Valoração Econômica de Benefícios Ambientais como Suporte a Formulação de Políticas Públicas: Um Estudo de Caso no Balneário Municipal de Bonito MS



Documentos relacionados
TEORIA DE ERROS * ERRO é a diferença entre um valor obtido ao se medir uma grandeza e o valor real ou correto da mesma.

Objetivos da aula. Essa aula objetiva fornecer algumas ferramentas descritivas úteis para

RESUMO. Palavras chaves: planejamento ecoturístico, demanda turística, valoração ambiental

O migrante de retorno na Região Norte do Brasil: Uma aplicação de Regressão Logística Multinomial

Cálculo do Conceito ENADE

CENTRO UNIVERSITÁRIO DO LESTE DE MINAS GERAIS - UnilesteMG

Metodologia IHFA - Índice de Hedge Funds ANBIMA

UTILIZAÇÃO DO MÉTODO DE TAGUCHI NA REDUÇÃO DOS CUSTOS DE PROJETOS. Uma equação simplificada para se determinar o lucro de uma empresa é:

Estimativa da Incerteza de Medição da Viscosidade Cinemática pelo Método Manual em Biodiesel

Rastreando Algoritmos

Introdução e Organização de Dados Estatísticos

Sistemas Robóticos. Sumário. Introdução. Introdução. Navegação. Introdução Onde estou? Para onde vou? Como vou lá chegar?

PROJEÇÕES POPULACIONAIS PARA OS MUNICÍPIOS E DISTRITOS DO CEARÁ

Nota Técnica Médias do ENEM 2009 por Escola

Análise Econômica da Aplicação de Motores de Alto Rendimento

REGRESSÃO LOGÍSTICA. Seja Y uma variável aleatória dummy definida como:

Escolha do Consumidor sob condições de Risco e de Incerteza

Sempre que surgir uma dúvida quanto à utilização de um instrumento ou componente, o aluno deverá consultar o professor para esclarecimentos.

UNIVERSIDADE PRESBITERIANA MACKENZIE CCSA - Centro de Ciências Sociais e Aplicadas Curso de Economia

Regressão e Correlação Linear

7. Resolução Numérica de Equações Diferenciais Ordinárias

RESOLUÇÃO Nº 32/2014/CONEPE. O CONSELHO DO ENSINO, DA PESQUISA E DA EXTENSÃO da Universidade Federal de Sergipe, no uso de suas atribuições legais,

REGULAMENTO GERAL (Modalidades 1, 2, 3 e 4)

Equipas Educativas Para uma nova organização da escola. João Formosinho Joaquim Machado

I. Introdução. inatividade. 1 Dividiremos a categoria dos jovens em dois segmentos: os jovens que estão em busca do primeiro emprego, e os jovens que

IMPACTO DAS EXPORTAÇÕES DAS COOPERATIVAS SOBRE O EMPREGO NO BRASIL EM

Palavras-chave: jovens no mercado de trabalho; modelo de seleção amostral; região Sul do Brasil.

NOTA II TABELAS E GRÁFICOS

Análise logística da localização de um armazém para uma empresa do Sul Fluminense importadora de alho in natura

Situação Ocupacional dos Jovens das Comunidades de Baixa Renda da Cidade do Rio de Janeiro *

5.1 Seleção dos melhores regressores univariados (modelo de Índice de Difusão univariado)

Ministério da Educação. Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira. Cálculo do Conceito Preliminar de Cursos de Graduação

Sinais Luminosos 2- CONCEITOS BÁSICOS PARA DIMENSIONAMENTO DE SINAIS LUMINOSOS.

Estimativa dos fluxos turbulentos de calor sensível, calor latente e CO 2, sobre cana-de-açúcar, pelo método do coespectro.

VALORAÇÃO MONETÁRIA DE BENEFÍCIOS AMBIENTAIS: O CASO DO TURISMO NO LITORAL DO MUNICÍPIO DE CANAVIEIRAS ESTADO DA BAHIA

Despacho Econômico de. Sistemas Termoelétricos e. Hidrotérmicos

1 INTRODUÇÃO. 1 Segundo Menezes-Filho (2001), brasileiros com ensino fundamental completo ganham, em média, três vezes

Controlo Metrológico de Contadores de Gás

ANEXO II METODOLOGIA E CÁLCULO DO FATOR X

1 Princípios da entropia e da energia

UNIVERSIDADE DO ESTADO DA BAHIA - UNEB DEPARTAMENTO DE CIÊNCIAS EXATAS E DA TERRA COLEGIADO DO CURSO DE DESENHO INDUSTRIAL CAMPUS I - SALVADOR

Influência dos Procedimentos de Ensaios e Tratamento de Dados em Análise Probabilística de Estrutura de Contenção

DETERMINANTES SOCIODEMOGRÁFICOS E ECONÔMICOS DAS ATIVIDADES DOS IDOSOS NO NORDESTE BRASILEIRO RESUMO

Covariância e Correlação Linear


Das ideias ao sucesso

Externalidade Positiva V.c Qualificação de Mão de Obra e Serviços

* Economista do Instituto Federal do Sertão Pernambucano na Pró-Reitoria de Desenvolvimento Institucional PRODI.

Distribuição de Massa Molar

XX SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA NOVO MODELO PARA O CÁLCULO DE CARREGAMENTO DINÂMICO DE TRANSFORMADORES

Apostila de Estatística Curso de Matemática. Volume II Probabilidades, Distribuição Binomial, Distribuição Normal. Prof. Dr. Celso Eduardo Tuna

! Superlntenrlencia Reg.onaJ do Ma:toGro$So. Qualificação e Reinserção Profissional dos Resgatados do Trabalho Escravo elou em AÇÃO INTEGRADA

1. Conceitos básicos de estatística descritiva. A ciência descobre relações de causa efeito entre fenómenos. Há fenómenos que são muito complexos

Análise da Situação Ocupacional de Crianças e Adolescentes nas Regiões Sudeste e Nordeste do Brasil Utilizando Informações da PNAD 1999 *

Controle de qualidade de produto cartográfico aplicado a imagem de alta resolução

Lista de Exercícios de Recuperação do 2 Bimestre. Lista de exercícios de Recuperação de Matemática 3º E.M.

1.UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA, VIÇOSA, MG, BRASIL; 2.UNIVERSIDADE FEDERAL DE GOIÁS, GOIANIA, GO, BRASIL.

CAPÍTULO 1 Exercícios Propostos

PROPOSIÇÃO, VALIDAÇÃO E ANÁLISE DOS MODELOS QUE CORRELACIONAM ESTRUTURA QUÍMICA E ATIVIDADE BIOLÓGICA

Física. Setor B. Índice-controle de Estudo. Prof.: Aula 23 (pág. 86) AD TM TC. Aula 24 (pág. 87) AD TM TC. Aula 25 (pág.

Variabilidade Espacial do Teor de Água de um Argissolo sob Plantio Convencional de Feijão Irrigado

OTIMIZAÇÃO DO FLUXO REVERSO DE PNEUS INSERVÍVEIS ATRAVÉS DE UM MODELO DE LOCALIZAÇÃO DE FACILIDADES: UM ESTUDO DE CASO

TERMO DE CONTRATO N 001/ CMM

CURSO ON-LINE PROFESSOR: VÍTOR MENEZES

Determinantes da adoção da tecnologia de despolpamento na cafeicultura: estudo de uma região produtora da Zona da Mata de Minas Gerais 1

Suporte Básico para Sistemas de Tempo Real

Energia de deformação na flexão

Análise de Regressão. Profa Alcione Miranda dos Santos Departamento de Saúde Pública UFMA

Mercado de Água e o Estado: Lições da Teoria dos Jogos

Testando um Mito de Investimento : Eficácia da Estratégia de Investimento em Ações de Crescimento.

