TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA CAB. DES. RONIERO NLARCEI O DA FONSECA OLIVEIRA



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Transcrição:

TRIBUNAL DE JUSTIÇA DO ESTADO DA PARAÍBA CAB. DES. RONIERO NLARCEI O DA FONSECA OLIVEIRA ACÓRDÃO APELAÇÃO Cá/EL N 001.2009.013.244-8/001 ORIGEM : 5' Vara de Família da Comarca de Campina Grande-PB. RELATOR : Des. Romero Marcelo da Fonseca Oliveira. APELANTE : Zélia de Araújo Maia. ADVOGADO : Valdir.Cacimiro de Oliveira. APELADO : Talles Giandrio de Oliveira Maia e Tayse de Oliveira Nlaia, menores representados por sua genitora Gionara Cristina de Oliveira Mala. ADVOGADO : Maria de Guadalupe Bezerra Silva (Defensora Pública). EMENTA: APELAÇÃO CINTEL. ALIMENTOS. AÇÃO MOVIDA CON IRA A AVÓ PATERNA. OBRIGAÇÃO SUCESSIVA E COMPLEMENTAR, TENDO EM VISTA O DESCUMPRIMENTO DA PRESTAÇÃO DE ALIMENTOS POR PARTE DO PAI. APLICAÇÃO DOS ARTIGOS 1696 E 1698 DO CÓDIGO CIVIL. VALOR FDÚkDO COM BASE NO BINÔMIO NECESSIDADE/CAPACIDADE. REDUÇÃO. NÃO CABIMENTO. RECURSO DESPROVIDO. O Código Civil de 2002 indica com clareza, nos artigos 1696 e 1698, a possibilidade de se requerer pensão dos avós, quando o encargo não é integralmente satisfeito pelos parentes diretamente obrigados. A obrigação alimentar dos avós é sucessiva e complementar à dos genitores, devendo arear com os alimentos na falta ou na incapacidade destes em prover o essencial à sobrevivência digna de seus descendentes. A inadimplência contumaz do genitor em prover aos filhos o essencial à sobrevivência constitui motivo suficiente para justificar a propositura de ação de alimentos em face dos seus avós. Incabível a redução do valor fixado a titulo de alimentos, quando observados a necessidade dos alimentandos e a capacidade do alimentante para suportar obrigação. VISTO, relatado e discutido o presente procedimento referente à Apelação Cível n. 001.2009.013.244-8/001, na Ação de Alimentos Complementares em que figuram como partes alies Giandrio de Oliveira Maia e Tayse de Oliveira Maia, menores representados por sua genitora Gionara Cristina de Oliveira Maia e Zélia de Araújo Maia. ACORDAM os eminentes Desembargadores iniegrantes da Egrégia Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, à unanimidade, acompanhando o voto do relator, CONHECER DO RECURSO E NEGAR-LHE PROVIMENTO. VOTO Talles Giandrio de Oliveira Maia e Tayse de Oliveira. Maia, menores representados por sua genitora Gionara Cristina de Oliveira Maia ajuizaram Ação de Alimentos Complementares em face de seus avós paternos Bráulio de Morais Mala e Zélia de Araújo Mala, objetivando a fixação de alimentos equivalente a dois salários mínimos. Afirmaram que moveram Ação de Alimentos em face de seu pai, filho dos Promovidos, o qual tornou-se inadimplente em r 14-ão à pensão arbitrada judicialmente, não sabendo informar o seu endereço, dificultan o o sustento dos Promovente- Citados, f. 19v/20v, os Promovidos Audiência Concilia ço` e e na ocasião OW com Do

apresentado Contestação, f. 24/28, suscitando, preliminarmente, o chamamento à lide do genitor dos Promoventes, e, no mérito, que não restou demonstrada a incapacidade deste em prestar-lhes alimentos e a dificuldade de localizá-lo, vez que residente atualmente na cidade de Aracaju-SE, razão pela qual não ficou caracterizada a obrigação alimentar dos avós, eis que é apenas subsidiária e complementar. além de serem pessoas idosas, doentes e com limitações financeiras, devendo ser excluídos do polo passivo desta demanda, prosseguindo a ação apenas contra o genitor dos Promoventes, e