O que os contratantes querem



Documentos relacionados
Construção de Ambientes de Saúde

RELATÓRIO DE ESTÁGIO CURRICULAR OBRIGATÓRIO

Proposta para Formataça o de Franquia

AVALIAÇÃO E CONSULTORIA IMOBILIÁRIA (VALUATION & ADVISORY)

PLANO DE NEGÓCIOS FORMAÇÃO DA REDE DR. MARIDO NEGÓCIOS DO PEQUENO E MÉDIO PORTE, ATRAVÉS DO MODELO HOMME OFFICE, COM RETORNO PROJETADO DE 86% A.A.

Leia dicas infalíveis para aumentar a produtividade do seu time e se manter competitivo no mercado da construção civil.

LOCAIS DE TRABALHO COM QUALIDADE E PRODUTIVIDADE PROJETOS ARQUITETÔNICOS

Recursos Próprios. Amigos e Familiares

Itinerários de Ônibus Relatório Final

POLÍTICA DE INVESTIMENTOS

Entenda o diário de obra

Professor: Eng Civil Diego Medeiros Weber.

PLANEJAMENTO E PROJETO: AS FERRAMENTAS ESSENCIAIS PARA CONSTRUIR UM BRASIL MELHOR

Capítulo 2 Objetivos e benefícios de um Sistema de Informação

INTRODUÇÃO À ADMINISTRAÇÃO FINANCEIRA 1.1

As 10 profissões em alta no Brasil

FCH Consultoria e Projetos de Engenharia Escritório: São Paulo Atuação: Nacional

PLANEJAMENTO OPERACIONAL - MARKETING E PRODUÇÃO MÓDULO 3 O QUE É PLANEJAMENTO DE VENDAS E OPERAÇÕES?

Logística e a Gestão da Cadeia de Suprimentos. "Uma arma verdadeiramente competitiva"

COMO CONTRATAR UM CONSTRUTOR. web. telefone

Roteiro para planejamento de cenários na gestão financeira

Processos de gerenciamento de projetos em um projeto

Pós-Graduação em GESTÃO DO AGRONEGÓCIO

Completa gestão. Reforma completa de mais de 10 mil m² do Incor engloba desde o reforço das fundações até a instalação de equipamentos.

Bairro Novo: Sistema Construtivo em Paredes de Concreto.

WMS e TMS. A integração entre os sistemas de gerenciamento de armazéns e transportes é fundamental para a otimização dos fluxos de trabalho

A Aliança de Cidades e a política habitacional de São Paulo

ANEXO 5 ESCOPO DO ESTUDO DE VIABILIDADE TÉCNICA, ECONÔMICA E JURÍDICA

Risco na medida certa

A IMPORTÂNCIA DA GESTÃO DE CUSTOS NA ELABORAÇÃO DO PREÇO DE VENDA

Relatório de Estágio Curricular. Rafael Menezes Albuquerque

Distribuidor de Mobilidade GUIA OUTSOURCING

DA INCUBAÇÃO À ACELERAÇÃO DE NEGÓCIOS: NOVAS ROTAS DE DESENVOLVIMENTO

CENTRO DE CIÊNCIAS TECNOLÓGICAS CCT

COMPETÊNCIAS FUNCIONAIS IS/TI

Relato de Caso: Formação de Monitores da Oficina Desafio

Painéis de concreto pré-moldados e soluções complementares para o segmento econômico. Otávio Pedreira de Freitas Pedreira Engenharia Ltda

LOGÍSTICA MADE DIFFERENT LOGÍSTICA

COMPRE DO PEQUENO NEGÓCIO

CPM Braxis Capgemini reduz custos em 18% com CA Business Service Insight

"BUSSINES PLAN"- PLANO DE NEGÓCIOS

3 Indicadores estruturais da gestão comercial

20 de dezembro de Perguntas e Respostas

2ª edição Ampliada e Revisada. Capítulo 4 Demonstrações Financeiras

Parceria P ú blico-privada PPP. Novembro/2003 -

GESTÃO, PLANEJAMENTO, ORÇAMENTO, PROJETOS E RESULTADOS. EMPRESA REGISTRADA

COMO TORNAR-SE UM FRANQUEADOR

A Cobertura de Advance Loss of Profits e Delay in Start-up

Quer trilhar uma carreira de sucesso? Então esta é a oportunidade para dar o primeiro passo! PROGRAMA ALI AGENTES LOCAIS DE INOVAÇÃO

Na hora de reduzir os custos da sua reforma, não adianta só subtrair. É preciso também somar experiência. ampla. Construções & Reformas

Para se tornar um FRANQUEADO.

