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Transcrição:

Protocolo: 15029/2018 Edital: SISTEMA FIEP Objeto: Critério de julgamento CONTRATAÇÃO DE AGÊNCIA DE VIAGENS PARA AQUISIÇÃO DE PASSAGENS AÉREAS NACIONAIS E INTERNACIONAIS, HOSPEDAGENS EM HOTÉIS NACIONAIS E INTERNACIONAIS, SEGURO VIAGEM NACIONAL E INTERNACIONAL, PASSAGENS RODOVIÁRIAS NACIONAIS, PASSE DE TREM INTERNACIONAL, EMISSÃO DE CARTA VERDE, BEM COMO ATENDIMENTO DE LOCAÇÃO DE VEÍCULOS NO EXTERIOR, LOCAÇÃO NACIONAL DE VANS, ÔNIBUS E MICROÔNIBUS, EVENTOS REALIZADOS EM HOTÉIS NACIONAIS E ATENDIMENTO RECEPTIVO DE GRUPOS EM PASSEIOS CULTURAIS, TURÍSTICOS E EXCURSÕES MENOR PREÇO Abertura: 22 10 2019 Impugnantes: Impugnada: STABIA VIAGENS E TURISMO LTDA P&P TURISMO EIRELLI EPP COMISSÃO DE LICITAÇÕES DO SESI/SENAI-PR 1. DA TEMPESTIVIDADE É tempestiva a impugnação apresentada pela empresa STABIA VIAGENS E TURISMO LTDA no dia 18 de outubro de 2018 às 16h00min em meio eletrônico. É tempestiva a impugnação apresentada pela empresa P&P TURISMO EIRELLI EPP no dia 18 de outubro de 2018 às 16h59 min em meio eletrônico. DAS RAZÕES As impugnantes alegam: 2. 1) DA IMPUGNANTE STABIA VIAGENS E TURISMO LTDA Inicialmente a impugnante cita que é discutível a não previsão de consorcio, bem como a composição do Patrimônio Líquido. a) Das condições de participação exigidas dos licitantes de modo excessivo: Alega que a impugnada deixou de instituir a possibilidade de consorcio; Alega que, embora a participação se insira na esfera de discricionariedade do gestor, demanda justificativa técnica e econômica; Alega que a restrição do segmento licitado, os documentos complementares econômicofinanceiro só seriam passiveis de poucas empresas; Por fim, para esse item, a impugnante alega que as exigências impostas aos licitantes restringem a competitividade. b) Da habilitação econômico-financeira: Sobre o item 4.3 a impugnante alega que, conforme Lei 8.666/93, deve-se estar justificado no processo a previsão equivalente a 10% do valor contratual; Alega que não se comprovou no processo qualquer justificativa de tal necessidade, bem com, não apresentou estudo comparativo que demonstrasse a pertinência nos índices sugeridos no edital; Alega que, na realidade frente ao mercado, o correto seria solicitar: liquidez geral, a solvência geral e o endividamento total e não Patrimônio líquido necessário. c) Do pedido: Requer que seja acolhida a impugnação, para que haja exclusão dos itens editalícios em referência. 1 / 8

2) DA IMPUGNANTE P&P TURISMO EIRELLI EPP Inicialmente a impugnante indica que as disposições editalícias violam frontalmente preceitos estabelecidos no Regulamento de Licitações e Contratos do SESI/SENAI, a saber: (a) exigências relacionadas à operação de sistemas informatizados de provedores e marcas específicos; (b) exigência de qualificação econômico-financeira vinculada a rentabilidade; (c) exigências de experiência anterior em volume desproporcional; e (d) exigência de implantação de posto de atendimento local. Os itens relativos a esses pontos, abaixo pormenorizados, deverão ser excluídos ou retificados, sob pena de nulidade do certame. a) Exigência de operação de sistemas informatizados de provedores a marcas específicas: Alega que os sistemas solicitamos não são os únicos disponíveis no mercado, citando como referência o programa Travellink; Ainda diz que, ao solicitar programas específicos isso exclui a participação de varias empresas; A impugnante traz a luz o art.13 1º do Regulamento de Licitações e Contratos, alegando a não possibilidade da indicação dos sistemas. b) Exigência de qualificação econômico-financeira vinculada a rentabilidade: A impugnante incialmente alega que a contratante se trata de instituição privada, ao decorrer do seu documento faz a consideração que enquanto serviço social autônomo extrai-se que o regime jurídico aplicável às suas licitações é, de certa forma, misto: à autonomia da vontade regulada no Código Civil agregam-se os procedimentos próprios estabelecidos por resoluções internas, as quais devem seguir e ser interpretadas de acordo com os princípios norteadores da Administração Pública e a estrutura básica da Lei nº 8.666/93. Alega ainda, que a solicitação do documento de habilitação econômico-financeiro é ilegal, solicitando por sua vez a exclusão do documento. c) Exigências de experiência anterior em volume desproporcional: Alega que as condições de participação do edital devem ser proporcionais ao objeto contratado, a fim de garantir o maior número de licitantes; Alega que o item 4.2, f do Anexo II, a listagem de comprovações é extensíssima, o que por si só já