Estresse Fiscal como Determinante da Elevação do Esforço de Arrecadação Tributária dos Governos Estaduais Brasileiros



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Transcrição:

Esresse Fiscal como Deerminane da Elevação do Esforço de Arrecadação Tribuária dos Governos Esaduais Brasileiros FERNANDO ANDRÉS BLANCO COSSIO Insiuo de Pesquisa Econômica Aplicada E-mail: blanco@ipea.gov.br Resumo: Ese rabalho esá composo por duas pares. A primeira, analisa a evolução das finanças dos esados brasileiros durane o período 1985 99. A principal conclusão desa pare é apesar de que os governos esaduais brasileiros não aproveiaram o expressivo aumeno dos seus recursos disponíveis para melhorar seus resulados primários, a aceleração da deerioração da sua siuação fiscal, exibida no período poserior à esabilização econômica, deveu-se principalmene às elevadas axas de juros resulanes da políica de esabilização adoada pelo governo federal que levaram a uma rajeória explosiva da dívida esadual nos úlimos anos. Essa inerpreação conrasa com visões predominanes sobre o ema que aribuem à irresponsabilidade fiscal dos esados a maior parcela de responsabilidade pela deerioração da siuação financeira dos esados. Na segunda pare apresenam-se evidências de que esados como maior grau de desconforo financeiro (esresse fiscal), exibiram uma maior eficiência na arrecadação dos seus ribuos. Usando o méodo de froneira esocásica comprova-se que esados com razões dívida consolidada receia correne líquida elevadas iveram um maior esforço de arrecadação ribuária. Por ouro lado, verificou-se que as ransferências inergovernamenais afeam negaivamene o esforço de arrecadação ribuária. A maior dependência nese mecanismo de financiameno leva a perda de ineresse pela exploração de fones de recursos próprios. Palavras Chave: Esresse Fiscal, Esforço Fiscal, Méodo de Froneira Esocásica Absrac: This paper consiss in wo pars. The firs, analyses he Brazilian sae s finances during 1985-99. The main conclusion of his par is ha alhough he Brazilian sae governmens did no make use of he srong rise of heir disposable revenues in order o improve sae primary balances, he high ineres rae policy adoped by he federal governmen in he second par of he las decade, was he principal cause of he deerioraion of heir fiscal posiion characerized by he explosive pah of he sae public deb. This inerpreaion diverge from radiional visions ha idenify sae fiscal irresponsable behavior as he main responsable for he acceleraion of sae fiscal crisis. The second par provides evidences ha finance sress esimulaes a higher effor on ax collecion. Using he sochasic fronier mehod, i was possible o verify ha saes wih higher deb / revenue raio presened high efficiency on ax collecion. On he oher hand, his paper shows ha inergovernmenal ransfers had a negaive effec on ax effor. The greaer dependence in his revenue source lead o he loss of ineres on he exploaion of ax collecion. Key Words: Fiscal Sress, Fiscal Effor, Sochasic Fronier Área da Anpec: 02 Macroeconomia, Desenvolvimeno e Economia do Seor Público Código JEL: H71, H74 e H77

I. Inrodução A parir da segunda meade da década de novena, a coincidência enre o fim do processo inflacionário e a aceleração da crise fiscal em levado a concluir que a esabilização econômica eve efeios negaivos sobre a siuação financeira dos rês níveis de governo. A esse respeio, não há dúvida que a esabilização da economia deerminou uma mudança significaiva no regime fiscal. Fim do imposo inflacionário e eliminação da possibilidade de diminuição do valor real das despesas como mecanismo de ajuse fiscal são dois efeios negaivos que jusificam a deerioração da siuação fiscal a parir de 1994. Do lado conrário, deve-se reconhecer ambém que a esabilidade econômica rouxe consigo um expressivo aumeno de receia fiscal promovida ano pela recuperação da aividade econômica como pela expressiva elevação da carga ribuária, especialmene a do governo federal. Porano, o efeio líquido da esabilização sobre as conas primárias do governo deve ser ambíguo. Apesar dessa ambigüidade, não há dúvida que a elevação da axa de juros foi um faor adverso para a siuação financeira do seor público. Meses depois de implemenado o Plano Real, a expansão de demanda impulsionada pela própria esabilização de preços e a crise mexicana ornaram necessária a adoção de uma políica moneária conracionisa que deerminou axas de juros reais superiores a 25% ao ano durane o período1995-99. A capialização dos juros foi o mecanismo privilegiado para enfrenar a elevação da axa de juros diane da impossibilidade de melhoras expressivas nas conas primárias. Ese rabalho analisa os efeios da esabilização econômica sobre a siuação financeira dos esados da federação. O exame dealhado da evolução das conas primárias dos governos esaduais, mosra que depois de 1994 o aumeno de despesa primária foi mais do que compensado pelo aumeno de receia fiscal, e que os esados melhoraram seus resulados primários quando comparados aos da segunda meade dos anos oiena e primeira meade dos novena. Porano, pode se inferir que a deerioração fiscal esá mais associada ao efeio adverso da elevação da axa de juros imposa pela políica moneária orienada à preservação da esabilidade econômica, do que a um comporameno fiscal irresponsável por pare dos governos esaduais, avaliado pela evolução das conas primárias. No que ange a esse comporameno, nese rabalho mosra-se ambém que uma das reações dos governos esaduais diane dese quadro de agravameno de seu desconforo financeiro, foi elevar sua eficiência de arrecadação ribuária com visas a aumenar seus recursos disponíveis. Para avaliar o efeio do agravameno da siuação financeira sobre o esforço de arrecadação dos governos esaduais, uilizaram-se como indicadores a relação dívida consolidada receia correne líquida e a relação pagameno de juros receia correne líquida. Por sua vez, os incenivos perversos gerados pelo sisema de ransferências inergovernamenais sobre a performance de arrecadação de recursos ribuários próprios dos esados foram medidos pela paricipação das ransferências consiucionais na receia correne líquida. Os resulados obidos analisando um painel de dados correspondenes aos 27 esados brasileiros durane o período 1985 a 99 mosram que esados com um maior grau de esresse ou desconforo financeiro fizeram um maior esforço de arrecadação. Mosra-se ambém que em conraparida, a maior dependência gerada pela ampliação do sisema de ransferências inergovernamenais inibiu esse esforço arrecadador por pare dos governos esaduais. Ese rabalho esá organizado em quaro pares, incluindo esa seção inroduória. Na segunda, descreve-se a evolução da siuação financeira dos esados durane o período 1985-99. Na erceira pare esima-se a relação enre as medidas de esresse fiscal e da esruura de financiameno com o esforço de arrecadação ribuária. Por fim, a úlima pare do rabalho sineiza as conclusões e as principais implicações do rabalho. II. A deerioração da siuação financeira dos esados brasileiros, 1985 99 Os úlimos anos da década de novena se caracerizam pela acelerada deerioração da siuação financeira dos esados que se expressou no crescimeno explosivo de sua dívida pública. Com base na 2