para que seja declarada a responsabilidade dos pais para arcar com as despesas deles, restando na oportunidade indeferido pelo Juízo a gila o pedido de chamamento à lide do genitor dos Alimentados, o que gerou a interposição de Agravo Retido. Os Promovidos peticionaram anexando aos autos cópia do acordo realizado entre o genitor e a genitora dos Promoventes, ficando acordado o pagamento mensal da pensão alimentícia no valor de trezentos reais, além do pagamento retroativo dos alimentos referente ao período de abril a outubro de 2009 e da extinção da presente ação, f. 52/58. A genitora e representante dos Promoventes compareceu em cartório e informou da desistência do citado acordo, tendo em vista o descumprimento por parte de Adriano Fabrizio de Araújo Maia, pai dos Promoventes, conforme Certidão de f. 62. Em sede de Decisão Interlocutória. f. 75/76, foi determinado a quebra do sigilo fiscal e de dados dos Promovidos junto a Receita Federal e oficiado o INSS para que informasse os valores dos proventos percebidos pelos Promovidos. O Representante do Ministério Público oficiou pela procedência parcial dos pedidos iniciais, para que os Promovidos fossem condenados ao pagamento de 25% (vinte e cinco por cento) de um salário mínimo para alimentos aos Promoventes. Na Sentença, f. 125/131, o Juízo a giro julgou parcialmente procedente o pedido inicial, para condenar apenas Zélia de Araujo Maia a pagar, mensalmente, alimentos para Os Promoventes, no valor equivalente a um salário mínimo e meio, a serem descontados em folha de pagamento e repassados a genitora deles, afastando o encargo do outro Demandado, Bráulio Maia de Moraes, vez que este não dispõe de condições financeiras para auxiliar na contribuição dos Promoventes, sem ônus de sucumbência, por serem beneficiários de justiça gratuita. A Promovida, Zélia de Araújo Mala, interpôs Recurso de Apelação, f. 138/143, sustentando que a obrigação alimentar dos avós, baseada no princípio da solidariedade familiar, é apenas subsidiária e complementar, surgindo apenas quando os pais não possuem condições de prover o sustento de seus filhos. Alegou que não.restou demonstrada a impossibilidade do genitor de,. pagar os alimentos, mas que, ao revés, este tem honrado com a obrigação alimentícia, ainda que de forma irregular. Pugnou pela redução dos alimentos complementares para o percentual de vinte e cinco por cento de um salário mínimo, conforme Parecer Ministerial de f. 122/123 Contrarrazões, f. 146/148, aduzindo que os Promovidos são responsáveis, tendo em vista que o pai dos Promoventes não tem cuniprido a obrigação de prestar alimentos determinada judicialmente, pugnando pela manutenção da Sentença. A Procuradoria de Justiça, f. 155/158, opinou pelo desprovimento do Recurso. É o relatório. O Código Civil de 2002 indica com clareza a possibilidade de se requerer pensão dos ascendentes, com o intuito de auxiliar na obrigação de prestar alimentos ao parente necessitado. Confira-se o teor dos artigos 1.696 e 1.698 do citado diploma, que viabilizam o requerimento de pensão alimentícia dos avós, iii verbis: Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é reciproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta dos outros. An. 1.698. Se o parente, que deve aiimen s em prit eiro lugar, não estiyeorn condições 3,,u) I, to) 3 07- p elc) C " I C 3

