vera Unversdade Federal de Pernambuco UFPE - CAA Rodova BR-104, Km 59 - Nova Caruaru, Caruaru - PE, 55002-970 djur_vera@hotmal.com Marna Dantas de Olvera Duarte Unversdade Federal de Pernambuco UFPE - CAA Rodova BR-104, Km 59 - Nova Caruaru, Caruaru - PE, 55002-970 marnadod@gmal.com RESUMO A ndústra de latcínos vem crescendo no Brasl, e o Arranjo Produtvo Local (APL) do Agreste Pernambucano vem se desenvolvendo. Contudo, o APL local é composto prncpalmente por pequenas empresas, que não possuem um nível tecnológco avançado, e apresentam, de modo geral, uma gestão admnstratva, da produção e de resíduos precára, sendo necessáras ações adequadas para o contexto de ndústras em níves báscos de desenvolvmento. Assm, o presente artgo tem como objetvo observar, de manera geral, a stuação da ndústra de latcínos no Agreste pernambucano, e, através de uma análse do seu contexto e da metodologa Value-Focused Thnkng estruturar o problema, para posterormente propor uma ordenação das ações propostas com o objetvo de tornar estas empresas sustentáves. Para soluconar o problema multcrtéro de ordenação utlzou-se o modelo adtvo com uso de veto, consderando as preferêncas de um decsor representante da ndústra e de um especalsta conhecedor do contexto local. PALAVARAS CHAVE: Latcínos, Modelo adtvo com veto, Value-Focused Thnkng. Área prncpal: ADM - Apoo à Decsão Multcrtéro ABSTRACT The dary ndustry s growng n Brazl, and the Local Productve Arrangement (APL) of the Agreste Pernambucano s developng. However, the local APL conssts manly of small companes that do not have an advanced technologcal level, and have, n general, a poor admnstratve, producton and waste management. In order to mprove they level of development, approprate actons are necessary for the ndustres n the context of basc levels development. Thus, ths artcle ams to observe the general stuaton of the dary ndustry n Agreste Pernambucano, and, through an analyss of the context and methodology of Value- Focused Thnkng to structure the problem, to later propose actons to make these companes sustanable. To solve the mult-crtera sortng problem we used the addtve veto model, consderng the preferences of a decson maker ndustry representatve and an expert connosseur of the local context. KEYWORDS. Dares. Adtve veto model. Value-Focused Thnkng. Man area: ADM - Multcrtera Decson Support 287

1. Introdução Latcínos ou produtos lácteos são almentos processados compostos elementarmente por lete e seus dervados, e por serem produtos altamente perecíves, devem ser mantdos sob vglânca e analsados em todas as etapas até a chegada ao consumdor (JERÔNIMO ET AL, 2012; MCGEE, 2003). No Brasl, a ndústra de latcínos tem sua maor produção nas regões sudeste e sul (IBGE, 2014), mas a produção de lete no país vem crescendo, devdo a ncentvos governamentas (ROCHA, 2013; GOVERNO..., 2012), ao desenvolvmento e uso de novas tecnologas, ao aumento da população, do poder de compra e do consequente aumento da demanda por produtos desta ndústra. No Nordeste braslero a ndústra de latcínos vem se desenvolvendo com boas perspectvas. No Estado de Pernambuco houve um aumento da produção de lete de cerca de 40 mlhões de ltros de lete em 2008 para mas de 72 mlhões de ltros de lete em 2012 (IBGE, 2014), havendo um arranjo produtvo local (APL) na regão do Agreste merdonal do estado (ROCHA, 2013), foco deste estudo. Mutas empresas pernambucanas de latcínos se caracterzam por pequenos e médos produtores, dentre estas, mutas são empresas famlares. Por consegunte, o nível de tecnologas utlzadas não é elevado, devdo prncpalmente aos custos elevados de nvestmentos, o que faz com que os produtores recorram a alternatvas como cooperatvas, formando APLs, de forma a benefcar mas de um produtor com as prátcas coletvas de cooperação e aprendzagem adotadas para o desenvolvmento dessas organzações, com outros atores locas públcos e prvados (ROCHA, 2013). As atvdades da ndústra de latcínos são, por suas característcas, de grande agressão ao meo ambente. Seus efluentes, que são carregados de matéra orgânca (lactose, proteínas, gorduras), podem gerar grande polução se não destnados e tratados adequadamente (JERÔNIMO ET AL, 2012). Nessa ndústra, vsto que seus processos ndustras fazem uso de grande quantdade de água, é mportante verfcar também se há perdas no seu uso, por se tratar de um recurso natural escasso. Além das característcas da própra atvdade produtva de latcínos, dentro do contexto de Pernambuco e do Nordeste, é mportante consderar fatores não