se mostra desproporcional. O cenário é agravado quando se considera que todas essas aptidões devem ser comprovadas com atestados fornecidos por tomadores de serviços com pelo menos três mil funcionários, o que reduz sobremodo o universo de empresas virtualmente capazes de atestar. Alega ainda que, a exigência de atestados de terceiros com número específico de funcionários comprovando prestação de serviços em inúmeras modalidades constitui critério desarrazoado e desproporcional de seleção, além de ser prática vedada pelo ordenamento jurídico. Em função disso, a impugnante por sua vez, diz que deverá haver a exclusão ou reformulação do item. d) Exigência de operação de posto de atendimento local: Alega que os itens 9.2.9, 9.2.10, 9.2.11, 9.2.14, 9.2.45, 10.1, 15 c do Anexo I, entre outros, denotam a exigência de que a futura Contratada opere posto de atendimento local junto à Contratante. A impugnante questiona primeiramente, a questão de manutenção de posto de atendimento físico na região e segundo a questão do momento em que tal exigência, caso imprescindível, poderia ser imposta; No que tange o posto de atendimento a impugnante alega que fere o princípio da competitividade, prejudicando a participação das empresas para tal participação, não sendo condizente tal solicitação para o bom desempenho do objeto; Diz que o objeto solicitado são serviços realizados via rede mundial de computadores (internet), e ao exigir a proximidade física do prestador, para além da sua disponibilidade online, constitui restrição desnecessária à competição; Ainda alega que a operação de posto local seria necessária para que a comunicação entre contratante e contratada fosse facilitada, e que não se ve necessidade de operação local, pois quase todo o atendimento poderia ser feito por internet. Ou ainda, que como 2 / 8

alternativa a licitante poderia, alternativamente, disponibilizar telefone toll free (0800) ou a custear as chamadas. Indica ainda que para reuniões presenciais poderiam ser atendidas ou por representantes locais (sem a necessidade de posto físico) ou por funcionários deslocados para a reunião marcada, sem qualquer prejuízo à contratante; A impugnante diz que não se dever ter a exigência de posto local como requisito habilitatório; e) Do pedido: Requer a retificação do edital modificando os itens citados. PARA INFORMAÇÃO: De pronto cumpre informar que o Tribunal de Contas da União tem jurisprudência consolidada no sentido que os Serviços Sociais Autônomos não se submetem às regras da Lei nº 8.666/93, posto que não integram a Administração Pública, tal como delimita seu artigo 1º. Ainda, a jurisprudência da Corte de Contas reconhece a plena autonomia dos Conselhos Nacionais dos Serviços Sociais Autônomos para editarem seus próprios Regulamentos de Licitações e Contratos. Nesse contexto tem-se que as licitações do SESI/SENAI se pautam pelo seu Regulamento de Licitações e Contratos (RLC). Salienta-se, ainda, que os processos de licitação realizados pelo SESI/SENAI atendem aos Princípios da Legalidade, da Impessoalidade, da Moralidade, da Igualdade, da Publicidade, da Probidade, da Vinculação ao Instrumento Convocatório, do Julgamento Objetivo e dos que lhe são correlatos, inadmitindo-se critérios que frustrem seu caráter competitivo. Tais princípios estão estabelecidos no Art. 2º do Regulamento de Licitações e Contratos do SESI/SENAI, no qual está respaldado o presente Edital. DA ANÁLISE DAS IMPUGNAÇÕES APRESENTADAS 3. 1) DA ANALISE SOBRE A IMPUGANÇÃO APRESENTADA PELA EMPRESA STABIA VIAGENS E TURISMO LTDA a) No que tange a solicitação de participação de consórcios: Quanto a solicitação de inclusão de participação de licitantes em consorcio; A possibilidade de participação em certames licitatórios por meio de Consórcios, não está prevista expressamente no Regulamento do SESI/SENAI; neste caso aplicamos subsidiariamente a Lei 8666/93. E, neste contexto, trata-se de ato de liberalidade do SESI/SENAI, permitir ou não a participação de empresas em consórcio em licitações. Vejamos o que diz o Art. 33 da Lei 8.666/93, junto com seus incisos e parágrafos: Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas: I - comprovação do compromisso público ou particular de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados; II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital; III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de qualificação econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua respectiva participação, podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas assim definidas em lei; IV - impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamente; V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato. 1o No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso II deste artigo. 3 / 8

