Carlos Henrique da Silva Chefe da Divisão de Licitações

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1 Comunicado nº 02 Pregão Presencial nº 15/03204 Objeto: CELESC DISTRIBUIÇÃO S.A. - Contratação de empresa para a prestação de serviços de consultoria especializada em projetos SAP para planejamento e execução da atualização do ambiente SAP, conforme Anexo I. Data: 02/10/2015. Comunicamos que a impugnação interposta sob o protocolo 15/ não foi acolhida. A motivação da decisão segue em anexo e é parte integrante do processo licitatório que está disponível para vistas mediante prévio agendamento. Carlos Henrique da Silva Chefe da Divisão de Licitações

2 I. EXIGÊNCIAS DE QUALIFICAÇÃO TÉCNICA DE NATUREZA POSSIVELMENTE RESTRITIVA Item A e B Conforme já mencionado no esclarecimento número 6, onde existe o mesmo questionamento, Com relação ao item A e B, Exigência de qualificação técnica vinculada ao número de usuários no sistema SAP e Exigência de volumes excessivos para fins de qualificação técnica, esclarecemos que o número de usuário está relacionado ao número total de usuário do ERP SAP e não à algum módulo específico. Este critério visa dimensionar o tamanho dos sistemas definidos nos atestados de capacidade técnica. E, o número de usuários atende a jurisprudência do TCU que determina um percentual máximo de 50% dos quantitativos do edital, onde a Celesc mantém um ERP com 3366 usuários e solicitou um atestado com 44% deste total. Com relação ao item 36.2 do Anexo I, este foi alterado de acordo com o Aditamento 04. Ainda, com relação ao quadro apresentado no item 10 da referida impugnação, questiona-se a obtenção e a publicação das informações, pois conforme contrato celebrado entre a CELESC DISTRIBUIÇÃO S.A. e o consórcio formado pelas empresas ELUCID SOLUTIONS S/A e NEO WAY TECNOLOGIA E NEGÓCIOS LTDA., cláusula quinta, parágrafo terceiro, define que, Guardar sigilo sobre todos os assuntos que, em decorrência dos serviços que deva executar, lhe forem confiados;. O caso será averiguado. Item C Como o número de usuário está relacionado ao número total de usuário do ERP SAP e não à algum módulo específico e este critério visa dimensionar o tamanho dos sistemas definidos nos atestados de capacidade técnica não sendo passível de acúmulo de certificados para a habilitação de capacidade técnica. Diante dos apontamentos acima, esclarecemos que o objeto licitado tem características de complexidade singular, o que força esta administração a estabelecer exigências mais rigorosas quanto à comprovação de capacidade técnica dos participantes do certame. Compete esclarecer que o item do edital estabelece os requisitos mínimos para comprovação de aptidão técnica pra a prestação do serviço, o que é perfeitamente legal e incontestável: é legal a exigência de comprovação da execução de quantitativos mínimos em obras ou serviços com características semelhantes, devendo essa exigência guardar proporção com a dimensão e a complexidade do objeto a ser executado súmula no. 263 (AC /11-P.) Quanto à solicitação que rebate o somatório de atestados do edital, esta administração com base no princípio da razoabilidade e no intuito de ampliar o caráter competitivo resolve permitir o somatório de atestados, desde que estes englobem todas as características mínimas

3 definidas no item , ou seja, permite vários atestados de módulos diferentes desde que os atestados sejam de sistemas implantados de no mínimo 1500 usuários. Conforme foi mencionado no esclarecimento número 2. Item D Cabe ressaltar que o objeto do edital é compreendido de duas etapas: Upgrade e Atualização do ambiente ERP SAP; Implantação e Desenvolvimento do esocial; Como consta no edital a primeira fase do projeto pode efetivamente haver necessidade de implementação ABAP, entretanto na segunda fase haverá uma etapa considerada de desenvolvimento como mencionado no item Neste caso, a alegação prevista não tem fundamentação técnica, além do que, neste caso também é permitido o somatório de atestados para comprovação dos quantitativos solicitados. Item E Referente a alínea J do item , cabe ressaltar que as certificações CMM/CCMI ou MPS.br não são itens obrigatórios para a habilitação técnica para a participação do processo, haja visto que, a alínea J define 5 possibilidades dos quais a proponente deve apresentar apenas 2. Conforme pesquisas realizadas nos sites relacionadas às certificações mencionadas CMMI ( e MPS.br ( existem no Brasil 60 empresas com certificado CMMI com certificação nível 3 ou superior e 53 empresas com certificação MPS.br nível C ou superior. A exigência de certificações tem como objetivo de garantir que os participantes possuam pelo menos uma certificação de qualidade em seus processos de desenvolvimento de sistemas, sem determinar um tipo obrigatório de certificação. As metodologias CMMI, MPS.BR e SPICE são modelos de referência nacional (MPS.BR) e internacional (CMMI e SPICE) que atestam a maturidade do processo de desenvolvimento de software no âmbito das corporações. Essas certificações confirmam a adoção de procedimento consensualmente aceitos no mercado de TI como "melhores práticas", e o contínuo comprometimento da empresa com o aperfeiçoamento de seus processos corporativos de elaboração de um produto de software. Nesse sentido, reproduzimos trechos do Acórdão 1172/2008 Plenário TCU: e) Comprovação que a "certificação CMMI ou MPS/BR ou SPICE (ISO/IEC 15504) ou equivalente, em qualquer nível" é uma prática difundida no mercado de TI, justificando sua necessidade e utilidade para o