controláves que podem afetar a produção local, como a queda da produção de lete devdo a condções clmátcas, que fez a produção de lete de Pernambuco car cerca de 70% no ano de 2013 (EM..., 2013). Isto posto, é possível observar que há grande espaço para se trabalhar o desenvolvmento de alternatvas no contexto da ndústra de latcínos em Pernambuco. Para sso deve-se consderar o estágo de desenvolvmento da ndústra para então serem desenvolvdas alternatvas que auxlem a dentfcar soluções sustentáves que permtam o crescmento destas organzações, observando os mpactos da sua produção no meo ambente e na socedade da qual partcpam. Propomos com este trabalho auxlar a ndústra de latcínos do Estado de Pernambuco a prorzar alternatvas para um desenvolvmento sustentável que mas se adequem ao contexto de produção e ao seu estágo de desenvolvmento, através da aplcação do modelo adtvo com veto para a problemátca de ordenação com o ntuto de dentfcar as ações mas efetvas para as organzações locas de manera geral, de acordo com a estrutura de preferênca de um decsor e especalsta conhecedor do contexto dos latcínos no Agreste Pernambucano. 2. Sustentabldade A preocupação com a temátca sustentável começou a surgr devdo aos mpactos ambentas gerados pelas mudanças causadas pelo ser humano no ecossstema natural. Assm, usar recursos naturas de manera a não comprometer a capacdade de as gerações futuras atenderem suas necessdades fo um dos prmeros concetos de sustentabldade. Apesar de ser um conceto amplo e polêmco, está baseado em três exos fundamentas: crescmento econômco, preservação ambental e equdade socal, que devem ser alcançados através de um equlíbro, ou seja, sem a predomnânca de algum aspecto (SEIFFERT, 2011). É possível 288

observar que o termo desenvolvmento sustentável se mostra um conceto multdmensonal, o que mplca em mutas vezes não ser possível maxmzar todos os seus objetvos ao mesmo tempo, sendo necessáro encontrar soluções de compromsso com o aspecto sustentável, pos gerr e planejar a sustentabldade é em essênca uma questão de análse de confltos (MUNDA, 2008). Para alguns autores, a magntude do mpacto ambental está dretamente lgada às varáves que dzem respeto à quantdade de população consumdora e à manera com que os processos produtvos ou mesmo os produtos produzdos e consumdos nterferem no aspecto ambental. Por ser o aspecto demográfco complexo para se controlar, resta às empresas e organzações modfcar seus processos e produtos, de manera que sua produção seja mas lmpa e seus produtos tenham mpacto ambental reduzdo (SEIFFERT, 2011; JABBOUR, SANTOS, 2011). A conscentzação e a percepção da mportânca de consderar o aspecto ambental no contexto organzaconal podem ser observadas através de estágos que tendem a ser evolutvos. O estágo mas ncpente da sustentabldade tem seu foco nas reações às pressões de legslação ambental, agndo em aspectos pontuas, controlando prncpalmente a polução nas saídas dos seus processos, sem nterferr no processo produtvo ou nos seus produtos, ou seja, esse nível de maturdade é marcadamente reatvo (JABBOUR, SANTOS, 2011). O nível ntermedáro de maturdade de adequação às novas exgêncas ambentas possu uma abordagem predomnante de prevenção, ou seja, uma abordagem proatva, onde não mas se opera apenas controlando as saídas dos processos produtvos, mas sm controlando as prátcas e os processos ndustras como um todo. (dem). O mas avançado estágo de mplantação da gestão ambental representa uma abordagem proatva, onde o controle e a gestão ambental se fazem presentes no nível estratégco, através da exploração das oportundades que a gestão ambental pode oferecer, tratando o ambente como uma oportundade de negóco. Ou seja, no estágo de ntegração externa, o aspecto ambental não é apenas mas um problema a ser evtado, mas uma fonte de novas estratégas e vantagem compettva (bdem). 