descrição da evolução das principais caegorias de receia e despesa, esa seção analisa os deerminanes direos dessa deerioração. A abela 2.1 mosra as conas primárias do agregado de governos esaduais brasileiros para o período 1985-99. Pelo lado da receia, observa-se que enre 1985 e 1999 a receia correne líquida dos esados brasileiros cresceu em ermos reais a uma axa média de 4.5% a.a, apresenando um crescimeno acumulado de 85% nos quinze anos da análise. Observa-se ambém que esse crescimeno foi maior nos anos poseriores ao plano de esabilização de 1994, pois de 1985 a 1994, a axa de crescimeno foi de 2,4 % a.a, enquano que para os anos pós Real, ela foi superior a 8% a.a. O crescimeno da receia líquida correne é decomposo no crescimeno dos seus rês principais componenes: o aumeno da receia ribuária (em paricular da arrecadação do ICMS), a ampliação das ransferências inergovernamenais de caráer consiucional e o crescimeno de ouras receias correnes. 1 A abela 2.1 mosra que para o conjuno de esados brasileiros, durane o período de análise, a receia ribuária esadual cresceu a uma axa anual de 3,1% (ou 55% acumulado enre 1985 a 99). Da mesma forma que no caso da receia correne líquida, esse crescimeno foi mais expressivo na segunda meade da década de 90 (3.7% a.a conra 0.8% a.a do período anerior ao plano Real). A evolução da arrecadação do ICMS, principal fone de receia esadual ( represena em orno de 90% da receia ribuária esadual), mosra um crescimeno real acumulado de cerca de 45%. Noa-se ambém que elevação significaiva da arrecadação do ICMS ocorreu apenas nos dois primeiros anos poseriores ao plano Real, já no riênio 1997-99 observa-se uma redução real da sua arrecadação fruo da desaceleração do nível de aividade. O crescimeno das ransferências consiucionais foi ainda maior ao crescimeno da receia ribuária esadual. A abela 2.1 mosra que de 1985 a 99, elas cresceram mais de 80%. Por ouro lado, a diferença da evolução da receia líquida correne e do ICMS, observa-se que esa variável apresenou um crescimeno mais expressivo no período 1985-94 em comparação com o período pós esabilização, no qual se observa que depois de 96, o volume de recursos consiucionalmene ransferidos pela União apresenou uma endência declinane 2. As ouras receias correnes foram o componene da receia líquida correne que exibiram o maior crescimeno (10% a.a). A abela 2.1 mosra o fore crescimeno (26%) desa caegoria no período pós Real e que em como componenes mais imporanes as receias financeiras e previdenciárias e as ransferências volunárias da União. 3 Em suma, a primeira pare da abela 2.1 permie inferir um crescimeno imporane da receia correne líquida e de odas as caegorias que a compõem, especialmene das ransferências inergovernamenais e das ouras receias correnes. Assim, a ampliação da receia correne disponível provocada ano pela descenralização fiscal, quano pela esabilização da economia e recuperação da aividade econômica no período pós esabilização, foram faores que ampliaram a capacidade financeira dos governos esaduais. Enreano, ambém houve o aumeno da despesa pública esadual no período pós esabilização de 1994. A progressiva descenralização de responsabilidades de despesa, aumeno de gasos com pessoal e o fim do regime inflacionário foram as causas que explicam a fore expansão do valor real da despesa primária esadual. A segunda pare da abela 2.1 mosra a evolução da despesa primária dos esados. Para o Brasil em seu conjuno, a despesa primária aumenou 60% durane o período de análise, ou uma axa anual de 3.8%. Tal como com relação à receia correne, observa-se um crescimeno maior no período pós esabilização de 94, com uma axa de crescimeno anual de 5% conra 3.6% no período 1985-94. 1 Ese iem de ouras receias correnes inclui ransferências federais correspondenes ao IPI exporação, ransferências volunárias, receia de conribuições sociais, parimoniais, indusriais, de serviços e principalmene receias financeiras provenienes da íulos federais e da dívida aiva dos esados. 2 O Fundo de Esabilização Fiscal, implemenado em 1994, é responsável pela desaceleração do rimo de crescimeno das ransferências federais para esados. 3. O aumeno de receias financeiras provenienes de íulos federais deve-se à elevação da axa de juros durane o período 1994-99. 3

O gaso com pessoal é o componene que mais conribuiu para o crescimeno da despesa primária como mosra a abela 2.1. Enre 1985 e 1999, ela mais do que duplicou, exibindo um crescimeno anual de 5.5% a.a, de novo com uma diferença noória enre os períodos pré e pós Plano Real. De 1985 a 1993, elas cresceram a uma axa de 2.6 % a.a, depois de 1994 essa axa subiu para 10% a.a. 4 A abela 2.1 mosra que as despesas com invesimeno ambém exibiram uma fore expansão, apresenando um crescimeno próximo a 7% a.a durane o período 1985 a 99. Apesar da volailidade desa variável, novamene é possível dividir o período em anes e depois de 1994. De 1985 a 1994, ese iem de despesa cresceu a uma axa de 3.3%, enquano que a parir de 1995, observa-se que as despesas esaduais com invesimeno iveram uma crescimeno impressionane de 20% a.a. Finalmene, o aumeno da despesa primária dos esados pode ser jusificado pela elevação das ransferências a municípios. A abela 2.1 permie observar novamene que os padrões descrios para as ouras variáveis ambém se verificam nese caso. Durane odo o período de análise, as ransferências consiucionais de esados para municípios aumenaram em mais de 100%, endo o seu crescimeno acelerado a parir de 1994 5. O maior aumeno da receia líquida dos esados em comparação ao aumeno da despesa primária no período pós esabilização deerminou a melhora dos resulados primários esaduais. A úlima linha da abela 2.1, mosra com clareza que a parir de 1994, em conradição com a visão mais comum sobre o ema, os esados melhoraram seu desempenho primário. Assim, a abela 2.2 apresena a evolução do resulado primário como percenagem do produo inerno esadual para cada um dos esados brasileiros. Para odo o período, 20 dos 27 esados iveram médias negaivas e o resulado primário médio para o conjuno dos esados brasileiros foi de -0.5 do PIB. Em ermos regionais, as regiões Nordese e Sul foram as melhores comporadas, enquano que Cenro - Oese, Sudese e Nore apresenaram resulados primários piores que a média Brasil. A análise por esados mosra que os esados de criação mais recene (ex-erriórios federais da região Nore), Mao Grosso e Mao Grosso do Sul exibiram déficis elevados e permanenes. Do ouro lado, deve-se desacar o comporameno fiscal de Maranhão, Ceará, Sergipe Bahia que geraram superávis primárias durane o período de análise. Para o Brasil em seu conjuno, a média de déficis caiu de 0.8% do PIB no período 1985-94 para 0.1%. Em ermos regionais, deve-se desacar novamene o desempenho dos esados da região Nordese e a fore reversão de siuações deficiárias por pare dos governos esaduais do Cenro- Oese. Porano, a evolução do resulado primário descria na abela 2.2, especialmene depois de 1994, demonsra que a deerioração da siuação financeira dos esados observada no período pós Real, deve-se menos à adoção de políicas por pare dos esados (as conas primárias não experimenaram um deerioro imporane) e deve-se mais à políica moneária conracionisa adoada pelo governo federal a parir do Plano de Esabilização de 1994, que deerminou a elevação as axas de juros real num nível superior a 25% anuais. A figura 2.1 mosra a evolução das axas de juros correspondenes a íulos federais e esaduais. Observa-se que a parir de 1995, a axa de juros real mensal nunca foi inferior a 3% para ambos ipos de íulos. Nos úlimos anos da década de 90 e com o agravameno da crise financeira dos esados, a axa de juros pagas pelas Leras dos Tesouros Esaduais (LTE) pagavam uma axa de juros real superior a 5% mensal. A figura 2.2 mosra o diferencial de juros pagos pelo governo federal e governos esaduais que evidencia o agravameno da siuação das finanças esaduais, especialmene a parir de 1997, quando se observa a ampliação desse diferencial. 4. No final de 1994, o governo federal deerminou um aumeno salarial do funcionalismo público de 30%, que num ano de baixa inflação deerminou uma elevação real de mais de 20% da despesa com pessoal. 5. A Consiuição de 1988 elevou a paricipação dos municípios na arrecadação do ICMS de 20% para 25%. 4

