Real em recuperação Expectativas. O real manteve sua trajetória de recuperação frente ao dólar, com a moeda norte-americana fechando a semana com uma depreciação de 1,56%, cotada a R$ 3,78. O desempenho superior ao do índice das moedas emergentes - que apreciou 0,80% - adequa-se às condições do cenário político interno. Os prêmios de risco reduziram-se consideravelmente, de modo que a taxa real de juros ex-ante fechou com queda de 0,51 p.p. em 3,21% a.a.. A mediana das projeções para a inflação de 2018 é de 4,43%, ligeiramente abaixo da meta de 4,50%, enquanto a meta Selic esperada para o encerramento do ano permanece em 6,50% a.a.. O fator de risco para as expectativas inflacionárias advém do comportamento do dólar e do seu possível repasse, efeito já verificado nos preços de atacado. Em setembro, a inflação medida pelo IGP-DI acelerou de 0,68% em agosto para 1,79%, com o IPA acumulado em 12 meses de 13,71%. Os números para o comércio mostram uma performance favorável. A série dessazonalizada mostrou expansão mensal de 1,29% para o segmento restrito e de 4,22% para o ampliado, este último beneficiado pela alta de 5,42% em veículos IPCA Próximos 12 meses 4,6% 4,5% 4,4% 4,3% 4,2% 4,1% 4,0% 3,9% 3,8% 3,7% 3,6% 4,03% Inflação IPCA (%) Mediana - agregado 11/10/2018 Há 1 semana Há 4 semanas 0,41 0,39 0,31 nov/18 0,30 0,30 0,30 2018 4,43 4,40 4,09 2019 4,21 4,20 4,11 Fonte: Focus BCB Fonte: Focus BCB Inflação Implícita Em 12 meses 5,5% 5,0% 4,5% 4,0% 3,5% Fonte: Ambima 4,73% Com um crescimento de 0,02 p.p., a mediana das projeções para o IPCA de outubro, no Boletim Focus, ficou em 0,41%. Já para novembro permaneceu em 0,30%. Com isso, a expectativa para o encerramento de 2018 subiu 0,03 p.p. para 4,43%, enquanto que para o fechamento de 2019 aumentou 0,01 p.p. para 4,21%. Porém, a inflação esperada para os próximos 12 meses caiu 0,01 p.p. para 4,03%. Em maior intensidade, a inflação para 12 meses implícita nas negociações de títulos públicos recuou 0,45 p.p. para 4,73%. O crescimento esperado para o PIB mantevese em 1,34% para 2018 e em 2,50% para 2019. Por fim, as projeções para as taxas de câmbio e as Selic meta para o fim de 2018 e 2019 permaneceram em R$/US$ 3,89 e 6,50% a.a. e R$/US$ 3,83 e 8,00%, respectivamente. Comportamento Semanal de Mercado Página 01
Taxa de Juros Taxa Real de Juros Ex- ante a.a. 4,5% 4,0% 3,5% 3,0% 2,5% 2,0% 1,5% Fonte: B3 3,21% Estrutura a Termo das Taxas de Juros a.a. 11,5% 11,0% 10,5% 10,0% 9,5% 9,0% 8,5% 8,0% 11/10/2018 7,5% 04/10/2018 7,0% 12/09/2018 6,5% 6,0% hoje 3 6 12 18 24 30 36 42 48 Meses Fonte: B3 Spread da Taxa de Juros Diferença entre as taxas de 1 e 5 anos (p.p.) 4,50 4,30 4,10 3,90 3,70 3,50 3,30 3,10 2,90 2,70 2,50 3,07 A taxa de juros do swap DI prefixado de 360 dias recuou 0,54 p.p. na semana, fechando em 7,37% a.a.. Com isso, a taxa real de juros ex-ante fechou em 3,21% a.a., o que representou uma redução de 0,51 p.p.. A curva de estrutura a termo da taxa de juros, apurada pela B3, apontou um deslocamento para baixo, com quedas tanto nos vértices mais curtos como nos mais longos. No vértice de dois anos, a retração foi de 1,04 p.p. e no de três anos caiu 1,24 p.p.. Por fim, a medida de risco calculada pelo spread das taxas de juros de um e cinco anos apresentou leve redução, saindo de 3,11 p.p. para 3,07 p.p.. Fonte: B3 Comportamento Semanal de Mercado Página 02