2.1. Preocupações na ndústra de latcínos A ntrodução da varável ambental na estratéga empresaral se dá através da dentfcação das prordades da gestão ambental da empresa em todos os níves organzaconas e também com fornecedores para se dentfcar pontos fortes e fracos e então se dagnostcar, em cada área funconal, a relação com a gestão ambental, com objetvo de conceber planos no âmbto ambental (JABBOUR E SANTOS, 2011). Na ndústra de latcínos, um dos aspectos que deve ser observado é a contamnação do lete a ser utlzado. A contamnação do lete se dá prncpalmente após a ordenha, através do contato com o ar ou com equpamentos e utensílos. Assm, a qualdade do lete cru está dretamente lgada à contamnação ncal, que sofre mudanças de acordo com a temperatura e o tempo que passa em espera até a pasteurzação. Portanto, por ser o lete cru um veículo pergoso de mcro-organsmos patogêncos nocvos ao homem, é de suma mportânca controlar as condções de hgene às quas o lete cru é submetdo, pos a comercalzação de produtos fora dos padrões mcrobológcos pode gerar casos e surtos de doenças transmtdas por almentos contamnados com mcro organsmos deterorantes e patogêncos (JERÔNIMO ET AL, 2012; SILVA, 2011). Outra preocupação são os resíduos gerados pelos processos produtvos. Esses processos da ndústra de latcínos podem gerar resíduos sóldos, líqudos e de emssão atmosférca. Sendo assm, a forma mas raconal para evtar a geração de resíduos é controlar os processos produtvos e buscar alternatvas de recclagem e reuso dos resíduos ao máxmo e reduzr o custo fnal com tratamento destes resíduos (SILVA, 2011). 2.1.1. Efluentes Líqudos São três os prncpas efluentes líqudos gerados pela atvdade da ndústra de latcíno, sendo eles: o soro, o letelho, e o lete ácdo. Dentre estes, o soro é o de maor mportânca, tanto 289

pela quantdade resultante (em torno de 9 ltros para cada qulograma de quejo produzdo), quanto pelas váras possbldades de reutlzação, além de seu enorme potencal poludor (JERÔNIMO ET AL, 2012). Esses efluentes, por conterem valores nutrtvos e cargas orgâncas sgnfcatvas, não devem ser descartados como efluentes convenconas; pelo contráro, devem ser captados para serem tratados ou reaprovetados como subprodutos. 2.1.2. Resíduos Sóldos Os resíduos sóldos na ndústra de latcínos são provenentes de sobras dos processos (matéras prmas e/ou produtos acabados), resíduos provenentes do tratamento de água e efluentes, entre outros. Os resíduos sóldos podem ser classfcados, de acordo com sua orgem, bascamente em dos grupos: o lxo comercal (resíduos de escrtóros, nstalações santáras, refetóros da ndústra, entre outros), e os resíduos sóldos provenentes das operações relaconadas dretamente à produção ndustral (embalagens defetuosas, papelão, plástcos, produtos com prazos vencdos devolvdos, embalagens de óleos lubrfcantes, area, gordura, lodo bológco, cnzas de calderas quando de calderas à lenha, dentre outros) (SILVA, 2011). 4. Metodologa 4.1 Value-Focused Thnkng Para tomar decsões, não raras vezes lmtamos nossas opções a alternatvas prontas, fáces de dentfcar, conhecdas. Keeney (1992) chama esse tpo de camnho para a tomada de decsão como Alternatve-Focused Thnkng (AFT), sendo o pensamento focado em alternatvas, uma abordagem reatva à stuação, que começa a resolver os problemas de trás para frente. Apesar de serem as alternatvas mportantes, pos são bascamente meos para se atngr valores, Keeney (1992) desenvolveu uma técnca mas abrangente para o desenvolvmento de alternatvas, voltada para os valores. Estes sm, os valores, e não as alternatvas, deveram ser o foco das tomadas de decsão. Segundo o autor do método, as característcas que ndcam o uso do Value-focused Thnkng (VFT) são as seguntes: deve-se utlzar para problemas reas, que sejam problemas mportantes que pessoas ou organzações estejam enfrentando, e sejam complexos, ou seja, não apresentem uma solução clara. O VFT, ou seja, o pensamento focado nos valores, busca defnr e estruturar valores fundamentas, em termos de objetvos, para guar as tomadas de decsões. Assm, partndo de uma perspectva mas ampla, focada nos valores, é possível desenvolver alternatvas melhores, que se adequam a contextos específcos, crando as oportundades, e não apenas lstando alternatvas já conhecdas. Os valores defnem tudo aqulo que é fundamentalmente mportante e que é fonte de preocupação em um contexto específco de decsão; são prncípos para avalar a desejabldade de qualquer possível alternatva ou consequênca (KEENEY, 1994, p. 33). Assm, focando em valores, as decsões deveram ser vstas como oportundades, e não como problemas a serem resolvdos. No processo de desenvolvmento de um sstema de valores, uma grande lsta de objetvos deve ser crada. Nesta lsta ncal, muto do que será lstado provavelmente não será um objetvo real, podendo ser uma alternatva, uma restrção, ou até um crtéro de avalação, o que poderá ser convertdo em um objetvo com algum esforço de análse. Um objetvo é uma afrmação de algo que alguém quer se esforçar para alcançar, e possu três característcas: um contexto de decsão, um objeto, e uma dreção de preferênca. Keeney (1992) separa os objetvos em objetvos fundamentas e objetvos meos, onde os objetvos fundamentas são os fns que um decsor avala em um determnado contexto de decsão, enquanto os objetvos meos são as maneras para se alcançar os fns. Para separar os objetvos em fundamentas e objetvos meos, deve-se fazer o teste Why Is That Importan (WITI), perguntando para cada objetvo porquê sso é mportante?. Se a resposta é que esse objetvo é uma das razões essencas de nteresse na stuação, aquele é um 290