20 Figura 2.1 Brasil: Taxas de juros reais mensais, 1985-99 30 (% ao mes) Selic 15 10 5 0-5 25 20 15 10 5 0-5 (% ao mes) Tíulos Esaduais -10-10 1985M1 1986M1 1987M1 1988M1 1989M1 1990M1 1991M1 1992M1 1993M1 1994M1 1995M1 1996M1 1997M1 1998M1 1999M1 Taxa Selic LTE 25 Figura 2.2 Brasil: Diferencial de juros reais mensais, 1985-99 Diferencial de Juros Esaduais e Federais 20 15 10 5 0 1985M1 1986M1 1987M1 1988M1 1989M1 1990M1 1991M1 1992M1 1993M1 1994M1 1995M1 1996M1 1997M1 1998M1 1999M1 O aumeno da axa de juros não se expressou na elevação do pagameno de juros por pare dos esados. A capialização dos juros e as rês operações de resgae financeiro do governo federal são as causas que impediram que o aumeno da axa de juros pagas pelos íulos esaduais se refleisse na elevação da cona de juros. Adicionalmene, ese período coincidiu com o fim dos prazos de graça concedidos na renegociação da dívida esadual enre o governo federal e os esados em 1989 o que resulou no aumeno dos encargos financeiros da dívida e o aprofundameno do desconforo financeiro dos esados. A abela 2.3 mosra o crescimeno da dívida pública dos esados brasileiros. Para o país em seu conjuno, em 1999 a dívida consolidada esadual era cinco vezes superior à de 1985 (200 bilhões de Reais em 1999 conra 37 em 1985). Nese caso, é possível diferenciar com maior clareza os períodos anerior e poserior ao Plano Real. Enre 1985 e 94, a dívida dos esados cresceu a uma axa anual de 8%, enquano que e 1994 a 99, a dívida passou a crescer a uma axa de 22%, refleindo a a elevação da axa de juros e a capialização da dívida esadual. 5

Em ermos regionais, observa-se que na década de novena, a dívida consolidada dos esados do Sudese exibiu o maior crescimeno. De 1992 a 99, a dívida esadual nessa região cresceu mais de cinco vezes, passando de 25 para 128 bilhões de reais. Em seguida, os esados do Nore, Nordese e Sul mais do que duplicaram sua dívida em ermos reais, enquano que a dívida consolidada dos esados da região Cenro - Oese em 1999 era 1.5 vezes superior à de 1992. Tano pelo seu impressionane crescimeno como pela sua imporância em ermos nacionais, a evolução da dívida do esado de São Paulo merece especial desaque. De 1992 a 99 a dívida consolidada de São Paulo passou de 7.2 bilhões para 75.4. Esse crescimeno, fez com que a paricipação da dívida dese esado no oal da dívida dos governos esaduais brasileiros enha passado de 15% para 35%. O expressivo crescimeno das dívidas de Rio de Janeiro e Minas Gerais ornaram a região Sudese responsável por mais de 75% da dívida pública esadual. O maior crescimeno da dívida consolidada com relação ao da receia correne líquida, explica o aumeno da razão dívida consolidada receia, medida que mensura a deerioração da siuação financeira dos esados. A abela 2.4 apresena a evolução dese indicador para o período de análise. Para o conjuno de esados, enre 1985 e 1999 a imporância da dívida consolidada como proporção da receia disponível dos esados riplicou, passando de 66% para aproximadamene 200%. Apesar desse crescimeno ser coninuo, deve se desacar que a parir de 1994, observa-se a aceleração da deerioração da siuação financeira dos governos esaduais. Aé 1991, a dívida consolidada dos esados represenava 80% de sua receia líquida correne, em 1994 105%, já em 1996 esa razão passou para 130% e em 1999 aingiu os 200%. A análise desagregada mosra que os esados da região Sudese foram os que apresenaram uma maior deerioração financeira. A relação dívida receia líquida eve um crescimeno superior a 400%, desacando-se São Paulo cuja relação dívida receia líquida em 1985 era 12 vezes inferior à de 1999. Minas Gerais é ouro exemplo de profunda aceleração da crise das finanças esaduais; no período 1994-99 o peso da dívida consolidada sobre os recursos disponíveis dese esado praicamene duplicou. Na região Nordese, desacam-se Maranhão, Piauí, Pernambuco, Bahia e Alagoas, no Sul Rio Grande e Sana Caarina êm uma dívida mais de duas vezes superior a sua receia líquida correne, enquano que Mao Grosso e Mao Grosso do Sul, na região Cenro - Oese, exibiram em 1999 uma relação dívida receia maior a 2.5. Em soma, esa seção mosrou que se bem os esados não aproveiaram o expressivo aumeno dos seus recursos disponíveis para melhorar seus resulados primários, a aceleração da deerioração da siuação fiscal dos esados exibida no período poserior à esabilização econômica deveu-se principalmene às elevadas axas de juros pagas pelos íulos esaduais que levaram a uma rajeória explosiva da dívida esadual nos úlimos anos. III. O efeio do esresse fiscal e das ransferências inergovernamenais sobre o esforço de arrecadação ribuária. Baseada na descrição da evolução das finanças esaduais da seção anerior, esa visa idenificar o peso dos seguines dois faores no esforço de arrecadação dos governos esaduais: i) a deerioração da siuação financeira ii) o aumeno relaivo das ransferências inergovernamenais na sua esruura de financiameno O papel da deerioração da siuação financeira de um governo na elevação do seu esforço de arrecadação ribuária como forma de implemenação de ajuse (via elevação de receias fiscais), foi analisado em diversos esudos. Poerba (1993) analisou o papel das insiuições fiscais dos esados americanos nos episódios de crises fiscais no final dos anos novena, mosrando que regras como no defici carryover e as resrições para o aumeno da pressão ribuária, induziram a cores de despesa como forma para superar ais crises. Alesina e Peroi (1995) evidenciaram que grande pare dos ajuses fiscais experimenados por países da OECD basearam-se principalmene em aumenos de receia ribuária, fao que esaria mosrando que a elevação presene do esforço de arrecadação de um governo poderia se inerpreada como uma resposa face a deerioração de sua siuação fiscal em períodos 6

aneriores. Na direção oposa, Peroi (1999) mosrou que nos anos oiena muios países com déficis e endividameno expressivos êm implemenado fores reduções de déficis para superar siuações de deerioração financeira baseados em core de despesas, especialmene as de capial. No caso específico do esforço de arrecadação fiscal, Benson e ouros (1988) mosraram que esa variável foi um indicador relevane da saúde financeira dos municípios americanos. Com uma amosra de 245 municípios, eses auores consaaram que municípios que exibiram um elevado esforço fiscal de arrecadação apresenavam um elevado esresse fiscal mensurado como o spread enre as axas de juros pagas pelos seus íulos e a média da axa de íulos dos governos municipais americanos 6. O segundo faor posulado acima pode ser colocado como uma indagação se a exisência de mecanismos alernaivos de financiameno público influi negaivamene no esforço de ribuação. Blanco (1998) analisou esa quesão para o Brasil, enconrando uma relação inversa enre a paricipação das ransferências inergovernamenais na esruura de financiameno e a eficiência de ribuação. Na mesma direção, Baaglin e Ribeiro (2000) confirmaram a exisência de uma relação inversa enre a paricipação do Fundo de Paricipação dos Esados (FPE) na receia esadual e o esforço de arrecadação do ICMS por pare dos esados brasileiros. Jha e ouros (1999) consaaram a mesma relação para uma amosra de 15 esados indianos. Shikida e Ribeiro (2000) desenvolveram um modelo eórico para mosrar o efeio negaivo das ransferências inergovernamenais sobre o esforço de arrecadação. Para modelar o esforço de arrecadação dos governos esaduais, uilizaram-se rês variáveis explicaivas. A relação dívida consolidada receia correne líquida, a relação pagameno de juros receia correne líquida, e a paricipação das ransferências consiucionais na receia correne líquida. A duas primeiras primeira capam a influência da saúde financeira dos governos esaduais na deerminação do seu esforço de arrecadação, enquano que a úlima avalia os incenivos gerados pelo sisema de ransferências inergovernamenais sobre a performance de arrecadação de recursos ribuários próprios dos esados. Ese capíulo esá dividido em duas pares. Na primeira, se descreve a meodologia de usada para a esimação do esforço de arrecadação. A parir dessa meodologia, na segunda pare esima-se de forma simulânea a capacidade e o esforço de arrecadação ribuária esadual a parir de um painel de dados das 26 unidades federaivas durane o período 1985-99. 3. 1 Meodologia Formalmene, a receia ribuária efeiva da unidade de governo i no período (RT ) pode ser definida como o produo da capacidade de ribuação no período (CT ) em valor e do esforço de arrecadação (EA ) expresso em % como medida de eficiencia : RT = CT EA A capacidade de ribuação ou poencial de arrecadação ribuária depende de duas dimensões, uma insiucional e a oura esruural. A primeira dimensão pode ser sumariada pelo sisema de imposos T; enquano que a segunda consise num veor X de variáveis socioeconômicas que em conjuno deerminam a base de ribuação. Porano, a capacidade ribuária da jurisdição i no período. pode ser expressa como sendo 7 : (1) CT = f ( T, X ) (2) Noe-se que a equação (2) descreve a uma relação deerminisica enre sisema ribuário, variáveis socioeconômicas e capacidade de ribuação. Enreano, deve-se reconhecer que a base ribuária não pode ser mensurada de forma exaa como uma relação écnica enre o sisema de imposos e 6. Nese rabalho, apenas são consideradas as melhoras de eficiência na arrecadação ribuária para superar siuações de desconforo financeiro, deixando para sem considerar cores de despesa como resposa diane de crises fiscais. 7. Em esruuras federaivas o sisema de imposos é homogêneo para as disinas unidades de governo do mesmo nível (esados e municípios). Porano, o veor T é idênico para odas jurisdições. 7

