JULGAMENTO DE RECURSO

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1 Protocolo: 3139/2015 Processo: Concorrência Pública SESI/SENAI n.º 623/2015 Objeto: CONTRATAÇÃO DE EMPRESA PARA ELABORAÇÃO DE PROJETO EXECUTIVO DE MINIGERAÇÃO DISTRIBUÍDA DE 878KW, PARA O CAMPUS DA INDÚSTRIA Abertura: Recorrentes: Recorrido: - GCENG SERVICOS DE ENGENHARIA ELETRICA LTDA- EPP - COMISSÃO DE LICITAÇÕES DO SESI/SENAI-PR - 3B ENERGY CONSULTORIA E ENGENHARIA LTDA - EPP DA TEMPESTIVIDADE É tempestivo o recurso apresentado pela empresa: GCENG SERVICOS DE ENGENHARIA ELETRICA LTDA- EPP no dia 16 de dezembro de 2015 às 11h40min, contra o julgamento da habilitação divulgado em 11 de dezembro de 2015 às 08h58min. Aberto o prazo a empresa 3B ENERGY CONSULTORIA E ENGENHARIA LTDA - EPP apresentou sua contrarrazão. DAS RAZÕES A recorrente GCENG SERVICOS DE ENGENHARIA ELETRICA LTDA- EPP apresenta seu recurso administrativo quanto à decisão de inabilitação proferida pela Comissão, alegando que: 1) Apresentou atestado de capacidade técnica expedido por pessoa jurídica e chancelado pelo CREA onde se informa que executou projeto de geração de energia com sistema Solar Fotovoltaico de 102 kwp compreendendo de 850 m² de módulos fotovoltaicos. Alega que este documento cumpre o edital pois está acervado e chancelado pelo CREA-PR. 2) Transcreve a passagem da Certidão de Acervo Técnico onde se informa que: Certifica que, a critério do(a) profissional, esta Certidão de Acervo Técnico estará acompanhada do Atestado emitido pelo(a)(s) contratante(s) constante(s) das ART () acervada(s), o qual será um complemento que conterá detalhamentos quanto ao(s) serviço(s)/obra(s), abrangentes aos dados desta Certidão, e que atenderá a exigência prevista no Artigo 30, 1º, inciso I, da Lei Federal nº 8666/93. Conclui que o atestado de capacidade técnica, chancelado pelo CREA, tem a validade necessária do solicitado em edital. 3) Questiona se atestados acervados por planilha teriam ou não validade, pois tais complementações ou detalhamentos poderiam não constar da ART original. Aduz que, se a resposta for positiva, um novo ordenamento jurídico deverá ser embasado junto ao CREA e inúmeros processos licitatórios em território Brasileiro. (sic) Pois grande parte dos atestados juntados aos processos licitatórios deverá ser excluída. 4) Alega que a CAT Certidão de Acervo Técnico apresentada informa a realização, entre outros, de PROJETO DE GERAÇÃO DE ENERGIA PARA 750KVA COM ATUAÇÃO EM RAMPA E PARALELISMO COM A CONCESSIONÁRIA, pois. tecnicamente falando, o projeto fotovoltaico nada mais é que um projeto de geração em paralelismo com a rede ; 5) Por fim, indica que o atestado descreve quantificações em geralmente não são descritas nas ART s, sendo assim, não descritas na CAT A CAT é uma cópia fiel da ART. O ATESTADO complementa e detalha as atividades exercidas. 6) Por fim, requer a suspensão do certame e a reforma do julgamento para admitir a participação da recorrente na fase seguinte da licitação. Ainda informa que pelo 3º 1 / 5