objetvo fundamental. Já se a resposta for que aquele objetvo é mportante para alcançar outro objetvo, aquele então será um objetvo meo. Encontrados os objetvos fundamentas e os objetvos meo, estes serão usados para gerar potencas oportundades de decsão. Pensar em como alcançar os objetvos fundamentas pode gerar alternatvas. Pode-se então focar em um objetvo e pensar em alternatvas desejáves como se aquele fosse o únco objetvo. O segundo passo é consderar agora dos objetvos ao mesmo tempo e então pensar em alternatvas que atnjam esses objetvos smultaneamente. Provavelmente as alternatvas cradas serão também refnamentos ou combnações de alternatvas cradas no passo anteror. O próxmo passo é tomar três objetvos para gerar alternatvas que satsfaçam smultaneamente os objetvos. Assm deve ser feto até que todos os objetvos sejam consderados para geração de alternatvas, para em seguda ser feta uma análse das alternatvas geradas e observar quas podem ser combnadas. Esses passos também podem ser fetos em relação aos objetvos meos, mas obvamente, algumas alternatvas cradas para os objetvos meo também atenderão um ou mas objetvos fundamentas. 4.2 Métodos de Decsão Multcrtéro (MCDA Multcrtera Decson Ad) Um método de decsão multcrtéro pode ser usado para resolver problemas com város crtéros, caracterzados por mas de uma alternatva/ação de escolha que vsam atender múltplos objetvos smultaneamente, por vezes confltantes entre s. Cada objetvo terá uma consequênca atrelada a determnada alternatva, e para cada objetvo serão assocados crtéros, atrbutos ou dmensões específcos que serão avalados para cada alternatva. É mportante observar que o processo de tomada de decsão não se lmta à avalação e comparação de cursos de ação, mas sm uma abrangente consderação sobre o que pode ser nsatsfatóro, e a geração cratva de possíves cursos de ação que se enquadram nas característcas do problema de decsão, pos decsões que não são trvas envolvem algum tpo de conflto, que podem estar relaconados a objetvos, metas, crtéros (ROY, 1996; BELTON, STEWART 2002; VINCKE, 1992, ALMEIDA, 2013b). 4.2.1. Modelo Adtvo com Veto para problemas de decsão multcrtéro com a problemátca de ordenação O modelo adtvo é um modelo de agregação, pos agrega todas as avalações das alternatvas em cada crtéro em valor global. Esse modelo também é compensatóro, pos um desempenho baxo em determnado crtéro pode ser compensado por um desempenho melhor em outro crtéro, podendo resultar em uma avalação global postva, apesar do desempenho baxo em algum(uns) crtéro(s). Contudo, dependendo da estrutura de preferêncas do decsor, este pode não ter nteresse em alternatvas com consequêncas abaxo e/ou acma de determnado valor. Este pressuposto permte a nserção do conceto de veto, onde o decsor pode estabelecer valores lmte que vetem alternatvas com valores ndesejáves em determnado crtéro, para que essas alternatvas não sejam compensadas no valor global. Assm, o modelo adtvo pode ser adequado para a estrutura de preferênca do decsor, apesar de algumas combnações de consequêncas não serem apropradas. O modelo a ser aplcado neste trabalho está dsponível em Almeda (2013a). Este modelo para a problemátca de ordenação propõe uma função veto para penalzar a avalação de alternatvas quando o desempenho para determnado crtéro é nacetável. O veto penalza a alternatva com as últmas posções do rankng quando ela mostra um desempenho por que o valor do veto de determnado crtéro. Dentre outras condções para o uso de modelos adtvos, o modelo proposto apresenta a condção de preferênca de veto, que se dá quando o decsor sempre prefere rejetar uma alternatva quando o valor de sua consequênca tem desempenho por que o veto, ou seja, a compensação que uma alternatva possa apresentar com um bom desempenho em outro crtéro não persuade o decsor a acetar tal alternatva. Para a construção do modelo adtvo com veto, dos lmares devem ser estabelecdos para a cração da função veto z : 291