AUTOR(ES): LEONARDO ROSOLEN HYPOLITO, ALAN AUGUSTO PAVANI, RODRIGO BIASI GASCH, RODRIGO MAGENTA DE LIMA

Soluções Energéticas

PLANO DE NEGÓCIOS. Causas de Fracasso:

Profº Rogério Tavares

Todos nossos cursos são preparados por mestres e profissionais reconhecidos no mercado, com larga e comprovada experiência em suas áreas de atuação.

Planejamento Estratégico

Disciplina: Administração de Departamento de TI. Professor: Aldo Rocha. Aula III - 25/08/2011

GESTÃO NO DESIGN DE INTERIORES: O Designer, Métodos e Práticas Interdisciplinares I. Professora: Bárbara Ribeiro

DIRETRIZES PARA A CONSTRUÇÃO DE UM MARCO REGULATÓRIO DO VÍDEO SOB DEMANDA Minuta de resolução do Conselho Superior de Cinema Dezembro de 2015

Gerenciamento de projetos.

Introdução 01. José Roberto Marques

CUSTOS LOGÍSTICOS - UMA VISÃO GERENCIAL

Carta de Apresentação. Tudo o que você precisa saber sobre nós!

Preparação para seleção do Projeto de Empreendimento. Da ideia à prática

Oracle Financing: A Maneira Mais Rápida e Acessível de Adquirir Soluções de TI

SONDAGEM ESPECIAL PRODUTIVIDADE RIO GRANDE DO SUL. Sondagem Especial Produtividade Unidade de Estudos Econômicos Sistema FIERGS

MÓDULO IX - CUSTOS. A gestão de custos como ferramenta de apoio a tomada de decisão

CEAP CENTRO DE ENSINO SUPERIOR DO AMAPÁ CURSO DE ADMINISTRAÇÃO DISCIPLINA COMÉRCIO ELETRÔNICO PROF. CÉLIO CONRADO

CUSTO DE REPOSIÇÃO NA FORMAÇÃO DE PREÇOS

P4-MPS.BR - Prova de Conhecimento do Processo de Aquisição do MPS.BR

GESTÃO AMBIENTAL. Profª: Cristiane M. Zanini

Planejamento Estratégico Setorial para a Internacionalização

LMA, Solução em Sistemas

CONCEITOS RELACIONADOS ÀS ATIVIDADES A SEREM DESENVOLVIDAS NOS EPISÓDIOS 1, 2 E 3.

Planejamento e Projeto de Redes de Computadores. Eduardo Barrére

Curso de Graduação em Administração. Administração da Produção e Operações I

Dito isso, vamos ao que interessa para se abrir um escritório contábil:

Painel 2: 2: As As transformações do do ambiente de de negócios e o impacto sobre a estratégia e gestão de de empresas do do mercado de de construção

Parte V Financiamento do Desenvolvimento

Roteiro do Plano de Negócio

A NECESSIDADE DE UMA NOVA VISÃO DO PROJETO NOS CURSOS DE ENGENHARIA CIVIL, FRENTE À NOVA REALIDADE DO SETOR EM BUSCA DA QUALIDADE

ANEXO 1 PROJETO BÁSICO PROGRAMA DE CAPACITAÇÃO PARA O DESENVOLVIMENTO INSTITUCIONAL E ORGANIZACIONAL DE ENTIDADES CIVIS DE DEFESA DO CONSUMIDOR

PROPOSTA PARA UM SUPORTE ADEQUADO ÀS REDES LOCAIS NA UFSCar Prof. Néocles Alves Pereira Secretário Geral de Informática

EDITAL DE SELEÇÃO PÚBLICA DE FORNECEDORES 007/ ANEXO I TERMO DE REFERÊNCIA

Edital nº 025/2014 de 23 de Setembro de 2014 EDITAL DE CHAMADA PARA O PROCESSO DE SELEÇÃO CONCURSO IMED DE PLANOS DE NEGÓCIO