Câmbio Real/US$ Índice Emergentes* 4,30 4,20 4,10 4,00 3,90 3,80 3,70 3,60 3,50 3,40 3,30 3,20 3,10 3,78 72 71 70 69 68 67 66 65 64 63 62 61 60 62,09 Fonte: Bloomberg Fonte: J.P. Morgan Variação no Ano Libra esterlina Peso mexicano -3,47% Renminbi Lira turca Euro Peso argentino Real 2,04% 5,84% 3,51% 14,20% 55,94% 96,57% Na semana passada, apesar dos temores do cenário global na aversão ao risco, o que pressionarias as moedas dos países emergentes, observou-se uma queda de 1,56% no dólar que fechou cotado a R$ 3,78, após bater R$ 3,71 no dia 09/10. Durante a semana o Banco Central somente renovou o estoque de swaps cambiais com vencimento em novembro. Com uma alta de 0,80%, o índice de moedas emergentes, que calcula seu desempenho em relação ao dólar, fechou em 62,09 pts.. Considerando a variação acumulada no ano, o real apresenta uma depreciação de 14,20%, desempenho inferior ao do índice de emergentes (10,97%). Por fim, o Dollar Index, que mede o comportamento da divisa norte-americana em relação a uma cesta de moedas de países desenvolvidos, caiu 0,42% para 95,22 pts.. Fonte: Bloomberg *Cesta de Moedas: Lira turca, Rublo russo, Rand sul-africano, Florim húngaro, Real, Peso mexicano, Peso chileno, Reminbi chinês, Rupia indiana e Dólar de Singapura. Comportamento Semanal de Mercado Página 03
Aversão ao Risco Credit Default Swap (CDS) Pontos-base T-Note 10 Anos (%) 320 300 280 260 240 220 200 180 160 140 120 225,14 3,3 3,2 3,1 3,0 2,9 2,8 2,7 3,15 Fonte: Bloomberg Fonte: Bloomberg Petróleo Brent última cotação US$ 90 85 80 75 70 65 60 55 80,43 O risco soberano brasileiro, medido pelo CDS de cinco anos, segue trajetória cadente, fechando em 225,14 pts., o que representou quedas de 20,73 pts. na semana e de 55,55 pts. em um mês. Já o EMBI, que mede os spreads dos retornos de títulos soberanos de países emergentes, subiu 4,25 pts. na semana para 399,99 pts.. Com uma redução de 0,08 p.p., o retorno das T-notes com vencimento em dez anos fechou em 3,15% a.a.. Apesar da retração de 0,05 p.p. na semana, a diferença entre as taxas de juros de dois e dez anos fechou em 0,30 p.p., sendo 0,06 p.p. superior ao encerramento de setembro, diminuindo as preocupações quanto a uma inversão da curva de juros. Por fim, com uma expressiva contração de 4,43%, a cotação do petróleo tipo Brent fechou em US$ 80,43. Fonte: Blommberg Comportamento Semanal de Mercado Página 04
out/17 nov/17 dez/17 jan/18 fev/18 IGP-DI 1,64% 1,48% 1,79% INCC 0,15% 0,23% 0,93% IPC 0,07% 0,45% 0,62% 0,80% 0,74% 0,58% 0,56% 0,44% 0,68% IPA 0,99% 2,54% 0,10% 0,15% IGP-DI 0,68% 1,79% Fonte: FGV Fonte: FGV Variação Acumulada (jan-set) 6,10% Fonte: FGV -2,03% 8,54% 2016 2017 2018 Em setembro, a inflação medida pelo IGP-DI acelerou de 0,68% em agosto para 1,79%. Todos os grupos apresentaram elevações maiores do que no mês anterior. O Índice Nacional da Construção Civil (INCC) cresceu 0,23% contra 0,15%. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) saiu de uma alta de 0,07% para 0,45% em setembro. A maior elevação ocorreu no Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA), que fechou com um expressivo crescimento de 2,54% ante 0,68% em agosto. Na abertura do IPA, destaque para as altas de 3,25% dos preços de matérias primas brutas e de 2,92% para os bens intermediários. Considerando-se a evolução acumulada no ano (jan-set), observa-se uma elevação de 8,54% contra uma deflação de 2,03% no mesmo período de 2017. Em 12 meses, o IGP-DI totalizou uma alta de 10,33% ante 9,06% no mês anterior. Na abertura, o IPA acumula crescimento de 13,71%, seguido pelo IPC com alta de 4,64% e o INCC com 3,92%. Comportamento Semanal de Mercado Página 07