E FICIÊNCIA EM S AÚDE E C OBERTURA DE P LANOS DE S AÚDE NO B RASIL

EFEITOS REDISTRIBUTIVOS DE TRANSFERÊNCIA DE RENDA E REDUÇÃO TRIBUTÁRIA NOS SETORES AGROPECUÁRIO E AGROINDUSTRIAL

CÁLCULO DO ALUNO EQUIVALENTE PARA FINS DE ANÁLISE DE CUSTOS DE MANUTENÇÃO DAS IFES

XX SNPTEE SEMINÁRIO NACIONAL DE PRODUÇÃO E TRANSMISSÃO DE ENERGIA ELÉTRICA

2 Máquinas de Vetor Suporte 2.1. Introdução

Controle Estatístico de Qualidade. Capítulo 8 (montgomery)

UM ESTUDO SOBRE A DESIGUALDADE NO ACESSO À SAÚDE NA REGIÃO SUL

ELEMENTOS DE CIRCUITOS

INTRODUÇÃO AO CÁLCULO DE ERROS NAS MEDIDAS DE GRANDEZAS FÍSICAS

ESTIMATIVA DOS BENEFÍCIOS AMBIENTAIS DO LITORAL DE ILHÉUS - BAHIA: ALTA ESTAÇÃO DE 2006.

AGÊNCIA NACIONAL DE ENERGIA ELÉTRICA ANEEL RESOLUÇÃO Nº 488, DE 29 DE AGOSTO DE 2002

TEXTO PARA DISCUSSÃO PROPOSTA DE MUDANÇA NO RATEIO DA COTA PARTE DO ICMS ENTRE OS MUNICÍPIOS CEARENSES

Trabalho apresentado ao GT Turismo e Recursos Naturais do V Seminário de Pesquisa em Turismo do MERCOSUL Caxias do Sul, 27 e 28 de junho de 2008.

Desemprego de Jovens no Brasil *

Equilíbrio Colusivo no Mercado Brasileiro de Gás Liquefeito de Petróleo (GLP)

Professor Mauricio Lutz CORRELAÇÃO

CQ110 : Princípios de FQ

7.4 Precificação dos Serviços de Transmissão em Ambiente Desregulamentado

PARTE Apresente as equações que descrevem o comportamento do preço de venda dos imóveis.

Exercícios de Física. Prof. Panosso. Fontes de campo magnético

Manual dos Indicadores de Qualidade 2011

O SETOR DE TURISMO NA REGIÃO NORDESTE: MEDIDAS E IMPACTOS A PARTIR DA MATRIZ INSUMO- PRODUTO INTER-REGIONAL

Sistemas de Filas: Aula 5. Amedeo R. Odoni 22 de outubro de 2001

Impactos dos encargos sociais na economia brasileira

ÍNDICE NOTA INTRODUTÓRIA

O USO DA INTEGRAL DEFINIDA NO CÁLCULO DA ÁREA ALAGADA DA BARRAGEM DO RIO BONITO

Microeconomia II. Cursos de Economia e de Matemática Aplicada à Economia e Gestão AULA 4.3. Decisão Intertemporal do Consumidor O Mercado de Capital

A mobilidade ocupacional das trabalhadoras domésticas no Brasil

Economias de escala na oferta de serviços públicos de saúde: Um estudo para os municípios paulistas

MODELAGEM MATEMÁTICA DO PROCESSO DE EVAPORAÇÃO MULTI-EFEITO NA INDÚSTRIA DE PAPEL E CELULOSE

Transcrição:

Valoração Econômca de Benefícos Ambentas como Suporte a Formulação de Polítcas Públcas: Um Estudo de Caso no Balneáro Muncpal de Bonto MS 1. INTRODUÇÃO SILVA 1, Lucana Ferrera; WEISS 2, Joseph O contínuo desenvolvmento das atvdades econômcas conjugadas com os constantes avanços tecnológcos buscam melhorar a qualdade de vda, mas contradtoramente têm provocado números problemas ambentas que, numa curta escala temporal, comprometem a exstênca do homem sobre a Terra. A questão é que os processos ecológcos e os recursos naturas são ndspensáves para a produção de bens de consumo e servços, porém sua excessva utlzação nvablza o desenvolvmento sustentável. Segundo GRASSO et al. (1995), alguns recursos naturas têm sdo consderados bens comuns, vsto que não há na teora econômca neoclássca uma defnção quanto ao dreto de propredade, o que tem acarretado, nvaravelmente, a falta de responsabldade para a utlzação raconal desses recursos. Desse modo, os custos da má utlzação de um determnado recurso acaba gerando prejuízos às comundades que dele se utlzam ou a outras que, embora não se benefcem de sua exploração, dreta ou ndretamente, também contablzam os custos de sua recuperação, quer seja pelo pagamento de mpostos quer seja pela perda da qualdade ambental. Nesse contexto, o ecotursmo ou tursmo ecológco, quando realzado apenas como estratéga de marketng, ou seja, sem o embasamento teórco calcado nos prncípos da sustentabldade, conduz a um tursmo desordenado, ntenso (de massa), que em curto espaço de tempo colapsa todo sstema sóco-econômco-ambental (SORIANO,1998). O muncípo de Bonto/MS, prvlegado pelas suas belezas naturas, centradas em grande parte nos seus ros de águas crstalnas, vem sofrendo, assm como outras cdades turístcas, as conseqüêncas desse tursmo de massa. De acordo com dados da Secretara Muncpal de Tursmo, só em 1996 a regão fo vstada por cerca de 50 ml turstas, o que representa três vezes a população do muncípo. É negável a mportânca que o tursmo desempenha no momento atual, quer como elemento de satsfação de parte das necessdades báscas do homem moderno, 1 Mestre em Desenvolvmento Sustentável CDS/UnB. Docente da Unversdade Estadual de Mato Grosso do Sul -UEMS. e-mal: lucanafslva@uol.com.br 2 Doutor em Economa. Docente do Centro de Desenvolvmento Sustentável/CDS-UnB. e-mal: wess@tba.com.br.

quer como gerador de renda e emprego, crcunstânca em que o muncípo de Bonto/MS vem despontando como um dos prncpas pólos de mportânca regonal, e mesmo naconal. Essa evolução é resultado de seus atrbutos ambentas úncos alados às crescentes necessdades de lazer do homem urbano que, frente à especalzação dos processos urbano-ndustras, sente-se estmulado à procura de atvdades consderadas de óco, nexstentes no seu cotdano (BARRETO,1996). O desenvolvmento do tursmo em Bonto/MS e em toda regão da Serra da Bodoquena conduz a uma reestruturação desse espaço, transformando a natureza em uma mercadora pecular. Para ser consumda, torna-se necessára a produção de meos de acesso e permanênca, expressos nas vas de transporte, nos alojamentos, nos servços de almentação, etc (BELLIA,1996). Entretanto, as peculardades naturas dessa regão de relevante dversdade bológca vêm sendo expostas a rscos e agressões que preocupam os dversos segmentos da socedade, não só sul-mato-grossense, mas braslera. Nesse contexto, um dos prncpas atratvos turístcos do muncípo, o Balneáro Muncpal de Bonto/MS, objeto de estudo desta pesqusa, vem sendo ntensamente vstado, chegando a receber uma méda de 40.000 vstantes/ano, segundo dados da Secretara Muncpal de Tursmo, número este que pode vr a comprometer a experênca de lazer dos turstas e, prncpalmente, a conservação de seus recursos pela falta de planejamento ambental e de nfra-estrutura adequada (LEMOS, 1996). Além dsso, dentre os números empreendmentos do muncípo, o Balneáro é o únco local públco gerencado pela prefetura e de acesso gratuto para os resdentes. Apesar dsso, é o únco balneáro entre os outros cnco que o muncípo dspõe que não possu lmte de carga defnda. Enfm, após dez anos de ntensa e desordenada atvdade turístca, o Balneáro se consttu como exemplo de fragldade que pode ser verfcado pela redução das formações das tufas calcáras 3, da supressão das matas clares e da perda paulatna da transparênca de suas águas calcáras que caracterzam os atratvos da regão da Serra da Bodoquena (Fotos 1.1 e 1.2). 3 As tufas calcáras consttuem depóstos de carbonato de água doce anda em formação, com crescmento assocado à atvdade de algas e musgos. Um dos fatores que nfluencam no crescmento das tufas calcáras refere-se a temperatura da água, além da presença de magnéso, fosfato e outros compostos orgâncos, que mesmo em baxas concentrações, podem nbr a precptação do carbonato DIAS et al. (1999)

