ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO DA COMPANHIA DOCAS DO ESTADO DE SÃO PAULO CODESP SR. PEDRO HENRIQUE DE MELO BACCI.

Transcrição

1 ILUSTRÍSSIMO SENHOR PREGOEIRO DA COMPANHIA DOCAS DO ESTADO DE SÃO PAULO CODESP SR. PEDRO HENRIQUE DE MELO BACCI. DTA ENGENHARIA LTDA, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ/MF n / , com sede na Rua Jerônimo da Veiga, nº 45, 16º Andar, São Paulo/SP, por seu representante legal infra-assinado vem, tempestivamente, nos termos do Art. 41, 2º, a Lei 8.666/93, apresentar a presente IMPUGNAÇÃO AO EDITAL, pelos motivos de fato e de direito a seguir aduzidos: 1. Em preliminar - Da tempestividade da Impugnação. De acordo com o subitem 10.3 do Edital da licitação, o licitante poderá impugná-lo até o segundo dia útil que anteceder a data fixada para a abertura dos envelopes. Portanto, sendo tal data o dia 25/02/2015, o termo final para exercer o direito de impugnação é 23/02/2015, sendo a presente, assim, tempestiva. 2. Da utilização da Modalidade Pregão Eletrônico para contratação de serviços complexos de engenharia de dragagem.

2 A CODESP através do Pregão Eletrônico nº 02/2015 pretende contratar empresa para realização de serviços de dragagem de manutenção do trecho 1 no canal da barra do Porto de Santos, pelo prazo de 06 (seis) meses. Ocorre, que a utilização da Modalidade Pregão Eletrônico para contratação de serviços de dragagem e derrocagem, afronta ao artigo 1º da Lei /2002. Considerando a complexidade dos serviços de engenharia objeto da contratação de Dragagem e Derrocagem, a modalidade licitatória eleita pela CODESP se mostra absolutamente inadequada, na medida em que o artigo 1º da Lei nº /2002 é claro: Art. 1º Para aquisição de bens e serviços comuns, poderá ser adotada a licitação na modalidade de pregão, que será regida por esta Lei. (grifamos) O entendimento é uníssono na jurisprudência e nos Tribunais de Contas pátrios. Aliás, a SÚMULA TCU Nº 257/2010 prevê a possibilidade do uso do pregão, amparada na Lei nº /2002, apenas nas contratações de serviços comuns de engenharia. Neste sentido, cita-se o saudoso Marçal Justen Filho, que adota a definição bem ou serviço comum é aquele que se encontra disponível a qualquer tempo num mercado próprio e cujas características padronizadas são aptas a satisfazer as necessidades da Administração Pública. A complexidade dos serviços de dragagem é evidente, vez que para viabilizar essas contratações é necessário a elaboração Projeto Básico, o que, via de regra, é inexigível para serviços comuns de engenharia. Tanto é verdade, que a Secretaria de Portos SEP está promovendo licitação através da Contratação Integrada, para Elaboração dos Projetos Básico e Executivo de Dragagem e Execução das Obras de Dragagem por Resultado para Readequação da Geometria do Canal de Acesso Aquaviário e dos Berços de Acostagem do Complexo Portuário de Santos-SP.

3 Observa-se que a licitação através da Contratação Integrada, nos termos do artigo 9º, da Lei /2011, só é possível desde que técnica e economicamente justificadas, ou seja, serviços de natureza complexa, atividade específica e determinada. Sendo assim, podemos concluir que a Secretaria de Portos, licitando o escopo de dragagem por resultado de manutenção por RDC Contratação Integrada, entende que tal serviço é de alta complexidade e exige técnica específica. Com a vênia devida, se a contratação de serviços de dragagem é de ordem complexa, como pode ser licitado por Pregão Eletrônico, modalidade está que só é aceita para serviços comuns? Então como devemos classificar os serviços de dragagem se ora é licitado como serviço comum, ora como serviços complexos? Os serviços que a CODESP pretende contratar por meio de Pregão Eletrônico tanto são de ordem complexa que o próprio instrumento convocatório em seu subitem 9.5.c requer Habilitação Técnica, informando que o licitante deverá demonstrar expertise para execução do escopo proposto, se não vejamos: 9.5.c Atestado de Responsabilidade Técnica (ART), com Certidão de Acervo Técnico (CAT) registrado naquela entidade, referente a execução de serviços semelhantes ao objeto deste Pregão, ou de maior porte e complexidade. Atestado(s) de capacidade técnica, em nome da empresa proponente, expedidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente certificado pelo CREA que comprovem a prestação de serviços anteriores, de características, semelhantes as o objeto da licitação, ou de maior porte e complexidade. (grifamos) Ora, se o objeto licitado trata-se de um serviço comum, por tanto podendo ser executado por qualquer empresa que já tenha efetuado este tipo de serviços, por que a necessidade dos licitantes comprovar a execução de serviço de igual o maior complexidade?

