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2ª TURMA RECURSAL JUIZADOS ESPECIAIS FEDERAIS SEÇÃO JUDICIÁRIA DO PARANÁ

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DESENVOLVIMENTO VÁLIDO E REGULAR DO PROCESSO - QUESTÃO DE ORDEM PÚBLICA - EXTINÇÃO DO FEITO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO - ART. 557, DO CPC.

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PODER JUDICIÁRIO TRIBUNAL REGIONAL FEDERAL DA 3ª REGIÃO EMENTA

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TERCEIRA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO Nº 10985/ CLASSE CNJ COMARCA DE POXORÉO

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Apelante: R W Factoring Fomento Mercantil Ltda Apelado: Beauty Dental Clinic Ltda Apelado: Egberto Jose Hallais França Carneiro Junior

RELATÓRIO O SR. DESEMBARGADOR FEDERAL PAULO ROBERTO DE OLIVEIRA LIMA (RELATOR):

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QUINTA CÂMARA CÍVEL APELAÇÃO Nº 22290/ CLASSE CNJ COMARCA CAPITAL WANIA APARECIDA OLIVEIRA BRAGA - ME APELADO: BANCO ITAÚ S. A.

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5Recurso Eleitoral n Zona Eleitoral: Recorrentes:

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APELAÇÃO CÍVEL nº /AL ( )

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IV - APELACAO CIVEL

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AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº ( ) COMARCA DE GOIÂNIA AGRAVANTE : ANNA CRISTINA TORRES FIUZA DE ALENCAR RELATOR : DES

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ACÓRDÃO. O julgamento teve a participação dos Exmos. Desembargadores ISRAEL GÓES DOS ANJOS (Presidente sem voto), CARLOS ABRÃO E SERGIO GOMES.

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AGRAVO DE INSTRUMENTO Nº /SC CÂNDIDO ALFREDO SILVA LEAL JUNIOR AGRAVANTE : FILIPI BUENO DA SILVA ADVOGADO : ELIANE EMÍLIA

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ACÓRDÃO. ACORDAM os Desembargadores que integram a Segunda Câmara Cível do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de

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Transcrição:

RECURSO ESPECIAL Nº 611.920 - PE (2003/0211748-3) RELATOR : MINISTRO ALDIR PASSARINHO JUNIOR RECORRENTE : MARIA DO SOCORRO DOS SANTOS E OUTRO ADVOGADO : FELIPE BORBA BRITTO PASSOS E OUTRO RECORRIDO : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF ADVOGADOS : FLAVIO QUEIROZ RODRIGUES E OUTRO(S) LEONARDO DA SILVA PATZLAFF EMENTA CIVIL E PROCESSUAL. NULIDADES PROCESSUAIS. AUSÊNCIA. PRECEDENTES. FUNDAMENTOS DO ACÓRDÃO RECORRIDO INATACADOS PELO RECURSO ESPECIAL (SÚMULA 283 DO STF). AUSÊNCIA DE PREQUESTIONAMENTO DE NORMAS (SÚMULAS 282 E 356 DO STF). SFH. EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL. DECRETO-LEI 70/66. NOTIFICAÇÕES EXTRAJUDICIAIS POR EDITAL. ILEGALIDADE. NULIDADE RECONHECIDA. PARCIAL PROVIMENTO. I. A não realização da audiência de conciliação não importa nulidade do processo, notadamente em face de não ter havido instrução probatória e do fato de que a norma contida no artigo 331 do CPC visa a dar maior agilidade ao processo, podendo as partes transigir a qualquer momento. Precedentes. II. "É inadmissível recurso extraordinário, quando a decisão recorrida assenta em mais de um fundamento suficiente e o recurso não abrange todos eles" (Súmula 283/STF). III. As questões federais não enfrentadas pelo Tribunal de origem recebem o óbice das Súmulas n. 282 e 356 do STF, não podendo, por falta de prequestionamento, ser debatidas no âmbito do recurso especial. IV. Embora tenha se reconhecido na jurisprudência pátria a constitucionalidade do Decreto-lei n. 70/66, está ela subsumida ao rigoroso atendimento de suas exigências pelo agente financeiro, já que, na verdade, ele se substitui ao próprio juízo na condução da execução. Assim, embora legítima, no processo judicial, a citação ou intimação editalícia, no extrajudicial não, porquanto no primeiro, ela só é feita após criteriosa análise, pelo órgão julgador, dos fatos que levam à convicção do desconhecimento do paradeiro dos réus e da impossibilidade de serem encontrados por outras diligências, além das já realizadas, enquanto na segunda situação, não; fica, tudo, ao arbítrio, justamente da parte adversa, daí as suas naturais limitações na condução da execução extrajudicial. Precedentes. V. Recurso especial conhecido e parcialmente provido para anular a execução extrajudicial desde a notificação por edital. ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos, em que são partes as acima indicadas, decide a Quarta Turma, por unanimidade, conhecer do recurso especial e dar-lhe parcial provimento, nos Documento: 991065 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/08/2010 Página 1 de 11

termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha, Luis Felipe Salomão, Raul Araújo Filho e Honildo Amaral de Mello Castro (Desembargador convocado do TJ/AP) votaram com o Sr. Ministro Relator. Dr(a). LEONARDO DA SILVA PATZLAFF(Protocolará petição de juntada), pela parte RECORRENTE: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF Brasília (DF), 05 de agosto de 2010(Data do Julgamento) MINISTRO ALDIR PASSARINHO JUNIOR Relator Documento: 991065 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/08/2010 Página 2 de 11

RECURSO ESPECIAL Nº 611.920 - PE (2003/0211748-3) RELATÓRIO O EXMO. SR. MINISTRO ALDIR PASSARINHO JUNIOR: Trata-se de recurso especial manifestado contra acórdão cuja ementa encontra-se lavrada nos seguintes termos (fls. 277/278): "EMENTA : CONSTITUCIONAL E PROCESSUAL CIVIL. AÇÃO ORDINÁRIA. SFH. PREFACIAIS. OBRIGATORIEDADE DA AUDIÊNCIA PRELIMINAR E AUSÊNCIA DE OPORTUNIDADE PARA RAZÕES FINAIS. REJEIÇÃO. ANULAÇÃO DE EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL. GARANTIA HIPOTECÁRIA. DECRETO-LEI Nº 70/66. CONSTITUCIONALIDADE. PRECEDENTES. REGULARIDADE NOS PROCEDIMENTOS ADOTADOS. APELO IMPROVIDO. I. A necessidade da audiência preliminar de conciliação deve comportar interpretação sistemática, em consonância com os demais dispositivos do Código de Processo Civil, sendo obrigatória quando o juiz, diante de um juízo de admissibilidade, verificar ser necessária ao deslinde processual. II. As razões finais somente são imperiosas quando há dilação probatória, instante em que os litigantes irão expor as suas alegações diante das provas colhidas. III. A execução extrajudicial de que trata o Decreto-lei nº 70/66, é compatível com a Carta Magna, posto que, além de prever uma fase de controle judicial, conquanto a posteriori da venda do imóvel objeto da garantia pelo agente fiduciário, não impede que eventual ilegalidade perpetrada no curso do procedimento seja reprimida, de logo, pelos meios processuais adequados. IV. Não merece reforma a sentença que julga improcedente pleito para anulação de execução extrajudicial nos moldes do Decreto-lei nº 70/66, quando restaram observados os procedimentos previstos por essa norma de regência. V. Apelação improvida." Insurge-se a recorrente invocando ofensa aos arts. 331, 454 e 456 do CPC; Documento: 991065 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/08/2010 Página 3 de 11

30 a 38 do Decreto-lei 70/66, bem como dissídio pretoriano. Alega, em síntese, que houve nulidades na execução extrajudicial, porquanto o banco exequente não atentou para os seguintes aspectos: 1) inexistência de participação na escolha do agente fiduciário; 2) ausência de envio de pelo menos duas cartas de cobrança antes de se iniciar o procedimento executivo; 3) ausência de notificação extrajudicial do devedor, dando-lhe prazo de 20 (vinte) dias para purgação da mora; 4) ausência de notificação do devedor sobre as datas das praças, obrigação do leiloeiro eleito a revelia da recorrente pelo agente financeiro, dando-lhe a possibilidade de purgar a mora (fl. 289); e 5) prazos para cumprir os dispositivos dos arts. 31 e 32 do Decreto-lei 70/66. Contrarrazões apresentadas às fls. 311/323. Juízo positivo de admissibilidade à fl. 328. É o relatório. Documento: 991065 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/08/2010 Página 4 de 11

