Prefeitura Municipal de Cairu publica:

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1 Prefeitura Municipal de 1 Ano X Nº 2013 Prefeitura Municipal de publica: Edital de Licitação Nº 061/2016 Pregão Presencial Nº 022/2016 Decisão da Impugnação ao Edital - Objeto: Contratação de empresa especializada em fretamento de veículos automotores e embarcações motorizadas para atender as necessidades da Prefeitura Municipal de Bahia. Gestor - Fernando Antonio dos Santos Brito / Secretário - Governo / Editor - Ass. Comunicação Praça Marechal Deodoro, nº 03

2 2 - Ano X - Nº 2013 Licitações EDITAL DE LICITAÇÃO Nº 061/2016 PREGÃO PRESENCIAL Nº 022/2016 DECISÃO DA IMPUGNAÇÃO AO EDITAL Ementa: Impugnação. Exigências de Habilitação. Visita Técnica/Vistoria. Pregão Presencial nº 022/2016 OBJETO: Contratação de empresa especializada em fretamento de veículos automotores e embarcações motorizadas para atender as necessidades da Prefeitura Municipal de Bahia, conforme especificações, quantidades e condições constantes do Anexo I Termo de Referência RECORRENTE: ORBRAL CONSTRUÇÃO E EMPREENIMENTOS LTDA A, através de seu Pregoeiro, vem responder a impugnação interposta pela proponente ORBRAL CONSTRUÇÃO E EMPREENIMENTOS LTDA. Pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº / , com sede na rua da Ruy Barbosa nº 22, Centro- Simões Filho- BA, qualificada nos autos do processo em epígrafe, nos termos que seguem: I DOS FATOS A empresa recorrente se insurgiu contra o Edital de Pregão Presencial nº 022/2016, alegando, em síntese, que constam do mencionado Edital exigências que restringem o caráter competitivo do certame, com violação ao princípio da isonomia e que a Lei 8666/93 não autoriza esta exigência, torna-se uma exigência exorbitante ferindo o princípio da legalidade, eis que o inciso II do artigo 5º da Constituição Federal preconiza que ninguém será obrigado a fazer ou deixar de fazer alguma coisa senão em virtude de lei. Alega também que o edital não consta a exigência da comprovação do registro da entidade profissional competente CRA. Para tanto, solicitou do Município a correção das referidas exigências do edital ora impugnado. II- DA FUNDAMENTAÇÃO Antes, porém, observamos que a impugnante entre em clara contradição na sua argumentação quando esclarece que: O inciso III do artigo 30 do Estatuto das Licitações disciplina sobre a possibilidade da Administração estabelecer, como requisito para participação, a realização de visita técnica. Não é raro o diploma editalício regrar que a visita técnica deverá ser apresentada no ato do credenciamento da empresa apesar da disciplina legal ser omissa quanto a tal expediente. Logo, neste contexto, entendemos que a comprovação da visita técnica trata se de documentos de habilitação, qualificação técnica Admite a visita técnica quando solicitada na qualificação técnica e não no Credenciamento, esta alegação demonstra um visível procedimento com intenção de procrastinar o certame com um argumento que não prospera diante da doutrina vigente. As licitações públicas devem ser processadas e julgadas em estrita conformidade com os princípios constitucionais, e aqueles previstos no art. 3º da Lei Geral de Licitações e Contratos: da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da Vinculação ao Instrumento Convocatório, do julgamento objetivo, do caráter competitivo e dos que lhe são correlatos. O doutrinador Jessé Torres, leciona: o princípio da vinculação ao instrumento convocatório faz do edital a lei interna de cada licitação, impondo-se a observância de suas regras à Administração Pública e aos licitantes, estes em face dela e em face uns dos outros, nada podendo ser exigido, aceito ou permitido além ou aquém de suas cláusulas e condições;. Nada mais exato. Logo, é importante compatibilizar as regras do edital com o quanto disposto na lei. É válido ressaltar que a presente licitação tem por objeto Contratação de pessoa jurídica especializada em controle e operação da prestação de serviços no fretamento de veículos automotores e embarcações motorizadas do Município de Cairú Bahia, trata-se de objeto com peculiaridades, e que devem estar em conformidade com a regulação dos serviços Praça Marechal Deodoro, nº 03, Centro, BA - CEP: Pregão Presencial nº 022/2016 FL. 1/4