De uma forma parecda, sso ocorre também com os demas empreendmentos que estão sendo construídos ao longo do ro Formoso ou que já se encontram em funconamento.dessa forma, os mpactos advndos do aumento de comportamentos nadequados e agressvos ao ecossstema vstado, mpõem ao ro e sua baca nterferêncas globas na pasagem, perturbação dos rtmos naturas da flora e da fauna, culmnando com a redução da dversdade bológca a tal ponto que a sua recuperação poderá vr a fcar comprometda. Porém, um planejamento adequado da vstação turístca pode mnmzar alguns desses problemas. Dentre outros, esse é um dos prncpas objetvos do planejamento da atvdade turístca (RUSCHMANN,1997). No entanto, para que seja possível efetvar o planejamento desse tpo de atvdade, é de fundamental mportânca o conhecmento da demanda turístca do local para que se possa determnar os ajustes necessáros ao bom desempenho da referda atvdade. É nesse sentdo que as pesqusas de demanda turístca devem ser contínuas e consderar tanto a demanda real quanto a demanda potencal 4. A partr da demanda real é possível projetar a demanda potencal como também conhecer os dferentes níves de satsfação dos usuáros com os servços turístcos, o que permte uma melhor adequação no oferecmento desses servços (RUSCHMANN,1994). Para sso, torna-se necessáro conhecer a função de demanda por tursmo, que além de contrbur para o planejamento da atvdade, é utlzada para obter estmatvas dos benefícos dervados da exploração desse recurso. Esses benefícos podem ser ncluídos nas análses de custo-benefícos das dferentes alternatvas de uso da área em questão (HUFSCHIMIDT et al, 1983; TISDELL,1991). Nessa perspectva, a estmatva do valor de uso dos recursos naturas do Balneáro Muncpal, explorados pela atvdade de recreação, pode ser consderada como fundamental para subsdar as ações de manejo e o planejamento turístco da área em questão, ao mesmo tempo que servrá de parâmetro para a determnação do valor de multas (ou outro tpo de compensação/punção) por danos ambentas causados ao ecossstema, caso eles venham a acontecer. No entanto, o valor econômco dos recursos naturas dessas áreas, exploradas pelas atvdades de recreação e tursmo, é dfícl de ser mensurado, pos em geral não exstem 4 A demanda turístca real é consttuída pelos turstas que estão na localdade receptora enquanto que a demanda potencal é consttuída pelas pessoas que possuem todas as condções de vajar, mas não o fazem por desconhecerem os atratvos do local (RUSCHMANN,1994).

mercados formas para tas servços, além do fato de esses recursos possuírem característcas nerentes que geram falhas no funconamento efcente dos mercados 5. Dessa forma, a dfculdade na estmatva desses valores acaba gerando uma superexploração e um uso pouco efcente dos recursos, já que o aumento na quantdade demandada de um bem para fnaldade de recreação pode causar seu congestonamento, provocando uma redução na qualdade da atvdade, bem como na qualdade físca do meo ambente (PEARCE & TURNER, 1990; NICKERSON, 1990; MCCONNELL, 1977). Nessa vertente, os estudos em economa ambental despontam na busca de metodologas para estmar os valores referdos. Inúmeros são os métodos de valoração ambental que permtem captar dreta ou ndretamente o valor econômco de determnado recurso ambental, que é defndo como a soma do valor de uso, do valor de opção e do valor de exstênca desse recurso. De acordo com ADAMOVICZ (1991), o valor de uso refere-se ao valor atrbuído pelas pessoas na partcpação numa determnada atvdade, ou seja, pelo uso atual do recurso. Já o valor de opção refere-se à dsposção para pagar das pessoas para conservar determnado recurso que pode vr a ser utlzado no futuro e cuja substtução sera muto dfícl ou mpossível. (KRUTILLA, 1967). E fnalmente o valor de exstênca, refere-se à dsposção para pagar das pessoas por determnado recurso ou espéce, mesmo que nunca venham a aprecá-lo ou utlzá-lo de alguma manera (DIXON & SHERMAN, 1991). Um dos métodos utlzados na lteratura para a valoração de recursos ambentas explorados pela atvdade de recreação é o Método do Custo de Vagem, que será utlzado nesta pesqusa com o objetvo de captar de forma ndreta o valor de uso do recurso do Balneáro Muncpal bem como estmar os benefícos dessa atvdade. O conhecmento desse valor será de fundamental mportânca para subsdar as decsões de manejo e o estabelecmento de polítcas tarfáras na cobrança de ngresso da área de recreação, na medda em que o modelo de demanda dos custos de vagem usa os custos ncorrdos pelos ndvíduos, quando vajam para determnado local de recreação, como substtuto do preço do bem ou servço que é explorado pela referda atvdade (TISDELL,1991). 2. OBJETIVOS 5 As característcas que geram falhas no funconamento dos mercados e que estão assocados a este estudo são: não exclusvdade, não rvaldade e congestonamento.

Ro Formoso Estmar os benefícos gerados pela atvdade de recreação do Balneáro Muncpal de Bonto-MS. Estmar e avalar a demanda turístca para o Balneáro Muncpal de Bonto- MS. 3. CARACTERIZAÇÃO DA ÁREA DE ESTUDO Como parte ntegrante da Baca do Ro Formoso, o Balneáro Muncpal possu um área de 4há e 3.350m 2 de área remanescente de vegetação natva localzada no muncípo de Bonto (21 o 07 16 Lattude Sul e 56 o 28 55 Longtude Oeste) na regão sudoeste do Estado de Mato Grosso do Sul. O Balneáro Muncpal se localza na regão do Alto Formoso da Baca que ocupa uma área rregular de 1.334 km 2 (Boggan et al, 1998) e se nsere na sub baca do Mranda, que por sua vez, encontra-se nscrta na Baca Hdrográfca do Paragua. A desapropração da área pertencente ao Balneáro fo realzada pela prefetura entre 1987 e 1988 e teve como fnaldade proporconar lazer aos moradores locas. p/ Bodoquena Ro do Pexe Gruta Mmoso p/ Aqudauana macços calcáros N Córrego Serradn ho Ro Mmoso Córrego Retro Gruta Serradnho Cachoerras do Mmoso 0 20 km Córrego Taquaral Gruta Guavral Gruta Guavral Fazenda Amérca Gruta São Mguel Absmo Anhumas Ro Gruta N.Sra. Aparecda Córrego Gruta do Lago Azul Anhumas BONITO Gruta do Mateus Mneração Calbon Form osnho Ro For moso Aquáro Fazenda Cachoera Balneáro Córr. São João Ilha do Padre Embarque dos botes p/ Jardm Gua Lopes Ro Mranda Fazenda São Geraldo Extração de tufa calcára Nascente do Sucur p/ Jardm Ro do Prata Mapa elaborado com base nas folhas topográfcas, escala 1:100.000 do Mnstéro do Exércto, folhas Ro Perddo e Jardm Boggan (1999) Fgura 4.1. Baca do Ro Formoso com a localzação do Balneáro Muncpal

O maor atratvo que o Balneáro oferece a seus vstantes é o prazer de contemplar a olho nu as praputangas, os dourados e outras espéces de pexes nas águas crstalnas do Ro Formoso. Uma outra atração para os vstantes é almentar os cardumes de praputangas com punhados de mlhos para vê-las sar da água. Apesar da pouca varedade de plantas aquátcas, exstem algas macroscópcas em grande quantdade que podem ser observadas num mergulho, ou mutas vezes nas margens do ro consttundo em mas um fator de atratvdade. Além dsso, exstem ao longo do trecho do ro que pertence ao balneáro locas de menores e maores profunddades para banho, o que o torna acessível para cranças e adultos. Além dsso, o Balneáro Muncpal possu área de churrasquera, banheros masculno e femnno com seus respectvos vestáros, uma quadra de area para a prátca de volebol e futebol, três lanchonetes e área de estaconamento. 4. METODOLOGIA A metodologa está estruturada em três partes. Na prmera serão apresentados os métodos de valoração de áreas de recreação: Método do Custo de Vagem e o Método de Valoração Contngente. Na segunda parte serão apresentados os procedmentos adotados na pesqusa de campo e, fnalmente, na tercera são descrtas as varáves que foram utlzadas na estmatva da função de demanda turístca para o Balneáro Muncpal de Bonto-MS. 4.1. Métodos de Valoração de Áreas de Recreação Neste tem são apresentados as característcas prncpas dos métodos do Custo Vagem e de Valoração Contngente, o que ao fnal permtrá justfcar a escolha do Método do Custo de Vagem para a realzação dessa pesqusa. 4.1.1. Método do Custo de Vagem (Travel Cost Method) O método do Custo de Vagem (MCV) é um dos métodos ndretos utlzados para valorar as atvdades recreaconas. Conforme salentado por HANLEY (1993) o método fo proposto em 1947 quando o economsta Harold Hottelng sugeru ao dretor do Servço de Parques Naconas uma metodologa para medr os benefícos proporconados pelos locas de recreação ao ar lvre, mas somente fo ntroduzdo formalmente na lteratura pelos economstas Wood e Trce em 1958 e Clawson e