RECURSO ESPECIAL Nº 611.920 - PE (2003/0211748-3) VOTO O EXMO. SR. MINISTRO ALDIR PASSARINHO JUNIOR (Relator): No que toca à alegação de nulidade por ausência de realização da audiência de conciliação, o pleito recursal não encontra guarida no posicionamento desta Corte Superior. Confira-se: "DIREITO CIVIL. PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. LOCAÇÃO. VIOLAÇÃO AO ART. 535, II, DO CPC. NÃO-OCORRÊNCIA. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO. DESNECESSIDADE. IMPROBABILIDADE DE ÊXITO. ART. 331, 3º, DO CPC. PURGA DA MORA. INTIMAÇÃO DO DEFENSOR PÚBLICO. DESNECESSIDADE. PREVALÊNCIA DO PRINCÍPIO DA EFETIVIDADE PROCESSUAL. PRECEDENTE. RECURSO ESPECIAL CONHECIDO E IMPROVIDO. 1. Os embargos de declaração têm como objetivo sanar eventual obscuridade, contradição ou omissão existentes na decisão recorrida. Não há falar em afronta ao art. 535, II, do CPC, quando a Turma Julgadora pronuncia-se de forma clara e precisa sobre a questão posta nos autos, assentando-se em fundamentos suficientes para embasar a decisão. 2. A não-realização da audiência de conciliação não importa nulidade do processo quando as circunstâncias da causa evidenciarem ser improvável sua obtenção. Inteligência do art. 331, 3º, do CPC. 3. Hipótese em que a não-intimação do inquilino para purgar a mora, por intermédio do Defensor Público que patrocina sua defesa, não importa nulidade do processo, tendo em vista que, malgrado houvesse tomado conhecimento da planilha de débitos, em nenhum momento buscou pagar a dívida. 4. "Nos tempos atuais, não mais se justifica o apego à forma, em detrimento da efetividade processual, especialmente quando ausente prejuízo", de sorte que, "sempre que possível, observadas as garantias do devido processo legal, deve-se buscar a efetividade processual, evitando-se que o processo seja um fim em si mesmo" (REsp 216.719/CE, Rel. Min. SÁLVIO DE FIGUEIREDO TEIXEIRA, Quarta Turma, DJ 19/12/03). 5. Recurso especial conhecido e improvido. Documento: 991065 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/08/2010 Página 5 de 11

(REsp 784010/RJ, Rel. Min. ARNALDO ESTEVES LIMA, DJe 02/06/2008) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - "PROCESSUAL CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AUDIÊNCIA DE CONCILIAÇÃO. ART. 331. 1. Não importa nulidade do processo a não realização da audiência de conciliação, uma vez que a norma contida no artigo 331 do CPC visa a dar maior agilidade ao processo e as partes podem transigir a qualquer momento" (REsp 242.322-SP, Rel. Min. Eduardo Ribeiro, DJU de 15.05.00). 2. Recurso especial improvido." (REsp 148117/SP, Rel. Min. CASTRO MEIRA, DJ 13/06/2005 p. 217) Tampouco logra êxito a alegação de nulidade por ofensa aos arts. 454 e 456 do CPC, diante da ausência de abertura de prazo para a apresentação de razões finais ou memoriais. In casu, o tribunal de origem registrou ser incabível tal medida, por se adequar somente às hipóteses em que há dilação probatória. Tal fundamento não foi objeto de impugnação específica pelas razões do recurso especial, o que atrai a incidência da Súmula 283 do STF. No concernente aos demais aspectos, cumpre salientar que somente as questões relativas às notificações do leilão e dos avisos de débito, bem como à escolha do agente fiduciário foram objeto de pronunciamento pelo tribunal local, restando as demais alegações recursais carentes do necessário prequestionamento, pelo que incidem, no ponto, as Súmulas 282 e 356 do STF. Relativamente à escolha do agente fiduciário, o tribunal local consignou expressamente que o contrato entabulado nos autos se enquadra nas exceções previstas no 2º do art. 30 do Decreto-lei 70/66, figurando o referido agente como substituto do BNH. Tal fundamento não foi objeto de impugnação específica pelas razões do recurso especial, o que atrai, também no ponto, o supramencionado verbete sumular nº 283 do STF. Documento: 991065 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/08/2010 Página 6 de 11