Lmar superor de veto (u ): menor valor de desempenho v (a) acetável para o decsor acetar qualquer alternatva no crtéro, a qual o decsor está apto a acetar ndependente do desempenho da alternatva em outro crtéro; Lmar nferor de veto (l ): valor máxmo de desempenho v (a) acetável em um crtéro que o decsor está certo de rejetar, ndependente da performance da alternatva em outro crtéro, ou seja, uma alternatva com o valor gual ou nferor ao veto o decsor preferrá rejetá-la. Em outras palavras, para um valor v (a) gual ou abaxo do lmar nferor o decsor penalza a alternatva com as últmas posções no rankng. Já uma alternatva com um valor v (a) gual ou acma do lmar nferor o decsor optará por duas alternatvas: Para alternatvas com valor v (a) acma do lmar nferor e gual ou acma do lmar superor, a alternatva será consderada acetável para o modelo segunte: n v ( a) = k v ( a), dado que z (a)=1 para todo. = 1 Onde: v(a) é a função valor da alternatva a; n é o número de crtéros; k é a constante de escala para o crtéro. Caso haja ncerteza, ou seja, o valor da alternatva esteja entre o lmar nferor e o lmar superor, uma função veto z com valores entre 0 e 1 é consderada, para valores de v (a) entre l e u. Para cada crtéro assume-se uma função veto z que reduz o valor do valor global da alternatva quando v (a) < u. A função veto para a alternatva a é dada por z (a): 1, se v ( a) < l z ( a) = 0, se v ( a) > u v ( a) l, se l < v ( a) > u u l Na problemátca de ordenação, que será utlzada para este trabalho, o decsor está nteressado em obter a posção relatva de cada alternatva do conjunto ntero de alternatvas. Para esta problemátca, a função veto não rejetará a alternatva, mas deverá rejetar a posção da alternatva vetada no processo de ranqueamento. Para a problemátca de ordenação uma função veto pesada r (a) é aplcada para cada crtéro: r ( a) = z ( a) k A função veto z (a) será pesada pela constante de escala k, para aquela alternatva que está sendo vetada. A função veto pesada para todos os crtéros será agregada para gerar o índce de veto pesado r(a) para a alternatva a, como a segur: r( a) = n = 1 r ( a) Caso o índce r(a) apresente valor 1, a alternatva é acetável para todos os crtéros, consderando z (a) para todo. Se o valor do índce se apresentar entre 0 e 1, a alternatva está sendo vetada em algum crtéro. Já se o valor do índce for 0, o desempenho da alternatva é nacetável em todos os crtéros. 292

Assm, para a problemátca de ordenação, o índce r(a) é agregado ao modelo adtvo para gerar o modelo adtvo com veto, como segue: v( a) = r( a) n = 1 k v ( a) 4.4 Procedmento de elctação das constantes de escala, baseado em trade-offs A avalação ntercrtéro nos métodos multcrtéro está relaconado ao estabelecmento de um valor para cada crtéro de manera que seja possível avalar cada alternatva consderando a combnação desses crtéros. Para os modelos compensatóros os valores atrbuídos aos crtéros são chamados constantes de escala, pos levam em consderação não apenas o grau de mportânca daquele crtéro para o decsor, mas também consdera os valores atrbuídos às alternatvas. Nos modelos adtvos, como é o caso do modelo utlzado para este trabalho, a agregação fnal gerará um valor global para cada alternatva, o que permtrá a comparação entre elas. Para elctar os valores das constantes de escala, utlzaremos o procedmento estabelecdo por Keeney e Raffa (1976), o qual se basea em trocas (trade-offs) entre as váras consequêncas estabelecdas pelo decsor para cada crtéro, onde ele fará comparações consderando apenas as pores e as melhores consequêncas em cada crtéro. É mportante observar que a soma de todas as constantes de escala tem valor gual a um, assm, sabendo-se a soma fnal, é possível estabelecer relações que nos fornecerão ao fnal os valores ndvduas de cada constante de escala para cada crtéro. Após obtermos as avalações ntracrtéro e normalzá-las, prossegue-se com a ordenação dos crtéros, objetvando ordenar as consequêncas da melhor para a por através de uma comparação. Essa comparação avalará a preferênca do decsor, se ele prefere o melhor desempenho possível do crtéro x ou o melhor desempenho possível do crtéro y. Isso deve ser feto para obtermos uma ordem de preferênca para todos os crtéros. Como uma tercera etapa, procura-se obter outras comparações de relações de preferênca P, a fm de que a avalação com base no espaço de consequêncas seja melhorada. A quarta etapa, dferentemente da etapa anteror, buscará não mas relações de preferênca entre os crtéros, mas sm de ndferença I, para encontrarmos aqueles valores de consequêncas em cada crtéro que sejam ndferentes, quanto à preferênca, em relação aos valores para o outro crtéro. De manera smplfcada, pergunta-se ao decsor para qual valor de consequênca no crtéro x, há ndferença entre essa consequênca e a consequênca máxma do crtéro y?. Através desse procedmento, juntamente com os anterores, obteremos as equações e nequações sufcentes para obtermos as constantes de escala. Para fnalzar o processo, é necessáro testes de consstênca para averguar se as preferêncas são verdaderas e não geram ncompatbldades. Isso pode ser feto através de outras comparações dversas entre as consequêncas de cada crtéro. 