4 desenvolvimento do objeto do contrato - exigência contida no Pregão Eletrônico n.º 6/ item Observados os princípios da isonomia e da proporcionalidade, à Administração cabe disciplinar no edital de licitação em que consiste a aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível com o objeto da licitação. Assim, no caso concreto, é plenamente razoável que o cumprimento de requisitos materializados em certificado de qualidade sejam representativos da aptidão necessária para a execução do objeto licitado. Não fere o princípio da isonomia, já que a legislação não impede que a administração fixe critérios objetivos e razoáveis, exigir dos licitantes a comprovação de sua qualificação, visando resguardar o erário e a eficiente execução do objeto a ser contratado. II. DETALHAMENTO EXCESSIVO DAS EQUIPES DE TRABALHO Cabe ressaltar que a impugnação a cerca do item Detalhamento excessivo das equipes de trabalho já foi realizado na integra no pedido de esclarecimento anterior e o mesmo foi atendido no aditamento número 4 e no esclarecimento número 06. Conforme segue: Aditamento 04: Por meio deste aditamento, alteramos o que segue: a) No Anexo I, subitem 36.2, onde se lê: O gerente de projetos deve ter dedicação exclusiva e trabalhar nas dependências da CELESC, apresentar comprovação de pelo menos 2 (dois) projetos de implantação ou atualização de versão SAP por ele gerenciado, em empresas com o faturamento superior a R$ 4 bilhões de reais ou com número de empregados igual ou maior a (três mil) ou com número de usuários no SAP igual ou maior (três mil). Leia-se: O gerente de projetos deve ter dedicação exclusiva e trabalhar nas dependências da CELESC, apresentar comprovação de 1 (um) projeto de implantação ou atualização de versão SAP por ele gerenciado. Esclarecimento 06: No que tange a qualificação da equipe técnica, é prática comum de processos licitatório a exigência de experiência dos profissionais que irão participar do projeto. Visando um alto grau de participação, a Celesc definiu ainda uma flexibilidade conforme descrito no item 46.1 letra a. Por fim, vejamos os ensinamentos do ilustre Prof. Marçal Justen Filho em relação ao art. 3º: A licitação destina-se a selecionar a proposta mais vantajosa para a Administração Pública (com observância do princípio da isonomia). A vantagem caracteriza-se como a adequação e satisfação do interesse

5 coletivo por via da execução do contrato. A maior vantagem apresenta-se quando a Administração assumir o dever de realizar a prestação menos onerosa e o particular se obrigar a realizar a melhor e mais completa prestação. Configura-se, portanto, uma relação custobenefício. A maior vantagem corresponde à situação de menor custo e maior benefício para a Administração (...) De modo geral, a vantagem buscada pela Administração deriva da conjugação dos aspectos da qualidade e da onerosidade. Significa dizer que a Administração busca a maior qualidade da prestação e o maior benefício econômico. As circunstâncias determinam a preponderância de um ou outro aspecto. Devemos avivar que um dos princípios mais importantes da Administração Pública é o da eficiência, e um dos meios para perfazer o mesmo é buscar proposta mais vantajosa por meio das contratações norteadas pela Lei Geral de Licitações, em regra, com economicidade, onde por vezes o uso da discricionariedade se faz necessário. Logo, cabe salientar que um dos objetivos das licitações públicas é assegurar a todos os licitantes igualdade de condições, consolidando assim o princípio constitucional da isonomia. Porém, para consecução desse objetivo deve se observar que a finalidade da Licitação é selecionar proposta mais vantajosa para o interesse da Administração Pública, logo da coletividade, e se da coletividade, deve sobrepor aos interesses privados, pois se trata de bem comum, social, coletivo. Assim, o princípio da vantajosidade para a Administração Pública na licitação em tela deve prevalecer. Dessa forma, não tem porque a Administração Pública deixar de exigir condições legais, quando a finalidade de tal exigência, além de ser motivada, é em prol do interesse público. O fato de a Administração Pública fazer exigências necessárias quando na aquisição de bens e serviços não está a macular os princípios da isonomia e ampla competitividade e sim se cercando, precavendo-se de possíveis dissabores futuros. Tamanha seria a problemática se tivesse a Administração Pública que observar de forma ilimitada os princípio da isonomia e ampla competitividade realizando as licitações sem as mínimas exigências, promovendo a participação de todos, independentemente de condições para execução do contrato com observância dos fins visado pela Administração.