Knetsch em 1966. O modelo básco é normalmente conhecdo como técnca de Clawson Kenetsch. O objetvo do método do custo de vagem é estmar uma curva de demanda para a recreação, onde o número de vstas é função dos custos de vagem e demas varáves sóco econômcas. De acordo com a teora econômca neoclássca, esta curva de demanda representa o possível valor agregado a recreação, proporconado pelo recurso natural em questão. Além dsso, deve estmar a dsponbldade do usuáro a pagar para quantdades específcas de recreação (CLAWSON, 1994) Dessa forma, o método de custo de vagem busca, a partr dos custos efetvados pelos ndvíduos até o local de recreação, estmar os benefícos auferdos pela referda atvdade recreatva (TISDELL,1991). Para o cálculo desses benefícos, estma-se a regressão múltpla utlzando os ndvíduos ou zonas como observações. A escolha entre ndvíduos e zonas depende exclusvamente da varável que for consderada dependente na especfcação do modelo. Usualmente utlzam-se nos trabalhos como varável dependente a freqüênca de vsta ao atratvo e os dados são agrupados em zonas 6. A estmatva da função de demanda através de observações ndvduas pode tornar-se envesada, na medda que não consdera que apenas uma pequena parte da população das zonas mas dstantes partcpa da atvdade (BROWN et al., 1983). Vsando soluconar estes problemas os autores sugerem que a varável dependente, freqüênca de vsta, seja expressa em termos per capta. De acordo com FREEMAN (1979), alguns procedmentos devem ser adotados na utlzação do Método do Custo de Vagem. São eles: dvde-se as áreas crcunvznhas ao local de recreação em zonas com o objetvo de estmar os custos de vagem de cada zona ao local de recreação; defne-se a taxa de vstação como das de vsta per capta ou freqüênca de vsta e calcula-se esta taxa para cada zona; calcula-se o custo de vagem de cada zona ao local de recreação; faz-se uma regressão múltpla da taxa de vstação com os custos de vagem e outras varáves socoeconômcas e fnalmente encontra-se o melhor modelo que ajuste os dados. De manera smplfcada, o método basea-se em entrevstas realzadas com os vstantes no local de recreação a fm de coletar nformações sobre os custos de vagem, frequênca de vstas, característcas socoeconômcas, tempo de estada, tempo gasto 6 Orgnalmente o método do custo de vagem fo crado em termos de zonas. Feta a localzação geográfca do local, a área crcunvznha era dvdda em regões de acordo com a dstânca do atratvo.

com a vagem, etc. A partr desses dados é possível estmar a curva de demanda bem como calcular o excedente do consumdor 7 que representa o valor econômco da área em questão. Então para cada zona () estma-se uma função do tpo: onde: TV = f ( R, CV, S, Vqa ) TV = taxa de vstação da zona R = renda méda da zona CV = custos de vagem da zona até o local de recreação S = as demas varáves socoeconômcas Vqa = varável de qualdade ambental atrbuída pela zona Segundo McCONNELL (1985) a partr da função de demanda por recreação, o valor econômco do local atrbuído pelos vstantes pode ser estmado pela segunte ntegral: onde: V uso = c * c n = 1 V ( R, C, S, Vqa ) dc c = o custo de vagem da -ésma zona ao local de recreação * c = o preço máxmo para o qual a demanda é nula. Apesar da facldade em se aplcar o método do custo de vagem e de sua grande acetação no meo acadêmco TISDELL (1991) aponta alguns dos problemas báscos que podem ser encontrados no seu uso atrbuídos a especfcação defcente do modelo ou nas própras falhas das proposções do método. São eles: 1. Pressupõe-se que a vstação a um local de recreação tem objetvo únco, quando na realdade as vagens possuem város objetvos 2. O método do custo de vagem consdera que as pessoas possuem a mesma forma de demanda para um determnado atratvo, não assumndo a não homogenedade dos atrbutos da população de dferentes zonas. No entanto, atualmente, é comum o uso da jursdção polítca, como por exemplo, países, estados, cdades etc para defnr uma zona. (McConnell,1985) 7 Excedente do Consumdor: conforme Dxon & Sherman (1990) a estmatva do benefíco econômco total do consumo de um bem ou servço consste no seu preço de mercado e no excedente do consumdor. O excedente é meddo pela quanta máxma que o consumdor está dsposto a pagar além do valor de mercado daquele bem ou servço.

3. A forma de estmar a função para ajustar os dados e a escolha da amostra adequada devem ser fetas com rgor, pos problemas dessa ordem nfluencam dretamente no cálculo do excedente do consumdor podendo superestmá-los ou subestmá-los. No entanto MOTA (2000), a partr da nclusão de varáves attudnas na especfcação do modelo de custos de vagem, o que tradconalmente é especfcado somente a partr de varáves socoeconômcas, mnmzou sgnfcatvamente os prncpas veses deste modelo. Anda, ADAMOWICZ (1991) ressalta a vantagem da utlzação do método de Custo de Vagem quando permte ao pesqusador testar e nferr hpóteses a cerca dos modelos de comportamento dos vstantes que freqüentam o local de recreação, o que pode subsdar os órgãos gestores nas ações de manejo e formulação de polítcas públcas para a área em questão. 5.1.2. Método de Valoração Contngente (Contngent Valuaton Method) Um outro método também bastante utlzado para valorar áreas de recreação é o Método de Valoração Contngente (MVC) que permte captar através de entrevstas realzadas com os vstantes no local de recreação os valores pessoas para bens sem preço crando para sso um mercado hpotétco (CUMMINGS et al., 1986). Dessa forma, o método de valoração contngente permte captar o valor de uso, o valor de exstênca e anda o valor de opção do recurso ambental na medda em que capta a dsposção a pagar das pessoas para assegurar um benefíco, a dsposção a acetar a abrr mão do benefíco, a dsposção a pagar para evtar uma perda e anda dsposção a acetar uma perda (PEARCE, TURNER, 1990). No entanto, para que o mercado hpotétco seja crado o mas próxmo do real, nformações sobre as funções do recurso, seus substtutos, a forma de pagamento e o smbolsmo do método aplcado devem ser fornecdas aos vstantes (KRISTROM,1997). Estes cudados com o delneamento da pesqusa são fundamentas, na medda em que se não forem consderados, o método de valoração contngente pode apresentar um conjunto de veses de mensuração assocados ao seu uso, o que pode comprometer a tomada de decsões em polítcas públcas ambentas. As prncpas fontes de erro deste método são classfcados como: vés estratégco, vés de nformação,

