Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados,



Documentos relacionados
Lições para o crescimento econômico adotadas em outros países

Os determinantes do custo Brasil

O DESAFIO BRASILEIRO

Os altos juros pagos pelo Estado brasileiro

Logística do Agronegócio: Entraves e Potencialidades para o setor. Andréa Leda Ramos de Oliveira Pesquisadora Científica andrealeda@gmail.

Gestão dos Pequenos Negócios

Global Index Innovation 2015 Highlights

ipea políticas sociais acompanhamento e análise 7 ago GASTOS SOCIAIS: FOCALIZAR VERSUS UNIVERSALIZAR José Márcio Camargo*

A balança comercial do agronegócio brasileiro

A Análise dos Custos Logísticos: Fatores complementares na composição dos custos de uma empresa

OS DESAFIOS DA ECONOMIA BRASILEIRA ROBERTO CASTELLO BRANCO FGV CRESCIMENTO FLORIANÓPOLIS OUT 2015

Economia. Comércio Internacional Taxa de Câmbio, Mercado de Divisas e Balança de Pagamentos,

Entraves às exportações brasileiras limitam o crescimento das vendas ao exterior

COMPONENTES DA ESTRUTURA DO PLANO DE NEGÓCIO

Transformando Crise em Oportunidade

SONDAGEM INDUSTRIAL Dezembro de 2015

O TÊRMOMETRO DA EMPRESA

O desafio de gerenciar o fluxo de caixa. Gilvânia Banker

IFRS TESTE DE RECUPERABILIDADE CPC 01 / IAS 36

O mercado imobiliário no Rio de Janeiro

Quais Foram as Principais estratégias estabelecida pela Política Industrial e Comércio Exterior, adotada pelo Governo Brasileiro?

INFORMATIVO. Novas Regras de limites. A Datusprev sempre pensando em você... Classificados Datusprev: Anuncie aqui!

Artigo publicado. na edição Assine a revista através do nosso site. maio e junho de 2013


número 3 maio de 2005 A Valorização do Real e as Negociações Coletivas

Connections with Leading Thinkers

Taxa básica de juros e a poupança

Banco ABC Brasil Relações com Investidores Transcrição da Teleconferência de Resultados do 1T13 03 de maio de 2013

ANO 4 NÚMERO 25 MARÇO DE 2014 PROFESSORES RESPONSÁVEIS: FLÁVIO RIANI & RICARDO RABELO

Guia Prático ORGANIZAÇÃO FINANCEIRA PARA BANCAR A FACULDADE

Alternativas para o Brasil. Claudio L. S. Haddad Endeavor - Outubro de 2004

Presidência da República Casa Civil Secretaria de Administração Diretoria de Gestão de Pessoas Coordenação Geral de Documentação e Informação

INDICADORES ECONÔMICO-FISCAIS

DESAFIOS E PERSPECTIVAS DA INFRAESTRUTURA LOGÍSTICA BRASILEIRA

FORMAÇÃO DE EXECUTIVOS NO BRASIL: UMA PROPOSTA

ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA E ORÇAMENTÁRIA

soluções inovadoras para desafios de negócios Manual explicativo do quadro do modelo de negócios passo a passo com exemplos

DETERMINAÇÃO DO PREÇO NA EMPRESA

Associação Nacional dos Usuários do Transporte de Carga TRANSPORTE E LOGÍSTICA NO BRASIL VISÃO DO SETOR PRIVADO

As 10 Melhores Dicas de Como Fazer um Planejamento Financeiro Pessoal Poderoso

GOVERNO. Orçamento Cidadão 2015

PONTO DE EQUILÍBRIO (PE)

REFERÊNCIA Transporte Rodoviário Agenda Setorial 2012 Acompanhamento/Monitoramento da política pública de transporte rodoviário

Mercado de meios de pagamento eletrônico. ANO II Outubro/2009

Entenda a tributação dos fundos de previdência privada O Pequeno Investidor 04/11/2013

Artigo publicado. na edição Assine a revista através do nosso site. setembro e outubro de 2012

ASPECTOS PRINCIPAIS SOBRE

Empresa. Produtos. Bicicletas Elétricas

é de queda do juro real. Paulatinamente, vamos passar a algo parecido com o que outros países gastam.