2 3. 4. do art. 22 do regulamento de licitações e contratos do SESI/SENAI, os outros licitantes considerados inabilitados, não poderão se manifestar sobre o presente recurso, pois o mesmo não prejudica os outros licitantes (sic). 7) A Comissão de Licitação faz constar a apresentação, junto ao recurso, de Atestado de Capacidade Técnica emitido pela Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR) acompanhada da Certidão de Acervo Técnico 5928/2015. DAS CONTRARRAZÕES A proponente 3B ENERGY CONSULTORIA E ENGENHARIA LTDA - EPP apresenta suas contrarrazões, alegando que: 1) A exigência dos itens 4. d e e do Anexo II do Edital indicam que apenas com a comprovação de execução de projetos executivos de minigeração fotovoltaica devidamente chancelados pelo Conselho de Classe é que uma empresa está tecnicamente capacitada para execução de projetos de sistemas fotovoltaicos, pois somente assim estará comprovado o CONHECIMENTO PLENO DE SISTEMAS FOTOVOLTAICOS por tal empresa ; 2) Ainda, indica que com base na Vinculação ao Edital, para que a empresa se encontre Habilitada, deverá apresentar o exigido em edital. 3) Com relação ao Atestado emitido pelo Muffato, informa haver divergências, pois apenas no Atestado de capacidade Técnica consta o item Projeto de Geração de Energia com sistema solar fotovoltaico... enquanto na CAT apresentada nada consta. Continua argumentando que o fato de projeto de energia para 750 kva com atuação em rampa e paralelismo com a concessionária ser composto por um projeto fotovoltaico não é tecnicamente válida. Pois o mesmo pode se referir a um projeto de Gerador a Diesel, nada similar aos sistemas fotovoltaico ; 4) No que se refere ao Atestado emitido pela UTFPR, a empresa alega que Nenhum dos serviços descritos comprova conhecimentos em cálculos de potenciais de irradiação solar, conhecimento de capacidade e eficiência de placas solares fotovoltaicas, cálculos estruturais mecânicos e análises de ventos. 5) Requer que o recurso interposto seja desprovido. DO RELATÓRIO Inicialmente, a Comissão Permanente de Licitação esclarece que, conforme Decisão 907/07 do Plenário do Tribunal de Contas da União: por não estarem incluídos na lista de entidades enumeradas no parágrafo único do art. 1º da Lei 8666/93, os serviços sociais autônomos não estão sujeitos á observância dos estritos procedimentos da referida lei e, sim, aos seus regulamentos próprios devidamente publicados. Portanto, a aplicação da Lei 8666/93 se dá de forma subsidiária ao Regulamento de Licitações do SESI/SENAI-PR. Ainda, salienta que os processos de licitação da Entidade atendem aos Princípios da Legalidade, da Impessoalidade, da Moralidade, da Igualdade, da Publicidade, da Probidade, da Vinculação ao Instrumento Convocatório, do Julgamento Objetivo e dos que lhe são correlatos, inadmitindo-se critérios que frustrem seu caráter competitivo. Tais princípios estão estabelecidos no Art. 2º do Regulamento de Licitações e Contratos do SESI/SENAI, no qual está respaldado o Edital. 2 / 5

3 Analisando o recurso apresentado pela empresa GCENG, percebe-se que o argumento trazido pelo recorrente não merece prosperar pelos motivos adiante destrinchados: 4.1 Percebe-se que a Certidão de Acervo Técnico apresentada pela recorrente em conjunto com os documentos de Habilitação não é compatível com os termos inseridos no Atestado de Capacidade Técnica emitido pela empresa Muffato, em específico para a parcela objeto do presente edital, qual seja a elaboração de projeto fotovoltaico. Na ART nº vinculada a Certidão de Acervo nº 6036/2015 Protocolo 2015/ , apresentada pela recorrente junto aos seus documentos de Habilitação, constam os seguintes serviços: Projeto elétrico compreendendo as seguintes atividades: - Entrada de energia em alta tensão cabine semi enterrada de medição e proteção com disjuntor de AT PVO Cabina de transformação Projeto de geração de energia para 750 Kva Projeto de SPDA e aterramento Projeto de iluminação e tomadas Projeto de rede e telefonia. Nessa descrição não há menção a elaboração de projeto fotovoltaico. No Atestado de capacidade técnica emitido pela empresa Muffato atrelado a respectiva ART nº , consta a seguinte descrição dos serviços: Projeto elétrico compreendendo as seguintes atividades: - Entrada de energia em alta tensão cabine semi enterrada de medição e proteção com disjuntor de AT PVO Cabina de transformação Projeto de geração de energia para 750 Kva Projeto de geração de energia com sistema solar fotovoltaico de 102kWp compreendendo 850m2 de módulos fotovoltaicos - Projeto de SPDA e aterramento Projeto de iluminação e tomadas Projeto de rede e telefonia. Nota-se, portanto, que o atestado de capacidade técnica indica a realização do item Projeto de geração de energia com sistema solar fotovoltaico..., item este, que não se caracteriza de forma alguma como complemento dos serviços descritos na ART e na Certidão de Acervo Técnico, pois se trata de um serviço divergente e que não abrange os dados da certidão. Analisando o preâmbulo da Certidão de Acervo Técnico, verificam as seguintes passagens: Certifica que, a critério do profissional, esta Certidão de Acervo Técnico estará acompanhada do Atestado emitido pelo contratante constante da ART acervada, o qual será um complemento que conterá detalhamentos quanto ao serviço/obra, abrangentes aos dados desta certidão, e que atenderá a exigência prevista no Artigo 30, 1º, inciso I, da Lei Federal nº 8.666/93. Certificamos, finalmente, que quaisquer eventuais informações divergentes apresentadas em Atestado não se vinculam à presente Certidão, sendo o conteúdo daquele de responsabilidade do seu emitente. Com isto, pode-se concluir que a ausência de indicação de item na Certidão de Acervo Técnico não pode ser suprida ou complementada por Atestado de Capacidade Técnica, exceto se for o caso de mero detalhamento dos serviços prestados, o que não ocorre no caso em apreço. Ao consultar o Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura do Paraná, mediante protocolos nº 10576/2016 e /2015, verificou-se este mesmo posicionamento por parte 3 / 5

