JULGAMENTO DE IMPUGNAÇÃO

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1 Protocolo: 11227/2017PF Processo: PREGÃO PRESENCIAL SISTEMA FIEP Nº 949/2017 Objeto: CONTRATAÇÃO DE EMPRESA PARA PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS DE ASSISTÊNCIA MÉDICA, HOSPITALAR, LABORATORIAL, AMBULATORIAL, AUXILIAR E INTERNAÇÃO COM ACOMODAÇÃO PRIVATIVA E/OU SEMI PRIVATIVA E/OU AMBULATORIAIS, INCLUINDO SERVIÇOS DE URGÊNCIA (24 HORAS) E DE EMERGÊNCIA, PARA OS EMPREGADOS DEPENDENTES DO SISTEMA FIEP DO PARANÁ, BEM COMO PARA SEUS DEPENDENTES DIRETOS E/OU LEGAIS, EM TODO TERRITÓRIO NACIONAL Abertura: 21/12/2017 Impugnante: Impugnada: 1. DA TEMPESTIVIDADE AIR LIQUIDE BRASIL LTDA AMIL ASSISTÊNCIA MÉDICA INTERNACIONAL S/A COMISSÃO DE LICITAÇÕES DO SESI/SENAI-PR É tempestiva a Impugnação recebida em data de 19/12/17, às 16h48min, por meio eletrônico ( ), da empresa AIR LIQUIDE BRASIL LTDA. É tempestiva a Impugnação recebida em data de 19/12/17, às 17h34min, por meio eletrônico ( ), da empresa AMIL ASSISTÊNCIA MÉDICA INTERNACIONAL S/A. DAS RAZÕES 2. 1) DA EMPRESA AIR LIQUIDE BRASIL LTDA 1.1) Diz ser necessário a alteração do critério de julgamento: a) Alega que que em qualquer momento a administração cita se o julgamento será por preço unitário ou global b) Alega que o critério menor preço acaba por comprometer com o objeto c) Solicita a alteração do critério de julgamento afim de deixar claro o edital. 1.2) Em relação a exigência de atestados: a) Alega não ser possível solicitar atestado correlacionado com tempo e quantidade b) Ainda cita que o atestado dever ser analisado de forma genérica e não especifica c) Solicita a exclusão de tal item. 1.3) Da restrição da competitividade pela rede credenciado a) Alega que as exigências em relação a tabela termo de referência, somente 1 ou nenhuma empresa poderá atender b) Diz que a exigência vai em desencontro com ANS c) Solicita que seja alterada tabela, exclusão de municípios, inclusão de área limítrofe/ans, bem como, permita a variação de quantidades. 1.4) Proposta: a) Solicita informar a quantidade de especialidade descritas na rede essencial, básica e complementar b) Solicita esclarecer ou complementar 1.5) Da ausência da exigência de comprovação de documentação relativa a qualificação técnica a) Alega dizer que não há mencionado no edital qualquer solicitação referente a capacidade técnica dos participantes b) Solicita incluir CRM, autorização de funcionamento pela ANS e alvará de localização da empresa 1.6) Dos valores estimados abaixo do preço de mercado: a) Alega que os valores informados no Anexo II não condizem com a realidade de mercado atual 1.7) Da possibilidade da participação de consorcio. a) Solicita a inclusão da possiblidade da participação pela associar consorcial. 2) DA EMPRESA AMIL ASSISTÊNCIA MÉDICA INTERNACIONAL S/A 2.1) Exigência item 5.4: a) Alega ser vaga a informação quanto aos procedimentos que poderão ser realizados fora do Rol da ANS. 2.2) Da exigência da rede credenciada: a) Alega que a exigência em relação a tabela termo de referência restringe a participação onde nenhuma empresa poderá atender 2.3) Esclarecimentos: 1 / 6

2 a) Reitera os pedidos de esclarecimentos encaminhados anteriormente. 2.4) Conclusão a) Alega ser nulo o edital por não atender a legislação vigente 2.5) Pedido. a) Solicita as alterações no edital. DO RELATÓRIO INICIALMENTE: Da aplicação da Lei 8.666/93 ao Sistema S. A Comissão de Licitação do Sistema FIEP primeiramente esclarece que conforme Decisão 907/07 do Plenário do Tribunal de Contas da União: por não estarem incluídos na lista de entidades enumeradas no parágrafo único do art. 1º da Lei 8666/93, os serviços sociais autônomos não estão sujeitos à observância dos estritos procedimentos na referida lei e, sim, aos seus regulamentos próprios devidamente publicados. Portanto, a aplicação da Lei 8666/93 se dá de forma subsidiária ao Regulamento de Licitações do SESI/SENAI. Salientamos ainda que, os processos de licitação da entidade atendem aos Princípios da Legalidade, da Impessoalidade, da Moralidade, da Igualdade, da Publicidade, da