vés de nstrumento e vés hpotétco (SCHULZE et al., 1981; ABELSON, 1996; BOWERS,1997). O vés estratégco ocorre quando os entrevstados percebem que as suas respostas podem nfluencar o resultado da pesqusa de tal manera que os seus custos rão dmnur ou os seus benefícos rão aumentar em relação ao esperado num mercado normal. Numa stuação em que é perguntado ao ndvíduo sobre a sua dsposção a pagar por uma melhora da qualdade vsual de uma área próxma de sua casa e ele sabe que não rá pagar, mas que o projeto será fnancado por outras pessoas, estará propenso a declarar um alto valor de dsposção a pagar. No entanto, se consderado o caso contráro, o valor que ele rá declarar será muto menor. O vés de nformação resulta prncpalmente do nível da qualdade da nformação dada aos entrevstados a cerca do recurso a ser valorado, vsto que a natureza hpotétca do método exge nformações detalhadas deste recurso. Desse modo, este vés pode ser reduzdo se no desenho da pesqusa for utlzado recursos vsuas, como fotografas, prncpalmente para os que não conhecem o recurso que está sendo valorado. Já o vés de nstrumento resulta da escolha do modo de pagamento da dsposção a pagar (DAP), na medda em que algumas taxas são mas onerosas que outras e o uso delas nfluencará a resposta dos entrevstados. Este vés pode ser neutralzado se forem oferecdos aos entrevstados outras maneras de admnstração da DAP, que por exemplo, podera ser realzada por nternédo de uma Socedade de Protetores da Natureza ou alguma assocação com o mesmo fm através de pagamento de carnê mensal. E fnalmente, mas não menos mportante, o vés hpotétco resultante das própras dferenças entre o mercado real e o mercado hpotétco construído para a aplcação do método. No mercado real os ndvíduos se sujetam a maores custos quando erram o preço de um bem o que não ocorre quando se trata de um mercado hpotétco já que o entrevstado atrbu um valor smbólco para DAP. Um outro problema do método dz respeto à restrção orçamentára dos entrevstados que mutas vezes não a levam em consderação no momento de declarar a sua dsposção a pagar, exatamente por se tratar de uma stuação hpotétca. Além dsso, uma outra lmtação assocada a esse método é o alto custo necessáro para a sua realzação. Entretanto, apesar dessas lmtações que como fo vsto podem ser neutralzadas, em mutos casos não exstem outras técncas alternatvas de valoração sendo este método o mas adequado para estmar valores. (DIXON & SHERMANN,1991).

4.1.3. Justfcatva da escolha do Método do Custo de Vagem A partr da descrção das característcas prncpas dos métodos do Custo de Vagem e Valoração Contngente é possível justfcar a escolha do prmero para a realzação desta pesqusa. De fato, apesar do método de valoração contngente captar os valores de uso, de opção e de exstênca dos recursos ambentas, conforme explanado acma, este método requer uma alto custo para a sua aplcação consderando neutralzar os seus potencas veses. Devdo a sso, nesta pesqusa optou-se pela utlzação do método do Custo de Vagem pela facldade de sua aplcação e prncpalmente pelo fato deste método permtr estmar a função de demanda por tursmo e a partr dela mensurar de forma ndreta o valor de uso da atvdade recreatva do Balneáro Muncpal atendendo ao objetvo desta pesqusa. Além dsso, é também um método de boa acetação no meo acadêmco. 4.2. Procedmentos adotados para a pesqusa de campo 4.2.1. Elaboração dos Questonáros Os questonáros foram elaborados vsando responder ao modelo dos Custos de Vagem dvddos em quatro blocos especfcados abaxo: Bloco 1: Percepção Ambental O prmero bloco fo elaborado com o objetvo de captar o nível de preocupação e esclarecmento dos vstantes a cerca de problemas ambentas globas como os desmatamentos, polução das águas, etc. Isto mede, de certa forma, o quanto os vstantes problematzam o local vstado. Bloco 2: Objetvos da vsta Este bloco teve como meta captar o motvo da vsta do tursta ao Balneáro, os crtéros de escolha e prncpalmente a sua frequênca de vsta bem como o tempo de permanênca no local. A varável tempo de permanênca fo útl no cálculo do custo de oportundade de tempo, fundamental no modelo de custos de vagem.

Além dsso, procurou-se captar quas outros atratvos do muncípo os turstas costumavam vstar, a fm de medr a ordem de preferênca em relação ao Balneáro e sua mportânca no total dos benefícos da vagem. Bloco 3: Avalação do local pelo tursta Neste bloco, fo solctado aos vstantes que avalassem as estruturas físcas, a conservação do local e os servços prestados pelo Balneáro numa escala de zero a dez. Esta avalação permtu conhecer o grau de satsfação dos usuáros em relação ao local vstado e estabelecer os fatores que nfluencam no valor de uso do recurso, bem como possbltar o subsído ao planejamento da atvdade turístca pelos órgãos gestores competentes. Bloco 4: Aspectos Socoeconômcos No conjunto dos questonáros, os aspectos socoeconômcos foram nserdos no últmo bloco, pos de acordo com os resultados obtdos na realzação dos pré-testes, fo dentfcado que o momento em que os entrevstados respondam melhor questões a cerca de sua renda famlar, seus custos de vagem etc, era após toda a abordagem feta anterormente devdo a segurança que passavam a depostar no entrevstador. 4.2.2 Estmatva da amostra Para que a amostra fosse estmada de manera adequada, prmeramente buscouse junto a Secretara Muncpal de Tursmo, os dados referentes a freqüênca de vstação mensal do Balneáro Muncpal de Bonto nos últmos três anos (96, 97, 98). Decdu-se concentrar o estudo no período de pco (dez, jan, fev) pela maor frequênca de turstas. Com base nesse levantamento e consderando a méda da população de 27.206 vstantes neste período, a amostra fo calculada com uma confabldade de 95% e 4,8% de erro para as suas estmatvas, adotando a probabldade de fracasso gual a probabldade de sucesso (Tabela 4.1). Tabela 4.1: Estratfcação da amostra utlzada na pesqusa Meses 96/97 97/98 98/99 Méda Amosta Dezembro 4529 3814 4167 4170 67

Janero 10993 9535 10072 10200 165 Feverero 8280 13928 16300 12836 208 Total 23802 27277 30539 27206 440 Dessa forma, conforme pode ser observado na tabela acma, foram realzadas 67 entrevstas no mês de dezembro, 165 no mês de janero e 208 no mês de feverero totalzando 440 entrevstas no período da pesqusa. 4.2.3. Aplcação dos questonáros Antes de ncar a coleta de dados, duas acadêmcas do 3 o ano do Curso de Cêncas Habltação em Bologa da Unversdade Estadual de Mato Grosso do Sul, foram trenadas durante o mês de outubro de 1999, com o objetvo de smular a aplcação dos questonáros e testar a confabldade do nstrumento. Após esse trenamento, foram realzados pela equpe de campo (a autora deste trabalho e as duas acadêmcas) três pré testes com uma amostra aleatóra de vstantes do Balneáro Muncpal, onde procurou-se dentfcar em que momento os entrevstados respondam melhor as questões referentes aos aspectos socoeconômcos e custos de vagem além de averguar possíves ajustes no nstrumento. Consderando os resultados destes pré testes as questões referentes aos aspectos soco econômcos foram nserdos no últmo bloco dos questonáros. Dessa forma, foram realzadas 440 entrevstas com os vstantes do Balneáro Muncpal. As entrevstas foram realzadas no momento em que os vstantes começavam a se preparar para sar do local de recreação e apenas um membro da famíla era entrevstado. 4.2.4. Tabulação e Análse dos dados Após a tragem, 19 questonáros foram descartados da amostra, devdo a erros de preenchmento, além de attudes dsplcentes por parte dos entrevstados. Assm sendo, restaram 421 dados que foram tabulados no programa de análse estatístca SPSS (Statstcal Package for the Socal Scences) versão para Wndows. Os dados foram analsados vsando responder aos dos objetvos desta pesqusa : avalação da demanda turístca e a estmatva dos benefícos auferdos pelos vstantes do Balneáro Muncpal.

4.3. Varáves utlzadas na estmatva da função de demanda turístca do Balneáro Muncpal de Bonto Para a estmatva da função de demanda de recreação para o Balneáro Muncpal de Bonto, comparou-se dos procedmentos adotados na lteratura: o prmero onde os dados foram agregados de acordo com as 77 zonas de orgem (locas de procedênca) dos vstantes e o segundo onde estas zonas de orgem foram reagrupadas por faxas de dstânca ao local de recreação delmtadas por 7 anés. Dessa forma, fo estmada uma função de demanda para o modelo de anés e uma outra função de demanda para o modelo de zonas os quas produzram excedentes semelhantes. As médas artmétcas ponderadas das varáves dos questonáros, por zonas e por anés foram agregadas e os custos totas dos vstantes foram consoldados, calculando-se o custo total per capta por zona/anel. Os modelos ln-ln, log-ln, ln-log e log-log foram testados e fnalmente foram estmados o excedente médo por vsta/zona/anel e o excedente anual/zona/anel. Na estmatva destes modelos a taxa de vstação (TV) fo utlzada como varável dependente obtda da segunte expressão: TV = onde: TV = taxa de vstação da zona ou anel tv = total de vstas da zona ou anel Pop = população da zona ou anel tv Pop x1000 Para a defnção das varáves ndependentes da função de demanda, tomou-se por base as varáves utlzadas nos trabalhos de GRASSO et al. (1995), CASIMIRO (1998) e MOTA (2000), uma vez que a lteratura não dexa claro quas são as varáves relevantes para a especfcação destes modelos nem como estas varáves devem ser mensuradas. Deste modo, foram consderadas como varáves ndependentes na especfcação do modelo de anés, a varável socoeconômca renda famlar e os custos de vagem. No modelo de zonas além destas, fo consderada a varável qualtatva da mportânca atrbuída pelo entrevstado à conservação do ro.