de suportar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas obrigadas a prestar alimentos, todas'clevem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e, intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide. Cumpre ressaltar que a obrigação alimentar dos avós é sucessiva e complementar a dos genitores, ou seja, surge apenas na falta ou na incapacidade dos genitores em prover o essencial à sobrevivência digna de seus descendentes. Ainda que não demonstrado de forma específica, a necessidade dos menores é presumida, especialmente porque se encontram atualmente com dezesseis e treze anos, sendo certo que possuem despesas com moradia, alimentação, educação, transporte e lazer, entre outras. O genitor dos menores, filho da Apelante, foi demandado a prestar alimentos, em ação própria proposta pelos Apelados, processos á' 001.2008.022.494-0 e 001.2005.023.088-5 - f. 05107, entretanto, deixou de pagar a pensão alimentícia devida por mais de dois anos, sob o fundamento de que se encontrava desempregado e nrio, 'possuía outro tipo de renda, f. 23. O Instrumento Particular de Transação. f. 55/56, firmado entre o genitor e a mãe dos Apelados, no qual aquele prometeu pagar, mensalmente: a quantia de trezentos reais, a partir do mês de novembro de 2009, o que não aconteceu, restando a crer o intuito de afastar a responsabilidade de sua mãe, ora Apelante. É possível concluir que a inadimplência contumaz do genitor em prover o essencial à sobrevivência dos Apelados, levando-os a se socorrer de sua avó paterna, no intuito de obter a prestação alimentícia não prestada. E claro que -os avós, tendo condições, podem ser chamados a complementar o pensionamento prestado pelo pai que não supre de modo satisfatório a necessidade dos alimentandos - (STJ. REsp 119.336/SP, Quarta Turma, Relator Ministro Ruy Rosado De Aguiar, julgado em.. 11/06/2002, publicado DJU de 10/03/2003, pág. 217), pois "o fundamento desta obrigação de prestar alimentos é o princípio da preservação da dignidade humana (CF, art. 1 0 III) e o da solidariedade familiar, pois vem a ser um direito personalíssimo, devido pelo alimentante, em razão do parentesco que o liga ao alimentando" (Maria Helena Diniz, Curso de Direito Civil Brasileiro, Direito de Família, São Paulo: Saraiva, 2002, 18a ed., 5 0 volume, p. 467). A Apelante. por sua vez, possui renda de aproximadamente seis mil reais capaz de suportar a obrigação alimentícia em favor de seus netos, sem desfalque do neces ário a sua própria sobrevivência, consoante se verifica das informações fornecidas pela Receita Federal às f. 1021107. Desta forma, resta patenteada a obrigação da Apèlante, de prestar alimentos aos infantes Autores. Ademais, a própria Apelante afirma. f. 24, que o genitor dos menores não vem cumprindo com sua obrigação de forma regular, o que por si só já caracteriza a necessidade de cornplementação da pensão. Nesse sentido, a jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça, confira: DIREITO CIVIL. AÇÃO DE ALIMENTOS. RESPONSABILIDADE DOS AVÓS. OBRIGAÇÃO SUCESSIVA E COMPLEMENTAR. 1. A responsabilidade dos avós de prestar alimentos é subsidiária e complementar à responsabilidade dos pais, só sendo exigível em caso de impossibilidade de cumprimento da prestação - ou de cumprimento insuficiente - pelos genitores. 2. Recurso especial provido. (STJ, REsp 831497/MG, Relator Ministro João Otávio de Noronha, julgado em 0402/2010, publicado DJe 11/02/2010). CIVIL E PROCESSUAL. RECURSO ESPECIAL. ALIMENTOS. AVÓS. RESPONSABILIDADE SUCESSIVA E COMPLEMENTAR. PRECEDENTES. RECONHECIMENTO DA 1MPOSSIBI1, FDADE DE PRESTAÇÃO PELO PAI PERANTE A INSTÂNCIA RECURSA ORDIN RIA. VALOR D te(limentos. Ç% )01 (Se, g. C

