Seminário CNI Painel: Marco Regulatório e Retomada dos investimentos Silvano Silvério da Costa Diretor de Manutenção e Saneamento do SAAE Guarulhos e Presidente da ASSEMAE Coordenação Colegiada da Frente Nacional pelo Saneamento Ambiental FNSA Red VIDA Brasil 23 de maio de 2006 1
FRENTE NACIONAL PELO SANEAMENTO AMBIENTAL Capítulo Brasileiro da Red VIDA Criada desde 1997 ASSEMAE Associação Nacional de Serviços Autônomos de Sameamento CONAM Confederação Nacional das Associações de Moradores FNU Federação Nacional de Urbanitários FASE - solidariedade e educação. FISENGE Federação Nacional de engenheiros IDEC Instituto de defesa do consumidor MNLM Movimento Nacional de Luta por Moradia REBRIP Povos Rede Brasileira pela Integração dos FRENTE NACIONAL PELO SANEAMENTO AMBIENTAL - FNSA 2
Diagnóstico Apesar dos indicadores nos últimos dois anos apontarem para a melhoria no acesso aos serviços, há muito que avançar, o que torna ainda mais urgente a luta em defesa da gestão pública da água. O diagnóstico do setor mostra que quase metade da população 83 milhões de pessoas ainda não é atendida por sistemas de esgotos e 45 milhões carecem de distribuição de água potável. Com efeito, 65% das internações hospitalares de crianças de zero a cinco anos registradas no Brasil são conseqüência dessa precariedade nos serviços 3
4 Necessidade de Gestão eficiente No Brasil somente se pratica um dos 5 componentes da Gestão: 1. Planejamento; 2. regulação; 3. fiscalização; 4. prestação; e 5. controle social
5 Principais problemas, preocupações e contribuições Titularidade: Pacto Federativo, titularidade municipal, diversidade regional e questão metropolitana. Os municípios brasileiros são entes federados responsáveis pela prestação dos serviços de saneamento ambiental em diversos contextos regionais inclusive em regiões metropolitanas. A proposta original apresentada pelo Executivo e aprovada pelo Conselho das Cidades e da Saúde respeitava o pacto federativo e a diversidade regional, partindo da definição constitucional da titularidade municipal, dado que os serviços de saneamento ambiental que envolvem serviços diferentes e condições de prestação diversificadas são de interesse local.
6 Principais problemas, preocupações e contribuições Direitos dos cidadãos: Foram subtraídos direitos dos cidadãos no que refere à restrição de acesso à água em condições de inadimplência. A nosso ver a redação do PL 5296 assegurava quantidade mínima de água em casos de restrição de consumo de usuários de baixa renda, dos estabelecimentos de saúde, educacionais e de internação coletiva. Como direito humano e como direito social, o acesso à água em quantidades mínimas à sobrevivência humana deve ser garantindo a todos os cidadãos, independente do pagamento de tarifas, conforme a proposta originalmente encaminhada pelo governo federal e aprovada pelo Conselho das Cidades, ainda que seja necessário o estabelecimento de subsídio direto para quem não pode pagar tais tarifas.
Principais problemas, preocupações e contribuições Controle social: A proposta original do governo federal e do Conselho das Cidades representava um avanço em termos do exercício da cidadania. Na proposta do relator ocorreram dois graves retrocessos: na limitação do caráter dos conselhos, tornando-os consultivos. É de notório conhecimento a importância do caráter deliberativo dos conselhos na política de saúde, da educação, da criança e dos adolescentes e na assistência social devemos sublinhar que em todas essas áreas existem conselhos deliberativos para a construção de políticas públicas universais, democráticas e com controle social. Foi retirada a possibilidade de a população participar do planejamento, da regulação e da fiscalização. (art. 8º. do substitutivo). 7
Principais problemas, preocupações e contribuições Regulação, planejamento e fiscalização Foram reduzidos os direitos dos usuários de terem serviços regulados, planejados e fiscalizados. Devera ser dada a oportunidade aos municípios que quiserem planejar, regular e fiscalizar os serviços regionalizados. E necessário resgatar o artigo 14 e seus parágrafos do PL do governo (tratam dos direitos do usuário e da participação e controle social), assim como o artigo 15 e o artigo 16 do PL do governo que tratam da vinculação de investimento em plano regional e da vinculação do plano para regulação, fiscalização, prestação e avaliação dos serviços públicos de saneamento. Foram subtraídos os direitos dos usuários em receber serviços de saneamento básico devidamente planejados, regulados e fiscalizados. Deve ser garantido aos cidadãos o direito ao acesso a informações. 8
Principais problemas, preocupações e contribuições Aspectos econômicos e financeiros: Deve ser possibilitada a criação de fundos especiais também para serviços públicos prestados pelo próprio titular. (artigo 29 1º.) Deve ser garantida por meio desta lei a possibilidade dos prestadores de serviços prestarem serviços de leitura e entrega de contas contrariando a iniciativa atual dos correios em requerer para si, de forma monopolista, esta atribuição. Os subsídios cruzados entre municípios partícipes de serviços públicos de água e esgotos regionalizados deverão ser desagregados e transparentes para os titulares dos serviços quando prestados por um mesmo prestador. Retomar as alíquotas PIS e Cofins aos patamares anteriores 9
Principais problemas, preocupações e contribuições Política Nacional de Saneamento e o Sistema Nacional de Saneamento Ambiental SISNASA: Considerando o direito de todos a viver em ambiente salubre e o dever do Estado em promover esta condição mediante políticas, ações e a provisão universal e equânime dos serviços públicos necessários, é fundamental o desenvolvimento de uma política nacional com capacidade de ordenação social. No projeto original do governo federal e do Conselho das Cidades e da Saúde haviam mecanismos eficazes incluindo o repasse de recursos para o desenvolvimento de uma efetiva política nacional de saneamento ambiental, respeitando-se as diferenças regionais e os modelos de gestão existentes. A atual proposta do relator ameaça tornar a política nacional de saneamento frágil, ineficaz e vulnerável. 10
11 Considerações Finais Frente a este quadro não resta a menor dúvida da necessidade e importância de uma política nacional de saneamento que promova a universalização dos serviços, fortaleça a gestão pública da água e garanta o controle social, com respeito aos direitos dos usuários. Assim, para ser eficaz e efetiva, a Política Nacional de Saneamento Básico deve necessariamente fixar regras para o planejamento, a regulamentação, a fiscalização e o controle social.
Considerações Finais Frente a este quadro não resta a menor dúvida da necessidade e importância de uma política nacional de saneamento que promova a universalização dos serviços, fortaleça a gestão pública da água e garanta o controle social, com respeito aos direitos dos usuários. Assim, para ser eficaz e efetiva, a Política Nacional de Saneamento Básico deve necessariamente fixar regras para o planejamento, a regulamentação, a fiscalização e o controle social. Por todas as razões aqui expostas, queremos manifestar nosso apoio às propostas originais do PL 5296/05 12
13 Retomada de investimentos Constatação da retomada de investimentos ao setor públicos desde o ano 2003; o setor saneamento é adimplente com o FGTS historicamente; necessidade de recursos perenes para promover a universalização dos serviços em 20 anos; Necessidade de que estados e municípios devam também prover recursos; Necessidade de melhoria da prestação dos serviços para que se possa investir mais com recursos tarifários (apoio e fortalecimento de operadores públicos).
14 MUITO OBRIGADO! presidencia@assemae.org.br assemae.org.br