1.3 A impugnação foi recebida em Assim, observa-se que a presente merece ser conhecida, de modo que passamos à análise das razões.

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1 Dinop/Difix 2013/1037 Brasília, 19 de agosto de 2013 À Traço Planejamento e Arquitetura Ltda. Sr.(a) Representante, RDC Presencial 2013/10406 (9600) Impugnação Referimo-nos à Impugnação ao Edital em epígrafe, interposta por essa empresa em , para apresentar-lhe a análise das razões, conforme se segue. 1. Da tempestividade 1.1 A alínea b do inciso I do artigo 45 da Lei nº /2011 estipula o prazo de 5 (cinco) dias úteis antes da data de abertura das propostas, no caso de licitação para contratação de obras ou serviços, para que qualquer pessoa possa impugnar o ato convocatório do certame. 1.2 A abertura da sessão pública do RDC em comento estava prevista para o dia , com prazo para apresentação de impugnação até Entretanto, em , foi publicado no Diário Oficial da União, Seção 3, Página 96, Aviso de Adiamento prorrogando a data de realização para o dia A impugnação foi recebida em Assim, observa-se que a presente merece ser conhecida, de modo que passamos à análise das razões. 2. Dos Fatos 2.1 Na síntese de suas razões, a Impugnante questiona exigência de registro de atestados nos respectivos órgãos de classe e os critérios de aferição de pontos da Parte II do Anexo 9, que podem ser assim elencados: a) Da impossibilidade do registro dos atestados de capacidade técnica nos respectivos órgãos de classe: a.1) que o item 11.6 do Anexo I do Edital dispõe sobre a documentação relativa à qualificação técnica da empresa licitante, aludindo que a empresa participante do certame apresente atestado(s) de capacidade técnica devidamente registrado pelo CREA ou Conselho Profissional competente. a.2) que atestados de capacidade técnica que envolvam serviços multidisciplinares são impedidos de serem registrados justamente por não haver um órgão específico para registro, situação que configura impedimento ao cumprimento de exigência editalícia por parte das licitantes, o que representa ameaça à ampla competitividade e à isonomia entre os participantes.

2 a.3) que, de acordo com o art. 37, XXI da Constituição Federal, o registro de atestados em conselhos profissionais não é indispensável para comprovação da experiência da empresa. a.4) que o Edital restringe a ampla competitividade ao fazer exigência em confronto ao princípio da eficiência, sem mencionar a notória violação ao princípio da legalidade, pois faz exigência de qualificação técnica além das indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações. a.5) que, pelos motivos apontados, requer a reforma do item 11.6 do Anexo I do Edital, para não contemplar a obrigatoriedade de registro dos atestados de capacidade técnica em conselhos profissionais competentes. b) Da avaliação e pontuação da qualificação técnica: b.1) que para a avaliação da pontuação referente à qualificação técnica da empresa licitante e da equipe de profissionais, o Anexo 9 Parte II do Edital utiliza como critério de aferição de pontos a quantidade de horas constante/descrita no atestado de capacidade técnica. b.2) que a única forma de pontuação estabelecida pelo Edital é extremamente limitativa e impede o caráter competitivo do certame, tendo em vista que não há previsão de outras formas de contabilização ou outro método de aferição de pontuação. b.3) que o Instrumento Convocatório poderia utilizar outros critérios de aferição de pontuação, como, por exemplo, 8 horas ser igual a 1 dia, pois a ausência de outros critérios gera situação desigual e limita a participação dos licitantes, afrontando os princípios basilares da licitação, em especial os da isonomia razoabilidade e da ampla competitividade. b.4) que o Edital apresenta vício de legalidade, porquanto impõe restrição desarrazoada e em confronto aos princípios da eficiência e da ampla participação dos interessados. b.5) que, pelos motivos apontados, requer a revogação da restrição, de modo a permitir outras formas de pontuação como, por exemplo, a contabilização dos pontos pelo período de execução do contrato, de modo a garantir a isonomia entre os competidores. 2.2 A empresa requereu, por fim, o acolhimento de suas razões e a consequente reforma dos pontos impugnados. 3. Análise das Razões 3.1 A empresa Traço Planejamento e Arquitetura Ltda. protocolou, tempestivamente, Impugnação aos termos do Edital, cujas alegações relacionam-se, principalmente, com a regra editalícia constante do item 11.6 do Anexo 1 do Edital e com critério de aferição de quesitos da proposta técnica. 3.2 A respeito do questionamento referente ao item 11.6 do Anexo 1 do Edital, alega a Impugnante que haveria no edital obrigatoriedade de que os atestados, a serem apresentados pelos licitantes, para fins de comprovação de