Probidade, da Vinculação ao Instrumento Convocatório, do Julgamento Objetivo e dos que lhe são correlatos, inadmitindo-se critérios que frustrem seu caráter competitivo. Tais princípios estão estabelecidos no Art. 2º do Regulamento de Licitações e Contratos do SESI/SENAI, no qual está respaldado o presente Edital. Passa a responder aos itens impugnados: 1) DOS APONTAMENTOS DA EMPRESA AIR LIQUIDE BRASIL LTDA 1.1) Diz ser necessário a alteração do critério de julgamento: Conforme indicado no Anexo I 3. Bem como, no item 6 do Anexo II Diante do exposto, entendemos que está claramente informado a forma de critério de avaliação e julgamento. Ainda não há o que se falar em comprometer o objeto, pois o julgamento será por percentual de desconto, o qual será aplicado de forma linear conforme demonstrado no quadro acima. 1.2) Em relação a exigência de atestados: Importante mencionar que é conferido ao órgão licitador a possibilidade de exigências técnicas que comprovem ser o proponente apto a desempenhar a atividade exposta no objeto do certame, conforme prevê o Regulamento de Licitações e Contratos SESI/SENAI-PR: CAPÍTULO V DA HABILITAÇÃO Art. 12. Para a habilitação nas licitações poderá, observado o disposto no parágrafo único, ser exigida dos interessados, no todo ou em parte, conforme se estabelecer 2 / 6

3 no instrumento convocatório, documentação relativa a: II) qualificação técnica: b) documentos comprobatórios de aptidão para desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação; Quanto a questão da exigência de tempo e quantidade, o edital diz no item 4.2: Vejamos ainda, Apresentar, atestado(s) de capacidade técnica, fornecido e emitido por instituição ou empresa de direito público ou privado declarando que a licitante realizou serviços similares ao objeto, com no mínimo beneficiários. O(s) atestado(s) deverá(ão) possuir as seguintes características exigência excessiva de apresentação de atestados, por parte das licitantes, comprovando a execução de, no mínimo, 437,63 TR num único contrato, tendo em vista que, no Senac Tiradentes, unidade que exige maior qualificação técnica, são necessários apenas 213,8 TR, sendo suficiente que, em consonância com o entendimento deste Tribunal, a participante do certame demonstre ter capacidade para executar 50% dos serviços exigidos na unidade de Tiradentes, ou seja, 106 TR, vez que a exigência de comprovação da qualificação técnica deve ser pertinente e compatível com o objeto da licitação ou da contratação direta e indispensável ao cumprimento do objeto (TCU. Acórdão nº 1.695/2011 Plenário). (Grifos nossos) Ademais, o tema foi objeto da Súmula nº 263/2011 do TCU: Para a comprovação da capacidade técnico-operacional das licitantes, e desde que limitada, simultaneamente, às parcelas de maior relevância e valor significativo do objeto a ser contratado, é legal a exigência de comprovação da execução de quantitativos mínimos em obras ou serviços com características semelhantes, devendo essa exigência guardar proporção com a dimensão e a complexidade do objeto a ser executado. Ainda no que se refere a questão da similaridade: O art. 30 da Lei 8.666, de 1993, e seu inciso II dizem, entre outras coisas, que a exigência para a qualificação técnica deve ser compatível em quantidades. Portanto, é possível se exigir quantidades, desde que compatíveis. Por compatível, se entende ser assemelhada, não precisa ser idêntica. A semelhança depende da natureza técnica da contratação, pois, para certas coisas, quem faz uma, faz duas. Para outras coisas, a capacidade para fazer uma não garante capacidade para fazer duas. Em abstrato, é lógico que a exigência de quantidade não pode superar a estimada na contratação, sendo aí evidente o abuso. Decisão 1618/2002 Plenário. (Ênfases acrescidas). Nesse sentido não há o que se falar em restrição de participação de empresas interessadas. Sendo assim, esta Comissão entende pertinente tal exigência, não havendo motivos para sua exclusão, mantendo o item no instrumento convocatório. 