as caracerísicas econômicas vigenes numa jurisdição. Na realidade, o nível máximo de arrecadação possui um caráer aleaório na medida em que o amanho da base de ribuação é uma variável aleaória. Por exemplo, elevações (quedas) não esperadas da renda dos conribuines ou aumenos (diminuições) de alíquoas de imposos, ampliam (reduzem) a capacidade de ribuação independenemene da ação da unidade responsável pela gesão de arrecadação ribuária. Porano, a capacidade ribuária de uma unidade de governo i no período pode ser expressa como: CT = f ( T, X i, ) exp ( v ) (3) onde os ermos aleaórios ν que podem ser associados a erros de medida da base de ribuação ou mudanças na legislação ribuária que podem alerar o amanho da base de ribuação. Posula-se que os ν são caracerizados como variáveis aleaórias independenes e idenicamene disribuídas por uma função N(0, σ υ2 ). Assim, a receia ribuária observada pode ser definida como sendo: RT = CT exp ( u ) = f ( T, X ) exp( v + u ) (4) Noe-se que a equação de arrecadação ribuária (4) possui duas perurbaçoes aleaórias: ε =v + u (5) ν e u, apriori não deveriam ser discriminados e merecer um raameno diferenciado. O modelo de froneira esocásica proposo por Aigner, Lovell e Schmid (1977) e aqui adapado para a esimação da capacidade de ribuação e poserior modelagem do esforço de arrecadação, é moivado pela idéia de que pare dos desvios da froneira de arrecadação ribuária, os ν i consiuem um elemeno ipicamene aleaório, enquano que a oura pare da disurbância (u ) esá relacionada com as caracerísicas específicas das adminisrações ribuárias de cada unidade de observação, em paricular, à eficiência ou esforço compromeido na arrecadação ribuária. A adequação do méodo proposo, iso é a discriminação das fones de disúrbios esocásicos em ν i e u, depende da imporância da variância do ermo aleaório específico a cada unidade de observação σ u 2 na variância oal do modelo (σ ε = σ υ 2 + σ u2 ). Definindo, a conribuição da variância do esforço de arrecadação na variância oal do modelo de arrecadação ribuária como sendo (Baese e Corra, 1977, Baese, 1991 e Coelli 1991, 1993): σ γ = σ 2 u = σ 2 u 2 2 σ ε ν + σ 2 u (6) A equação acima mosra que o parâmero γ deve variar enre 0 e 1. Quando a conribuição da variância da ineficiência é imporane na variância oal do modelo, iso é a heerogeneidade enre as unidades de governo com relação ao esforço de arrecadação explica boa pare das diferencias na arrecadação ribuária, γ é significaivamene diferene de zero, e, porano, a esimação por mínimos quadrados ordinários não é consisene nem eficiene. Para corrigir esses problemas o méodo de máxima verossimilhança deve ser uilizado. Com esa paramerização, a função log de verossimilhança (log-likelihood funcion) que deve ser maximizada para ober os esimadores dos parâmeros β, σ e γ é definida como (Greene, 1999) 8 : 8. Caso conrário, o ermo u i deve ser eliminado do modelo, deixando a especificação proposa em (4) com os parâmeros β a serem esimados por mínimos quadrados ordinários de forma consisene. 8

N N 2 1 Log L( β, σ, γ ) = (ln 2π + ln σ ε ) + ln Φ( z i ) 2 ε 2 i= 1 2σ ε ε γ onde Φ(.) é uma função normal de densidade acumulada, e z i =. Como γ varia enre 0 e 1, σ ε 1 γ ese inervalo é esado para prover valores iniciais que juno com os esimadores de mínimos quadrados ordinários dos β e de σ ε a serem uilizados no processo de maximização ieraiva aé a obenção dos esimadores de máximo verossimilhança. A medida de esforço de arrecadação surge da comparação enre a arrecadação efeiva de cada unidade de governo e sua capacidade ribuária esimada ou poencial. Porano, o esforço de arrecadação pode ser escrio como: 2 (7) RT f ( T, X ) exp ( ε ) f ( T, X ) exp ( v + u ) EA i = = = = exp( u CT f ( T, X ) exp ( v ) f ( T, X ) exp ( v ), ) (8) Depois de esimar numa primeira eapa, a capacidade de ribuação e calcular a esforço ou eficiência ribuária a parir da comparação da arrecadação efeiva e a poencial, uma quesão naural é invesigar a exisência de faores que influenciam o esforço de arrecadação das várias unidades de governo. O procedimeno mais óbvio para al arefa seria desenvolver uma segunda eapa que consisiria em regredir as esimaivas dos u em ouras variáveis que possam esar afeando o grau de ineficiência na arrecadação 9. No enano, especificar uma função para a ineficiência esimada u nesa segunda eapa é incompaível com a hipóese feia na primeira eapa (esimação da capacidade de ribuação) sobre a independência dos efeios de ineficiência u. Porano, já na formulação original da capacidade ribuária é preciso especificar o modelo para os u e proceder à esimação simulânea da capacidade e do esforço de arrecadação. Desa forma, elimina-se a inconsisência enre as hipóeses do procedimeno em duas eapas. Para ano, Reifschneider e Sevenson (1991), Kumbhakar, Ghosh e McGukin (1991), Huang e Liu (1994) e Baese e Coelli (1995), propuseram modificações alernaivas para o modelo de froneira esocásica de produção. Em geral, essas modificações consisem na redefinição dos efeios da ineficiência 10. Nese rabalho segue-se a modificação proposa por Baese e Coelli (1993 e 1995), manendo a especificação da equação (4), redefinindo os u como variáveis aleaórias independenemene disribuídas e runcadas em zero mas com uma função de disribuição N(d, σ u2 ), cuja média d é agora uma função de um conjuno de variáveis exógenas m que influenciam a ineficiência de cada unidade de observação e que não aparecem como deerminanes da capacidade ribuária 11 : d = m δ (9) Porano, o esforço de arrecadação pode ser escrio como sendo: 9. Esse procedimeno foi usado por Cowing e Yoon (1988) e Kalirajam e Shand (1988) para esimar a influência de caracerísicas específicas das firmas (experiência adminisraiva, propriedade, ec) sobre a eficiência na produção. Blanco (1998) uso esse mesmo procedimeno para analisar a influência da paricipação das ransferências federais na esruura de financiameno de esados e municípios brasileiros no esforço de arrecadação deses níveis inferiores de governo. 10. Reifschneider e Sevenson (1991) adicionaram uma função deerminísica d(.) ao ermo de ineficiência u denro da especificação da froneira esocásica de produção. Dessa forma, a equação (8) pode ser escria como: RT = β ' X + ν ( d u ) onde : d = d( δ, m ). Já Kumbhakar, Ghosh e McGukin (1991) e Huang e Liu, redefiniram o ermo de ineficiência como: u = d i + ω i > 0 com os ω i sendo realizações de uma disribuição normal runcada em -d i (para garanir a não negaividade de u i). 11. Noe-se que esa nova formulação resula da simples subsiuição de µ por d. Esa subsiuição, a diferencia das modificações descrias na noa de rodapé 8, não complica a obenção dos esimadores MLE, já que a função de verosimilhança maném o mesmo formao. 9