Carga Horária :144h (07/04 a 05/09/2014) 1. JUSTIFICATIVA: 2. OBJETIVO(S):

ECONOMIA E GESTÃO DO SETOR PÚBLICO MÓDULO 16 A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL

ORIENTAÇÕES BÁSICAS PARA ELABORAÇÃO DE PROJETOS

SEJAM BEM-VINDOS CURSO SUPERIOR DE TECNOLOGIA EM GESTÃO DA PRODUÇÃO INDUSTRIAL

Plano de Gerenciamento das Aquisições Exemplo 1

o desenvolvimento, o crescimento e a disseminação moral, honestidade e cooperação real transparência, alta qualidade e preços justos

EMPREENDEDORISMO: POR QUE DEVERIA APRENDER?

NORMA ISO/IEC Isac Aguiar isacaguiar.com.br

REFERÊNCIA Transporte Rodoviário Agenda Setorial 2012 Acompanhamento/Monitoramento da política pública de transporte rodoviário

AGENDA SEBRAE OFICINAS CURSOS PALESTRAS JUNHO A DEZEMBRO GOIÂNIA. Especialistas em pequenos negócios. / / sebraego.com.

Transcrição:

O que os contratantes querem Preços baixos, cumprimento de prazos e qualidade são exigências básicas de administradores e empreendedores de centros comerciais. Eficiência é palavra de ordem para construtor que pretende participar desse mercado Por Juliana Nakamura Prestar serviços para um setor em franca expansão como o de shopping centers é uma grande oportunidade de negócios, sobretudo diante da quantidade de investimentos em novos empreendimentos, além da reforma e ampliação dos existentes. Mas conquistar uma fatia desse bolo requer o cumprimento de uma série de pré-requisitos por parte das candidatas. A situação é mais difícil para aquelas que nunca atuaram Para a expansão do Shopping Tamboré, em Barueri (SP), a construtora Matec utilizou sistemas construtivos racionalizados, como os painéis arquitetônicos de fachada nesse segmento. Afinal, uma das principais exigências de empreendedores e administradores de centros comerciais é justamente a experiência prévia na construção de shoppings. "O processo de concorrência, em geral, fica restrito às empresas que já tenham experiência na construção de shopping centers", diz Gilberto Kaminski, gerente de Planejamento e Controle de Produção do Grupo Thá, que entregou recentemente o Joinville Garten Shopping e o Blumenau Norte Shopping, ambos em Santa Catarina. "A primeira coisa que o contratante quer saber é se a empresa tem know-how", complementa Cleber Saccoman, diretor da Matec, que atualmente executa obras em dois centros comerciais, um em Barueri e outro em Santo André (SP).

Isso se explica por algumas particularidades desse tipo de construção. "Em shoppings, a exigência por velocidade de execução é maior. A construtora precisa gerenciar várias frentes de serviço simultaneamente, enquanto que em empreendimentos residenciais, as atividades tendem a ser sequenciais, é laje sobre laje", compara o executivo da Matec. Como ocorre em outros segmentos de mercado, qualidade, preço e prazo são os itens que mais pesam na contratação. A exigência por qualidade é rigorosa em todos os segmentos. "Ainda que apresentem custo de construção menor, os novos shoppings para a classe C não podem prescindir de design apurado, projetos de paisagismo, luminotécnica etc.", afirma Marcelo Nabih Sallum, diretor da Lumine, empresa de gestão de shoppings que atua nas cidades de São Paulo, Rio de Janeiro e Mato Grosso. "Ao contrário do que muitos pensam, os shoppings voltados para a nova classe média são muito similares aos mais elitizados", acrescenta Marcos Saad, diretor da REP (Real Estate Partners), que planeja, desenvolve, constrói e administra shoppings de pequeno e médio portes. Segundo Saad, o que diferencia os shoppings mais populares não é a qualidade da obra, mas os materiais empregados, como acabamentos mais econômicos. Recursos humanos, saúde financeira, posicionamento no mercado e quantidade de obras em andamento também são quesitos considerados pelos contratantes na hora de selecionar a construtora. As exigências não terminam por aí. Acompanhando a tendência atual, os empreendedores têm dado cada vez mais valor a boas práticas nas áreas de saúde e meio ambiente. Concorrência acirrada Para vencer uma concorrência, apresentar custo competitivo é algo fundamental. "A pressão por parte dos contratantes é cada vez mais agressiva, o que nos obriga a correr atrás de diferenciais, visando pelo

