Planejamento Financeiro Feminino

Transcrição

1 Planejamento Financeiro Feminino

2 Sophia Mind A Sophia Mind Pesquisa e Inteligência de Mercado é a empresa do grupo de comunicação feminina Bolsa de Mulher voltada para pesquisa e inteligência de mercado. Cem por cento focada em compreender profundamente as mulheres e ajudar seus clientes a maximizar as oportunidades de comunicação com elas, a Sophia Mind busca desvendar o que elas querem, quando querem, da maneira que querem. O século XIX ficou conhecido como o século europeu; o XX, como o americano. O século XXI será lembrado como o Século das Mulheres. (Tsvi Bisk, Center for Strategic Futurist Thinking, 2008) Sophia Mind acredita que este século é o século do avanço feminino em todos os setores e do aumento contínuo do poder nas mãos delas, seja de compra, seja grandes transformações políticas e sociais. As mulheres estão passando por grandes mudanças comportamentais, culturais e sociais e precisam ser compreendidas profundamente para que se estabeleça com elas uma comunicação efetiva e conveniente.

3 Metodologia Entrevistas com usuárias brasileiras de Internet via questionário online. As participantes receberam convite via e voluntariamente optaram pela participação sem nenhum tipo de benefício ou premiação. A amostra é representativa do total das usuárias de Internet no Brasil. Quantidade de entrevistadas realizadas: mulheres

4 Sumário Executivo Menos de 50% das brasileiras costumam poupar ou investir - Entre as mulheres que poupam, o objetivo principal é a compra ou reforma de imóvel. Este motivo é mais importante do que investimentos de longo prazo para sua formação, ter ou criar um filho ou comprar um automóvel; - A maioria das mulheres ainda não possui um planejamento para a aposentadoria. Mesmo para as mais velhas, o percentual de mulheres que possuem e cumprem um planejamento é baixo; - Tanto a decisão de como planejar a aposentadoria como a decisão de como poupar ou investir parte das próprias mulheres. A influência de outras pessoas é baixa, com exceção nas casadas; - O poder de decisão das compras domésticas está predominantemente na mão das mulheres, mesmo não sendo as principais responsáveis pelo pagamento das despesas; - O principal gasto evitável das mulheres são itens ligados à moda (roupas, sapatos, etc). Produtos e serviços de beleza ficaram apenas em quarto lugar no ranking dos principais motivos de gasto;

5 Planejamento para aposentadoria Qual das frases melhor descreve seu planejamento para a aposentadoria? Não penso na aposentadoria ainda 40% Estou avaliando a melhor forma de me preparar 33% Já tenho um plano e estou cumprindo 13% Já tenho um plano, mas não estou conseguindo cumprir 9% Meu parceiro conduz um plano para o casal 5% 73% das mulheres ainda não possuem um planejamento para a aposentadoria. Entre as mulheres que já possuem um plano definido, 34% não estão cumprindo o planejado e 19% afirmaram que o parceiro é o responsável pelo plano.

6 Aposentadoria A preocupação com a aposentadoria cresce conforme aumenta a idade das entrevistadas. Esse fato é demonstrado com a redução do percentual de mulheres que não pensam no assunto e o aumento das mulheres que estão cumprindo o plano de aposentadoria. Aproximadamente 43% das mulheres, na faixa de 41 a 50 anos, ainda estão avaliando como irão se preparar para a aposentadoria. Mesmo as mulheres mais velhas, se mostram despreparadas. Aproximadamente 55% das entrevistadas com mais de 50 anos ainda não possuem um plano definido de aposentadoria. No grupo das mulheres mais novas, até 25 anos, este percentual é de 85%. Até 25 anos Não penso na Estou avaliando a melhor Já tenho um plano aposentadoria ainda forma de me preparar e estou cumprindo 56,77% 27,90% 6,94% De 26 a 30 anos 41,53% 31,40% 14,26% De 31 a 40 anos 32,57% 34,87% 13,98% De 41 a 50 anos 22,19% 43,41% 16,72% Mais de 50 anos 20,37% 34,26% 23,15%