3 qualificação técnica, devessem ser, obrigatoriamente, registrados em entidades de classes, a exemplo do Conselho Regional de Engenharia. 3.3 Cumpre-nos orientar que a regra editalícia acerca de registro de atestados em conselhos profissionais não é absoluta, haja vista a complexidade dos serviços constantes do objeto do edital, senão vejamos. 3.4 De acordo com referido item, citado pela Impugnante, quando for o caso, os atestados apresentados pelas licitantes, para fins de comprovação de qualificação técnica, deverão ser registrados em conselho profissional competente Comprovação, NA DATA DA HABILITAÇÃO, por meio de certidão(ões) e/ou atestado(s), fornecido(s) por pessoa(s) jurídica(s) de direito público ou privado, de que o PROPONENTE executa/executou serviço de natureza semelhante ao indicado no Anexo 01 do Edital. A comprovação será feita por meio de atestado(s) de prestação de serviço devidamente registrado pelo CREA ou Conselho Profissional competente, quando for o caso, contemplando, no mínimo, os seguintes serviços: (grifo nosso). a. Elaboração de projetos básicos ou executivos, contemplando especificações de serviços e materiais (memorial descritivo) e orçamento detalhado referentes a terminais de passageiros TPS, pátio de aeronaves, pistas de pouso e decolagem, seção contra incêndio SCI, balizamentos noturnos, sinalização horizontal e vertical em reforma, modernização, ampliação ou construção de aeroportos e considerando fatores e impactos ambientais em todos os processos; b. Execução, fiscalização ou gerenciamento de obras aeroportuárias, contendo no mínimo construção ou reforma de Pátio/Pista; c. Gestão de projetos; d. Consultoria em infraestrutura aeroportuária; e. Consultoria em compras e contratações públicas. 3.5 Assim, quando existir Conselho Profissional que regule a atividade exercida por empresa ou profissional, o atestado deverá ser registrado; quando não existir tal conselho ou órgão, não haverá obrigatoriedade de se registrar o atestado. 3.6 A exigência está em consonância com o disposto na Lei nº 8.666/93, conforme art. 30, 1º, que diz que a comprovação de aptidão referida no inciso II do caput deste artigo, no caso de licitações pertinentes a obras e serviços, será feita por atestados fornecidos por pessoas jurídicas de direito público ou privado, devidamente registrados nas entidades profissionais competentes. 3.7 Sobre o tema, Renato Geraldo Mendes in Lei de Licitações e Contratos Anotada, 2013, 9ª ed., Zênite, p. 593, traz a seguinte orientação: Basicamente, a Administração tem duas possibilidades em relação à fixação da exigência de registro ou inscrição perante a entidade profissional competente. A primeira delas é indicar a entidade na qual o licitante deverá estar inscrito. E a segunda é apenas exigir que ele comprove a sua inscrição perante a entidade de fiscalização

4 competente, sem mencioná-la expressamente. Essa última forma é a mais comum. 3.8 Diante do exposto, conclui-se que as regras impugnadas do instrumento convocatório (item 11.6) não merecem reforma. Cabe ressaltar que, quando for o caso, referidos atestados deverão possuir registro em conselho profissional competente. 3.9 De forma semelhante ao acima exposto, também não há conflito entre as regras editalícias e o que dispõe o art. 37, XXI da Constituição Federal. Referido artigo não se relaciona com o registro de atestados em conselho profissional competente. XXI - ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços, compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes, com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações Cumpre-nos esclarecer que a Lei nº 8.666/93 regulamentou a disposição do art. 37, inciso XXI, conforme abaixo: LEI Nº 8.666, DE 21 DE JUNHO DE Regulamenta o art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal, institui normas para licitações e contratos da Administração Pública e dá outras providências As regras contidas na Lei nº 8.666/93, inclusive aquelas relacionadas com as exigências de registro de atestados em conselhos profissionais competentes, reputam-se constitucionalmente válidas, para todos os efeitos Nesse sentido, o fato de o atestado ser registrado em conselho profissional competente não significa dizer que haverá restrição à competitivade, uma vez que se trata de atendimento à exigência legal Portanto, não assiste razão à Impugnante, posto que não há no Edital 2013/10406 (9600) restrição à ampla competitividade, visto de acordo com o regramento legal. A exigência de atestado registrado em entidade profissional competente é legal, pois prevista na Lei 8.666/ Em relação à alegação da Impugnante que questiona critério de aferição de pontos por meio da quantidade de horas descritas em atestados de capacidade técnica, esclarecemos conforme abaixo De início, registre-se que os critérios de pontuação questionados visam aferir a qualificação técnica das licitantes de acordo com as especificidades do objeto a ser executado. Não se tratam de condições de habilitação, mas de classificação, modo pelo qual não existem quaisquer óbices à ampla e isonômica concorrência entre aqueles interessados que possuam capacidade de cumprir com qualidade o objeto licitado O Gerenciamento de Portfólios e Projetos envolverá utilização de processos em diversas áreas do conhecimento (escopo, tempo, custo, riscos,