5. Aplcação do método O arranjo produtvo local de latcínos do Agreste Pernambucano é composto em parte por latcínos de pequeno e médo porte, com poucos recursos para nvestr em tecnologas que tornem esses empreendmentos fortes para competr com empresas de grande porte que possuem vantagem compettva e de custo, produzndo produtos com qualdade superor, custo compettvo, e que possuem anda uma gestão da sua cadea de suprmentos efcente a ponto de competr em escala global, o que desafa a capacdade pequenos produtores dos latcínos, pos a fata de mercado acaba sendo menor. Além das dfculdades ctadas, pequenos produtores possuem problemas e dfculdades em nível operaconal e admnstratvo. É mportante notar que para o contexto observado, grandes melhoras nos processos e na gestão poderam ser alcançadas com alternatvas e ferramentas smples. 293

Assm, este trabalho se propõe a estruturar os prncpas problemas enfrentados pelos pequenos e médos latcínos do Agreste Pernambucano, através da técnca de estruturação de problemas Value-Focused Thnkng, proposta por Keeney (1992) e avalar, através do modelo multctéro adtvo com veto, quas das alternatvas propostas com a estruturação têm maor mpacto para tornar esses latcínos sustentáves. As nformações obtdas para este trabalho foram coletadas a partr de vstas técncas a latcínos na regão do Agreste Pernambucano e reunões com nstrutores e conhecedores dos processos, do contexto local e das dfculdades dos latcínos. Os crtéros e alternatvas aqu apresentados foram revsados por duas vezes pelo especalsta conhecedor dos processos dos latcínos e a avalação das alternatvas e crtéros fo desenvolvda pelo mesmo especalsta, gerando os resultados a segur apresentados. 5.1 Value-Focused Thnkng A técnca VFT se resume em decdr o que se quer, através de muto pensamento, e em seguda magnar como alcançar aqulo que se quer, pos o VFT envolve começar do melhor, do deal, e trabalhar para tornar sso real. Através do uso dessa técnca, concluímos que o objetvo estratégco, para esse contexto específco, sera tornar os latcínos sustentáves. A partr de então, consegumos elaborar, com o auxílo do especalsta, os objetvos fundamentas e os objetvos meo-fm. Os objetvos fundamentas são bascamente aqulo que se deseja, e assm, pode nos gerar crtéros para avalar como as alternatvas elencadas serão alcançadas, ou seja, representa a medção para o alcance do objetvo fundamental. Já os objetvos meo-fm, são os meos para se alcançar os objetvos fundamentas, e podem gerar as alternatvas de como se alcançar esses objetvos fundamentas. Revsados, pelo especalsta, a segur apresentamos os crtéros e as alternatvas geradas através do VFT: CRITÉRIOS: C1: Impacto na satsfação dos clentes C2: Influênca na qualdade dos produtos C3: Lucro líqudo C4: Impacto na efcênca do processo C5: Impacto na gestão dos processos nternos C6: Redução da contamnação dos produtos lácteos C7: Impacto postvo sobre as condções de trabalho C8: Redução de mpacto no meo ambente ALTERNATIVAS: A1: Melhorar comuncação com clentes A2: Prever demanda A3: Planejar mx de produtos A4: Observar/regstrar tendêncas de mercado A5: Adqurr software de controle A6: Adqurr equpamentos de controle A7: Faturar peddos antes da venda A8: Fazer planejamento de compras A9: Manter regstro de vendas A10: Manter regstro de produção A11: Manter regstro de fornecedores A12:Manter regstro de clentes A13:Manter regstro de matéra prma A14:Manter regstro de compras A15:Adequar durabldade das embalagens A16:Comprar embalagens sustentáves A17:Desenvolver planejamento gráfco das embalagens A18:Estabelecer padrões de qualdade A19:Conhecer composção físco-químca da matéra prma A20:Conhecer orgem da matéra prma A21:Adequar-se à Instrução Normatva nº62 de 2012 (regula as característcas dos tpos de lete) A22:Desenvolver análse de custo A23:Formar preço dos produtos A24:Aumentar índce de produtvdade da produção 294