ago/17 out/17 nov/17 dez/17 jan/18 fev/18 PMC Com ajuste sazonal Acumulado no Ano (jan-ago) Com ajuste sazonal - média simples 5% 3% 1% Restrito Ampliado 1,29% 4,22% 4,70% 6,35% -1% -3% -5% Fonte: IBGE 0,32% 0,00% 2017 2018 Renda Crédito Fonte: IBGE Evolução das Vendas Reais Acumulado em 12 meses 3,64% 0,62% Fonte: IBGE -1,53% -5,15% -6,69% -10,21% -1,54% -1,58% 3,28% 2014 2015 2016 2017 2018 Restrito Ampliado 6,40% Em agosto, o volume do comércio restrito elevouse em 1,29% ante uma contração de 0,11% no mês anterior, na série livre de influências sazonais. Favoreceram as elevações de 5,56% para vestuário e de 3,00% para combustíveis. Por outro lado, artigos de papelaria apresentaram uma redução mensal de 2,51%. Beneficiado pelas elevações de 5,42% de veículos e de 4,58% em materiais para construção, o volume do comércio ampliado encerrou com alta de 4,22% na margem contra uma retração de 0,33% no mês anterior, na série com ajuste sazonal. Considerando-se a variação acumulada no ano (jan-ago), o comércio restrito teve um modesto crescimento de 0,32%. Já o ampliado acumula uma alta de 6,35%, contra 4,70% no mesmo período de 2018. Em 12 meses, o comércio restrito acumula uma alta de 3,28% e o ampliado de 6,40%. Comportamento Semanal de Mercado Página 06
set/10 mar/11 set/11 mar/12 set/12 mar/13 set/13 mar/14 set/14 mar/15 set/15 mar/16 set/16 mar/17 out/17 nov/17 dez/17 jan/18 fev/18 Atividade do Comércio Com ajuste sazonal 3,42% Abertura - com ajustes sazonal 1,02% 0,86% 1,52% 0,67% 2,05% 1,56% 0,24% 0,91% Material de Construção Veículos, Motos e Peças -0,13% 0,55% 1,35% 2,82% -0,07% -0,09% Combustíveis e Lubrificantes -0,36% 0,84% -2,33% -2,25% Supermercados, Hipermercados, Alimentos e Bebidas -0,07% 1,81% Fonte: Serasa Experian Fonte: Serasa Experian Evolução Anual Acumulada em 12 meses 10% 8% 6% 4% 2% 0% -2% -4% -6% -8% -10% 6,31% O índice de atividade do comércio, elaborado pela Serasa Experian, apontou uma retração de 0,09% em setembro após uma alta de 0,91% no mês anterior, na série com ajuste sazonal. Na abertura do mês, somente o grupo material para construção teve alta (1,35%), com os demais apresentando contrações, sendo de 0,13% para veículos, motos e peças, de 0,36% para combustíveis e lubrificantes e de 0,07% para supermercados, alimentos e bebidas. Considerando-se a evolução anual do acumulado em 12 meses, a série exibe trajetória de crescimento, saindo de 6,04% em agosto para 6,31%. Na mesma base de comparação, era observada uma contração anual de 1,21% em. Fonte: Serasa Experian Comportamento Semanal de Mercado Página 07
set/10 mar/11 set/11 mar/12 set/12 mar/13 set/13 mar/14 set/14 mar/15 set/15 mar/16 set/16 mar/17 set/10 mar/11 set/11 mar/12 set/12 mar/13 set/13 mar/14 set/14 mar/15 set/15 mar/16 set/16 mar/17 set/10 mar/11 set/11 mar/12 set/12 mar/13 set/13 mar/14 set/14 mar/15 set/15 mar/16 set/16 mar/17 Produção de Motocicletas Variação Anual Produção acumulada em 12 meses Variação Anual Vendas acumuladas em 12 meses 30% 20% 21,70% 30% 20% 18,63% 10% 10% 0% 0% -10% -10% -20% -20% -30% -30% -40% -40% Fonte: ABRACICLO Fonte: ABRACICLO Variação Anual Exportações acumuladas em 12 meses 60% 40% 20% 0% -20% -40% 6,93% Em setembro, foram produzidas 80,69 mil unidades de motocicletas, após a produção de 105,34 mil unidades no mês anterior. Com isso, a produção acumulada em 12 meses fechou o mês com uma alta anual de 21,70%, contra uma queda de 12,32% no mesmo período do ano anterior. O mesmo se observa na série com a variação anual das vendas acumuladas em 12 meses, que acelerou seu ritmo de crescimento de 15,03% em agosto para 18,63%. O resultado vai em linha com a ligeira recuperação da demanda interna no ano. Já a evolução anual das exportações acumuladas em 12 meses segue trajetória cadente, encerrando em 6,93% ante expressivos 79,17% em. -60% Fonte: ABRACICLO Comportamento Semanal de Mercado Página 08
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