4 Não por outra razão, o Tribunal de Contas da União, com seu poder de fiscalização, solicitou que fosse revisto o edital e assim ser republicado na modalidade Concorrência, haja visto ser a mais adequada para tal contratação dado ao elevado grau de complexidade técnica, demandando ampla experiência da empresa. Plenário TC: Neste sentido, transcreve-se trecho do acórdão 1850/2010 não é razoável que as propostas sejam aferidas unicamente pelo critério de menor preço, regente da modalidade pregão, reclamando análise mais criteriosa para constatação do atendimento ou não das exigências editalícias, a qual não se compatibiliza com o simplificado rito do pregão, configurando o fumus boni iuris., devendo então ser processada, necessariamente, por meio da modalidade concorrência, sabidamente mais rígida e morosa Em que pese o objeto do Termo de Referência tenha pretendido especificar a metodologia dos serviços não há qualquer especificação de metodologia, ao contrário, a metodologia deve ser fornecida pelo licitante contratado, nos termos do item 10.5, através de um plano de dragagem contendo identificação dos locais a serem dragados e o seu cronograma de execução, a descrição pormenorizada do(s) equipamento(s) a ser (em) utilizado(s), a certificação de instalação de sistema de rastreamento on line, login e senha para acesso a esse sistema. Por todo o exposto, é esperado que o instrumento convocatório do Pregão 02/2015 da CODESP, seja reavaliado e republicado na modalidade Concorrência, viabilizando assim uma melhor analise da técnica e futura contratação de empresa que atenda as necessidades da Administração e do interesse público. 3. Ilegalidade na exigência de comprovação de propriedade do (s) equipamento (s) para a realização dos serviços Lei Federal nº 8.666/93, Art. 30, 6º. De acordo com o item 9.5C do Edital, exige-se a apresentação de declaração de disponibilidade dos equipamentos empregados (caso sejam equipamentos de terceiros deverá ser apresentado declaração do proprietário dos

5 equipamentos de disponibilidade para a realização dos serviços de acordo com o prazo do contrato). (grifamos) Na realidade, tais exigências estão em desacordo com o que determina o artigo 30, 6º, da Lei Federal nº 8.666/93, que exige, apenas, a declaração formal, do próprio licitante, da disponibilidade das máquinas e equipamentos essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, sob as penas cabíveis. A redação do aludido dispositivo legal é clara nesse sentido: Art. 30. A documentação relativa à qualificação técnica limitarse-á a: 6 As exigências mínimas relativas a instalações de canteiros, máquinas, equipamentos e pessoal técnico especializado, considerados essenciais para o cumprimento do objeto da licitação, serão atendidas mediante a apresentação de relação explícita e da declaração formal da sua disponibilidade, sob as penas cabíveis, vedada as exigências de propriedade e de localização prévia. Portanto, qualquer exigência, ainda que indireta, que incorra na exigência de demonstração de propriedade (ou localização prévia), endereçada a quem quer que seja, licitante ou não, é ilegal e abusiva nos termos da lei. O Licitante, ao apresentar proposta, vincula-se a ela e está sujeito a todas as penalidades cíveis, criminais e administrativas, caso preste declaração falsa ou não cumpra o contrato ou os termos do edital, caso sagre-se vencedor do certame. 4. Dos Pedidos Assim, considerando-se os princípios da competitividade, publicidade, economicidade e eficiência, pautada, ainda, nas Súmulas 346 e 473, ambas do Supremo Tribunal Federal, e artigo 49 da lei 8.666/93, que prestigiam o Poder de Autotutela da Administração, requer-se:

6 a) seja acolhida a presente Impugnação, anulando-se o certame para a imperiosa readequação da modalidade de contratação, haja vista que patente irregularidade. Termos em que, Pede deferimento. São Paulo, 20 de fevereiro de 2015 DTA ENGENHARIA LTDA Irani Delciste Gonçalves Sócio-Gerente

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