3 3 - Ano X - Nº 2013 de transporte, cercando de total segurança a sua prestação, e, consequentemente, conferindo maior proteção àqueles que os utilizarão. O questionamento da Impugnante versa sobre o teor do item CONDIÇÕES DE PARTICIPAÇÃO: Ter realizado visita técnica dentro do perímetro do Município (Distrito ou Povoados), devendo para tanto realizar agendamento no Setor de Licitações. E em relação à Qualificação Técnica o edital é omisso ao não solicitar a documentação abaixo: I - registro ou inscrição na entidade profissional competente; São exigências necessárias para resguardar a Administração Pública de aventureiros que se apresentam com a finalidade exclusiva de auferir dinheiro público sem a devida responsabilidade técnica e econômica financeira, para tanto a própria Lei 8.666/93 estabelece no seu art. 30 inciso, quando permite que a administração se proteja ao exigir prova de atendimento de requisitos previstos em lei especial quando for o caso. As normas disciplinadoras da licitação serão sempre interpretadas em favor da ampliação da disputa entre os interessados, desde que não comprometam o interesse da Administração, a finalidade e a segurança da contratação. A Impugnante, ao adquirir o Edital, não realizou nenhum agendamento para vistoria, que depende para a participação da licitação e sequer foi ao Município para ver a extensão das linhas que deveria percorrer para atender o objeto, e sem questionar a exigência que tem o objetivo de resguardar a Administração evitando-se futuras alegações de desconhecimento das características dos bens licitados de possíveis inexecuções, impugnou o Edital. O Município de possui peculiaridades geográficas, o que justifica a exigência ora questionada, sendo imprescindível o conhecimento de tais singularidades e tendo a visita técnica prévia como dispositivo para garantir que todos os licitantes interessados tomem conhecimentos de todos os aspectos físicos, geográficos e hidrográficos possíveis de ocasionar quaisquer disparidades entre a proposta apresentada e serviço executado. O Edital exige na Qualificação Técnica a documentação suficiente para auferir as condições das empresas interessadas o cumprimento do contrato com o Município de A Qualificação Técnica será comprovada através da apresentação dos seguintes documentos: a) Comprovação de aptidão do desempenho de atividade pertinente e compatível em características, quantidades e prazos com o objeto da licitação, através da apresentação de atestado(s) fornecido(s) por pessoa jurídica de direito público ou privado, em nome do Licitante, indicando execução de tais fornecimentos/execução que permitam avaliar o desempenho do participante; a.1.) Não serão aceitos atestados emitidos por empresas do mesmo grupo empresarial do licitante ou pelo próprio, assim como não serão aceitos aqueles emitidos por empresas dos quais participem. a.2.) A comprovação de aptidão deverá vir acompanhada da(s) cópia(s) do contrato com a respectiva contratante do fornecimento/execução atestado, onde fique evidente a compatibilidade do objeto do contrato. b) Declaração de que está ciente das condições da licitação e que fornecerá quaisquer informações complementares solicitadas pelo Município, bem como tomará todas as medidas para assegurar um controle adequado da qualidade dos serviços. O Edital é a Lei interna da licitação como bem leciona o doutrinador Jessé Torres leciona: o princípio da vinculação ao instrumento convocatório faz do edital a lei interna de cada licitação, impondo-se a observância de suas regras à Administração Pública e aos licitantes, estes em face dela e em face uns dos outros, nada podendo ser exigido, aceito ou permitido além ou aquém de suas cláusulas e condições. Nada mais exato. Logo, é importante compatibilizar as regras do edital com o quanto disposto na lei. Vejamos algumas ponderações do Tribunal de Contas da União (TCU): A Lei de Licitações autoriza que a Administração exija a realização de visita técnica pelo licitante como requisito de qualificação. Isso se afere a partir da leitura do art. 30, inciso III da Lei n 8.666/93, que dispõe: a documentação relativa à qualificação técnica limitar-se-á: ( ) III comprovação, fornecida pelo órgão licitante, de que recebeu os documentos, e, quando exigido, de que Praça Marechal Deodoro, nº 03, Centro, BA - CEP: Pregão Presencial nº 022/2016 FL. 2/4