EA = exp( u ) = exp( mi, δ + wi, ) M (10) onde w é um erro proveniene de uma disribuição Normal runcada em zer e com variância σ 2. Manendo a paramerização descria na equação (6), a função de verossimilhança dese novo modelo pode ser expressa como 12 : i= 1 = 1 [ln Φ( d ) ln Φ( d 2 2 [( y x β + m δ ) / ] N N T 2 1 2 1 Log L( β, δ, σ V, σ S, γ ) = ( Ti[ln 2π + ln σ ε ] σ 2 i= 1 2 i= 1 = 1 N T * )] Onde de novo Φ(.) é uma função normal de densidade acumulada, S + (11) d m δ =, 2 γ σ S * µ * * d i, = e µ = ( 1 γ ) m δ γ ( y x β ) 2 ( 1 γ ) γ σ S Finalmene, maximizando a equação (11) com relação aos parâmeros β, δ, σ 2 S e γ, obem-se os esimadores de máximo verosimilhança dos deerminanes da capacidade de ribuação e do esforço de arrecadação. 3.2 Esimação dos deerminanes da capacidade e do esforço de ribuação dos governos esaduais brasileiros 1985 99 O modelo de capacidade e esforço de ribuação descrio na seção anerior foi esimado para o Imposo sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) esadual. Para esa esimação, uilizou-se um painel de dados composo de observações anuais para as 26 unidades da federação (os dados para Tocanins foram agregados aos de Goiás) durane o período 1985-99 13. Com esse objeivo, foram incluídas as seguines variáveis explicaivas da capacidade de arrecadação: o produo inerno bruo esadual e a população oal como deerminanes básicos da capacidade de pagameno das unidades federaivas; o grau de indusrialização e de urbanização, que permiem analisar os efeios da composição do PIB e da população sobre as bases de ribuação; a axa de desemprego, a desigualdade na disribuição de renda (coeficiene de Gini) e o grau de pobreza (proporção de pobres) como variáveis socioeconômicas que devem condicionar negaivamene o amanho da base ribuária de uma deerminada jurisdição; a informalidade, medida como a proporção de rabalhadores sem careira sobre o oal de rabalhadores ocupados, e a paricipação das exporações esaduais no PIB (grau de aberura) são variáveis que devem mensurar a imporância da evasão fiscal e isenção na arrecadação ribuária. Finalmene, apesar de ser a mesma em odos os esados, incluiu-se a axa de inflação na especificação da capacidade de ribuação esadual. Para a análise dos deerminanes do esforço da arrecadação do ICMS por pare dos governos esaduais, uilizaram-se rês variáveis explicaivas: a razão dívida consolidada receia correne líquida, razão pagameno de juros - receia correne líquida e a razão ransferências consiucionais receia correne líquida. As duas primeiras como medidas que expressam o esresse fiscal, enquano que a erceira variável reflee a esruura de financiameno esadual 14. Com visas a verificar a consisência dos resulados, além do modelo básico onde não se modela o esforço, foram usadas see especificações alernaivas, número que resula de odas as combinações 12. As proposas de Reifschneider e Sevenson (1991), Kumbhakar, Ghosh e McGukin (1991) e Huang e Liu precisam de funções de verosimilhança muio mais complexas que a descria na equação (7). 13. Não exisem dados disponíveis para as variáveis explicaivas provenienes da PNAD nos anos de 1991 e 1994. 14. Nas especificações esimadas, as variáveis de esresse fiscal esão defasadas num período, para eviar problemas de endogeneidade. 10

possíveis das rês variáveis: as rês primeiras especificações incluem apenas uma variável explicaiva, as rês seguines são combinações de duas variáveis e finalmene, a séima inclui as rês variáveis explicaivas do esforço de arrecadação do ICMS dos esados 15. Com a uilização do programa Fronier 4.1 descrio em Coelli (1996), obiveram-se os esimadores de máximo verosimilhança (MLE) correspondenes às variáveis explicaivas descrias acima e para os parâmeros β, δ, σ S 2, γ de acordo à meodologia descria na subseção anerior. A abela 3.1 mosra que as oio especificações proposas (cada coluna corresponde a uma delas) iveram um ajusameno bom, al como se verifica pela valor da função log de verosimilhança (LLF) e o ese da razão de verosimilhança χ 2 (3). Por oura pare, o valor esimado para o coeficiene γ e o seu grau de significância permiem concluir que em odos os casos o modelo de froneira esocásica é adequado, ou seja, que a hipóese da exisência de diferenças de eficiência na arrecadação ribuária do governo federal nas disinas unidades de governo não pode ser rejeiada. A primeira pare desa abela apresena os coeficienes da esimação da capacidade de ribuação. Em ermos gerais, os sinais dos coeficienes das variáveis explicaivas são compaíveis com as expecaivas posuladas acima, mosrando-se consisenes em cada uma das oio especificações alernaivas, no senido de se maner com um elevado grau de significância em cada uma delas. Como era de se esperar, observa-se que o Produo Inerno Bruo esadual, a população, o grau de indusrialização e de urbanização são faores que amplificam a capacidade de ribuação dos governos esaduais, enquano que o desemprego, a pobreza e a desigualdade na disribuição de renda levam à redução da base de incidência do ICMS. Com relação à axa de inflação, ao grau de informalidade e de aberura, os resulados não permiem exrair inferências conclusivas com relação a seus efeios sobre a capacidade de ribuação esadual. No que se refere aos deerminanes do esforço de arrecadação ribuária dos esados, os rês painéis da Figura 3.1 mosram a relação direa enre esresse fiscal dos esados, medido pela relação dívida consolidada receia correne líquida e pela relação pagameno de juros receia correne líquida e o esforço fiscal esimado pelos modelos correspondenes às colunas 2 e 3. Por sua vez, o úlimo painel desa figura mosra a relação inversa enre paricipação das ransferências inergovernamenais na receia correne líquida dos esados. Na segunda pare da abela 3.1 apresenam-se os resulados da análise dos deerminanes do esforço de arrecadação dos governos esaduais. O sinal dos coeficienes das duas variáveis de esresse fiscal e da esruura de financiameno são compaíveis com as previsões do modelo eórico desenvolvido na erceira seção. Novamene, os resulados mosraram coerência no senido em que ano o sinal como a significância das rês variáveis explicaivas maném-se iguais sob as disinas especificações usadas 16. Apresenadas de forma individual ou conjunamene, é possível observar o efeio posiivo do esresse fiscal sobre o esforço de arrecadação dos governos esaduais. Assim, a deerioração de sua saúde financeira, expressada pelo aumeno das razões dívida consolidada e pagameno de juros sobre a receia líquida correne num deerminado ano, induz à elevação do esforço fiscal dos esados (ou à redução da ineficiência) no período seguine (modelos 2 e 3, 5). Pelo conrário, observa-se que a maior paricipação das ransferências na esruura de financiameno esadual deermina a diminuição do esforço de arrecadação ribuária (ou aumeno da ineficiência) dos governos esaduais (modelo 4). As colunas resanes dessa abela, mosram que os resulados obidos com a inclusão individual das rês variáveis explicaivas são preservados ao se incluírem duas das rês variáveis (modelos 6 e 7) ou quando se incluem as rês variáveis (modelo 8) nas especificações básicas. Em odos os casos, é possível observar que os governos esaduais elevam seu esforço de arrecadação ribuária diane de siuações de esresse fiscal e que a maior dependência em recursos não ribuários diminui esse esforço de arrecadação. 15. Devido à similaridade dos resulados da capacidade de ribuação esadual e a do ICMS, a esimação do esforço de arrecadação dos esados se refere apenas ao oal da receia esadual. 16. Noe-se que a variável dependene a ineficiência de arrecadação. Porano um sinal negaivo para os coeficienes das variáveis explicaivas implica aumeno do esforço de arrecadação e viceversa. 11

