ECONOMIA E GESTÃO DO SETOR PÚBLICO MÓDULO 16 A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
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1 ECONOMIA E GESTÃO DO SETOR PÚBLICO MÓDULO 16 A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL
2 Índice 1. A lei de responsabilidade fiscal A integração entre o planejamento e o orçamento Execução orçamentária e financeira...4 2
3 1. A LEI DE RESPONSABILIDADE FISCAL Um fato importante é que a Constituição de 1988 não definiu o conteúdo das metas da LDO, fato corrigido com a criação da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF) que dá ênfase às questões de planejamento e controle, transparência e equilíbrio das contas e cumprimento de metas de resultados entre receitas e despesas. Conforme Vignoli (2004), a LRF pode ser analisada dividindo-a em quatro grandes blocos: 1º) trata do planejamento técnico: definição do conceito de Receita Corrente Líquida (RCL), sendo essa a base de cálculo de todos os limites estabelecidos; anexo de metas fiscais na LDO, como NFSP conceito primário, e a NFSP conceito nominal, e montante da dívida pública; necessidade da previsão de receitas; na previsão na LOA da renúncia de receitas deve-se estabelecer medidas de compensação das mesmas, controlar despesas e definir tetos máximos com gastos em funcionalismo; 2º) trata da dívida e do endividamento: a proibição de o Banco Central do Brasil emitir títulos da dívida pública a partir de dois anos da data de publicação da LRF; a proibição de estados e municípios rolarem as suas dívidas com a União; ao estabelecimento de novos prazos e novas condições para a realização e quitação de operações de crédito por Antecipação da Receita Orçamentária (ARO); 3º) trata da gestão patrimonial (disponibilidades de caixa): a redação da inclusão de novos projetos na LOA sem que sejam adequadamente atendidos os projetos em andamento e ainda contempladas as despesas de conservação do patrimônio público; 4º) trata da transparência, do controle e da fiscalização e ainda das disposições finais e transitórias: a obrigação de se incentivar a participação popular, como forma de dar transparência à gestão fiscal, durante os processos de elaboração e de discussão dos planos, LDO e LOA. A Lei de Responsabilidade Fiscal criou o vínculo entre PPA, LDO e LOA como forma de aprimorar a integração entre planejamento, programação e orçamento. Antes da LRF, havia a socialização da dívida para toda a nação; agora, os estados e municípios que saírem das metas sofrerão as consequências regionais da falta de recursos orçamentários. 2. A INTEGRAÇÃO ENTRE O PLANEJAMENTO E O ORÇAMENTO O PPA do período de 2000 a 2003 introduziu na administração pública federal a gestão por resultados, em que cada programa executado tem um gestor responsável que irá prestar contas dos recursos, das ações e dos resultados do objeto proposto no projeto inicial e no seu plano de trabalho. Há que se considerar ainda que não se dispõe, no setor público, de análises que demonstrem a qualidade dos gastos, bem como de um sistema 3
4 de custos que determine, com rigor, quanto custa cada ação do governo, apesar de a legislação fazer claramente referência a isso (Vignoli, 2004, p. 375). Para cada ação do governo, seja de inclusão social ou inclusão digital, cada programa passa a ter as funcionais programáticas para operar seu orçamento através das seguintes estruturas: a) função: é o maior nível de agregação; b) subfunção: visa a agregar determinado subconjunto de despesa do setor público; c) programa: é o instrumento de organização da ação governamental visando à concretização dos objetivos pretendidos, sendo mensurado por indicadores estabelecidos no PPA; d) projeto: é o instrumento para alcançar o objetivo do programa; e) atividade: é um instrumento de programação para alcançar o objetivo de um programa, envolvendo um conjunto de ações e operações que se realizam de modo contínuo e permanente; f) operações especiais: são despesas que não contribuem diretamente para o objeto, como fazer um debate nacional ou internacional. Gráfico: Vínculos entre PPA, LDO e LOA 3. EXECUÇÃO ORÇAMENTÁRIA E FINANCEIRA A execução orçamentária tem o objetivo de manter estreita a relação de programação que pressupõe planejamento ex ante com o orçamento aprovado, cuja implementação representa a execução financeira. Esse processo de planejamento pode ser dividido em três fases: 4
5 A melhor forma de assegurar que o orçamento seja executado de forma planejada é programar antecipadamente a execução. Isso significa que, considerando o tempo que resta até a aprovação da LOA pelo Legislativo, o Orçamento deve ser detalhado, para que se tenha clareza de quais recursos materiais e humanos serão necessários para se levar a efeito a programação pretendida (Vignoli, 2004, p. 377). A LRF determina que, até trinta dias após a publicação da LOA, o Poder Executivo deverá estabelecer a programação financeira e o cronograma de execução de desembolso. É um instrumento de controle de caixa que apresenta as previsões das receitas e os pagamentos das obrigações à medida que o orçamento vai sendo executado. Controle financeiro: a) eficiência; b) eficácia dos resultados esperados. Evitar desperdícios e proteger o bem público, pois: Cumpre verificar que a realização das despesas previstas no orçamento, que obedece ao regime de competência, é condicionada tanto pelo efetivo ingresso das receitas, que obedece ao regime de caixa, como também pela situação financeira do ente da federação, decorrência direta do nível de endividamento de curto e longo prazos. Aliás, tal endividamento deve ser considerado na elaboração do Anexo de Metas Fiscais... (Vignoli, 2004, p. 379). Resultado: processo de prestação de contas à sociedade 5
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