1.3) Da restrição da competitividade pela rede credenciado a) Os dados dispostos na tabela de referência foram informados conforme de pesquisa de mercado, aonde se chegou com a mínima de atendimento. Sendo assim, não há restrição de participação, tendo em vista que há mais de uma empresa no mercado possível para atendimento. Lembramos que para a participação das empresas, as mesmas deverão atender a tabela, porém a comprovação se dará somente com a contratada. b) Informamos que não há qualquer desencontro com ANS, pois tende a comprovar que a empresas participantes dispõe do rol mínimo para atendimentos aos usuários. c) Não é possível a exclusão de municípios, uma vez que dispomos de usuários em todos os indicados nas tabelas. Quanto a questão de áreas limítrofe, não há qualquer restrição nesse sentido, não sendo necessário a inclusão do item solicitado. No que diz respeito a variação de quantidades, a empresa participante deverá atender o mínimo estipulado em edital, pois as quantidades foram 3 / 6

4 baseadas em pesquisa de mercado e visam o melhor atendimento aos usuários. 1.4) Proposta: No que tange a quantidade de especialidade, as quais estão descritas no termo de referência, tratam-se de: Rede Essencial (Hospital Maternidade, Pronto Socorro, Laboratórios e Cirurgia geral) Básica (Clínica Geral) Complementar (Demais especialidades) 1.5) Da ausência da exigência de comprovação de documentação relativa a qualificação técnica Embora a impugnante alegue não haver indicado no edital qualquer menção sobre qualificação técnica, a mesma está disposta no item 4 do Anexo II do Edital. É importante ressaltar que estará sendo avaliada a pessoa jurídica participante, dessa forma entende-se não necessária qualquer envio (nesse momento) do CRM dos profissionais que prestação serviço. Pois dessa forma, estaríamos indo contra o princípio da razoabilidade, uma vez que podemos analisar posteriormente somente da empresa vencedora do certame. Quanto a autorização de funcionamento, entendemos que para avaliação técnica, nesse momento se faz necessário tão somente o contido no 4.1 do Anexo II do Edital. Bem como, não se vê pertinente nesse momento a solicitação do alvará de localização da empresa, pois o mesmo poderá ser diligenciado em visita técnica após o arremate no certame. 1.6) Dos valores estimados abaixo do preço de mercado: Os valores disponíveis no edital foram baseados em orçamentos prévios, ou seja, de empresa do ramo do objeto. Sendo assim, entendemos ainda que condizem com a realidade do mercado atual. 1.7) Da possibilidade da participação de consorcio. Vejamos ainda o que diz o Art. 33 da Lei 8.666/93, junto com seus incisos e parágrafos: Art. 33. Quando permitida na licitação a participação de empresas em consórcio, observar-se-ão as seguintes normas: I - comprovação do compromisso público ou particular de constituição de consórcio, subscrito pelos consorciados; II - indicação da empresa responsável pelo consórcio que deverá atender às condições de liderança, obrigatoriamente fixadas no edital; III - apresentação dos documentos exigidos nos arts. 28 a 31 desta Lei por parte de cada consorciado, admitindo-se, para efeito de qualificação técnica, o somatório dos quantitativos de cada consorciado, e, para efeito de qualificação econômico-financeira, o somatório dos valores de cada consorciado, na proporção de sua respectiva participação, podendo a Administração estabelecer, para o consórcio, um acréscimo de até 30% (trinta por cento) dos valores exigidos para licitante individual, inexigível este acréscimo para os consórcios compostos, em sua totalidade, por micro e pequenas empresas assim definidas em lei; IV - impedimento de participação de empresa consorciada, na mesma licitação, através de mais de um consórcio ou isoladamente; V - responsabilidade solidária dos integrantes pelos atos praticados em consórcio, tanto na fase de licitação quanto na de execução do contrato. 1o No consórcio de empresas brasileiras e estrangeiras a liderança caberá, obrigatoriamente, à empresa brasileira, observado o disposto no inciso II deste artigo. 