FIGURA 3.1 Efi ci ên ci a Tri bu ár ia 1 0.9 0.8 Brasil: Dívida e Eficiência de Arrecadação dos Esados, 1985-99 0.7 0.6 0 50 100 150 200 250 300 Dívida / Receia Líquida Correne (%) Efi ci ên ci a Tri bu ár ia 1 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 Brasil: Juros e Eficiência de Arrecadação dos Esados, 1985-99 0.4 0.3 0.2 0.00 2.00 4.00 6.00 8.00 10.00 Transferências / Receia Líquida Correne (%) Efi ci ên ci a Tri bu ár ia Brasil: Transferências Inergovernamenais e Eficiência de Arrecadação dos Esados, 1985-99 1 0.9 0.8 0.7 0.6 0.5 0.4 0.3 0.2 0.00 20.00 40.00 60.00 80.00 100.00 Transferências Inergovernamenais / Receia Líquida Correne (%) Finalmene, a abela 3.2 apresena para cada esado, as médias do esforço de arrecadação obidas a parir das oio especificações reporadas na abela 3.1 durane o odo o período de análise (1985-99). Com o modelo básico, iso é sem a modelagem do esforço de arrecadação, observa-se um padrão regional onde os esados das regiões Sul e Sudese (nessa ordem) exibem o maior esforço de arrecadação. Colocam-se numa posição inermediária, os Esados das regiões Cenro-Oese e Nordese. Finalmene os esados da região Nore apresenaram o mais baixo esforço de arrecadação ribuária. Em níveis mais desagregados, observa-se que Sana Caarina, Rio Grande do Sul, Espírio Sano, São Paulo, Mao Grosso, Bahia, Amazonas e Tocanins iveram um elevado grau de eficiência de arrecadação ribuária. Pelo conrário, Acre, Amapá, Roraima exibiram uma eficiência inferior a 35%. Rio Grande do Nore, Maranhão, Paraíba, Sergipe, Rio de Janeiro e Disrio Federal, êm um aproveiameno de sua base de ribuação que varia enre 50% e 65%. Comparando essa classificação com as obidas sob o modelo 2, observa-se que para a média Brasil, o esforço fiscal é ligeiramene maior quando se considera a relação dívida receia correne 12

líquida. Enreano, para os esados melhor classificados sob o modelo básico, a inclusão desa variável de esresse na modelagem do esforço de arrecadação induz uma redução significaiva do mesmo. Iso implica a inclusão do esresse fiscal como deerminane do esforço de arrecadação, mosra que esse bom desempenho se deve ao desconforo financeiro que aravessam. IV. Conclusões e Implicações Ese rabalho consaou que os efeios adversos da políica de esabilização sobre a siuação fiscal dos esados se deveram principalmene às obrigações financeiras geradas pela dívida esadual. O crescimeno explosivo da dívida consolidada dos esados como resulado da capialização dos encargos financeiros num conexo de axas de juros elevados, é o efeio mais evidene da esabilização econômica sobre a saúde financeira dos esados. Essa inerpreação conrasa ouras visões, que aribuem à irresponsabilidade fiscal dos esados a maior parcela de responsabilidade pela deerioração da siuação financeira dos esados. Observou-se nas conas primárias uma evolução aé favorável no período 1994-99 mesmo com o fore crescimeno da despesa primária e de suas caegorias mais imporanes, ais como a despesa com pessoal e invesimenos, já que observou-se ambém um aumeno maior ainda de receia fiscal. Em paricular, na erceira seção apresenaram-se evidências de que esados com razões dívida consolidada receia correne líquida elevadas, iso é, esados como maior grau de desconforo financeiro, exibiram uma maior eficiência na arrecadação dos seus ribuos. Porano, os esados enfrenaram a deerioração de sua siuação financeira com a elevação do seu esforço de arrecadação. Por ouro lado, verificou-se que as ransferências inergovernamenais afeam negaivamene o esforço de arrecadação ribuária, no senido em que a maior dependência nese mecanismo de financiameno leva a perda de ineresse pela exploração de fones de recursos próprios. Eses resulados êm as seguines implicações de políica. i) Aumenos de eficiência arrecadadora diane de siuações aprofundameno de desconforo fiscal, permiem inferir que o alívio da deerioração financeira dos esados aravés de operações de resgaes financeiros (bail-ous) por pare do governo federal deveram er ido efeios negaivos sobre o esforço de arrecadação dos esados. ii) a relação direa enre desconforo financeiro e esforço de arrecadação implica a exisência de uma endência de convergência fiscal por pare dos governos esaduais. Assim haveria uma endência a auo - regulação do comporameno fiscal dos esados. Governos em pior siuação financeira eriam um melhor comporameno fiscal. iii) a esse respeio, uma exensão ineressane seria analisar a relação enre esforço de arrecadação e razão dívida mobiliária receia correne líquida com a finalidade de verificar mesmo que de forma indirea se o mercado impôs disciplina ao comporameno dos esados ao induzir os esados mais endividados a um melhor comporameno fiscal. iv) a consaação da exisência de uma relação inversa enre paricipação das ransferências e esforço de arrecadação ribuária fornece argumenos conrários à opção por uma Reforma Tribuária que implique numa maior cenralização ribuária e uma poserior disribuição de recursos fiscais via ampliação do sisema de ransferências inergovernamenais como a proposa pelo aual governo. Pelo menos no que ange às receias, esse raciocínio implica que a compensação pela perda de poder ribuário com o aumeno de ransferências federais para esados, mesmo que inegral, não eria efeios neuros sobre o comporameno fiscal dese nível de governo. 13

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Tabela 2.1. Conas Primárias Dos Governos Esaduais Brasileiros, 1985 99 (mil Reais de 99) Taxa de Crescimeno Anual 1985 1988 1991 1994 1995 1996 1997 1998 1999 1985/93 1994/99 1985/99 Receia Correne 65299 70361 84905 84325 99042 105601 110115 116927 121524 2.6 7.6 4.5 Transferências para 9834 10269 15166 15430 17776 19886 19387 20489 20042 3.3 5.4 5.2 Municípios Receia Líquida 55466 60092 69739 68896 81266 85715 90729 96438 101482 2.4 8.1 4.4 Correne Receia Tribuária 47701 47058 59292 60628 69380 74276 72927 72890 72838 0.8 3.7 3.1 ICMS 45276 45839 57411 60097 66091 70488 68884 65288 65590 1.3 1.8 2.7 Transferências 9271 8191 13141 14000 16521 17307 13095 15745 16909 4.9 3.8 4.4 Consiucionais Ouras Receias Correnes 8329 15112 12471 9698 13140 14018 24094 28292 31776 8.2 26.8 10.0 Despesa Primária 73773 83751 88715 97800 103621 104758 115272 139734 123991 3.6 4.9 3.8 Despesa com Pessoal 29382 32334 36720 38094 50463 56049 54216 60527 61503 2.6 10.1 5.4 e Encargos Sociais Invesimeno 6392 6595 5944 6319 9025 9566 26761 28121 16005 3.3 20.4 6.8 Balanço Primário* -5451-8082 -1628-9425 -3504 5017 9927-9405 4736-7074 -445-4421 *As rês úlimas colunas referem-se às médias do balanço primário para cada período e não às axas de crescimeno