ORÇAMENTO DE DESPESAS ADMINISTRATIVAS E DESPESAS DE VENDAS. Jéssica Pacheco Kayro Felix

INVESTIMENTOS NA INDÚSTRIA

BIBLIOTECAS PÚBLICAS FINLANDESAS, PIONEIRAS DA NOVA SOCIEDADE DE INFORMAÇÃO

Título do Case: Precificação de Projetos - Um modelo coerente de formação de valor

ASPECTOS AVANÇADOS NA ANÁLISE

PRINCIPAIS DÚVIDAS SOBRE TESOURO DIRETO 4ª EDIÇÃO

1. COMÉRCIO 1.1. Pesquisa Mensal de Comércio Sondagem do comércio

SINCOR-SP 2016 FEVEREIRO 2016 CARTA DE CONJUNTURA DO SETOR DE SEGUROS

OBRAS PÚBLICAS. Luciano Franco Barreto. Presidente da ASEOPP. Associação Sergipana dos Empresários de Obras Públicas e Privadas. Data: junho de 2015

Detector de Cauda Automatizado - DCA

12 perguntas. que você precisa fazer para o seu cliente.

Administração de Sistemas de Informação Gerenciais

ESTUDO DE VIABILIDADE

Nota Data 8 de maio de 2013

PASSO 8 IMPLANTANDO OS CONTROLES

Indicadores de Risco Macroeconômico no Brasil

Cartão de Crédito Consignado. Um excelente benefício para o Servidor

O mercado monetário. Mercado Financeiro - Prof. Marco Arbex. Os mercados financeiros são subdivididos em quatro categorias (ASSAF NETO, 2012):

Eixo Anhanguera-Bandeirantes virou polo lean, diz especialista

Cenários & Oportunidades QuorumBrasil 1

As Dificuldades para o Transporte de Carga Geral na Cabotagem Brasileira

Boletim Econômico Edição nº 86 outubro de Organização: Maurício José Nunes Oliveira Assessor econômico

Desindustrialização e Produtividade na Indústria de Transformação

Construção Civil. Identificar as características estruturais do segmento e suas transformações no tempo. Englobam diversos tipos de obras e serviços.

PROGRAMA DE INTERCÂMBIO PROFISSIONAL TALENTOS GLOBAIS

Gerencie adequadamente os custos da sua frota

PROJETO DE LEI Nº., DE DE DE 2013.

Relatório de Pesquisa. Março 2013

Modernização da infraestrutura: o Brasil melhorou, mas o desafio agora é avançar mais rápido

A Logística Brasileira Hoje e Suas Tendências

China: novos rumos, mais oportunidades

Discurso proferido pelo Deputado COSTA FERREIRA. Sr. Presidente, Sras. e Srs. Deputados, Juros altos, controle da inflção, ampliação do comércio

A EVOLUÇÃO DO INVESTIMENTO EXTERNO DIRETO (IED) NO BRASIL: RESUMO

COMO IDENTIFICAR E ANALISAR OS IMPACTOS DOS DRIVERS DA EMPRESA (CASH E VALUE)

Mas do ponto de vista do grosso, o grande percentual de discussões acumuladas e passadas que tínhamos, já está absolutamente eliminado.

Planejamento Financeiro Feminino

PROJETO DE LEI Nº, DE 2008

Sumário. 1 Introdução. Demonstrações Contábeis Decifradas. Aprendendo Teoria

Unidade: Transporte Multimodal. Revisor Textual: Profa. Esp. Márcia Ota

GESTÃO DE ESTOQUE. Fabiana Carvalho de Oliveira Graduanda em Administração Faculdades Integradas de Três Lagoas FITL/AEMS

Motivos de transferência do negócio por parte dos franqueados

Diversidade: inclusão ou estratégia?

CONTABILIDADE GERENCIAL

ANÁLISE DOS RESULTADOS DOS PROGRAMAS DE APOIO ÀS PMEs NO BRASIL Resumo Executivo PARA BAIXAR A AVALIAÇÃO COMPLETA:

A COMPETITIVIDADE DA INDÚSTRIA DE TRANSFORMAÇÃO E DE BENS DE CAPITAL

Transcrição da Teleconferência Resultados do 3T09 - Inpar 18 de novembro de 2009

erradicar a pobreza extrema e a fome

Módulo 12 Gerenciamento Financeiro para Serviços de TI

ORÇAMENTO DOMÉSTICO PLANEJAMENTO DE COMPRAS FORMAS DE PAGAMENTO ECONOMIA DOMÉSTICA

INDICADORES MACROECONÔMICOS DO TURISMO, DOS PRINCIPAIS DESTINOS LITORÂNEOS DA BAHIA, NO PERÍODO DE 1998 A 2008

Transcrição:

Deputado Edson Ezequiel PMDB/RJ 19/05/2014 Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, Venho a esta tribuna para falar de um assunto altamente preocupante para o nosso país. Trata-se do CUSTO BRASIL, assunto recorrente na pauta das pessoas preocupadas com o desenvolvimento e com a produção de riqueza. Apesar de contarmos com importante parque fabril, de praticarmos uma agricultura moderna e pujante, de possuirmos um mercado interno de 180 milhões de pessoas e que cada dia demanda mais consumo, continuamos patinando e não conseguimos nos transformar no tão falado País do futuro. Porque estamos perdendo para nações que aparentemente não possuem os recursos humanos, minerais, territoriais e climáticos que possuímos? Porque os brasileiros preferem pegar um avião e ir fazer compras em outro país e com a diferença nos preços das compras pagam as despesas e ainda fazem turismo? Porque está tudo tão caro no Brasil? Imóveis, veículos, roupas, alimentação, lazer, educação, turismo, saúde, em geral tudo que uma pessoa precisa para viver bem? Serão os impostos o grande vilão do nosso pesadelo? Os impostos são um dos responsáveis, visto que 1% de aumento na carga tributária, segundo o IPEA, reduz 3,8% do PIB no longo prazo. Segundo a Revista KPMG Business Magazine cobramos mais 42,6% de impostos que os Estados Unidos, a Nação mais rica do mundo. O Brasil fica atrás da França, Itália e Japão em cobranças de impostos e cobra mais que a Rússia, China, Índia e México, países os quais competimos diretamente. Em março de 2013, a FIESP Federação das Indústrias de São Paulo produziu um estudo sobre a competitividade dos produtos brasileiros e concluiu que os manufaturados aqui produzidos são 34,2% mais caros que os similares importados de nossos parceiros comerciais.

Vejam Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, em 2012 o consumo brasileiro cresceu 8,4% no varejo e a industria brasileira de transformação recuou 2,5%. Curiosamente no período de 2008 a 2010, as importações de bens manufaturados cresceram 40% e somente no ano de 2011, cresceram 100%. O fraco desempenho da indústria de transformação brasileira pode ser atribuído fundamentalmente ao Custo Brasil e à valorização do Real. O Custo Brasil é um termo genérico, usado para descrever o conjunto de dificuldades estruturais, burocráticas e econômicas que independem da competência e de estratégias das empresas, pois decorre de deficiências em fatores sistêmicos, as quais somente podem ser dirimidas com políticas de Estado. O Custo Brasil tem sido apontado como a principal causa da perda de competitividade da economia e sobretudo da indústria de transformação. Os principais fatores que influenciam no Custo Brasil são: câmbio e inflação; custo de capital de giro; matérias primas; energia; custos de serviços a funcionários; serviços e infraestrutura logística e outras ineficiências sistêmicas. São consideradas ineficiências sistêmicas a corrupção administrativa pública elevada; a manutenção de taxas de juros reais elevadas; o déficit público elevado; a burocracia excessiva para criação e manutenção de empresa; o spread bancário exagerado (no caso do Brasil, é um dos maiores do mundo); a burocracia excessiva para importação e exportação, que dificulta o comércio exterior; os altos custos trabalhistas e do sistema previdenciário; a legislação fiscal complexa e ineficiente; a insegurança jurídica e a infraestrutura precária. Não é necessário detalhar todas as ineficiências, são de conhecimento geral, porém, algumas situações beiram o absurdo e é preciso que todos conheçam. Em artigo publicado na revista Gerente de Cidades estima-se que em sistemas eficientes a perda de energia elétrica seja de 4%. No Brasil é de 17%. Em relação à água, a perda aceitável deve ser em torno de 20%. Em muitos municípios brasileiros esta perda chega a 42% da água disponibilizada.

Segundo a Abimaq, um estudo que mensurou o Custo Brasil para produtos agrícolas concluiu que apenas a falta de infraestrutura logística para o transporte de grãos ocasiona uma perda estimada em 4 bilhões de dólares. Tiago Ornaghi, em matéria publicada na Folha de São Paulo, estima em 6% a perda de grãos durante o transporte das safras até o mercado de destino, chegando o desperdício a 7 milhões de toneladas. Outro importante gargalo com impacto no Custo Brasil, é a condição das estradas brasileiras, uma vez que a predominância do transporte de cargas no Brasil é rodoviário. De acordo com dados da CNT (Confederação Nacional dos Transportes) 41% das estradas estão em estado deficiente, 25% estão ruins e 16,8%, em péssimo estado. Segundo o professor José Vicente Caixeta Filho, da Escola superior de Agricultura Luiz de Queiroz, da Universidade de São Paulo, em longas distâncias o transporte ferroviário é 30% mais barato que o rodoviário e o transporte hidroviário é 50% mais barato que o rodoviário. Mas como trocar o transporte rodoviário pelo ferroviário, se reduzimos a malha ferroviária de 34.207 km para 29.706 km? Como integrar a rede ferroviária se operamos com 4 tipos de bitolas? A Revista Brasil Econômico divulgou matéria que demonstra que o sistema ferroviário brasileiro, localizado ao longo da costa, não se interliga. Além disso, as ligações com os portos brasileiros ainda são precárias e a malha ferroviária nacional precisaria dobrar para suprir a demanda. Atualmente os 29 mil quilômetros de ferrovia transportam 25% da produção agrícola. Os portos brasileiros são um desastre esta é a expressão da Revista Exame, que acompanhou a viagem de um navio do Amazonas até Santa Catarina e observou: Longas filas de espera para atracar; Poucas horas de operação quando o navio é atracado é preciso interromper as operações à meia-noite de sexta feira, pois a Receita Federal não trabalha nos finais de semana; Falta de espaço nos pátios para os contêineres - o espaço é disputado por caminhões e trens;