7 Aposentadoria Além da faixa etária, a escolaridade também influencia no planejamento para a aposentadoria. Quanto maior a escolaridade, maior é a preocupação e o planejamento com esta questão. 48% do grupo de mulheres com escolaridade até o ensino médio completo não pensam na aposentadoria ainda, enquanto este mesmo percentual é de 28% no grupo de mulheres com pós graduação. Até Medio completo superior incompleto superior completo pós graduação Não penso na aposentadoria ainda 48,19% 43,01% 31,41% 27,91% Estou avaliando a melhor forma de me preparar 29,46% 33,68% 37,38% 33,89% Já tenho um plano e estou cumprindo 8,27% 10,54% 15,99% 22,26% Não existe diferença significativa entre as metrópoles brasileiras no planejamento para a aposentadoria.

8 Aposentadoria Dentre as mulheres que não pensam na aposentadoria ainda, os principais motivos citados foram: - 73% das mulheres até 25 anos afirmam ser muito jovens para pensar no assunto; - Mulheres entre 26 e 30 anos possuem motivos variados: 38% se acham jovens ainda, 34% não possuem um motivo específico e 31% não possuem recursos financeiros suficientes; - 47% das mulheres acima de 30 anos não conseguiram distinguir um motivo específico para não terem começado a pensar no assunto.

9 Aposentadoria A decisão de como se planejar para a aposentadoria partiu de você ou teve a influência de outra pessoa? Minha decisão 71% Meu marido / namorado / parceiro Meus pais 14% 8% Outra pessoa 3% Outros familiares 2% Meu gerente bancário 1% Uma amiga 1% Um amigo As próprias mulheres decidem a forma de se planejarem para a aposentadoria. Apesar da influência de outras pessoas ser baixa, os parceiros são os maiores influenciadores seguidos dos pais.

10 Planejamento para investimento Qual parcela da sua renda você poupa ou investe ao longo de um ano? Nada ou muito pouco 54% Até 5% da minha renda 14% De 5% a 10% da minha renda 17% De 11% a 20% da minha renda 7% De 21% a 30% da minha renda 4% Mais de 30% da minha renda 4% Mais de 50% das entrevistadas não poupam nada ou muito pouco. Até R$ De R$ a R$ De R$ a R$ Acima de R$ Nada ou muito Até 5% da De 5% a 10% De 11% a 20% Mais de 20% da pouco minha renda da minha renda da minha renda minha renda 68,96% 12,64% 10,20% 3,55% 4,66% 57,48% 15,84% 14,52% 5,72% 6,45% 49,75% 13,82% 20,35% 8,29% 7,79% 43,21% 14,73% 19,15% 9,98% 12,93% Conforme aumenta a renda familiar, aumenta o percentual da renda poupada.

11 Investimento Para as mulheres que responderam poupar algum percentual da sua renda: Com que frequência você poupa? Eventualmente, mas não tem regra específica 28% Separo um montante fixo regularmente 27% Faço contas e decido quanto vou guardar antes de gastar 22% Apenas quando sobra dinheiro 17% Quando recebo uma renda extra 6% A frequência de investimento/poupança é a mesma para o grupo de mulheres que não possuem uma regra específica de investimento, mas o fazem eventualmente (28%) e das que separam um valor fixo regularmente (27%). Comparando as principais regiões brasileiras, as cariocas são mais organizadas: 37% delas conseguem separar um montante fixo para investimento. Dentre as paulistas, somente 27% conseguem.