Tabela 2.2. Brasil: Resulado Primário, 1985 99 (Em percenagem do PIB Esadual) Média Por Período U.F. 1985 1988 1991 1994 1995 1996 1997 1998 1999 1985\93 1994\99 1985\99 Nore 0.2-0.1-0.9-1.4-0.9 0.6 0.1-1.0 0.5-0.7-0.4-0.6 Rondônia 2.2-1.8-2.6-2.1-5.2 2.8 0.4-12.8 0.9-3.6-2.6-3.2 Acre 1.0-0.6-1.7-9.7-7.4 3.9-0.5-2.0-2.5-1.8-3.0-2.3 Amazonas 0.5-1.1-2.1 0.0-0.3 2.0 1.4-0.5 0.8-0.3 0.6 0.0 Roraima -16.1 3.1-6.4-10.6-6.9-2.0-0.4 1.8 2.3-4.8-2.6-3.9 Pará -0.3 1.2 1.2 0.4 0.3-0.4 0.6 1.2-0.2 0.4 0.3 0.4 Amapá 2.3 1.4-2.9-11.2-2.0 4.3 0.4 1.7 2.2-0.5-0.8-0.6 Tocanins -5.1-13.5 0.2-13.4-14.8 1.1 3.9-14.3-6.1-9.4 Nordese -1.4-0.4 1.3-0.3 0.1 0.2 3.9-2.1 0.1-0.3 0.3 0.0 Maranhão -5.6 5.7 3.9 0.2 2.5 2.6 1.8 5.1-2.0 1.5 1.7 1.6 Piauí -1.4-4.0 1.9-0.9-1.9-1.7 3.9 1.0 1.4-1.8 0.3-1.0 Ceará -1.4 0.3 1.3 0.9 0.2 0.3 0.5 3.8-1.2-0.1 0.8 0.3 Rio Grande do Nore -0.9-3.4 0.3-3.2-1.0 1.6 10.8-6.7 0.1-1.7 0.3-0.9 Paraíba -0.3-1.9-0.4-0.7 1.0 1.1 0.8 0.4 0.3-1.7 0.5-0.8 Pernambuco 1.0 0.2-0.4 0.3-0.4-0.6 0.5-4.9 0.9 0.1-0.7-0.2 Alagoas 0.3 0.1 0.2-0.1 1.2-2.1 1.2 2.9 0.0-0.2 0.5 0.1 Sergipe -0.4-0.1 0.8-3.4 1.0 3.1 10.0-6.1-0.5 0.3 0.7 0.4 Bahia -2.3-1.0 2.5-0.2 0.0-0.2 6.6-4.7 0.6-0.3 0.3 0.0 Sudese -0.2-1.1-0.6-1.6-0.7 0.4-1.1-0.1 1.6-1.1-0.3-0.7 Minas Gerais -0.4 0.6 1.3-0.7-1.7 0.3-0.3-2.8 1.4-0.2-0.6-0.4 Espírio Sano 0.4 0.1-0.3-0.6-2.6-1.6-1.6-3.3-1.0-0.7-1.8-1.1 Rio de Janeiro -0.7-2.5 0.2-1.9-1.7 1.1 0.5-2.4 3.0-0.9-0.2-0.6 São Paulo -0.1-1.1-1.4-1.8 0.0 0.2-1.8 1.5 1.4-1.4-0.1-0.9 Sul -0.7-0.3 0.8 0.0 0.3 1.2 0.8-2.4-3.0 0.0-0.5-0.2 Paraná 0.0-2.6 2.0 0.0 0.7 1.0-0.7-4.0-8.3 0.1-1.9-0.7 Sana Caarina -0.1 0.2-0.1-0.6-0.5 1.4 2.1 0.0 0.1-0.3 0.4 0.0 Rio Grande do Sul -1.4 1.2 0.2 0.2 0.3 1.3 1.3-2.3-0.3 0.0 0.1 0.0 Cenro - Oese -3.7-2.6-1.2-2.1 0.0 0.7 5.0-1.7 0.3-1.7 0.4-0.8 Mao Grosso do Sul -3.4-3.7 0.5-2.4 2.4 1.1 4.7-2.0 1.2-1.8 0.8-0.8 Mao Grosso -24.9-6.1-3.8-3.8-3.5 3.5 5.2-2.1 2.4-6.8 0.3-3.9 Goiás -1.8-4.5-1.1-4.6-0.1-0.3 4.1-3.7-1.9-2.7-1.1-2.0 Disrio Federal 0.2-0.1-1.1 0.1 0.5 0.1 5.6-0.1 0.4 0.0 1.1 0.4 Brasil -0.6-0.9-0.2-1.2-0.4 0.5 1.0-0.9 0.5-0.8-0.1-0.5 16

Tabela 2.3. Brasil: Dívida Consolidada dos Esados, 1985 99 (mil Reais de 99) Taxa de Crescimeno Anual U.F. 1985 1988 1991 1994 1995 1996 1997 1998 1999 Nore 795 1746 1756 2336 3167 3156 5415-5522 13.1 18.8 14.8 Rondônia 154 154 80 32 32 93 188-146 -13.9 35.7-0.4 Acre 28 62 180 313 534 585 869-657 38.3 16.0 25.3 Amazonas 423 872 887 1255 1386 1342 1856-2236 10.5 12.2 12.6 Roraima 112 37 71 63 45 46 69-288 -5.6 35.6 7.0 Pará 74 619 515 646 886 992 1417-1695 30.4 21.3 25.0 Amapá 4 3 22 28 92 98 209-98 45.1 28.8 25.5 Tocanins 0 0 0 1 192 0 807-401 271.3 Nordese 9833 13911 12967 15845 16627 18433 24072-30193 4.5 13.8 8.3 Maranhão 1200 2203 1899 2862 3117 2919 2744-3281 6.2 2.8 7.4 Piauí 299 891 740 1387 1409 1671 2099-2006 11.5 7.7 14.6 Ceará 1622 1881 2045 2413 1918 2140 2835-3331 4.6 6.7 5.3 Rio Grande do Nore 458 610 399 669 710 961 1071-1023 5.4 8.8 5.9 Paraíba 719 1324 1723 1435 2160 2318 1867-2341 9.4 10.3 8.8 Pernambuco 1470 1626 1256 1650 1615 1804 3759-4983 0.7 24.7 9.1 Alagoas 453 728 580 771 740 986 1529-3031 4.3 31.5 14.6 Sergipe 144 300 304 319 632 816 1328-1359 10.7 33.6 17.4 Bahia 3469 4349 4020 4338 4328 4819 6838-8839 2.8 15.3 6.9 Sudese 14073 19981 23357 34484 36042 64690 105601-128635 11.4 30.1 17.1 Minas Gerais 6129 9421 8962 11392 11232 14018 17350-23717 7.7 15.8 10.1 Espírio Sano 445 771 625 706 734 955 2189-1956 5.5 22.6 11.2 Rio de Janeiro 3706 5586 8045 9834 7842 9569 11974-27604 12.5 22.9 15.4 São Paulo 3794 4202 5725 12552 16233 40148 74088-75358 15.6 43.1 23.8 Sul 8694 13748 12011 12864 12189 15791 22431-25247 5.1 14.4 7.9 Paraná 2168 3463 3052 2769 2059 2458 4921-4919 3.9 12.2 6.0 Sana Caarina 2507 4373 3167 3077 2889 3300 4096-5737 2.7 13.3 6.1 Rio Grande do Sul 4020 5912 5792 7018 7241 10033 13415-14592 7.0 15.8 9.6 Cenro - Oese 3276 6750 6369 7417 9144 10600 15534-9998 9.2 6.2 8.3 Mao Grosso do Sul 884 1870 1482 2143 1884 2116 3335-3201 7.6 8.4 9.6 Mao Grosso 1068 2413 2200 2302 2118 2470 3830-4065 8.7 12.1 10.0 Goiás 1136 2263 2384 2161 4233 5044 7387-1200 9.1-11.1 0.4 Disrio Federal 188 203 303 812 909 970 982-1532 17.2 13.5 16.2 Brasil 36673 56136 56460 72947 77169 112671 173053-199595 8.2 22.3 12.9 17