4 desta Autarquia, que segue: Os serviços que contemplam a CAT 6036/2015 são apenas os contidos no texto desta certidão, ou seja, os dados da ART O CREA ainda afirma que serviços constante no atestado que não constem na ART não são de responsabilidade do CREA PR, restringindo-se à presente certidão as atividades registradas na ART acervada conforme disposto na Lei Federal nº 8.666/93. O edital de Pregão Presencial nº 623/2015 traz como requisitos complementares à Habilitação, item 4, alíneas d e e do Anexo II: 4. Requisitos complementares para habilitação: [...] d) Atestado (s) de Capacidade Técnica, emitido (s) por pessoa jurídica de direito público ou privado, devidamente chancelado pelo CONSELHO DE CLASSE, comprovando que o(s) profissionais responsáveis técnicos da proponente (s) perante o Conselho de Classe executou (aram): i. Projeto executivo de minigeração fotovoltaica de no mínimo 100kWp. e) Certidão de Acervo Técnico, com atestado, emitida pelo CONSELHO DE CLASSE, referente ao atestado de capacidade técnica apresentado, que indique que o referido profissional executou ou acompanhou os serviços com as características especificadas no atestado de capacidade técnica; [...] (grifo nosso) Portanto, verifica-se que o Edital de Licitação foi claro e taxativo no que se refere à necessidade de a Certidão de Acervo Técnico ser referente ao Atestado de Capacidade Técnica apresentado e que tenha executado e acompanhado os serviços com as características especificadas no atestado de capacidade técnica. Ora, se a Certidão de Acervo Técnico não indica a realização do objeto do Atestado de Capacidade Técnica, não há como julgar a recorrente habilitada, pois não houve o cumprimento dos itens 4. d e e do Anexo II do Edital. Neste sentido, é coerente que a Comissão de Licitação reveja a decisão ora atacada, com base no Princípio da Autotutela. O dispositivo que trouxe a inabilitação da recorrente indicou o descumprimento apenas do item 4. d do Anexo II do Edital. Ocorre que a recorrente não cumpriu, além do item 4. d do Anexo II do Edital, o item 4. e do Anexo II do Edital. Portanto, deve-se reformar a decisão para fazer constar o dispositivo correto. Por outro viés, a Comissão de Licitação entende que as razões trazidas pela recorrente não merecem prosperar, em homenagem ao Princípio da Vinculação ao Instrumento Convocatório, o qual foi claro em trazer os requisitos atinentes à participação no certame. No que se refere à Contrarrazão apresentada pela empresa 3B Energy Consultoria e Engenharia Ltda, consultada a equipe técnica, percebem-se razoáveis os argumentos indicados quanto ao fato da não caracterização de projeto fotovoltaico. O item Projeto de geração de energia para 750kVA com atuação em rampa em paralelismo com a concessionária se considerado, contradiz com o edital, pois este informa a projeto fotovoltaico de 102kWp, sendo que a geração de energia de 750KVA informada no 4 / 5

5 referido atestado não indica ser fotovoltaica. No que se refere ao argumento trazido pela recorrente quanto à natureza técnica do projeto fotovoltaico, a Comissão de Licitação em conjunto com a equipe técnica esclarece que um projeto fotovoltaico é um projeto de um sistema que gera energia elétrica a partir da luz solar. Já o paralelismo é apenas uma forma de interligação dessa energia com a rede da concessionária, podendo essa ser feita através da energia gerada por gerador diesel. Portanto, se o Atestado de Capacidade Técnica, em conjunto com a CAT, não trouxerem expressamente a confecção de projeto fotovoltaico conforme determina o Edital, não é possível considerar a recorrente habilitada. Neste sentido, merece prosperar as razões apresentadas em sede de Contrarrazões pela empresa 3B Energy. DA CONCLUSÃO 5. Diante das considerações acima, a Comissão Permanente de Licitações do SENAI-PR conhece do recurso, ei que tempestivo, julgando IMPROCEDENTE, mantendo a inabilitação da recorrente GCENG SERVICOS DE ENGENHARIA ELETRICA LTDA- EPP, respeitados os termos do edital. No entanto, como houve a alteração do dispositivo do julgamento para trazer a motivação da inabilitação da empresa GCENG SERVICOS DE ENGENHARIA ELETRICA LTDA- EPP pelos itens 4. d e 4. e do Anexo II do Edital, é necessário o respeito ao prazo recursal correspondente. Curitiba, 03 de fevereiro de Vânia M. G. Farinha Gerente de Administração Compras SESI/SENAI Anay Ribeiro de Mello Presidente da Comissão de Licitação Alessandra Teodoro Silverio Comissão de Licitação Nadia de Jesus dos Santos Comissão de Licitação À autoridade superior para homologar. a) JULGO IMPROCEDENTE O RECURSO, nos termos do anteriormente exposto. b) DIVULGUE-SE para fins de direito PEDRO CARLOS CARMONA GALLEGO DIRETORIA DE ÁREAS CORPORATIVAS DO SISTEMA FIEP 5 / 5