2o O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo. Neste sentido, posiciona-se Marçal Justen Filho, vejamos: O ato convocatório admitirá ou não a participação de empresas em consórcio. Trata-se de escolha discricionária da Administração Pública. Sendo o consórcio uma associação eventual, constituída para um empreendimento específico, o ato convocatório deve não apenas autorizar sua participação mas também estabelecer as regras correspondentes. 1 O artigo 278 da Lei 6.404/1976 estabelece que as companhias e quaisquer outras sociedades, sob o mesmo controle ou não, podem constituir consórcio para executar determinado empreendimento. No entanto, fica proibida a formação de consórcio de empresas no caso de restringir a liberdade de comércio, tendo por objetivo a dominação do mercado, a eliminação da concorrência, ou o monopólio na obtenção de elevação de preço, perante a ilegalidade de tais finalidades (Lei 8.884/1994). Afim de reforçar a argumentação temos o seguinte entendimento do TCU, a saber: 25. A respeito da participação de consórcios, a jurisprudência desta Corte de Contas tem assentado que o art. 33 da Lei 8.666/1993 deixa à discricionariedade do gestor a decisão de admitir ou não a participação de empresas organizadas em consórcio no certame devendo o desígnio ser verificado caso a caso.... 28. O art. 33 da Lei de Licitações expressamente atribui à Administração a prerrogativa de admitir a participação de consórcios. Está, portanto, no âmbito da discricionariedade da Administração. Isto porque, ao nosso ver, a formação de consórcio tanto pode se prestar a fomentar a concorrência (consórcio de empresas menores que, de outra forma, não participariam do certame), quanto a cerceá-la (associação de empresas que, caso contrário, concorreriam entre si)... 2 (grifo nosso) Como observamos é firmado pelo tribunal a admissão ou não de consórcio de empresas em licitações e contratações é competência discricionária do administrador. O objeto em questão não é considerado como vulto de complexidade, tendo em vista que, há várias empresas do ramo que atendem os requisitos sem a necessidade de serem consorciadas. Ainda, o TCU diz: Devem ser consideradas as circunstâncias concretas que indiquem se o objeto apresenta vulto ou complexidade que torne restrito o universo de possíveis licitantes. Somente nessa hipótese, fica o administrador obrigado a autorizar a participação de consórcio de empresas no certame, com o intuito precípuo de ampliar a competitividade e proporcionar a obtenção da proposta mais vantajosa. 3 (grifo nosso) Portanto, mantemos a decisão em não permitir a participação de consorcio no referido edital. b) Da habilitação econômico-financeira: Quanto a solicitação do documento de habilitação econômico financeiro, vejamos o que trata o Regulamento de Contratos e Licitações do SESI/SENAI. 1 JUSTEN FILHO, Marçal. Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos. 11ª edição. São Paulo, Editora Dialética. 2005, pág. 360 2 Acórdão TCU nº 2.813/2004 1ª Câmara, relatório do Ministro-Relator 3 TCU, Acórdão 2.831, Plenário, Rel. Min. Ana Arraes 4 / 8

Art. 12 Inciso III qualificação econômico-financeira: a)balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, ou balanço de abertura no caso de empresa recémconstituída, que comprovem a situação financeira da empresa, através do cálculo de índices contábeis previstos no instrumento convocatório; Com base no nosso regulamento, consideramos como razoável a solicitação de tal do documento. Ainda, o artigo 31 da Lei 8.666/93 dispõe: "Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á a: III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e 1o do art. 56 da Lei 8.666/93, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação. 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital 0mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no 1o do art. 56 da Lei 8.666/93, como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado. 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais.. (grifo nosso) As demonstrações financeiras são solicitadas em edital a fim de analisar o desempenho operacional da agência de viagens e a sua capacidade e garantia de pagamento dos fornecedores envolvidos na prestação dos serviços, já que a forma de pagamento prevista em edital é o faturamento, conforme estimativa prevista no item 7 do Anexo I do edital. A análise financeira se torna mais precisa e assertiva quando obtida através de diferentes indicadores. Diante do exposto, o item acima referido será mantido em edital. 