Tabela 2.4. Brasil: Dívida Consolidada / Receia Líquida Correne, 1985 99 (Em Percenagem) Média Por Período U.F. 1985 1988 1991 1994 1995 1996 1997 1998 1999 Nore 26.3 53.5 34.4 48.0 50.0 46.9 83.4 0.0 86.7 36.8 52.5 43.1 Rondônia 18.3 21.7 12.3 6.2 5.6 14.7 29.0 0.0 22.4 14.5 13.0 13.9 Acre 12.6 25.0 47.8 74.2 102.7 117.1 167.8 0.0 118.5 34.7 96.7 59.5 Amazonas 55.5 88.4 73.0 107.2 73.8 59.3 104.8 0.0 144.8 66.0 81.6 72.3 Roraima 53.8 17.6 21.6 23.2 13.6 13.4 16.9 0.0 69.6 26.6 22.8 25.1 Pará 10.2 70.3 33.2 45.5 51.9 57.6 74.9 0.0 85.5 36.6 52.6 43.0 Amapá 1.6 1.2 5.3 5.1 13.6 17.8 43.6 0.0 23.1 5.9 17.2 10.4 Tocanins 29.0 103.7 0.0 50.3 73.0 45.8 51.2 Nordese 97.5 127.2 101.5 130.5 117.3 121.4 146.7 0.0 171.8 106.0 114.6 109.5 Maranhão 139.6 158.9 158.9 262.4 245.9 208.4 209.9 0.0 205.2 155.5 188.6 168.7 Piauí 57.9 191.6 107.1 202.8 166.7 180.7 211.8 0.0 197.0 110.9 159.8 130.5 Ceará 150.0 98.7 104.7 126.2 79.3 92.2 132.1 0.0 119.4 124.1 91.5 111.1 Rio Grande do Nore 74.9 99.5 54.6 95.1 81.5 96.6 100.3 0.0 74.2 68.8 74.6 71.1 Paraíba 84.5 205.5 205.3 161.7 213.3 201.0 161.0 0.0 164.1 172.1 150.2 163.3 Pernambuco 71.9 93.7 62.7 81.3 71.9 73.2 143.7 0.0 186.4 73.6 92.7 81.3 Alagoas 60.8 136.9 76.5 115.1 89.7 108.1 172.8 0.0 295.2 86.7 130.1 104.1 Sergipe 25.9 58.3 45.6 48.0 70.3 88.0 131.6 0.0 129.4 43.8 77.9 57.4 Bahia 123.1 138.5 102.2 124.0 114.2 118.1 130.8 0.0 191.9 109.1 113.2 110.8 Sudese 49.1 62.7 66.2 103.4 89.3 155.3 236.2 0.0 248.4 62.8 138.8 93.2 Minas Gerais 111.7 174.3 146.9 187.3 159.7 189.8 233.9 0.0 314.3 153.1 180.8 164.2 Espírio Sano 43.9 90.1 46.3 47.4 39.7 50.0 111.3 0.0 102.6 59.9 58.5 59.3 Rio de Janeiro 78.2 115.9 117.8 167.9 125.0 155.3 184.5 0.0 199.5 105.2 138.7 118.6 São Paulo 21.7 20.2 27.3 63.0 64.4 153.3 257.0 0.0 264.4 27.0 133.7 69.7 Sul 98.9 147.3 115.9 116.5 99.5 115.1 160.1 0.0 176.1 114.0 111.2 112.9 Paraná 76.0 138.6 76.2 77.0 48.0 53.5 101.8 0.0 92.8 92.8 62.2 80.5 Sana Caarina 146.7 214.7 174.7 138.6 124.6 107.2 129.0 0.0 205.4 162.6 117.5 144.6 Rio Grande do Sul 95.0 123.3 127.5 134.3 128.4 165.8 223.5 0.0 233.7 110.0 147.6 125.0 Cenro Oese 67.1 143.1 102.2 98.8 112.3 125.7 170.5 0.0 87.6 99.5 99.1 99.4 Mao Grosso do Sul 99.7 271.7 163.8 232.1 184.0 209.6 292.6 0.0 253.0 178.0 195.2 184.9 Mao Grosso 170.7 373.7 269.3 206.5 172.4 190.3 246.2 0.0 235.2 239.0 175.1 213.4 Goiás 75.8 200.0 159.0 134.6 247.0 267.6 372.8 0.0 59.9 151.1 180.3 162.8 Disrio Federal 10.1 9.0 10.1 21.0 21.8 22.9 22.1 0.0 23.9 9.9 18.6 13.4 Brasil 66.1 93.4 81.0 105.9 95.0 131.4 190.7 0.0 196.7 79.6 120.0 95.7 18

Tabela 3.1: Deerminanes da Capacidade e Eficiência de Arrecadação Esadual Capacidade Tribuária Esadual Variáveis Explicaivas Modelo 1 Modelo 2 Modelo 3 Modelo 4 Modelo 5 Modelo 6 Modelo 7 Modelo 8 Inercepo -9.20-12.57-10.88-12.51-10.32-11.29-11.74-10.73 (-6,46) (-11,74) (-11,23) (-12.34) (-9,55) (-11,04) (-11,31) (-10,04) Produo Inerno Bruo*** 0.50 0.41 0.41 0.24 0.35 0.41 0.29 0.32 (7,86) (6,67) (6,54) (3.36) (5,43) (6,44) (4,38) (4,88) População*** 0.45 0.66 0.59 0.83 0.63 0.59 0.70 (5,81) (9,00) (8,44) (11.83) (8,24) (8,24) (9,34) Indusrialização** 0.16 0.09 0.12 0.11 0.15 0.12 0.14 0.17 (2,54) (1,84) (2,23) (2.12) (2,88) (2,21) (2,58) (3,37) Urbanização*** 1.14 1.39 1.30 1.16 1.14 1.35 1.16 1.15 (4,77) (8,16) (8,30) (7.22) (6,80) (8,88) (7,26) (7,03) Pobreza*** -0.20-0.28-0.34-0.24-0.35-0.32-0.22-0.29 (-3,42) (-3,53) (-4,31) (-2.91) (-4,52) (-4,03) (-2,87) (-3,83) Desigualdade* -0.44-0.53-0.56-0.40-0.65-0.62-1.09-1.03 (-2,05) (-1,54) (-1,70) (-1.20) (-1,98) (-1,85) (-3,21) (-3,02) Informalidade 0.05 0.15 0.07 0.20 0.07 0.09 0.15 0.10 (0,60) (2,09) (1,03) (2.57) (0,90) (1,20) (2,06) (1,43) Inflação -0.01-0.01 0.00-0.03 0.00 0.00-0.01 0.00 (-1,80) (-1,44) (-0,29) (-2.74) (0,02) (-0,48) (-1,24) (-0,25) Grau de Aberura -0.02 (-1,25) 0.03 (1,89) 0.02 (1,56) 0.02 (1.43) 0.02 (1,42) 0.02 (1,74) 0.02 (1,92) 0.02 (1,77) Deerminanes da Ineficiência de Arrecadação Tribuária Dívida / Receia LíquidaCorrene(-1) - -0.41 (-2,64) - - - -0.14 (-1,44) -0.16 (-4,11) -0.14 (-4,03) Pag.de Juros/ Receia Líquida Correne(-1) - - -0.55 (-4,89) - -0.28 (-3,60) -0.61 (-4,03) - -0.13 (-2,19) Transferências / Receia Líquida Correne - - - 0.20 (4,14) 0.16 (6,28) - 0.30 (8,25) 0.30 (8,34) η 0.06 (7,38) σ 2 0.46 0.44 0.32 0.09 0.15 0.45 0.11 0.13 (1,14) (2,58) (5,00) (10,67) (4,16) (3,40) (4,79) (4,46) γ 0.93 0.87 0.88 0.64 0.79 0.91 0.69 0.80 (15,85) (12,91) (20,23) (1,89) (8,59) (24,88) (4,86) (9,80) 19

LLF 54.63-55.41-48.95-55.46-43.20-47.20-37.18-33.29 χ2(3) 241.19 21.09 34.00 20.99 45.50 37.51 57.53 65.32 20