Dessa forma, a equação da demanda turístca para o modelo de zonas do Balneáro Muncpal fo formulada da segunte forma: onde: TV = f R, CV, CONS ) (1) ( TV = taxa de vstação (número de vstantes da zona por 1000 pessoas da zona ) R = renda da zona CV= custos de vagem da zona CONS = conservação das margens do ro atrbuída pela zona onde: No modelo de anés a equação de demanda turístca estmada fo: R= renda do anel CV= custos de vagem do anel TV = f R, CV ) (2) ( Para a estmatva dos parâmetros das equações de demanda (1 e 2) descrtas acma fo utlzada a técnca de regressão múltpla. Estas funções de demanda foram utlzadas na estmatva dos benefícos proporconados pela atvdade recreatva do Balneáro Muncpal, que segundo RICHARDS E BROWN (1992) é estmado como o excedente do consumdor, ou seja, a dsposção a pagar dos consumdores por um bem ou servço acma do que eles pagaram efetvamente. O excedente do consumdor, matematcamente é representado pela área abaxo da curva de demanda do bem ou servço e acma dos custos de vagem, o qual fo estmado ntegrando-se essas funções de demanda (1 e 2) do ponto representado pelo preço pago efetvamente pelos vstantes até o ponto que representa a dsposção a pagar máxma destes vstantes. O cálculo dos custos de vagem e as varáves utlzadas na estmatva destas equações são especfcadas abaxo: 4.3.1. Custos de Vagem (CV) Para esta varável foram consderados os gastos do tursta na vsta ao Balneáro Muncpal (Gbaln) nclundo almentação, ngresso e souvenrs, os gastos com hospedagem (Ghosp), os gastos com transporte (Gtransp) nclundo gastos com combustível e outros gastos com o veículo como troca de óleo, revsão etc, além do custo de oportundade do tempo de duração da vagem (COT). Algebrcamente o CV pode ser escrto da segunte forma:

CV = Gbaln + Ghosp + Gtransp + COT Para o cálculo do combustível fo consderada uma méda de gasto para o veículo de 10km/l e o valor do ltro fo consderado o cobrado na regão. Para os turstas que utlzaram para ônbus ou avão, o gasto com transporte fo admtdo ser gual ao preço pago pelas respectvas passagens. O custo de oportundade do tempo (COT) entenddo como o valor que o usuáro estara dexando de ganhar ao utlzar o seu tempo numa vagem, apesar de consderado como uma varável mportante na estmatva da função de demanda de recreação, não está sendo devdamente abordado pela lteratura vgente. Exstem duas abordagens para o COT, onde na prmera ele é consderado como uma varável ndependente e a segunda, mas utlzada na lteratura, é somado aos gastos ndvduas para gerar os custos de vagem. Além dsso, a mensuração do custo de oportundade do tempo usa uma proporção da taxa de saláro dos ndvíduos, sendo está taxa arbtrára e ndependente da população amostrada (MCCONNELL et al., 1981). Város estudos têm sugerdo o cálculo com base no valor de um terço a um qunto da renda mensal. CESARIO (1976) e PEARCE (1976) sugerem o valor em torno de um terço da renda mensal, CAULKINS et al, (1986) recomendam a utlzação de um quarto da renda. Dscussões mas sofstcadas a cerca da questão do custo de tempo podem ser encontrados em MCCONNELL (1975); LOOMIS (1989); BEAL (1995); ROSENTHAL et al (1987); WALSH et al (1995). No entanto, o custo de oportundade de tempo (COT) para essa pesqusa fo calculado com base nos trabalhos realzados recentemente por NAVRUD & MUNGATANA (1994) e RICHARDS & BROWN (1992) sendo calculado como o produto da soma do tempo gasto na vagem e o tempo de permanênca do vstante no Balneáro pela taxa de saláro temporal. Fnalmente, este custo fo somado aos outros gastos para gerar os custos de vagem como descrto acma. Então COT pode ser escrto algebrcamente da segunte forma: COT = ( Tperm + Tvag) xt st onde: COT= custo de oportundade do tempo Tperm = tempo de permanênca do vstante em horas Tvag = tempo de vagem em horas

T = taxa de saláro temporal ($/h) st Apesar de varar o número de horas de trabalho por da e o número de das de trabalho por mês entre os vstantes, para efeto desta pesqusa consderou-se como sendo os mesmos para todos os entrevstados. Dessa forma, a taxa de saláro temporal ( T st ) fo dervada da renda mensal, admtndo que os vstantes trabalham em méda 24 26 das no mês e 8 horas a cada da. Esta taxa fo calculada então da segunte forma: T st = Re nda 240 4.3.2 Varáves Socoeconômcas As varáves socoeconômcas consderadas mportantes na estmatva da função de demanda turístca são: renda famlar mensal, dade e grau de escolardade. No entanto, a varável renda fo a que apresentou maor correlação e por esse motvo fo mantda no modelo. Para esta varável espera-se um snal postvo para os seus parâmetros. Isto porque pessoas com nível de renda mas elevado tem maor possbldade de vstar com maor freqüênca locas dstantes. 4.3.3. Varáves qualtatvas As varáves qualtatvas entenddas como sendo àquelas referentes a tempo de permanênca do vstante no local, freqüênca de vstação, nível de preocupação dos vstantes com os problemas ambentas e com a preservação do recurso para as gerações futuras e a avalação do cudado da admnstração com a conservação do ro foram testadas em ambos os modelos. No entanto, a que apresentou maor correlação fo a avalação do aspecto cudado com a conservação do ro, ncluído como varável ndependente no modelo de zonas. 5. RESULTADOS 5.2. Análse da função de demanda por tursmo no Balneáro Muncpal de Bonto Serão apresentados neste tem os resultados referentes à estmatva e análse da função de demanda por tursmo do Balneáro Muncpal de Bonto, bem como os benefícos da atvdade recreatva proporconada aos seus vstantes. Os resultados foram analsados consderando os dados agregados em anés e em zonas, conforme descrto na metodologa do trabalho. O prmero permte estmar, de manera smplfcada, os benefícos auferdos aos vstantes, a partr dos respectvos locas de

procedênca delmtados pelas faxas de dstânca e o segundo permte mensurar esses benefícos para cada local amostrado 6. 5.2.1. Observações agrupadas por anés 7 O modelo que melhor ajustou os dados agrupados por anés fo o modelo log-log (anexo E ). O modelo estmado fo LNTV= -1,715 LNCPERCAP + 0,779 LNRENDA (-10,189) ( 6,565 ) onde: LNTV é o logartmo natural da taxa de vsta, LNCPERCAP é o logartmo natural do custo total per capta por vsta e LNRENDA é o logartmo natural do rendmento médo dos vstantes. Nesse modelo, nenhuma varável qualtatva fo sgnfcatva e a elastcdade custos snalza que para cada 10% de ncremento nos custos de vagem haverá um queda de 17,15% da densdade de vstas e para um acréscmo de 10% na renda méda dos vstantes haverá um ncremento de 7,79% na densdade de vstas. O benefíco anual ou excedente do consumdor, proporconado pela atvdade recreatva, representou o montante de R$2.726.625,16. Na tabela 5.1, abaxo, podem ser observados os benefícos auferdos pelos usuáros para cada anel especfcado. Tabela 5.1. Estmatva do excedente anual/anel proporconado pela atvdade recreatva do Balneáro Muncpal de Bonto - MS Anés Excedente médo por vsta Excedente anual (em R$) (em R$) 0 Bonto 2,00 1.050.166,67 1 21,91 314.043,33 2 39,16 1.217.223,33 3 16,41 79.315,00 4 14,36 19.146,66 8 O procedmento orgnal do método é por zonas (cdades), sendo aplcado recentemente por MOTA (2000). O procedmento usando anés fo adotado por CASIMIRO (1998) e GRASSO (1995) 9 Os anés agrupados por faxas de dstâncas podem ser vstos em anexo, conforme descrto na metodologa do trabalho.