2) DA ANALISE SOBRE A IMPUGANÇÃO APRESNTADA PELA EMPRESA P&P TURISMO EIRELLI EPP a) No que tange a Exigência de operação de sistemas informatizados de provedores a marcas específicas: O Sistema Fiep possui ciência da existência de outros sistemas informatizados no mercado, mas ratifica a necessidade de contratação de uma agência de viagens para operação e atendimento das solicitações através do sistema de viagens selfbooking Lemontech utilizado pelo Contratante, já que este dispõe de uma licença própria com a empresa mencionada, adquirida através de edital de licitação nº. 1157/2013. Em função do exposto, não é de interesse do Sistema Fiep suprir a demanda com um programa de outra empresa. Inclusive, o item 9.1 do Anexo I do edital enfatiza que a contratada deverá operar no sistema do contratante. A licença do sistema de viagens selfbooking da empresa Lemontech Informática Ltda é exigida em edital para viabilizar a integração automática das solicitações concluídas no sistema de viagens do contratante e o backoffice utilizado pela agência de viagens 5 / 8

contratada. Sem esta integração, os dados das solicitações de viagens não são lançados automaticamente no backoffice da agência de viagens, impactando em atraso no envio do faturamento, introdução manual de dados e erros de lançamento. ça exigência de um GDS garante que a agência de viagens tenha uma estratégia e capacidade de atendimento eficaz tanto de conteúdo nacional, quanto internacional em tempo real, além de parceiros de distribuição em todas as localidades. Além disso, conforme item 9.2.26 do Anexo I do edital, esta licença possibilita ao contratante a realização de auditoria de conteúdo. Diante do exposto, o item acima referido será mantido em edital. b) No que tange a Exigência de qualificação econômico-financeira vinculada a rentabilidade: Quanto a solicitação do documento de habilitação econômico financeiro, vejamos o que trata o Regulamento de Contratos e Licitações do SESI/SENAI. Art. 12 Inciso III qualificação econômico-financeira: a)balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, ou balanço de abertura no caso de empresa recémconstituída, que comprovem a situação financeira da empresa, através do cálculo de índices contábeis previstos no instrumento convocatório; Com base no nosso regulamento, consideramos como razoável a sua solicitação. Ainda, o artigo 31 da Lei 8.666/93 dispõe: "Art. 31. A documentação relativa à qualificação econômico-financeira limitar-se-á a: III - garantia, nas mesmas modalidades e critérios previstos no "caput" e 1o do art. 56 da Lei 8.666/93, limitada a 1% (um por cento) do valor estimado do objeto da contratação. 1o A exigência de índices limitar-se-á à demonstração da capacidade financeira do licitante com vistas aos compromissos que terá que assumir caso lhe seja adjudicado o contrato, vedada a exigência de valores mínimos de faturamento anterior, índices de rentabilidade ou lucratividade. 2o A Administração, nas compras para entrega futura e na execução de obras e serviços, poderá estabelecer, no instrumento convocatório da licitação, a exigência de capital 0mínimo ou de patrimônio líquido mínimo, ou ainda as garantias previstas no 1o do art. 56 da Lei 8.666/93, como dado objetivo de comprovação da qualificação econômico-financeira dos licitantes e para efeito de garantia ao adimplemento do contrato a ser ulteriormente celebrado. 3o O capital mínimo ou o valor do patrimônio líquido a que se refere o parágrafo anterior não poderá exceder a 10% (dez por cento) do valor estimado da contratação, devendo a comprovação ser feita relativamente à data da apresentação da proposta, na forma da lei, admitida a atualização para esta data através de índices oficiais.. (grifo nosso) As demonstrações financeiras são solicitadas em edital a fim de analisar o desempenho operacional da agência de viagens e a sua capacidade e garantia de pagamento dos fornecedores envolvidos na prestação dos serviços, já que a forma de pagamento prevista em edital é o faturamento, conforme estimativa prevista no item 7 do Anexo I do edital. A análise financeira se torna mais precisa e assertiva quando obtida através de diferentes indicadores. Diante do exposto, o item acima referido será mantido em edital. c) No que tange a Exigências de experiência anterior em volume desproporcional: Quanto a solicitação do documento de habilitação econômico financeiro, vejamos o que trata o Regulamento de Contratos e Licitações do SESI/SENAI. 6 / 8