menos manter o patamar de preço praticado anteriormente", comenta Saccoman. Nesse contexto, resta aos construtores racionalizar projetos e métodos construtivos, reduzindo a necessidade de mão de obra, cada vez mais escassa. Foi com esse tipo de solução que a Matec conquistou as obras de expansão do Shopping Tamboré, em Barueri, na Grande São Paulo. De acordo com o diretor da construtora, o projeto foi trabalhado exaustivamente visando maximizar a eficiência da obra e do empreendimento. No edifício-garagem, por exemplo, a estrutura moldada in loco inicialmente prevista foi substituída por estrutura pré-moldada com cubetas. Na fachada, a introdução dos painéis pré-moldados de concreto permitiu reduzir a mão de obra direta e eliminar equipamentos, como cimbramento e bombas de injeção de concreto. Dessa forma, foi possível reduzir o tempo de execução, entre 20% e 30%. "Além disso, pudemos diminuir a quantidade de itens a serem gerenciados, bem como o risco de perda de material e de eventual indenização", comenta Saccoman. Projetos bem compatibilizados e eficientes são de grande valia não apenas para racionalizar a construção, mas também para tornar a operação do - shopping mais econômica. Esse, aliás, é um ponto nevrálgico para os administradores de centros comerciais. "Por isso, a empresa que oferece soluções e tecnologias capazes de tornar a operação dos shoppings mais eficiente certamente sai na frente em uma concorrência", diz Sallum. Segundo Gilberto Kaminski, o mesmo ocorre com as empresas que disponibilizam tecnologias capazes de viabilizar cronogramas enxutos. Afinal, para uma empresa que administra um shopping, tão importante quanto preço, qualidade e cumprimento a requisitos administrativos, é o respeito aos prazos de execução. A conclusão dos trabalhos geralmente é programada para garantir que o empreendimento esteja em pleno funcionamento em momentos de vendas intensas para os lojistas, como

antes do Natal ou do Dia das Mães. Não à toa as multas costumam ser altíssimas o bastante para cobrir o lucro cessante de cada lojista. Modelos contratuais Há duas formas de contratação mais usuais adotadas por investidores e administradores de shoppings, sobretudo para grandes contratos, como os que envolvem a construção de um novo shopping e a expansão de uma ala em shopping já existente. No método mais tradicional, o empreendedor contrata projetistas e, com os projetos em mãos, abre uma concorrência para escolher a construtora que irá executar o trabalho. A construtora então elabora o seu orçamento a partir dos projetos prontos. Nos últimos anos, a contratação que arte de uma meta orçamentária vem ganhando força no segmento de shopping centers. Nesse caso, o contratante convoca a construtora em uma fase anterior à de projetos. A intenção é unir esforços para viabilizar uma determinada meta definida pelo empreendedor. "A vantagem desse modelo é permitir fazer a engenharia já na formação do preço", defende Cleber Saccoman. O executivo explica que, nesse modo de contratação, o projeto pode explorar melhor as possibilidades de redução do preço, por soluções otimizadas que atendam aos objetivos previamente estabelecidos de prazo, custos e qualidade. Os contratos normalmente são feitos por preço fechado com prazo determinado (modo muito utilizado em obras de ampliações e reformas) ou por preço máximo garantido, no qual a construtora é remunerada por uma taxa de administração. Em quase todos os casos uma gerenciadora faz a intermediação entre construtora e contratante, inclusive, avaliando a capacidade técnica das construtoras que concorrem à execução da obra.

Requisitos básicos para seleção da construtora Portfólio e experiência anterior em obras similares; Prazo de execução; Preço; Capacidade técnica para a execução dos serviços (equipamentos próprios, recursos humanos, capacidade de alocação de suprimentos etc.); n Capacidade econômica (para assegurar que a empresa possa concluir os serviços); Boas práticas na área de SMS (Saúde, Meio Ambiente e Segurança).