12 Investimento Qual o seu principal objetivo de longo prazo com a poupança ou investimento? Total Até 30 anos De 31 a 40 anos Acima de 40 anos 27% 33% 32% 21% Não tenho um objetivo específico 26% Comprar ou reformar um imóvel 32% 22% 38% Aposentadoria 9% 4% 10% 20% Fazer uma grande viagem de lazer 6% 6% 6% 7% Fazer um curso 3% 4% 2% 0% Comprar um automóvel 7% 11% 5% 3% Comprar uma roupa ou acessório 1% 1% 0% 0% Fazer uma festa 0% 0% 0% 1% Ter filhos ou terminar de criá-los até a faculdade Outro 9% 8% 11% 7% 7% 7% 6% 8% Em geral, o principal objetivo com investimentos de longo prazo é a compra ou reforma de imóvel. Este motivo é mais forte entre as mulheres até 30 anos (38%). Entre 31 e 40 anos, o objetivo das mulheres se divide entre comprar ou reformar um imóvel e não ter um objetivo específico. As mulheres acima de 40 anos não tem um objetivo específico (33%). 38% das paulistas estão mais preocupadas em comprar ou reformar o imóvel enquanto apenas 27% das cariocas tem esse objetivo.

13 Investimento Qual a influência do seu parceiro nas decisões de poupança ou investimento? Nenhuma. Invisto separadamente. 44% Nenhuma. Eu decido sozinha os investimentos do casal 2% Conversamos e decidimos juntos. 51% Total. Ele decide os investimentos do casal. 3% Para as mulheres com relacionamento estável, destacam-se as casadas. 63% delas decidem os investimentos em conjunto com o parceiro. As solteiras e separadas não sofrem influência de outras pessoas. O percentual de escolha individual é de 60% e 81%, respectivamente. Entre as mulheres que não tem um relacionamento estável, 37% acreditam que o parceiro teria pouca ou nenhuma influência nas suas decisões de poupança ou investimento.

14 Participação no orçamento familiar Qual é o seu grau de responsabilidade na decisão de como gastar o orçamento da casa (que produtos comprar e quando comprar)? Casada Solteira Divorciada/ desquitada Decido tudo sozinha 18% Decido a maior parte 26% É bem dividida com as outras pessoas 33% Decido pouco, mas dou minha opinião 18% Não decido nada 4% Decido tudo sozinha 7% 17% Decido a maior parte 40% 14% É bem dividida com as outras pessoas 44% 28% 58% 21% 15% Decido pouco, mas Não decido dou minha opinião nada 7% 1% 32% 9% 3% 2% 77% das mulheres possuem, pelo menos, metade do poder de decisão das compras domésticas. Analisando por estado civil, observa-se que as mulheres casadas e separadas são as grandes decisoras das compras. 91% das casadas decidem por, pelo menos, metade das compras. Este percentual chega a 95% para as separadas.

15 Orçamento Familiar Qual é o seu grau de responsabilidade no pagamento das despesas da casa? Casada Solteira Divorciada/ desquitada Pago tudo sozinha 4% 14% Pago a maior parte 16% 7% É bem dividida com as outras pessoas 42% 22% Pago uma parte pequena 23% 27% Não pago nada 16% 30% 49% 19% 19% 10% 3% A participação no pagamento das despesas da casa é menos ligada à mulher do que a decisão de como gastar os recursos. Entre as casadas, 39% contribuem pouco ou nada para o pagamento das despesas. As solteiras que também contribuem pouco ou nada são 57%. Já as separadas são as únicas com grau de independência no pagamento das despesas: 49% pagam tudo sozinhas e apenas 13% pagam menos ou nada do que seus parceiros ou familiares.