5ª Região assim registrou (fl. 272): Por outro lado, no que toca ao tema das notificações, tem-se que o TRF da Aduzem os Autores que não foram intimados pessoalmente do citado leilão, tampouco de que teriam sido entregues os dois avisos de débito previstos na norma de regência. Nesse ponto é possível constatar que antes da expedição de edital restaram expedidas duas cartas de notificação endereçadas aos Demandantes (fls. 133/134), nas quais foram exaradas certidões indicativas de que os destinatários não foram localizados. Essas certidões foram lavradas por Oficial de Cartório de Registro de Títulos e Documentos que, por exercer um múnus público permanente, desfruta de fé pública nas suas afirmações. Portanto, diante dessa observação, caberia aos Apelantes a prova da irregularidade das certidões lavradas nas cartas de notificação acima citadas, já que elas são acobertadas pela presunção juris tantum de veracidade. Depreende-se do excerto supratranscrito que a corte de origem presumiu a regular notificação dos executados com base em certidão cartorária e teve então por regular a notificação editalícia. proferi, como relator, este voto: A respeito da matéria, quando do julgamento do REsp n. 427.771/PR, "Embora tenha se reconhecido na jurisprudência pátria a constitucionalidade do Decreto-lei n. 70/66, está ela rigidamente subsumida ao rigoroso atendimento de suas exigências pelo agente financeiro, já que, na verdade, ele se substitui ao próprio juízo na condução da execução. Assim, embora legítima, no processo judicial, a citação ou intimação editalícia, no extrajudicial não, porquanto no primeiro, ela só é feita após criteriosa análise, pelo órgão julgador, dos fatos que levam à convicção do desconhecimento do paradeiro dos réus e da impossibilidade de serem encontrados por outras diligências, além das já realizadas, enquanto na segunda situação, não; fica, tudo, ao Documento: 991065 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/08/2010 Página 7 de 11

arbítrio, justamente da parte adversa, daí as suas naturais limitações na condução da execução extrajudicial. Bem retratam esse entendimento os arestos abaixo: 'PROCESSUAL CIVIL - EXECUÇÃO HIPOTECÁRIA EXTRAJUDICIAL - LEILÃO - NECESSIDADE DA INTIMAÇÃO PESSOAL DO DEVEDOR - DECRETO-LEI 70/66 - LEI 8004/90. 1. A execução extrajudicial, excepcional via para a tutela do credor hipotecário, não coloca o exeqüente da alcatifa de ente privilegiado diante dos princípios gerais da lei processual. Devendo homenagem ao devido processo legal, que alberga a ação extrajudicial, a eficácia da execução está submissa a garantias procedimentais, entre elas o ato essencial do mutuário executado ser pessoalmente intimado, oportunizando a purgação da mora, antes dos editais de leilão. 2. Demonstrado o descumprimento de ato essencial quanto à comunicação procedimental aprisionada ao leilão, impõe-se a anulação da arrematação concretizada ao arrepio da lei, ofendendo interesses sociais e individuais. 3. Precedentes da jurisprudência. 4. Recurso improvido.' (1ª Turma, REsp n. 37.792/RJ, Rel. Min. Milton Luiz Pereira, unânime, DJU de 24.04.95) - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - 'EXECUÇÃO EXTRAJUDICIAL - ANULAÇÃO - IMÓVEL HIPOTECADO - LOCAL DA INTIMAÇÃO - EDITAL - DEVEDOR - DECRETO-LEI 70/66 (ART. 31, 1º). O Decreto-lei n. 70/66 confere ao mutuário, a prerrogativa de ser intimado pessoalmente, para purgação da mora (art. 31, 1º). É defeso ao agente financeiro eleger, arbitrariamente, o local do imóvel hipotecado, como domicílio do devedor, para efeito de notificação.' (1ª Turma, REsp n. 29.100/SP, Rel. Min. Humberto Gomes de Barros, unânime, DJU de 10.05.93) Ante o exposto, conheço do recurso especial e dou-lhe parcial provimento, para anular o procedimento extrajudicial, facultado à credora repeti-lo, observadas as formalidades legais da Documento: 991065 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/08/2010 Página 8 de 11