5 qualidade, recursos humanos etc) e o estabelecimento de controle gerencial centralizado das entregas dos diversos pacotes de trabalho/atividades, de forma a possibilitar uma visão gerencial estruturada associada também com a mensuração de custos e esforços em horas que foram desenvolvidos Para a capacidade/experiência técnica do proponente, os itens A.1 a A.5 procuram referenciar a experiência da atuação na forma de Programa ou Projeto que evidenciem o esforço global da atuação em horas, no respectivo contexto de cada item. Ao solicitar comprovação desse esforço em horas na realização de consultoria e/ou assessoria em gestão de Programa ou Projeto que esteja enquadrado em uma das escalas dos quantitativos em horas apresentados nos referidos itens, tem-se por objetivo pontuar a empresa que prestou serviço de natureza e porte semelhantes ao do objeto do Edital As métricas associadas a intervalos de tempo ou períodos de execução ou até mesmo conversões diretas, como sugerido pela Impugnante, não permitem estabelecer uma relação estruturada com a comprovação do esforço que é exigido no Edital para efeito de pontuação nos referidos itens Duração é o período em que uma tarefa é executada, ou seja, indica o prazo da tarefa. O esforço é o tempo efetivo em que a tarefa foi executada. O somatório dos esforços individuais evidenciam o esforço global aplicado ao Programa ou Projeto, que possui uma estrutura analítica que identifica elementos terminais (os produtos, serviços e resultados a serem feitos em um projeto), que servem como base para o seu planejamento, descrevendo o escopo que será entregue e suas associações com o esforço a ser empregado, de forma a estabelecer as ações apropriadas para o gerenciamento e controle do projeto Destacamos que os itens A.1 a A.5 utilizam dois conceitos integrados, que envolvem a comprovação da atuação em determinados tipos de Programas ou Projetos associada à utilização de uma escala progressiva e estruturada para refletir a pontuação relativa da empresa que efetivamente comprovar experiência na realização de consultoria e/ou assessoria no contexto referenciado em cada um dos itens, com explicitação nesta comprovação do esforço global em horas associado ao Programa ou Projeto em que atuou A pontuação que a empresa obterá irá refletir a sua experiência em esforços em horas com atuação em Programas ou Projetos no contexto exigido pelo item. O esforço de horas, que estabelece o máximo da escala de pontuação, está condizente com as ações globais que serão objeto de acompanhamento e atuação pelo Contratante na gestão dos diversos cronogramas de implementação dos projetos, com atividades próprias ou que venham refletir entregas de fornecedores e intervenientes, a partir da atuação de diversos recursos humanos executando várias atividades concomitantemente Em relação à capacidade da equipe técnica B.1 a B.4, ao solicitar comprovação do esforço em horas na realização de consultoria e/ou assessoria em gestão de programas ou projetos, enquadrado em uma das escalas dos quantitativos em horas apresentados, nos contextos referenciados em cada um dos itens, tem-se por objetivo pontuar a empresa que possua profissionais que,

6 além de terem prestado serviço(s) de natureza e porte semelhante ao do objeto do edital, possuam mais experiência nos itens No que se refere ao mérito das regras editalícias impugnadas, destacamos julgado do TCU que admitiu exigência de quantitativo em horas para comprovação de qualificação técnica: Acórdão TCU nº 167/2006 Plenário Ministro Relator Guilherme Palmeira (Trecho do Voto) A capacidade deve ser aferida, não em razão da quantidade de atestados, e sim em função da quantidade de serviços prestados, sendo que estes são medidos por meio da quantidade de horas ou de pontos por função realizados Portanto, também não assiste razão à Impugnante no que se refere à alegação de que as exigências em horas seriam limitativas e ilegais, pois são critérios de qualificação que guardam plena compatibilidade com o objeto a ser executado, necessários para auxiliar na medição da experiência e capacidade dos licitantes em cumprir esse objeto, sem restringir a competitividade, isonomia e a possibilidade de obtenção da proposta mais vantajosa, de acordo com o grau de qualificação técnica necessária. 4. Conclusão 4.1 Diante dos argumentos aqui articulados e demonstrados, somos por conhecer da impugnação ao Edital do RDC Presencial 2013/10406 (9600) e no mérito julgar improcedente o exposto pela Impugnante, mantendo-se as disposições do Edital inalteradas. Banco do Brasil S.A Diretoria de Apoio aos Negócios e Operações Luiz Antônio Gomes Presidente da Comissão