5 7,80 17.550,00 6 5,17 17,233,33 7 5,31 11.947,50 Total 2.726.625,16 De acordo com esses resultados, pôde-se constatar que os anés 0, 1 e 2 dstantes do Balneáro num rao máxmo de 300km obtêm os maores benefícos decorrentes da sua atvdade recreatva, representando aproxmadamente 95% do total dos benefícos estmados. Além dsso, o excedente médo per capta por vsta fo de R$ 4,66, totalzando por ano um excedente no montante de R$ 2.726.625,16. 5.2.2. Observações agrupadas por zonas O modelo que melhor ajustou os dados agrupados por zonas fo também o modelo log-log. O modelo estmado fo: LNTV= 0,367 LNCONS + 0,563 LNRENDA1 1,411 LNCPERCAPI (1,792) (4,656) (-10, 302) onde: LNTV é o logartmo natural da taxa de vsta, LNCONS é o logartmo natural do conceto atrbuído pelos vstantes da zona para a conservação das margens do ro LNCPERCAP é o logartmo natural do custo total per capta por vsta e LNRENDA é o logartmo natural do rendmento médo dos usuáros. Nesse modelo a elastcdade custos snalza que para cada 10% de ncremento nos custos de vagem haverá uma queda de 14,11% da densdade de vstas e para um acréscmo de 10% na renda méda dos vstantes haverá um ncremento de 5,63% na densdade de vstas. Além dsso, para um acréscmo de 10% na conservação das margens do ro, haverá um ncremento de 3,67% na densdade de vstas. Nesse modelo, o benefíco anual ou excedente do consumdor, proporconado pela atvdade recreatva representou o montante de R$2.401.653,48, sendo que deste, R$ 1.417.725,00 (59%) representam os benefícos apenas do muncípo de Bonto. Na tabela 5.2, abaxo, podem ser observados os benefícos auferdos pelos usuáros para cada zona especfcada. Nessa tabela não foram calculados os excedentes de 52 zonas (locas de procedênca) amostradas na pesqusa, pelo fato de a atvdade recreatva proporconada

pelo Balneáro Muncpal de Bonto para esses locas se lmtar na amostra a um vstante. Tabela 5.2: Estmatva do excedente anual/zona proporconada pela atvdade recreatva do Balneáro Muncpal de Bonto MS Zonas Cdade Prncpal Excedente médo por vsta (em R$) Excedente anual (em R $) 01 Bonto MS 2,7 1.417.725,00 03 Jardm MS 20,00 281.666,07 05 Noaque MS 13,19 17.586,00 09 Maracaju MS 20,30 47.366,67 10 Aqudauana MS 15,58 12.983,33 13 Ro Brlhante MS 5,94 6.930,00 14 Campo Grande MS 26,22 362.710,00 15 Ponta Porã MS 27,77 111. 080,00 16 Itaporã MS 15,76 3.940,00 17 Dos Irmãos do Burt MS 8,24 2.746,66 18 Sdrolânda MS 20,03 16.691,66 19 Dourados MS 23,08 69.240,00 21 Glóra de Dourados MS 6,13 6.130,00 30 Nova Andradna MS 8,61 2.870,00 45 Umauarama PR 5,45 2.270,83 49 São José do Ro Preto SP 4,40 733,33 57 Curtba PR 10,32 6.880,00 59 São Paulo SP 10,83 19.855,00 63 Brasíla DF 9,76 1.626,00 70 Ro de Janero RJ 3,82 1.273,00 72 Porto Alegre RS 22,44 9.350,00 Total 2.401.653,48 Pôde-se constatar anda, que os usuáros que mas usufruem desses benefícos são os que possuem maor facldade de acesso ao local. O excedente médo per capta

por vsta fo de R$4,10, totalzando por ano um excedente no montante de R$2.401.653,48. Dos resultados estmados pelas duas funções de demanda, constatou-se que os benefícos da atvdade recreatva do Balneáro varam de acordo com o procedmento adotado em R$ 2,4 a R$ 2,8 mlhões/ano aproxmadamente equvalentes. Além dsso, os benefícos para os turstas vararam entre R$ 980 ml e R$1,6 mlhões/ano conformepode ser observado na tabela 6.3, abaxo. Tabela 5.3: Comparação dos benefícos anuas dos turstas e resdentes por anés e zonas Resdentes Turstas Total Anés R$1.050.166,67 R$1.676.458,49 R$2.726.625,16 Zonas R$1.417.725,00 R$983.928,48 R$2.401.653,48 A análse dos benefícos do Balneáro, a partr da estmatva das duas funções de demanda, fo valdada na medda em que para os dados agrupados em anés fo possível verfcar, de modo smplfcado, os excedentes, de acordo com as respectvas faxas de dstânca ao atratvo. Além dsso, a estmatva da função de demanda, a partr dos dados agrupados em zonas, possbltou avalar o excedente de cada local de procedênca dos vstantes. O acréscmo de R$ 324.971,68, obtdo para o modelo de anés, é acetável se consderado que para ele foram ncluídos 52 locas de procedênca, que não o foram para o modelo de zonas, conforme justfcado logo acma. MOTA (2000), na valoração do Pólo Ecológco de Brasíla Jardm Zoológco e Parque Naconal de Brasíla Água Mneral obteve, respectvamente, excedentes anuas de R$832.000,00 e R$1.659.730,40 que apesar da maor nfra-estrutura turístca apresentou valores nferores aos encontrados nesta pesqusa para o Balneáro Muncpal de Bonto. Esse fato pode estar assocado ao excessvo marketng que nos últmos anos vem ocorrendo em torno dos atratvos naturas da regão de Bonto, o que faz com que aumente o nteresse das pessoas em conhecê-los e conseqüentemente sua dsposção de pagar para manter a conservação do local. Além dsso, a oferta em Brasíla é mas dversfcada que a oferecda aos resdentes de Bonto. Os trabalhos desenvolvdos por CASIMIRO (1998), para as praas cearenses e por GRASSO (1995), para o estuáro de Cananéa resultaram em excedentes muto maores dos encontrados por esta pesqusa.

No entanto as áreas valoradas pelos autores ctados, embora sejam locas de recreação, são ecossstemas com característcas bastante dstntas além de representarem áreas muto maores, o que torna dfícl comparar os estudos acma referdos com os resultados obtdos para o Balneáro Muncpal. Nesse contexto, o valor econômco do Balneáro Muncpal de Bonto, representado pelo excedente anual (R$2,4 a R$2,8 mlhões) poderá, entre outras cosas, servr aos gestores ambentas como parâmetro para cobrança de multas e/ou ndenzações, caso esse local venha a ser degradado. Além dsso, o excedente médo per capta por vsta pode ser utlzado como ndcatvo no estabelecmento de polítcas tarfáras, na medda em que representa a dsposção a pagar das pessoas para usufrur do espaço em questão. Analsando os prncpas resultados referentes à análse da demanda turístca fo possível constatar anda que 77% dos vstantes do Balneáro Muncpal são provenentes do Estado de Mato Grosso do Sul e que a demanda de outros estados e turstas estrangeros é anda ncpente. Da amostra pesqusada 54,4% dos vstantes são do sexo femnno e 45,6% do sexo masculno. No que se refere à prncpal ocupação dos vstantes, os resultados apontam que 35% dos vstantes 8 são profssonas assalarados, 22% profssonas lberas, 11% comercantes e que 32% têm outras atvdades. Constatou-se anda que 64,3% dos vstantes entrevstados permanecem no muncípo por um período de até 3 das, 25,6% permanecem de 3 a 7 das, 7,7% de 7 a 15 das e apenas 2,4% acma de 15 das. Em relação à faxa de renda famlar mensal dos resdentes, constatou-se que 54,8% possuem renda de R$136,00 a R$ 600,00 e que 20,2% de R$600,00 a R$ 1000,00, 15% de R$ 1000,00 a R$ 1600,00 e 10% superor a R$1600,00. Já no que se refere à faxa de renda famlar dos turstas, constatou-se que a a maora representada por 43,2% possuem renda superor a R$1600,00, 22,2% de R$1000,00 a R$1600,00, 20% de R$ 600,00 a R$ 1000,00 e 14,6% possuem renda de R$136,00 a R$600,00. Observou-se anda que 50,5% dos turstas estavam vstando o Balneáro e o muncípo pela prmera vez e que tem como prncpal motvo de vagem a procura de lazer e recreação. Fnalmente, as médas atrbuídas pelos vstantes numa escala de 0 a 10 referente aos questos espaço físco do estaconamento, qualdade das lanchonetes, quantdade e lmpeza dos banheros, área de churrasquera, segurança e 8 O termo vstantes, utlzado neste artgo, refere-se tanto aos resdentes do muncípo de Bonto como aos turstas não-resdentes.