A25:Padronzar execução das atvdades A26:Construr índces de produtvdade A27:Desenhar cargos e funções A28:Construr escalas de trabalho A29:Estabelecer uso de EPI s A30:Manter parceras com nsttuções de ensno e apoo à atvdade A31:Estabelecer programas de trenamento A32:Reutlzar o soro do lete A33:Utlzar mecansmos de A34:Raconalzar coleta de matéra prma A35:Investr em maqunáro A36:Controlar uso da água 5.2 Método Multcrtéro: Modelo Adtvo com Veto Para aplcarmos o Modelo Adtvo com Veto para a problemátca de ordenação, necesstamos que o decsor estabeleça os valores de veto adequados para cada crtéro, os valores das constantes de escala para cada crtéro, a avalação das alternatvas em relação aos crtéros. A escala utlzada para avalar as alternatvas em todos os crtéros (exceto o crtéro 3 - Lucro Líqudo) fo uma escala de cnco pontos, varando de 1 a 5, com dreção de preferênca crescente, traduzda da segunte manera: 1. Nenhum mpacto 2. Baxo mpacto 3. Médo Impacto 4. Alto mpacto 5. Altíssmo mpacto Apenas o crtéro Lucro Líqudo obteve uma conotação dferente na escala de cnco pontos, pos apenas neste crtéro estabeleceu-se que sera nteressante avalar o mpacto negatvo das alternatvas no lucro, como alternatvas que geram custo sgnfcatvo. Assm, a conotação da escala crescente de cnco pontos para este crtéro fo estabelecda da segunte manera: 1. Impacto negatvo alto 2. Impacto negatvo baxo 3. Neutra (não há mpacto) 4. Impacto postvo baxo 5. Impacto postvo alto Após estabelecermos a undade de avalação, para prossegur com o modelo proposto, estabelecemos os crtéros que poderam ter vetos, para vetar alternatvas que apresentassem valores ndesejáves, colocando-as em posções nferores no rankng fnal, e melhor posconando aquelas alternatvas com valores desejáves. Os crtéros aos quas foram ncorporados vetos foram as seguntes, com seus respectvos vetos superores e nferores: Impacto Na Satsfação Dos Clentes Lmte superor: 3 Lmte nferor: 1 Lucro Líqudo Lmte superor: 3 Lmte nferor: 2 Redução De Impacto No Meo Ambente Lmte superor: 2 Lmte nferor: 1 Para o crtéro mpacto na satsfação do clente, com escala verbal crescente de um a cnco, o lmte nferor 1 mplca dzer que para o decsor alternatvas que não tenham nenhum mpacto postvo na satsfação do clente podem ser penalzadas, provavelmente fgurando entre as últmas posções do rankng fnal, enquanto que aquelas que obtverem avalação 3 ou mas, provavelmente ocuparão posções superores no rankng fnal. O crtéro lucro líqudo possu uma escala de avalação um pouco dferente, e recebeu um veto nferor de valor 2. Assm, alternatvas com valores 2 ou menos nesse crtéro, ou seja, com mpacto negatvo baxo ou alto, serão penalzadas, ndo para as últmas posções do rankng fnal. 295

Para o crtéro relaconado à redução do mpacto no meo ambente, alternatvas com valor 1, ou seja, com nenhum mpacto na redução da agressão ao meo ambente, serão penalzadas, enquanto que avalações maores ou gual a 2, ou seja, alternatvas com baxo mpacto na redução do mpacto ao meo ambente serão prvlegadas. Já na elctação das constantes de escala, a ordem de preferênca das consequêncas dos crtéros, obtda com o decsor fo a segunte, servndo como base para a elctação das constantes de escala: 1. C3: Lucro líqudo 2. C1: Impacto na satsfação dos clentes 3. C2:Influênca na qualdade dos produtos 4. C4: Impacto na efcênca do processo 5. C5: Impacto na gestão dos processos nternos 6. C7:Impacto postvo sobre as condções de trabalho 7. C6: Redução da contamnação dos produtos lácteos 8. C8: Redução de mpacto no meo ambente Para a avalação ntracrtéro, ou seja, a avalação das alternatvas em relação a cada crtéro, fo feta uma smulação, com base nos aspectos observados de entrevstas com especalstas e conhecedores do contexto local dos latcínos, e vstas técncas. Os resultados obtdos através da aplcação e uso do modelo adtvo podem ser observado na seção a segur. 6. Resultados Com a elctação das constantes de escala, obtvemos os seguntes valores para os oto crtéros propostos: 1. Lucro líqudo: 0,550464 2. Impacto na satsfação dos clentes: 0,137616 3. Impacto na efcênca do processo: 0,103212 4. Influênca na qualdade dos produtos: 0,068808 5. Impacto na gestão dos processos nternos: 0,051606 6. Redução da contamnação dos produtos lácteos: 0,049993 7. Impacto postvo sobre as condções de trabalho: 0,025803 8. Redução de mpacto no meo ambente: 0,012498 De posse desses valores pode-se dar contnudade ao procedmento de agregação adtvo, consderando os crtéros que possuem veto, e calculando o valor global para as alternatvas de acordo com o procedmento estabelecdo na seção 4.3. Com o resultado