REVISÕES QUE DEPENDEM DE INCURSÃO NA MATÉRIA FÁTICA DA LIDE (SÚMULA 7 DO STJ). I. Nos termos da jurisprudência consolidada do STJ, a responsabilidade dos avós em prestar alimentos é sucessiva e complementar. (...) IV. Recurso especial não conhecido. (REsp 858.506/DF, Relata Ministro Aldir Passarinho Junior, DJe 15/12/2008). REGIMENTAL. PENSÃO ALIMENTÍCIA. AVÔ PATERNO, COMPLEMENTAÇÃO. POSSIBILIDADE. JULGAMENTO EXTRA PET1TA. INOCORRÊNCIA. - Os avós podem ser chamados a complementar os alimentos dos netos, na ausência ou impossibilidade de o pai, fazê-lo. A obrigação não é solidária. - Não há julgamento extra petita se a lide é decidida dentro dos limites em que foi proposta. (AgRg no REsp 514.356/SP, Relator Ministro Humberto Gomes dçjhrros, DJ 18/12/2006). No mesmo sentido destaco julgado desta Corte que trata do tema, in verbis: CIVIL. ALIMENTOS. AÇÃO PROPOSTA PELA NETA CONTRA OS AVÓS PATERNOS. ALIMENTOS FIXADOS EM 23% DO SALÁRIO MÍNIMO. PRELIMINAR DE CARÊNCIA DE AÇÃO. REJEIÇÃO. PLEITO PELA MINORAÇÃO DO PERCENTUAL APLICADO NA SENTENÇA. IMPOSSIBILIDADE. OBSERVÂNCIA DO PRINCIPIO DA PROPORCIONALIDADE. RECURSO DESPROVIDO. - Restando efetivamente demonstrada a incapacidade financeira do genitor da menor para arcar com o ônus da pensão alimentícia, justifica-se que os avós paternos sejam acionados para figurar no pólo passivo da lide. - O direito a alimentos deve obedecer a norma preceituada no 1 do artigo 1.694 do Código Civil, ou seja, ao binômio necessidade do alimentado e capacidade econômica do alimentante. (TJPB, Acórdão do processo n 004.2006.002.289-6/001, 2 Câmara Cível, Relator Desembargador Marcos Cavalcanti De Albuquerque, julgado em 22/01/2008). Vê-se, portanto, que a obrigação de prestar alimentos aos filhos menores é dos genitores e, na falta ou impossibilidade destes, podem ser demandados os avós, que têm obrigação sucessiva e complementar. Quanto ao montante a ser fixado a título de verba alimentar, para que se alcance um valor adequado, deve-se confrontar a necessidade dos alimentandos com a capacidade da alimentante para suportar a obrigação. A necessidade dos Apelados se traduz na demonstração de que a sua genitora se esforça em demasia para lhes prover o sustento, sendo certo que os Apelados, com as idades de dezesseis e treze anos, possuem despesas próprias como vestuário, educação, alimentação, lazer, transporte e saúde. Quanto à possibilidade da Alimentante, verifico, das provas colhidas, que esta possui condições de contribuir com o sustento de seus netos, uma vez que possui bom padrão de vida, percebe mensalmente a quantia de aproximadamente seis mil reais a título de proventos de aposentadoria, não tendo demonstrado qualquer despesa extraordinária. À vista de tais informações, considerando-se o binômio necessidade/possibilidade, entendo ser adequado o valor de um salário mínimo e meio fixado pelo Juízo a (pio, porquanto. ao mesmo tempo em que é suficiente para auxiliar no amparo dos menores, não compromete o sustento da Apelante. Ante o exposto, conheço do Recurso e nego-lhe provimento. É o voto. Presidiu o julgamento, realizado na Sessão Ordinária desta Quarta Câmara Cível do Tribunal de Justiça da Paraíba, no dia 23 de agosto de 2011, conforme certidão de julgamento, o Exmo. Des. João. Alves da Silva, dele participando, além deste Relator, o eminente Desembargador Fr erico Martinho da Nobrega Coutinho. Presente,,a ; sessão, a Sra. Dra. Marilene de Lim Campos e Carvalho, Procuradora de Justiça. Gabinete no TI João P s oa-pb, 25 de agosto de 2011. Tercio ehaves de Moura juiz Convocado Relator

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