4 4 - Ano X - Nº 2013 tomou conhecimento de todas as informações e das condições locais para o cumprimento das obrigações objeto da licitação. Acerca da finalidade da realização de visita técnica - também chamada de visita prévia - o Tribunal de Contas da União, no Acórdão nº 4.968/ Segunda Câmara, assim se manifestou: A visita de vistoria tem por objetivo dar à Entidade a certeza e a comprovação de que todos os licitantes conhecem integralmente o objeto da licitação e, via de consequência, que suas propostas de preços possam refletir com exatidão a sua plena execução, evitando-se futuras alegações de desconhecimento das características dos bens licitados, resguardando a Entidade de possíveis inexecuções contratuais. Portanto, a finalidade da introdução da fase de vistoria prévia no edital é propiciar ao proponente o exame, a conferência e a constatação prévia de todos os detalhes e características técnicas do objeto, para que o mesmo tome conhecimento de tudo aquilo que possa, de alguma forma, influir sobre o custo, preparação da proposta e execução do objeto. Diante do exposto, conclui-se que o TCU admite que a visita técnica seja exigida como critério de habilitação. Assim, exigência constante do item encontra-se em perfeita consonância com o teor da Lei Federal nº 8.666/93, assim como com a orientação do TCU. Oportuno lembrar também que a condição primordial para a eficácia e validade do ato administrativo é exatamente a adequação aos princípios jurídicos exteriorizados na norma. Desta feita, ainda que um determinado ato seja praticado com certa margem de discricionariedade, este deve respeitar os limites impostos pelos princípios regentes. Esse entendimento se coaduna exatamente com o texto da Lei nº 8.666/93 e com a doutrina brasileira, no sentido de que dentro do juízo de conveniência e oportunidade, é preciso, acima de tudo, respeitar a finalidade da licitação, pois "finalidade é o resultado que a Administração quer alcançar com a prática do ato...". (Di Petro, Maria Sylvia Zanella. in Direito Administrativo, 7ª ed. Ed. Atlas, 1996, São Paulo, pg A Lei de Licitações e Contratos (Lei nº 8.666/93) foi elaborada e instituída com o intuito precípuo de prover à Administração Pública a prestação de serviços e o fornecimento de bens dentro da melhor relação custo-benefício. Em outras palavras: com vistas a assegurar a satisfação do interesse público, o referido diploma legal busca garantir que a proposta da contratada se aproxime, no mais que puder, do que a Administração Pública julga como desejável. Ressaltando em seu art. 3º: Art. 3 o - A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. Assim sendo, no caso da licitação, se efetivamente a atividade discricionária do administrador não estiver pautada, em especial, pelos princípios da isonomia, da seleção da proposta mais vantajosa, da legalidade e do caráter competitivo do certame, enfim, pela própria finalidade do procedimento, porquanto são estes os valores de todo o processo licitatório e o que lhe dá fundamentação, clara restará a transposição no âmbito de suas prerrogativas discricionárias. Por certo que, a licitação, como procedimento administrativo que é, visa atingir uma dupla finalidade, conforme proclama a lei de licitações e contratos em seu art. 3º. Volta-se, como nesta norma se estabelece, a selecionar a proposta que se apresente como a mais vantajosa para a futura contratação, buscando, no entanto, preservar condições que não se constituam em infundado e desnecessário impedimento à livre competição. Desta lição não destoa o ilustre MARÇAL JUSTEN: Os dispositivos restantes, acerca da licitação, desdobram os princípios do art. 3º, que funciona como norteador do trabalho hermenêutico e de aplicação da Lei das licitações. Nenhuma solução, em caso algum, será sustentável quando colidente com o art. 3º. Havendo dúvida sobre o caminho a adotar ou a opção a preferir, o intérprete deverá recorrer a esse dispositivo. Dentre diversas soluções possíveis, deverão ser rejeitadas as incompatíveis com os princípios do art. 3º (in Comentários à Lei de Licitações e Contratos Administrativos, Ed. Dialética, 5ª edição, fls. 54). Praça Marechal Deodoro, nº 03, Centro, BA - CEP: Pregão Presencial nº 022/2016 FL. 3/4

5 5 - Ano X - Nº 2013 E pela leitura clara do presente instrumento convocatório verifica-se que o Administrador ora em apreço não atentou contra os princípios e normas legais acima mencionados, principalmente aqueles inseridos no 1º, inciso I, do mencionado art. 3º. Importante ressaltar que o Edital está em consonância com a Lei 8.666/93, e no interesse de resguardar a Administração Pública em buscar a proposta mais vantajosa daqueles que tem condições de prestar o serviço de acordo com a qualidade do objeto da licitação. Portanto, trata-se de objeto com peculiaridades, e que devem estar em conformidade com o Edital, cercando Prefeitura de CAIRU de maior segurança para o alcance do seu objetivo. III DA CONCLUSÃO Podemos concluir que as peculiaridades geográficas apresentadas pelo Município de, permite e justifica a exigência ora questionada, sendo imprescindível o conhecimento de tais singularidades e tendo a visita técnica prévia como dispositivo para garantir que todos os licitantes interessados tomem conhecimentos de todos os aspectos físicos, geográficos e hidrográficos possíveis de ocasionar quaisquer disparidades entre a proposta apresentada e serviço executado. Assim, entendemos que o instrumento convocatório processo não restringiu a participação dos licitantes interessados, foi elaborado com a estrita observância aos princípios da legalidade, da impessoalidade, da isonomia, da economicidade, da razoabilidade insculpido no art. 3º da Lei 8.666/93, na busca da transparência. Pelo exposto com fulcro na Lei Federal nº 8.666/93, julgo IMPROCEDENTE a presente impugnação, mantendo os termos do Edital em sua integralidade, bem como a data de realização do certame. - Bahia, 18 de maio de Robson Vicente Silva dos Santos PREGOEIRO Praça Marechal Deodoro, nº 03, Centro, BA - CEP: Pregão Presencial nº 022/2016 FL. 4/4