2o O licitante vencedor fica obrigado a promover, antes da celebração do contrato, a constituição e o registro do consórcio, nos termos do compromisso referido no inciso I deste artigo. A não solicitação dos referidos documentos destacados acima, caracteriza mais uma vez na evidência de que se é vedada a participação de empresas em regime de consórcio na presente licitação. Afim de reforçar a argumentação temos o seguinte entendimento do TCU, a saber: 25. A respeito da participação de consórcios, a jurisprudência desta Corte de Contas tem assentado que o art. 33 da Lei 8.666/1993 deixa à discricionariedade do gestor a decisão de admitir ou não a participação de empresas organizadas em consórcio no certame devendo o desígnio ser verificado caso a caso O 4 / 6

5 art. 33 da Lei de Licitações expressamente atribui à Administração a prerrogativa de admitir a participação de consórcios. Está, portanto, no âmbito da discricionariedade da Administração. Isto porque, ao nosso ver, a formação de consórcio tanto pode se prestar a fomentar a concorrência (consórcio de empresas menores que, de outra forma, não participariam do certame), quanto a cerceá-la (associação de empresas que, caso contrário, concorreriam entre si)... (Acórdão TCU nº 2.813/2004 1ª Câmara, relatório do Ministro-Relator). (grifo nosso) Como observamos é firmado pelo tribunal a admissão ou não de consórcio de empresas em licitações e contratações é competência discricionária do administrador. O objeto em questão não é considerado como vulto de complexidade, tendo em vista que, há várias empresas do ramo que atendem os requisitos sem a necessidade de serem consorciadas. Ainda, o TCU diz: Devem ser consideradas as circunstâncias concretas que indiquem se o objeto apresenta vulto ou complexidade que torne restrito o universo de possíveis licitantes. Somente nessa hipótese, fica o administrador obrigado a autorizar a participação de consórcio de empresas no certame, com o intuito precípuo de ampliar a competitividade e proporcionar a obtenção da proposta mais vantajosa. (TCU, Acórdão 2.831, Plenário, Rel. Min. Ana Arraes). (grifo nosso) Portanto, mantemos a decisão em não permitir a participação de consorcio no referido edital. 2) DOS APONTAMENTOS DA EMPRESA AMIL ASSISTÊNCIA MÉDICA INTERNACIONAL S/A 2.1) Exigência item 5.4: Tendo em vista a obrigatoriedade de seguir o Rol da ANS, entendesse pela supressão do item 5.4 de modo que tal item não é quesito passível de desclassificação ou inabilitação das empresas que vieram a participar do certame 1.2) Da exigência da rede credenciada: Os dados dispostos na tabela de referência foram informados conforme de pesquisa de mercado, aonde se chegou com a mínima de atendimento. Sendo assim, não há restrição de participação, tendo em vista que há mais de uma empresa no mercado possível para atendimento. Lembramos que para a participação das empresas, as mesmas deverão atender a tabela, porém a comprovação se dará somente com a contratada. 1.3) Esclarecimentos: Conforme previsto no item 5 do Anexo II. Os mesmos estarão sendo publicando dentro do seu prazo conforme estabelecido. 1.4) Conclusão Entendemos que o edital vai ao encontro com o Regulamento do Sesi/Senai, bem como, atende as exigências da lei da ANS. Desse forma, não há o que se falar em nulidade do Edital; Diante do exposto acima, e não havendo alterações que impacte no julgamento ou fira qualquer princípio legal, a Comissão de Licitação considera improcedente as impugnações apresentadas. 5 / 6

6 4. CONCLUSÃO Diante das considerações acima, a Comissão Permanente de Licitações do SESI/SENAI-PR conhece a impugnação, eis que tempestiva, julga-a IMPROCEDENTE, mantendo todas as condições previstas em Edital. Curitiba, 20 de dezembro de Araune Cordeiro de Abreu Duarte Da Silva Presidente da Comissão de Licitação do Sistema Fiep e Coordenadora de Serviços Nádia de Jesus dos Santos Comissão de Licitações Fabricio Daniel Nichele Comissão de Licitações Caroline Borges Comissão de Licitação À autoridade superior para homologar. a) DIVULGUE-SE para fins de direito. Daniele Andreatta Creplive Vieira Gerente Executiva de Suprimentos e Serviços Corporativos 6 / 6