espécie." A mesma situação aqui se repete. A citação por edital, cabível na execução judicial, não é comportada no procedimento extrajudicial, na esteira dos precedentes e de seus fundamentos, acima reproduzidos. Na espécie em comento, houve a notificação via editalícia, no bojo da execução extrajudicial, o que não é cabível. Assim, realmente, inválida a notificação. No mesmo sentido, convém citar ainda os seguintes precedentes: REsp 636848/AL, Rel. Min. ALDIR PASSARINHO JUNIOR, DJ 27/11/2006 p. 288; AgRg no REsp 1101246/RS, Rel. Min. MASSAMI UYEDA, DJe 26/08/2009; AgRg no REsp 1106456 / SP, Rel. Min. FERNANDO GONÇALVES, DJe 21/09/2009;REsp 652782/SC, Rel. Min. ALDIR PASSARINHO JUNIOR, DJ 28/02/2005 p. 336). Diante do exposto, conheço do recurso especial e lhe dou parcial provimento para anular todos os atos praticados desde a irregular notificação editalícia. Tendo em vista a parcial procedência do pedido inicial, redistribuo os ônus de sucumbência à razão de 50% (cinqüenta por cento) para cada um dos litigantes, devendo cada qual arcar com os honorários de seus respectivos patronos. É como voto. Documento: 991065 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/08/2010 Página 9 de 11

CERTIDÃO DE JULGAMENTO QUARTA TURMA Número Registro: 2003/0211748-3 REsp 611.920 / PE Números Origem: 200183000057944 304408 PAUTA: 05/08/2010 JULGADO: 05/08/2010 Relator Exmo. Sr. Ministro ALDIR PASSARINHO JUNIOR Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro JOÃO OTÁVIO DE NORONHA Subprocurador-Geral da República Exmo. Sr. Dr. ANTÔNIO CARLOS PESSOA LINS Secretária Bela. TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI AUTUAÇÃO RECORRENTE : MARIA DO SOCORRO DOS SANTOS E OUTRO ADVOGADO : FELIPE BORBA BRITTO PASSOS E OUTRO RECORRIDO : CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF ADVOGADOS : FLAVIO QUEIROZ RODRIGUES E OUTRO(S) LEONARDO DA SILVA PATZLAFF ASSUNTO: DIREITO CIVIL - Obrigações - Espécies de Contratos - Sistema Financeiro da Habitação - Equivalência salarial SUSTENTAÇÃO ORAL Dr(a). LEONARDO DA SILVA PATZLAFF(Protocolará petição de juntada), pela parte RECORRENTE: CAIXA ECONÔMICA FEDERAL - CEF CERTIDÃO Certifico que a egrégia QUARTA TURMA, ao apreciar o processo em epígrafe na sessão realizada nesta data, proferiu a seguinte decisão: A Turma, por unanimidade, conheceu do recurso especial e deu-lhe parcial provimento, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros João Otávio de Noronha, Luis Felipe Salomão, Raul Araújo Filho e Honildo Amaral de Mello Castro (Desembargador convocado do TJ/AP) votaram com o Sr. Ministro Relator. Documento: 991065 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/08/2010 Página 10 de 11

Brasília, 05 de agosto de 2010 TERESA HELENA DA ROCHA BASEVI Secretária Documento: 991065 - Inteiro Teor do Acórdão - Site certificado - DJe: 19/08/2010 Página 11 de 11