Que os armazéns ficam distantes do ponto de atracação, o que prolonga a transferência da carga para a embarcação. Diante de tantos problemas, não é de se surpreender que o Brasil tenha ficado em 130º (centésimo trigésimo) lugar entre os países avaliados no quesito qualidade dos portos, no último relatório do Fórum Econômico Mundial. De 2000 a 2010 o Brasil não inaugurou nenhum porto relevante e a Índia inaugurou 5 novos portos, dobrando a capacidade de movimentação de carga. A China inaugurou recentemente um terminal com a capacidade de movimentar 30 milhões de contêineres por ano, enquanto o porto de Santos, o maior do Brasil, conseguiu movimentar 2,8 milhões de contêineres em 2010. A construção e exploração de portos privados com movimentação de carga para terceiros só foi possível a partir de 5 de julho de 2013, com a sanção da Lei 12.815 (Lei dos Portos). Ainda assim, o Brasil transporta por navio apenas 11% de suas cargas, enquanto a China transporta 48%, a Europa 37% e os Estados Unidos 28%. Finalmente chegamos ao transporte de carga aéreo, imaginando que ele seria solução para importação e exportação rápidas e eficientes. Contudo, a FIERJ Federação das Industrias do Rio de Janeiro divulgou estudo onde mostra que o tempo médio de liberação de mercadorias em cinco grandes aeroportos brasileiros é de 175 horas. Essa espera parece absurda, se comparada com os aeroportos de Londres, que libera em 8 horas, dos Estados Unidos, em 6 horas, e da China, em apenas 4 horas. No comércio exterior somente as mercadorias mais caras são transportadas de avião. No Brasil isso representa 1% da carga transportada e 10% do valor transportado. Através dos aeroportos só chegam ou saem mercadorias que precisam ser entregues com urgência. Mas infelizmente não é o que acontece no Brasil, onde a pressa perde para a burocracia. Os órgãos responsáveis pela liberação dessas mercadorias, como por exemplo a Receita Federal, trabalham somente no horário de expediente e muitos departamentos trabalham apenas 6 horas por dia, de segunda a sexta feira, ao contrário

da maioria dos países, nos quais esse trabalho é de 24 horas por dia, e sete dias por semana. Os custos de armazenagem das mercadorias, as perdas, os atrasos e a estocagem desnecessária são outros complicadores. Por exemplo, uma carga paga para desembarcar no aeroporto do Rio de Janeiro 40 vezes mais do que para desembarcar no aeroporto de Singapura, um dos mais ágeis do mundo. Encerrando, esbarramos na burocracia. Podemos definir burocracia como um excesso de procedimentos que uma pessoa ou empresa deve tomar para desenvolver suas atividades. Geralmente é resultado da falta de eficiência dos órgãos governamentais. E a burocracia excessiva impõe dificuldades para abrir e manter uma empresa ou impõe perdas. Com base em informações extraídas do Portal de Contabilidade, constatamos que para a abertura e manutenção de empresas existem aproximadamente 100 obrigações fixas, além daquelas que podem ser geradas a partir delas. Segundo uma pesquisa do IBPT Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário, a cada hora são expedidas em média 2 normas, inovando ou alterando regras tributárias, trabalhistas, previdenciárias ou assemelhadas. O custo médio para se abrir uma empresa no Brasil é de R$ 2.038,00 (dois mil e trinta e oito reais). Na China é de R$ 280,00; na Rússia R$ 559,00; na Índia R$ 1.176,00. Se compararmos o Brasil com os demais países do BRICs, ele fica em último lugar. Ao direcionar tempo e dinheiro às exigências do estado ineficiente, as empresas contribuem menos do que poderiam ao desenvolvimento do país. O relatório Doing Business do Banco Mundial divulgou um ranking com 189 nações, em ordem crescente de burocracia. O Brasil ficou em 116º (centésimo, décimo sexto) lugar. Se comparado ao México, que ficou em 51º (quinquagésimo primeiro) lugar e que tem o PIB e as condições de desenvolvimento parecidos com o Brasil, percebemos que há muito a ser melhorado.

Senhor Presidente, Senhoras e Senhores Deputados, concluímos que para baixar o Custo Brasil precisamos de ações públicas reais e não paliativas e periféricas. Obrigado.