16 Orçamento Familiar Qual o tipo de gasto evitável ou opcional mais consome seu dinheiro? Moda: roupas, sapatos, acessórios, etc. 26% Saídas: bar, restaurante, danceteria, etc. 20% Casa: reforma, decoração, serviços especializados, etc. 17% Beleza: cabelereiro, salão de beleza, etc. 11% Itens ligados à moda são os gastos evitáveis mais consumidos pelas mulheres. Saídas e produtos ou serviços para a casa também são bastante relevantes. Gastos com beleza ficaram apenas em quarto lugar no ranking. Existe diferença quando analisamos as muheres por faixa etária: - mulheres de até 25 anos possuem os itens de moda como principal gasto (34%); - mulheres entre 26 e 30 anos estão dividas entre moda e saídas. - para as mulheres acima de 30 anos, os produtos e serviços para a casa representam os maiores gastos evitáveis (24%).

17 Orçamento Familiar Qual é a melhor forma de lidar com pequenos gastos do dia a dia? As contas devem ser divididas O homem deve se oferecer para pagar as contas, mas a mulher deve dividir algumas vezes 40% Os dois devem se alternar nos pagamentos 18% 21% 40% das mulheres acreditam que dividir as contas é a melhor maneira de lidar com pequenos gastos do dia a dia. Não foram observadas diferenças significativas entre as idades, faixas de renda, estado civil ou regiões brasileiras.

18 Resumo por Idade Até 25 anos: - Ainda não estão pensando na aposentadoria por se considerarem jovens; - Menos de 50% poupam ou investem; - Possuem interesse de longo prazo na compra ou reforma de imóvel; - Baixo grau de responsabilidade nas decisões do que comprar para a casa; - Muito baixo grau de responsabilidade no pagamento das despesas domésticas; - Maior gasto evitável com moda. De 26 a 40 anos: - Não pensam ou estão avaliando a melhor forma de se preparar para a aposentadoria; - Menos de 50% poupam ou investem; - Entre as mulheres que investem, existe equilíbrio entre comprar ou reforma um imóvel e investir sem motivo específico; - Relevante grau de responsabilidade nas decisões de compra familiar; - Baixo grau de responsabilidade no pagamento das despesas da casa; - Maiores gastos evitáveis estão dividos em produtos e serviços para a casa, moda e saídas. Mais de 40 anos: - Estão avaliando a melhor forma de se preparar para a aposentadoria; - Menos de 50% poupam ou investem; - O grupo das investidoras não possui motivo específico; - Responsável pelas decisões de compra da família; - Grau de responsabilidade no pagamento das despesas dividido com o parceiro; - Produtos e serviços para a casa são os gastos evitáveis principais.

19 Conclusões As brasileiras não se preparam para a aposentadoria. As mulheres mais novas acreditam que ainda é cedo e as mais velhas ainda estão avaliando as possibilidades. Dentre as mulheres que já se decidiram, a influência do parceiro ou outro membro da família é baixa. Estas conclusões são bastante importantes para as empresas e anunciantes deste setor. Estes devem focar seus esforços de comunicação diretamente nas mulheres tentando criar uma cultura de planejamento de longo prazo. Do lado dos investimentos e poupança, o cenário não é diferente. Mais da metade das mulheres poupam muito pouco ou nada. A decisão de como investir é individual para as solteiras e separadas, mas em conjunto para as casadas. Apesar de parte das mulheres investir um valor fixo, é grande também o grupo de mulheres que só investem eventualmente sem uma regra ou disciplina regular. Novamente, as empresas do setor devem investir na comunicação direta tentando criar o hábito do planejamento. As empresas podem explorar o maior desejo das mulheres que é a compra ou reforma de um imóvel, mais do que a compra de um automóvel, um curso de formação ou criação de um filho. A pesquisa revela o poder das mulheres na decisão de compra mesmo quando elas não são as maiores responsáveis pelo pagamento dessas compras. As mulheres de maior faixa etária e/ou as casadas são as maiores decisoras das compras domésticas, implicação importante para os anunciantes. Mostrou-se, ainda, que existem diferenças no comportamento das brasileiras por faixa etária ou estado civil. Os anunciantes devem analisar essas diferenças para ter uma comunicação mais acertiva com seu público alvo.

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