trabalho dos salva-vdas, quantdade de lxeras, conservação do ro e da área do bosque do Balneáro Muncpal de Bonto MS são apresentadas na Fgura 5.1, abaxo: 10 8 6 4 2 0 estac. lanch. banh. churra s. seg. lxeras cons. ro cons. bosque médas 7,7 6,3 6,1 5,4 7,5 8 7,9 7,7 Fgura 5.1 Méda atrbuída pelos vstantes às estruturas físcas do Balneáro Muncpal de Bonto - MS 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ABELSON, P. Project Apprasal and Vauaton of the Envronment: General Prncples and Sx Case- Studes n Developng Countres. London: Macmllan Press Ltd, 1996. ADAMOWICZ, W. L. Valuaton of. envronmental amentes. Canadan Journal of. Agrcultural Economcs, v.39, n.4, p. 609-618, dez 1991. BARRETO, M. Manual de ncação ao tursmo. Campnas: Paprus, 1995. BEAL, D. J. The cost of. tme n travel cost analyses of. demand for recreatonal use of. natural areas. Journal Lesure & Recreaton, v.5, n.1, p. 9-13, 1995. BELLIA, V. Introdução a Economa do Meo Ambente. Brasíla: IBAMA, 1996. 257 p. BOWERS, J. Sustanablty and Envronmental Economcs: An alternatve Text. London: Longman, 1997. BROWN, W. G.; SORHUS, C.; CHOU-YANG, B.; RICHARDS, J. A Usng ndvdual observatons to estmatve recreaton demand functons: a cauton. Amercan Journal Agrcultural Economcs, v. 65, n. 1, p. 154 157, Feb 1983. CASIMIRO, F.F. Valoração monetára de benefícos ambentas: o caso do tursmo no ltoral cearense. Praccaba, 1998. 81p. Dssertação (mestrado) Escola Superor de Agrcultura Luz de Queroz USP. CAULKINS, P. P.; BISHOP, R. C.; BOWES, N. W. The travel cost model for lake recreaton: a comparson of. two methods for ncorporatng ste qualty and substtuton effects. Amercan Journal of. Agrcultural Economcs. V. 63, p. 291 297, 1986.

CESARIO, F. J. Value of. tme n recreaton benefts studes. Land Economcs, v.52, n. 1, p. 32 41, Feb. 1976. CLAWSON, M. Methods of Measurng the Demand for and value of Outdoor Recreaton. In: OATES, W.E. The Economcs of the Envronment. Great Brtan: Elgar Crtcal Wrtngs Reader Seres, 1994. CUMMINGS, R. G.; BROOKSHIRE, D. S.; SCHULZE, W. D. Valung envronmental goods: an assessment of the contngent valuaton method. Totowa, New Jersey: Rowman & Allanheld, 1986. 269p. DIXON, J. A.; SHERMAN, P. B. Economcs of protected areas. Ambo, v.20, n.2, p.68-74, Apr. 1991. FREEMAN, A M. The benefts of. Envronmental mprovement : teory and practce. Baltmore; Johns Hopkngs, 1979. p. 195 233. GRASSO, M..; TOGNELLA, M. M. P.; SCHAEFFER-NOVELLI, Y.; COMUNE, A..E. Aplcação de técncas de avalação econômca ao ecossstema manguezal In: May, P. H. (org). Economa Ecológca: aplcações no Brasl. Ro de Janero: Campus, 1995. p.49 81. HANLEY, N.; SPASCH, C. L. Cost beneft analyss an the envronment. USA: Edward Company, 1993. HUFSCHMIDT, M. M.; JAMES, D. E.; MEISTER, A D.; BOWER, B. T.; DIXON, J. A Envronmental, natural systems, and development: an economc valuaton Gud. London: Johns Hopkns, 1983. 338p. KRISTOM, B. Pratcal problems n Contngent Valuaton. In: KOPP, R. J.; POMMEREHNE,W.; SCHWARZ, N. Determnng the value of Non Marketed Goods: Economc, Psychologcal, and Polcy Relevant Aspects of Contngent Valuaton Methods. Massachusetts: Kluwer Academc Publshers, 1997. KRUTILLA, J. V. Conservaton reconsdered. The Amercan Economc Revew, v.57, p. 777-786, 1967. LEMOS, I. Tursmo Impactos Sóco Ambentas. São Paulo: Huctec, 1996. LOOMIS, J. B. Estmaton of. and varaton n ste specfc margnal values for recreatonal fsheres. Journal Envronment Management, v. 29, p.183 191, 1989. McCONNELL, K. E. Congeston and wllngness to pay : a study of. beach use. Land Economcs, v.53, n.2, p. 185 195, May 1977. McCONNELL, K. E. Some problems n estmatng the demand for outdoor recreaton. Amercan Journal of. Agrcultural economcs, v. 56, p. 330-334, 1975. McCONNELL, K. E. The economs of. outdoor recreaton. In: KNEESE, A V.; SWEENEY, J. L. Handbook of. natural resource and energy economcs. Amsterdan: Elsever Scence, 1985. p. 677 722. McCONNELL, K. E.; STRAND, I. Measurng the cost of. tme n recreaton demand analyss: an aplcaton to sport fshng. Amercan Journal of Agrcultural Economcs. V.63, n.1, p. 152 156, Feb 1981. MOTA, A. Valoração de atvos ambentas como subsído à decsão públca. Brasíla, 2000. 262p. Tese (Doutorado)- Centro de Desenvolvmento Sustentável UnB. NAVRUD,S.; MUNGATANA, E. D. Envronmental valuaton n developng countres: the recreatonal value of. Wldlfe Vewng. Ecologcal Economcs, v.11.n.2, p. 135 151, 1994. NICKERSON, P. H. Demand for regulaton of. recreaton: the case of. elke and deer huntng n Washgton State. Land Economcs, v.66, n 4, p. 437-447, nov. 1990. PEARCE, D. W. Envronmental Economcs. Londres: Logman, 1976. 200p.

PEARCE, D. W.; TURNER, R. K. Economcs of natural resources and the envronment. 2.ed. Baltmore: Johns Hopkns Unv. Press, 1990. 378 p. RICHARDS, M. T.; BROWN, T.C. Economc value of campground vsts Arzona. Colorado: USDA. Forest Servce, 1992. 23p. ROSENTHAL, D. H.; HOF, J. G. Valung the opportunty cost of. travel tme n Recreaton demand models: an Aplcaton to aggregate data. Journal of. Lesure Research, v.19, n.3, p.174-188, 1987. RUSCHMANN, D. M. O planejamento do tursmo e a proteção do meo ambente. São Paulo, 1994, 267p. Tese (Doutorado) Escola de Comuncações e Artes, Unversdade de São Paulo. SCHULZE, W. D.; D ARGE, R. C.; BROOKSHIRE, D.S. Valung envronmental commodtes: Some recent experments. Land Economcs, v.57, n.2, p.151-172, May 1981. SORIANO, A. S. Planejamento e Gestão Ambental. Apostla apresentada durante o curso de especalzação: Unversdade Federal de Mato Grosso do Sul UFMS/CEUA. Departamento de Geocêncas. Aqudauana/ MS, 1998. TISDELL, C. A Economcs of envronmental conservaton: economcs for envronmental and ecologcal management. Amsterdam: Elsever Scense, 1991. p. 123 129. WALSH, R. G.; JOHNSON, M. D.; McKEAN, J. R. Valung tme n travel cost demand analyss: an emprcal nvestgaton. Land Economcs, v.71, n.1, p. 96-105, Feb 1995.