do rankng, a alternatva que mas mpactara no alcance da sustentabldade para os pequenos latcínos, de acordo com a aplcação do modelo, sera estabelecer padrões de qualdade. Observa-se, também, que, mesmo se não houvesse vetos, esta alternatva também sera a prmera colocada. Comparando as alternatvas dos rankngs gerados pelo modelo adtvo com e sem veto, apenas ses apresentam a mesma posção, o que ndca que o veto alterou as posções do restante das alternatvas. Das que apresentaram a mesma posção, três se encontravam nas últmas posções, o que ndca que o veto não nfluencou na sua posção, tendo elas sdo consderadas as pores alternatvas, ndependente do veto. A segur, temos a ordem da melhor para a por alternatva, de acordo com as preferêncas e o contexto deste problema: 1. A18: Estabelecer padrões de qualdade 2. A3: Planejar mx de produtos 3. A2: Prever demanda 4. A17: Desenvolver planejamento gráfco das embalagens 5. A7: Faturar peddos antes da venda 6. A6: Adqurr equpamentos de controle 296

7. A5: Adqurr software de controle 8. A21: Adequar-se à Instrução Normatva nº62 de2012 (regula as característcas dos tpos de lete) 9. A9: Manter regstro de vendas 10. A23: Formar preço dos produtos 11. A24: Aumentar índce de produtvdade da produção 12. A4: Observar/regstrar tendêncas de mercado 13. Melhorar comuncação com clentes 14. A25: Padronzar execução das atvdades 15. A20: Conhecer orgem da matéra prma 16. A8: Fazer planejamento de compras 17. A30: Manter parceras com nsttuções de ensno e apoo à atvdade 18. A19: Conhecer composção físcoquímca da matéra prma 19. A32: Reutlzar o soro do lete 20. A36: Controlar uso da água 7. Conclusões 21. A22: Desenvolver análse de custo 22. A34: Raconalzar coleta de matéra prma 23. A13: Manter regstro de matéra prma 24. A10: Manter regstro de produção 25. A14: Manter regstro de compras 26. A27: Desenhar cargos e funções 27. A26: Construr índces de produtvdade 28. A12: Manter regstro de clentes 29. A11: Manter regstro de fornecedores 30. A28: Construr escalas de trabalho 31. A15: Adequar durabldade das embalagens 32. A31: Estabelecer programas de trenamento 33. A29: Estabelecer uso de EPI s 34. A35: Investr em maqunáro 35. A16: Comprar embalagens sustentáves 36. A33: Utlzar mecansmos de tratamento A proposta deste trabalho fo procurar compreender um pouco o contexto das ndústras de pequeno e médo porte do Agreste Pernambucano, e assm estruturar um problema de manera a torná-las sustentáves, vsto a dfculdade em se alcançar um nível básco de sustentabldade. A estruturação para o problema fo feta com base na técnca VFT, que gerou crtéros e alternatvas que possbltaram utlzar o método multcrtéro do modelo adtvo com veto para ranquear as alternatvas que mas auxlaram os latcínos a se tornarem sustentáves no contexto em que se encontram. Através da aplcação do modelo adtvo com veto para a problemátca de ordenação, as alternatvas que mas contrburam para o alcance de um nível básco de sustentabldade seram, dentre outras, estabelecer padrões de qualdade; planejar mx de produtos; prever demanda; desenvolver planejamento gráfco das embalagens; faturar peddos antes da venda; adqurr equpamentos de controle; adqurr software de controle; adequar-se à nstrução normatva nº62 de 2012; manter regstro de vendas e formar preço dos produtos. Claramente, os vetos nfluencaram na posção das alternatvas, penalzando aquelas alternatvas com valores ndesejados em determnados crtéros, colocando-as em posções menos prvlegadas do rankng. Dentre as prncpas dfculdades da aplcação do método, podemos ctar o processo de avalação das alternatvas, vsto a dfculdade para valorar o mpacto de algumas alternatvas que o decsor não tem experênca nem conhecmento sobre a mplantação, além do obstáculo que a falta de compreensão dos aspecto que a aplcação de um método multcrtéro exge, fatos que justfcam e tornam mperatva a partcpação do especalsta e analsta no processo. Além dsso, a elctação das constantes de escala mostrou-se uma etapa crítca, pos o decsor tende a gerar nconsstêncas neste processo. Isso posto, consdera-se que todo esforço ddátco-nterpretatvo neste sentdo é relevante. Referêncas Almeda, A. T. Addtve-Veto Models For Choce And Rankng Multcrtera Decson Problems. Asa-Pacfc Journal of Operatonal Research, vol. 30, 2013a. Almeda, A. T. Processo de Decsão nas Organzações. São Paulo: Edtora Atlas S.A., 2013b. Belton, V.; Stewart, T. J. Multple Crtera Decson Analyss. Klwer Academc Publshers., 2002. 297

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