Art. 12 Inciso III qualificação econômico-financeira: a)balanço patrimonial e demonstrações contábeis do último exercício social, ou balanço de abertura no caso de empresa recémconstituída, que comprovem a situação financeira da empresa, através do cálculo de índices contábeis previstos no instrumento convocatório; Com base no nosso regulamento, consideramos como razoável a solicitação de tal do documento. A exigência de experiência anterior está alinhada e proporcional aos serviços citados no objeto do edital. Em relação ao atestado de capacidade técnica que deve ser apresentado pelas agências de viagens, considerou-se a comprovação com atestados de empresas com pelo menos 3000 funcionários. No quantitativo, levou-se em consideração o número de colaboradores do Sistema Fiep (aproximadamente 3.800), que são potenciais viajantes, e o número de terceiros ativos cadastrados no Sistema de Viagens utilizado pelo contratante (aproximadamente 2.200). Diante do total, considerou-se 50%. O cumprimento deste item é importante, pois comprova e assegura que o futuro contratado detém aptidão suficiente para desempenhar o objeto licitado. Quanto à exigência de qualificação técnica em processo licitatório na Administração Pública, o Tribunal de Contas da União - TCU, por meio da Súmula nº 263/11, se posicionou da se forma: SÚMULA Nº 263/2011 Para a comprovação da capacidade técnico-operacional das licitantes, e desde que limitada, simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, é legal a exigência de comprovação da execução de quantitativos mínimos em obras ou serviços com características semelhantes, devendo essa exigência guardar proporção com a dimensão e a complexidade do objeto a ser executado. Ainda vejamos o que diz o acórdão do TCU: É irregular a exigência de atestado de capacidade técnica com quantitativo mínimo superior a 50% do quantitativo de bens e serviços que se pretende contratar, exceto nos casos em que a especificidade do objeto recomende e não haja comprometimento à competitividade do certame, circunstância que deve ser devidamente justificada no processo licitatório. (ACÓRDÃO TCU 3.663/2016) (grifo nosso) Diante do exposto, reitera-se que a exigência não pode ser tida como excessiva e não viola a competitividade, dado o volume e especificidades do objeto. Sendo assim, o item acima referido será mantido em edital. d) No que tange a Exigência de operação de posto de atendimento local: O edital não exige que a agência de viagens disponha de sede ou filial no município de Curitiba, apenas que disponibilize um posto físico nas dependências do contratante para atendimento das solicitações de viagens, conforme previsto no item 9.2.9 do Anexo I do edital. A escolha de posto físico para atendimento das demandas de viagens do Sistema Fiep se deve pelos seguintes motivos: 7 / 8

Personalização do atendimento; Proporciona mais segurança aos viajantes; Acompanhamento diário de demandas e indicadores pelo contratante; Cumprimento dos prazos de atendimento das solicitações abertas no sistema de viagens e Portal de Serviços, utilizados pelo contratante. Está mais alinhado com o perfil dos viajantes do Sistema Fiep; As demandas de grupos, eventos e fretamentos exige alinhamentos presenciais frequentes junto às áreas solicitantes. Devido ao desenvolvimento dos seus negócios, o Sistema Fiep possui um grande volume de viagens corporativas, necessitando de uma gestão efetiva, controle e monitoramento de suas transações, além de resolução rápida dos problemas com eficiência. Para atingir este objetivo, se faz necessária a contratação de uma agência de viagens que ofereça uma estrutura com serviços diferenciados e contribua para o crescimento da empresa. Sendo assim, o item acima referido será mantido em edital. 4. DA CONCLUSÃO Diante das considerações acima, esta autoridade competente para análise das impugnações conhece das razões, eis que tempestivas, e no mérito as julga: 1) IMPROCEDENTE, mantendo o preâmbulo do edital e demais condições previstas em Edital; 2) Determino que a Comissão de Licitações publique ato formal contendo as decisões tomadas neste julgamento de impugnação; 3) DIVULGUE-SE para fins de direito. Curitiba, 19 de outubro de 2018. Sandra Lea Belao Atvars Coordenação de Adm Compras Carlos Alberto Nalevaiko Gerência Corporativa de Suprimentos e Abastecimento Manuel Emilio Rodrigues Gerente Executivo de Desenvolvimento, Suprimentos e Engenharia Ciente. De acordo. Nadia de Jesus dos Santos Presidente Suplente da Comissão de Licitação Alessandra Teodoro Silvério Comissão de Licitação Caroline Borges Comissão de Licitação Luciano de Freitas Trindade Comissão de Licitação 8 / 8